Agentes escrita por Ana Cdween


Capítulo 4
Missão de Ultima hora


Notas iniciais do capítulo

Acabou de sair do forno :) e não esqueçam de comentar sobre a música como pedi no capitulo anterior



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618545/chapter/4

Jane

Me vesti para tomar um café e ir de uma vez trabalhar, não devia ter deixado nada daquilo acontecer, toda vez que saio do controle, abro a guarda com John, acontece alguma coisa errada. Abri a prateleira pra pegar as torradas e encontrei meu cookie favorito, John sempre comprava pra mim, pra me agradar e como ele sempre dizia “você sorri mais quando come seu doce favorito”. Não pude conter o sorriso, ele sempre pedia pra embalarem 6 unidades numa caixinha vermelha de bolinhas brancas, como se fosse um presente. No começo ele comprava e escrevia um bilhete e guardava dentro, eu ficava sempre surpresa mesmo que estivesse escrito a mesma frase “Você é a melhor parte do meu dia, te amo.”. Mas de uns tempos pra cá eu não recebi nenhum desses mimos dele, nada. Tinha 6 unidades, exatamente como sempre, mas dessa fez faltou o bilhete, talvez ele não estivesse tido tempo de escrever nada, resolvi guardar a caixa no armário, exatamente onde peguei, talvez ele ainda escrevesse para mim. Peguei uma fruta na geladeira e sai para trabalhar.

Quando cheguei ao escritório todas me olhavam.

–-Tão me olhando assim porque me atrasei?

–-Jane tá tudo bem, só está muito bonita hoje.

–-Obrigada Carolyn, mas me atrasei hoje porque John se machucou, tive de socorrê-lo.

–-O que foi que houve com o maridão? Cindy perguntou e sorriu.

–-Acidente doméstico, mas ele está bem. Eu acho! Vamos nos concentrar na missão.

Jas me olhava do canto, mantinha os braços cruzados, me analisava da cabeça aos pés.

–-Vamos pra sua sala, precisamos conversar.

Jas foi indo e a acompanhei, mas antes de entrar na sala olhei para as meninas, estavam todas olhando para mim com caras engraçadas, como se eu fosse ser morta ou coisa assim. Fiz um sinal de corte no pescoço, sorri e entrei fechando a porta.

–-Pode me contar o que foi que houve?

–-Jas eu já disse, acidente doméstico com John.

–-Você não me engana Jane, chegou atrasada, está toda bagunçada, sem maquiagem, cabelo solto, você nunca usa o cabelo solto, e você está sorrindo demais hoje.

–-O que tem demais nisso? Tava atrasada, não tive tempo de me arrumar, sai o mais rápido que pude.

–-Está mentindo Jane.

–-Jas, acho que quebrei o nariz do John.

–-Minha nossa, foi tão selvagem assim?

–-Está escrito na minha testa que fiz sexo com meu marido?

–-Você fica bem humorada demais, distribui sorrisos, fica radiante.

–-Porque isso te incomoda tanto?

–-Porque você perde o foco Jane, e não é interessante pra agencia.

–-Eu preciso de sexo Jas.

–-O problema não ta no sexo, o problema é o John. Quando não existia o John, você fazia sexo e não se distraia assim.

–-Fazia sexo com quem Jas? Além do mais, não estou distraída, qual o problema em sorrir?

–-To falando do Charlie, vocês tinham uma ótima relação, devia ter ficado com ele, e não são os sorrisos, você está muito atrasada, Jane.

–-John se machucou de verdade, não estou mentindo.

–-O que houve?

–-Ele me grudou no banheiro, não queria me deixar vir pra cá, bati com a cabeça no nariz dele, mas não medi a força, acho que o machuquei.

–-Ele merece, tomara que perca o nariz.

–-Jas para com isso, mesmo que ele ficasse sem o nariz, daria pra ele de qualquer jeito, Charlie é um cara legal, mas no sexo John ganha de 10 a 0. Eu adorava provoca-la, ela ficava louca.

–-Me poupe Jane.

–-Ah Jas qual é, você é minha amiga e acho que está precisando de sexo, vou pedir pro John ligar para o Edd mais tarde.

–-Eu mato você.

Eu gargalhei e sai da sala.

John

Eu consegui fazer meu nariz parar de sangrar, mas minha boca teve perda total, quando ela deu a cabeçada acertou em cheio meus dentes que cortaram toda a pele dos meus lábios.

