Faith escrita por Miller


Capítulo 1
Faith.


Notas iniciais do capítulo

Hellouu, peoples! Tudo verto?

Então, gente, eu, teoricamente, deveria estar em "hiatus" das fanfics por alguns dias por conta da faculdade e etc, porém, após longos oito anos de amor incondicional por Supernatural, esta aqui foi a primeira ideia que me surgiu para escrever uma fanfic e eu, logicamente, larguei tudo o que estava fazendo para escrever, né? Rs'

Bem, essa one não é uma história, exatamente. É mais como uma avaliação sobre o que EU imagino que Dean pensa sobre a fé ou o modo como ele encara a mesma.

Em nenhum momento pretendi ofender qualquer religião ou crença, apenas expus o que imagino ser os pensamentos/indagações de Dean sobre fé e Deus e crença nestes dois aspectos.

Como disse, esta é a primeira fanfic que me aventuro a escrever sobre SPN, portanto peço que me perdoem por qualquer erro aqui contido.

Tentei me ater á personalidade de Dean, apesar de esta não ser uma história narrada propriamente por ele. Espero que tenha dado certo.

Enfim, vou parar de falar por aqui.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619272/chapter/1

Dean não conseguia se lembrar desde quando se fazia a mesma pergunta, mas, bem, havia muito tempo.

Deus existia realmente? Era o que se perguntava.

Toda vez, ao voltar de uma caçada, as mãos e corpo cheios de sangue, dor e cansaço atingindo-o de forma lancinante e sempre, cada vez mais, memórias atemorizantes debaixo de suas retinas, voltando-lhe a mente a cada piscar de olhos.

Como era possível que Deus existisse quando havia tanta miséria no mundo? Tanta maldade? Tantos monstros existentes, tantas pessoas mortas por causas que, em muitos dos casos, nunca descobririam. Tanta sede de vingança. Tanto ódio. E, principalmente: pessoas inocentes mortas por motivos totalmente errados.

Dean conseguia se lembrar de cada uma das pessoas que não conseguira salvar, pesando-lhe sobre as costas como um grande fardo. O que era realmente. Sem deixá-lo dormir. Atormentando-o consecutivamente a cada vez que sua mente vagava um pouco mais.

E este fardo de culpa era ainda pior, se era possível, do que o maldito tempo em que passara no inferno. Ou no purgatório. Ou, o que era ainda pior: na terra. Afinal, ele ainda não conseguia decidir se preferia viver em um lugar onde a hipocrisia era apresentada como algo ruim, mas, no fundo, o alicerce da sociedade ou em um lugar onde a hipocrisia era endeusada.

Para ele, a vida havia se tornado nada mais do que diversos níveis de inferno. Quando as coisas estavam razoavelmente boas, ele sabia que tudo estava prestes a ser arruinado. De novo. E de novo. E assim sucessivamente, sem nunca vencer totalmente, sem nunca perder totalmente. Apenas mais uma batalha.

E quantas mais teriam pela frente? Perguntava-se também.

Quando aconteceria a batalha que seria a última? Aquela em que ele perderia e, finalmente, poderia descansar de tudo de ruim que havia enfrentado? Se tornado?

Quando é que ele, Dean morreria e continuaria assim? Sem interferências divinas, sem interferências demoníacas?

Ele estava fadado a nunca descansar? Mais uma pergunta. A nunca ter direito de, pelo menos por alguns instantes, ser livre de responsabilidades? Livre de todas as coisas ruins que lhe aconteceram, de todas as vidas as quais dependiam de sua força e vontade?

Como era possível haver uma força maior, algo em que tanta fé fosse depositada quando tudo o que tal Deus sabia era sentar em seu trono e observar a morte estender-se por tudo e todos com seu manto cruel?

Sem interferir. Sem parecer se importar.

E, afinal, um dia havia se importado?

A família de Dean – tão absurdamente destruída e desmantelada com o tempo – não era a prova de que Deus, oh tão grande, não parecia ser capaz de ter piedade apesar de ser aquilo que seus servos mais fiéis vivessem pregando em seu nome?

Por que ele continuava a se perguntar que Deus existia, afinal? Outra pergunta.

Se estava tão claro como a água que Deus não existia e, se o fazia realmente, não se importava, então por que insistia em se perguntar sobre sua existência?

Se tudo comprovava justamente o contrário então por que, toda vez que sentia vontade de desistir, de não mais se importar, ele pensava em Deus?

Por que, afinal, se não existia Deus, existia a fé.

E Deus não era nada se não a personificação daquele sentimento tão forte?

Ah, Dean sabia, sabia da mesma forma como suas mãos pareciam ser feitas para caçar monstros, de que a fé existia – mesmo que não acreditasse muito em seu poder. E que se tal sentimento, tal força, existia, então deveria haver algum precursor.

Talvez não Deus, talvez não deuses, nem demônios ou o próprio Lúcifer. Oh, não. A fé, primariamente, era a fé em algo. De que se precisava, de que se queria. De que algo acontecesse. A fé de acreditar em si e nos outros. A fé de amar. A fé de que nada de ruim vai acontecer e de que, se acontecer tudo vai ficar bem.

A fé após a perda. E a fé de continuar em frente. A fé perante a morte e a fé quando se é fraco demais.

Tudo era fé. Tanto as coisas boas como as ruins.

E, bem, fé. Ah, essa Dean tinha de sobra, afinal.

Ele se lembrava da primeira vez em que teve fé e teve ciência disto: quando Sam nascera. Ele precisava que tudo funcionasse, que tudo corresse bem. Que nada de ruim acontecesse à sua mãe e que se acontecesse, seu pai conseguisse fazer como sempre e estar lá por ela.

