Lena entrou no Quinjet. Cumprimentou uns agentes que estavam lá dentro.

– Que bom que está de volta, agente Carter. – um deles falou.

– E voltou com tudo, né? – outro concordou.

– Eu não fiz nada além de bancar a intérprete. – Lena riu sentando. Eles concordaram rindo.

– Vai ficar desta vez? – o piloto perguntou.

– Não sei. Vai depender do que vem por aí. – Lena deu de ombros.

Logo Natasha entrou seguida de Banner e alguns agentes que os escoltavam. Um agente pegou a mala de Banner de suas mãos, e falou pra que ele sentasse. Ele concordou olhando em volta. Alguns agentes pareciam temerosos, outros estavam em estado de alerta, e alguns fingiam não se importar. Banner olhou pra Lena que indicou o assento ao seu lado. Ele se aproximou e sentou-se ao lado dela pedindo licença. Lena permaneceu em silêncio, se segurando pra não pirar pelo simples fato de seu astro do mundo da Ciência estar sentado ao seu lado. Ela tirou o celular do bolso e começou a jogar Tetris.

– Um jogo que muda completamente sua noção de espaço. – Banner comentou observando. – É educativo.

– Quem sabe jogar Tetris, sabe organizar uma mala perfeitamente. – Lena falou calma sem desviar os olhos do celular.

– Acredito que não nos conheçamos ainda. – ele falou.

– Não pessoalmente, doutor. – Lena o olhou desligando o celular.

– Sou Bruce Banner. – ele estendeu a mão.

– Eu sei. – Lena apertou. – Li seu trabalho de Fusão Anti-Elétron.

– Mesmo? – ele perguntou. – Tão jovem.

– Sou caloura na faculdade de Física. Estudo na universidade de Baltimore. – ela explicou. – Estou no último ano.

– Ham. Parabéns. – ele a cumprimentou. Lena deu um pequeno sorriso.

– Eu fiz uma pesquisa sobre o seu trabalho. – ela comentou.

– É? – ele perguntou se arrumando em seu assento. – E aí?

– Aí... que eu consegui ser assistente de laboratório do meu professor de Física. Ele dá aula de química também. – ela deu de ombros.

– Me parece divertido. – ele sorriu. Lena concordou olhando pra baixo.

– Bom, com certeza não é nada perto do que você fez, mas... estou trabalhando num projeto. – ela comentou.

– Mesmo? Do quê? – ele perguntou interessado.

– Bom, eu fiz... eu e meu professor, fizemos um teste, tentamos reproduzir os experimentos das Bobinas de Tesla. – ela contou.

– Bobinas de Tesla? – ele franziu o cenho. – Quantos anos você tem, menina?

– Dezoito. – ela respondeu.

– Dezoito? E no último ano da faculdade de física? – ele perguntou surpreso.

– É. Era Física ou Direito. Mas como tenho uma quedinha por ciência... – ela deu de ombros.

– Você projeta Bobinas de Tesla, e chama isso de quedinha? – ele riu. Lena deu de ombros.

– Melhor que ficar trancada num escritório. – ela comentou.

– Ela tem espírito livre, doutor. – Natasha comentou passando por eles.

– Espírito livre? Acha mesmo? – Lena perguntou a olhando.

– É. Você viveu suas próprias aventuras, né. – Natasha deu de ombros.

– Chama aquilo de aventura? Ser rato de laboratório é aventura? – Lena perguntou franzindo o cenho. Natasha suspirou e sentou-se na cadeira de copiloto.

– Rato de laboratório? – Banner perguntou curioso.

– É uma longa história. – Lena se limitou a responder.

– Que quase todos conhecem. – um agente comentou. Lena franziu o cenho.

– Não me lembro de ser tão famosa. – Lena comentou.

– Mas é claro que é. Você foi aprendiz da Viúva Negra e sobreviveu. Teve uns efeitos colaterais e escapou quase ilesa. Você é uma lenda. – outro concordou.

– Ah! Não exagera. – Lena resmungou. – Já disse que não sou como vocês. – ela falou dando uma rápida olhada pra Natasha que reprimiu os lábios.

– Espera, você não é agente? – Banner perguntou. O jato começou a decolar, Lena se segurou firme travando o cinto.

– Bom... é complicado. – ela respondeu. Banner concordou com um aceno. Estava claro que Lena não queria falar naquele assunto. Logo o Quinjet estava na altura das nuvens.

– Sabe, eu ainda não sei seu nome. – Banner comentou.

– Me chamo Helena. Helena Carter. – Lena se apresentou.

– É um prazer conhece-la. – ele cumprimentou.