Coloquei uma roupa e desci para tomar um café, eu até tentei comer, mas não consegui, doía muito minha boca. Me lembrei dos cookies que daria a ela, mas senti tanto ódio que dei um fim na caixa com os doces. Peguei algumas armas no porão, algum dinheiro para o poker de hoje à noite e fui para o trabalho me preparando pra chuva de perguntas do Edd.

Quando eu cheguei Edd veio até mim, puxando papo, eu tampei a boca para que ele não visse o roxo e entrei logo na minha sala, peguei uma cerveja no frigobar e cai deitado na poltrona, coloquei a garrafa na boca e segurei até que amortecesse, fiquei planejando como mataria Jane essa noite em casa, talvez eu desse veneno, mas seria desleal, ou a sufocaria com o travesseiro, mas eu não daria chance pra que ela se defendesse, talvez eu devesse dar uma arma pra ela e lutarmos até a morte, mas se ela tirasse a roupa, provavelmente eu desistiria de mata-la, resumi que teria de ir pra casa e ficar na minha, dessa vez eu deixaria que ela desse o primeiro passo, que ela pedisse desculpas e que ela insistisse em fazer as pazes. Isso John, mantenha o controle cara, ela é gostosa e mandona, mas você precisa dominar dessa vez!

Jane

–-Meninas eu quero as baixas de ontem e todas as ocorrências da missão.

–-Está tudo no relatório impresso na sua mesa, Jane.

–-Como vocês são eficientes meninas, me da orgulho essa equipe. Bom, vou pra minha sala, qualquer novidade me chamem.

Eu entrei e tranquei a porta, precisava ligar pro John e saber se estava tudo bem.

Tocou até cair na caixa de mensagem.

–-Oi você ligou para John Smith, não posso atender agora. Deixe uma mensagem e retorno assim que possível.

–-Querido, como você está? Sai preocupada. Me desculpe, não queria te machucar, me retorna o quanto antes, por favor?

Desliguei.

John

Não seria tão fácil assim, eu não atenderia de primeira, porque sei como é, e sempre é a mesma coisa, ela liga, pede desculpas e acha que está tudo bem.

Ia deixar ela sentir culpa um pouquinho, ver ela chegar mansinha em casa, dar um gelo nela, ela vai me fazer um carinho, ai vou cedendo aos poucos.

Jane

Tentei focar no trabalho, mas tudo era mais interessante que aquela papelada inútil, eu sabia que tinha tido 100% de aproveitamento e êxito na missão, sabia que não havia chance de testemunhas, sabia que todos os “marcados’ tinham sido liquidados, eu não conseguia me concentrar, será que eu tinha quebrado o nariz de John?

Liguei novamente e ele não atendeu, mas não deixei mensagem desta vez.

Voltei-me as anotações da missão:

____________________________________________

RESULTADO FINAL - BAIXAS

2 Seguranças ainda não identificados

1 Vendedor Mark Finger

1 Traficante Pablo Medea (ALVO)

NIVEL DE SUCESSO

Jane Smith 100%

Cindy Max 100%

OBS: -------------------------------------------------

____________________________________________

Parabéns para mim, mais um 100% para o curriculum.

John

Não tive saída a não ser ir falar com Edd sobre algumas coisas pendentes e é claro que tive de explicar sobre o que houve com minha boca e meu nariz. Ele gargalhou como nunca e eu o ignorei.

–-Edd vou sair numa missão de última hora, se a Jane ligar você fala pra ela o que você quiser, ou melhor, fala pra ela que fui fazer uma medição na obra do outro lado da cidade.

–-Já que to quebrando essa pra você, vou falar o que eu quiser.

Jane

Já se aproximava do almoço e nada de John ter me retornado, estava preocupada então dei o braço a torcer e liguei para o Edd.

–-Fala Jane.

–-Edd, tudo bem? Tem noticias do John? Ele está meio bravo comigo, já deve saber do acidente doméstico.

–-Ele tá bem, só tá com o nariz inchado e com a boca roxa. Foi uma bela cabeçada Jane, parabéns!

–-Edd foi um acidente, não tinha a intenção de machuca-lo.

–-Eu disse pra ele desencanar, porque você poderia ter sido bem mais cruel e acertado o saco dele, mas ele não me deu ouvidos, ta enfiado no escritório e não atende ao celular.

–-Já disse que foi um acidente.

–-To tirando com a sua cara, fica tranquila, já já ele para com a graça e te atende.

–-Edd só me mantem informada, por favor? To preocupada de verdade.