E, quando Dean viu o irmão pela primeira vez, tão pequeno e engraçado, ele soube que sua fé, a partir de então, seria de vê-lo crescer bem. Talvez não tivesse ciência, no momento, do quanto aquilo seria difícil.

Ele teve fé então quando sua mãe morrera. Queria descobrir que tudo aquilo não passara de um sonho ruim. E, quando descobriu que tudo era real, rezou para que as coisas pudessem melhorar. E teve fé de que melhorariam.

Ele teve fé em seu pai, de que ele seria capaz de cuidá-los. Teve fé em Sam, de que, apesar dos pesares, ele cresceria bem. Teve fé em si mesmo, acreditando que seria capaz de dar conta das responsabilidades que então lhe caiam sobre os ombros.

Teve fé de que o pai voltaria para casa, cada vez em que ele ia para alguma caçada. E teve fé de que, cada vez que ele voltava, aquela tivesse sido a última.

Teve fé de que nenhum monstro seria capaz de machucar a ele e a seu irmão. De que nada seria capaz de detê-los. Teve fé de que o irmão se recuperaria depois de Jessica. Teve fé de que, quando encontrassem seu pai, as coisas pudessem melhorar.

Teve fé de que Sam não sairia machucado. Teve fé de que seu pai não seria morto. Teve fé de que conseguiria escapar da morte e, quando isto se mostrou impossível e ele foi mandado para o inferno, teve fé de que conseguiria aguentar.

Quando não conseguiu, teve fé de que um dia se tornaria mais fácil.

Teve fé nos anjos. Teve fé de que seria capaz de impedir o apocalipse com o irmão. Mais uma vez, teve fé em Sam.

E, mais uma vez, suas expectativas foram quebradas. Mas então ele teve fé de que as coisas tornariam a se ajeitar, afinal eles dariam um jeito. E foi o que fizeram. E continuaram fazendo, fosse em situações impossível, fosse de que arranjaria uma alma para o irmão, fosse de que Bobby não morreria, fosse de que sairia do purgatório. Ou, ainda, de que seria capaz de salvar o irmão mais uma vez.

Teve fé, oras, até mesmo quando se tornou um demônio e pensou que sua vontade de matar seria maior do que sua fé. E ele rezava para que não e, em contraparte, rezava para que sim.

E, se tudo aquilo se resumia a fé e a coisas que só eram atingidas por acreditar, então, talvez, Deus pudesse existir.

Ou talvez não.

Dean não sabia qual era sua fé frente a isso, se preferia acreditar que havia alguém lá em cima – ou em que parte fosse –, olhando para ele sem nem mesmo interferir enquanto observava Dean ter pessoas as quais amava morrerem sem poder fazer nada. Ou se preferia acreditar que não havia ninguém a quem recorrer quando suas forças não fossem suficientes.

Nenhuma das opções lhe parecia de todo boas. Nenhuma das opções lhe parecia de todo ruins.

Mas ele continuava a ter fé, afinal. E então se pegou pensado que, talvez, o que movesse as coisas e as fizessem acontecer não fosse Deus em si, mas sim a crença de ele estar .

E, mais uma vez, deu-se conta de que aquilo não fazia sentido para ele.

E, como sempre, preferiu parar de pensar no assunto, lembrando que, fosse o que fosse sua fé maior era e sempre seria na família.

E nas coisas as quais era capaz de fazer por ela. Fosse de sangue ou por mérito.

Talvez o peso em suas costas fosse grande demais e, talvez, um dia ele não mais seria capaz de aguentar. Mas enquanto pudesse, ele seguiria. Não havia muita escolha quanto àquilo. Não por que não podia e, também, por não querer.

Afinal, apesar de todas as lembranças ruins, ainda havia aquelas, das pessoas que salvara. Pessoas e suas famílias. Pessoas que, um dia, poderiam fazer o que ele nunca teria oportunidade: ter filhos, família normal, vida normal. E ensinar a ter fé pelos motivos certos. Ensinar as coisas que ele gostaria de ter aprendido ao invés de ter sido presenteado com a primeira arma dada pelo pai.

Mas Dean, depois de todo aquele tempo em luta, sabia de uma coisa: nada acontecia por acaso. E a ele lhe fora conferida a oportunidade de salvar vidas. Apesar de todas as perdas que sofreria no caminho. E, se ele fora escolhido como diziam ser, se as circunstâncias o levaram a tornar-se o que acabara tornando-se, então o que lhe restava era ter fé.

E, bem, como disse fé não lhe faltava. Sua fé inesgotável em seu irmão, em seus amigos, em sua família, lhe fizera tão mais forte do que teria sido sem ela.

Talvez ele apenas não percebesse o quanto aquilo lhe fizera toda a diferença durante a vida. Ou, bem, talvez percebesse, afinal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sempre imaginei o Dean como alguém com grande fé. Apesar de ele ser muito incrédulo e muito "desmotivado" a crer em coisas boas, sendo até mesmo cético, penso que ele acredita muito nos outros e no que pode fazer pelos outros.

Quando decidi criar esta fanfic, tive em mente manter a personalidade do Dean de forma fiel. Espero ter conseguido isto, se não, me perdoem!

Bem, vou pedir para que, se você chegou até aqui, por favor, comente!

Ficarei muitíssimo feliz em vê-los por aqui, contando sua opinião a respeito da história. Foi a primeira e, quem sabe, um dia, possa me aventurar a escrever outras sobre SPN?!

Só Merlin sabe o quanto amo, amo, amo essa série.

Espero que tenham gostado, amores!

Beijinhos no coração de vocês e fiquem com Castiel ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Faith" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.