– O prazer é meu doutor. – ela retribuiu num aceno.

– Posso perguntar uma coisa? – ele perguntou.

– Não acho que haja pergunta que o senhor faça que eu seja capaz de responder, diante de seu nível intelectual, mas pode. Claro. – Lena deu de ombros.

– Puxa saco! – Natasha xingou fazendo os agentes rirem.

– Você... não está com medo de mim? – Banner perguntou.

– Por que eu teria medo do senhor, doutor? – Lena perguntou.

– Medo do que eu posso fazer. – ele respondeu.

– A menos que esteja planejando fazer uma bomba nuclear, eu não vejo razão de ter medo do senhor. – Lena franziu o cenho.

– Por favor não seja cínica. Se você sabe sobre mim, sabe o que eu posso fazer. – ele retrucou em tom irritado.

– Todos temos um monstro dentro de nós, doutor. Basta saber como controlar. Não acho que o senhor seja perigoso. E não tenho medo de você. – Lena respondeu em tom firme e calmo. – Talvez deva controlar o seu medo.

– O que você sabe de meus medos? – ele perguntou.

– Dos seus, ainda nada. Mas eu sei, que nesse momento, só tem três coisas das quais eu estou com medo. Desse Quinjet cair, catástrofe global, e principalmente, da copiloto. – Lena respondeu fazendo os agentes rirem.

– É melhor ter mesmo. Você está no meu caderno, Carter. – Natasha falou.

– E você no meu, agente Romanoff. – Lena retrucou.

– Só por curiosidade, vocês são parentes? – Banner perguntou.

– Não. – Lena e Natasha responderam ao mesmo tempo.

– Por quê? – Lena perguntou.

– Nada. – ele negou com a cabeça olhando pra baixo. Lena deu de ombros.

– Elas não são parentes, mas passaram por muitas coisas, doutor. – um agente comentou.

– É. Elas tem muito em comum. Até pelas experiências com russos. – outro concordou, e eles riram baixo. Lena lhes lançou um olhar ameaçador. Eles olharam pra baixo.

– É. Uma das coisas que eu aprendi nas experiências pelas quais passei, é que na maior parte das vezes tenho que me virar sozinha, afinal, por mais que tentem, vocês não são tão capazes assim de me proteger. Quanto mais proteger o mundo, né? A prova, é o motivo de eu estar aqui. – ela falou com raiva. Se levantou e foi até Natasha. Os agentes ficaram sem graça, e Banner parecia surpreso.

– Os rapazes estão te importunando? – Natasha perguntou.

– Não. – Lena respondeu.

– Não minta pra mim. – Natasha retrucou desconfiada.

– Não estou chateada... eu só... quero ir pra casa. – Lena falou baixo. – Minha mãe não sabe que eu saí, e minha família está me esperando pro jantar. – Lena falou ainda baixo.

– Acho que seu jantar foi faz tempo. – Natasha riu. – A essa hora deve estar amanhecendo nos EUA.

– Droga. – Lena bufou.

– Relaxa. À essa altura, o Rogers já avisou sua família que você estaria aqui. – Natasha falou.

– Steve vai estar lá? – Lena ficou surpresa.

– Bom, Fury emitiu um chamado geral. Minha missão era buscar todos os qualificados. Isso é, o Banner... e você. – Natasha falou baixando o tom na última frase.

– Mentiu pra mim. – Lena concluiu aborrecida.

–Você não viria se eu dissesse que tem que vir porque o Fury chamou. Até porquê, você nem gosta dele. – Natasha deu de ombros. Lena suspirou.

– É. Você me conhece bem, Nat. – Lena comentou.

– Natasha. – Natasha corrigiu.

– Fiquei com preguiça de falar seu nome. – Lena deu de ombros reprimindo um bocejo. Natasha deu ar de riso.

– Dorme um pouco. Ainda vai demorar pra chegarmos. – Natasha aconselhou.

– Chegarmos? Onde? – Lena perguntou.

– Você vai ver. – Natasha se limitou a responder. – Vai lá. Vai dormir. – Natasha aconselhou.

– Tá. – Lena confirmou se afastando. Sentou-se no seu lugar ao lado de Banner que cochilava.

– Desculpe, agente Carter. Nós... – um agente falou.

– Fomos inconvenientes. –o outro completou.

– Tudo bem meninos. Não tem problema. – Lena balançou a cabeça. Eles concordaram e voltaram a conversar baixo. Lena deu uma rápida olhada pra Banner que dormia tranquilo. Ela se recostou em seu assento, e fechou os olhos tentando relaxar. Logo adormeceu.