–-Relaxa, ele deve ta vendo uns pornôs de loiras gostosas e aproveitando o momento sozinho, sabe como é!

–-Ah certo Edd, bom pra ele. Eu vou desligar, obrigada.

Edd me irritava, mas ele era a fonte mais confiável de John, ele fazia piadas e me enchia o saco, mas sempre era honesto, John devia estar mesmo trancado no escritório, quantos aos pornôs de loiras gostosas, eu prefiro não pensar.

Liguei pra ele mais uma vez e deixei outra mensagem.

–-Amor vou sair para almoçar, quer comer comigo? Me liga, tá?

Mas eu comi com as meninas na cozinha da iTemp, com todas elas conversando muito e aquilo estava me irritando muito, eu estava preocupada com meu marido e tudo que eu queria era ir pra casa vê-lo.

–-Jane o que vai fazer sábado à noite? Teremos uma festinha em casa, está convidada, pode levar o John.

–-Na verdade ainda não sei Carolyn, John me disse algo sobre viajar, mas não entrou em detalhes.

–-Humnmn viagem romântica!

–-Não é nada disso, é a trabalho, ele vai entregar um projeto no Brasil, iriamos amanhã e voltaríamos na quarta.

–-Que chique, país tropical, sempre quis ir pra lá.

–-Ah eu nunca fiz questão, gosto do clima frio apesar de passar alguns perrengues para dormir.

–-Nada melhor que um vinhozinho, uma lareira e o maridão. Cindy completou.

–-Preferimos o frio mesmo.

–-John deve preferir o frio mesmo, porque dai ele tem uma desculpa pra “D.E.” dele! Jas gargalhou cinicamente.

–-Do que está falando, Jas?

–-Ah Jane, qual é!

–-Olha meninas, o frio tem nos ajudado a reaquecer o casamento, se é que me entendem.

Todas elas riram, menos Jas, é claro, ela insiste em falar que John tem uma disfunção erétil, só pra me irritar e causar risadas nas meninas quando John aparece no escritório, mas ele nunca teve esse tipo de problema, sempre deu conta do recado e muito bem.

Meu telefone começou a tocar e olhei desesperada na tela para ver se era John. Larguei as meninas e corri para longe para atender.

–-Oi amor, me desculpa, eu não queria machu...

–-É o Edd, encontrei o celular do John no banheiro, acho que ele perdeu o celular aqui.

–-Onde é que ele está?

–-Ele saiu pra uma missão de última hora.

–-Missão? Do que tá falando?

–-Medição Jane, eu disse medição. A ligação tá cortando um pouco.

–-Tá bom Edd, eu vou...

–-Jane, vou falar uma coisa que não é da minha conta, John é meu amigo, nunca quis que ele se casasse porque eu quero o bem dele, mas já que ele escolheu você para isso, então faça direito, vai pra casa mais cedo, fica com ele um pouco, ele tem reclamado da sua ausência.

–-Eu sei Edd, vou fazer isso. Obrigada por tudo.

–-Tchau.

Por mais que eu odiasse o Edd em alguns momentos, eu sabia que ele tinha razão, eu estava ausente, mas ele também não me ajudava muito nessa questão, não parecia fazer questão da minha presença. Estava sempre trancado na garagem mexendo no carro, arrumava sempre algo para fazer ao invés de ver tv comigo na sala, acorda sempre mais cedo pra não trombar comigo no banho ou no closet, esses tipos de coisa vem nos afastando, dia após dia.

Entrei em minha sala meio transtornada, não esperava ouvir aquelas coisas do Edd, acho que fiquei daquele jeito porque eu sabia que ele tinha razão.

Me sentei na cadeira de frente para uma grande janela atrás da minha mesa, mantinha meus olhos naquela imensidão, eu olhava os prédios altos a minha frente, a rua lá embaixo, tão pequenininha, e por um momento tentei criar uma cena na minha mente, tentei excluir John de várias ações e momentos, comecei pela início da manhã e fui indo, avançando pelo dia, primeiro do momento que eu acordo, a cama está vazia e estou sozinha, mas quando pisquei, John apareceu bem na minha frente, ele dormia, estava sem camisa e seu tórax brilhava pela luz que entrava pela janela do nosso quarto.

Depois foi no café, criei uma visão de mim descendo as escadas e preparando o café, de novo sozinha, me desconcentrei e coloquei duas xícaras na bancada. NÃO JANE! Uma xícara, só para você, falei para o meu subconsciente. Aquela moça que era igual a mim, mas na verdade era eu, na visão guardou uma xícara. Eu pude ver seus olhos, estavam frios e com alma dolorida.

–-Jane, você está bem? Minha visão foi interrompida por uma voz no fundo, familiar e que por algum motivo me tirou a tranquilidade.

Comecei a tremer de repente, tentei me virar para Jas, mas meu corpo parecia estar preso à cadeira. Me deu um nó na garganta e quando olhei, Jas já estava sentada ao meu lado, desabei, era uma sensação de vômito e choro querendo sair ao mesmo tempo.

–-Jane fala comig... Não consegui terminar de ouvir o que Jas me falou porque eu corri para o banheiro e vomitei muito, eu passava muito mal mesmo, me agarrei ao vaso sanitário sentada no chão, Jas correu até mim segurando minha cabeça.

–-Jane você vai para o ambulatório agora. Cyndy, Carolyn, corram aqui.

As duas chegaram rápido e me viram daquele jeito, elas pareciam se preocupar e praticamente me carregaram até o pequeno ambulatório que tínhamos no escritório. Fui tratada pelo saudoso Charlie, um cara de 30 e poucos anos pelo qual eu já tinha me relacionado, ele era moreno dos olhos mais negros que eu conhecia. Era atraente e vivia me dando indiretas, se eu não fosse casada, com certeza estaria saindo com ele ainda. Mas eu evitava ir até o ambulatório, era desagradável o olhar dele me comendo o tempo todo. Eu odiava me machucar em missões e acabar na sala dele. Felizmente, eu raramente me machucava, o que me dava uma vantagem sobre a tentação das investidas dele.

Ele checou minha pressão, me furou pra teste de açúcar no sangue, olhou os batimentos cardíacos e estava tudo certo, mas eu continuava branca e com a boca roxa. Ele começou a falar e confesso que eu sentia um desconforto até em ouvir enquanto eles conversavam.

–-É melhor que ela vá pra casa, deve ter sido um mal estar por algo que ela comeu, no mais ela está bem.

–-Vou ligar para o John. Disse Cindy pegando o telefone.

–-Não precisa, eu posso levá-la para casa, as meninas já chegaram da missão em campo e estão todas bem, não vão precisar mais que ela.

–-Acho uma ótima ideia. Jas o apoiou.

–-Não Jas, eu vou ligar para o marido dela. Insistiu Cindy.

Ela era uma boa menina, e há alguns dias contei que John não ia muito com a cara do Charlie e disse também que evitava a proximidade com ele para evitar brigas em casa.

–-Qual é Cindy? Ele pode levar a Jane, não tá fazendo nada mesmo.

–-O celular dele já está tocando... --Oi John aqui é a Cindy, colega de trabalho da Jane...

–-Oi Cindy, o John saiu, não levou o celular, o que foi que houve?

–-Jane teve um mal estar, ela não está muito bem, queríamos que ele viesse buscá-la.

–-Eu posso tentar entrar em contato com o local onde ele tá, eu posso te retornar?

–-Por favor, é melhor ela ir para casa o quanto antes.

–-Ela está bem?

–-Só teve um mal estar, vai ficar bem.

–-Certo, até.

–-Não foi o John quem atendeu?

–-Não Jas, foi um tal de Edd.

–-Ah, foi ele! Meu Deus. O que ele disse?

–-Que John estava sem o celular, mas que ia tentar encontrá-lo e tal.

–-Ele vai retornar?

–-Vai sim.

Todos ficaram a minha volta, Charlie segurava meu pulso sentindo minha pulsação. Não me deixaram dormir, fiquei olhando para o teto, eu me sentia bem, queria me levantar, mas Charlie me impediu.

Foram 40 longos minutos até John entrar pela porta do ambulatório e pular em mim. Tocou meu rosto, como sempre ele estava quente e senti minha pele queimar, seus olhos estavam bem abertos, como se ele estivesse assustado ou com medo, como na noite passada.

–-Vou te levar para casa. Ele chegou mais perto me apertando.

–-John, pode deixá-la respirar?

–-Sai de perto dela cara, é minha mulher e sei muito bem como tratá-la.

–-Que isso John? Só quero ajudar você.

–-Me ajuda dando o fora daqui.

John se virou pra mim novamente.

–-Vou te pegar no colo Jane, vamos já para casa.

–-Eu consigo andar.

–-Não. Ele me tomou nos braços e foi andando em direção à saída, eu envolvi meus braços em seu pescoço, eu podia sentir seu cheiro gostoso exalando.

Cindy desceu junto levando meu casaco e minha bolsa.

Ele me colocou no banco da frente, prendeu o cinto e colocou o casaco em cima para eu não sentir frio.

Ligou o carro e dirigiu devagar até nossa casa. Ele parecia calmo, mantinha os olhos no trânsito, raramente olhou para mim, mas quando olhou, eu senti um tom de ódio nele e notei a boca machucada e o nariz um pouco inchado.

–-Querido me desculpe por isso.

–-Não quero falar sobre isso.

–-Não quero que fique brigado comigo.

–-Eu estou bem, então relaxa ai.

–-John eu não...

–-Da pra calar a boca?

Meus olhos saltaram, eu não esperava essa reação dele quando eu tentasse me desculpar. Baixei a cabeça e fechei os olhos, meu estomago rodava.

–-Eu falei para você ficar em casa, descansar.

–-Você tinha razão.

John

Sai do escritório antes do almoço, queria evitar ao máximo contato com todos na agencia, não tava a fim de ver a cara de todos me olhando como se eu tivesse levado uma surra só pelo fato de estar com a boca roxa e o nariz inchado, mas quando acabei de chegar ao local onde eu mandaria ver, uma colega da Jane me ligou dizendo que ela tinha passado mal.

Eu sai correndo feito um louco, devo ter avançado um ou dois sinais vermelhos e posso apostar que excedi alguns limites de velocidade do centro. Quando eu cheguei, ainda tive de esperar que aquela vadia da Jas liberasse pra eu subir.

Eu entrei, o lugar era frio e organizado, como sempre, todas as meninas continuavam a trabalhar em suas mesas, mas pude sentir o olhar de todas elas sobre mim. A tal da Cindy me levou até onde Jane estava. Fiquei furioso quando a vi deitada e aquele babaca do Charlie segurava seu pulso, mas eu tive de me conter e me segurei para não enchê-lo de pancadas. Ela parecia frágil e queria tirá-la logo daquele lugar frio, então tratei logo em afastá-lo dela e a tomei nos braços.

A coloquei no carro e dei a partida, sai igual um doido, queria aquecê-la, então liguei o ar quente do carro no máximo.

Ela tentou se desculpar pela cabeçada que me deu no nariz hoje mais cedo, mas eu não estava afim de papo, e quando ela insistiu, acabei sendo grosso além da conta. Confesso que não tinha necessidade, mas serviu muito bem para ela ficar quieta até chegarmos em casa. Eu a peguei no colo de novo e a levei para o quarto a colocando na cama.

–-Quero tomar um banho amor.

–-Eu já venho, não tenta se levantar nem nada, fica aqui.

Ela olhou dentro dos meus olhos, eu sabia que não tentaria nada porque ela sabia que não estava bem.

Eu fui até o banheiro e pensei nas possibilidades, banheira ou ducha.

–-Jane, banheira ou ducha?

–-Ducha é mais rápido.

Achei que ela fosse optar pela banheira, afinal, ela sempre preferia a água quente e o conforto da banheira.

Eu fechei as janelas e liguei a ducha, deixei o vapor aquecer o banheiro enquanto tirava minha roupa e a roupa dela.

–-Vem, segura meu pescoço.

–-Eu consigo tomar banho sozinha.

–-Não Jane, prefiro não correr riscos.

Ela colocou um braço no meu pescoço e eu a puxei para o meu colo, senti que seu corpo e sua pele estava muito gelada.

–-Você está muito gelada, Jane.

–-Estou com frio, amor.

Entramos no box juntos, eu a coloquei no chão e ela me abraçou forte enquanto a água caia em nossos corpos. A encostei na parede, peguei o sabonete líquido dela e despejei nas mãos. Comecei pelo pescoço, ela estava tensa e quando a apertei, ela até gemeu de dor. Desci para os ombros, braços e suas costas, seu corpo estava menos rígido e ela parecia mole, como se fosse se desfazer.

–-Toma o sabonete Jane, pode terminar sozinha agora, só vou te segurar porque to com medo de você cair.

Ela estendeu as mãos e eu despejei o sabonete nas mãos dela, ela me olhava fixamente, e seu corpo era trêmulo. Enquanto ela se lavava tentei evitar olhar para não ficar excitado, era muito sexy até doente.

Me lavei enquanto ela se segurava na parede, fui muito rápido antes que ela se estabacasse no chão. Quando me enxaguei, ela se agarrou a mim de novo, ficou por alguns minutos abraçada a mim embaixo da água quente da ducha. Eu queria abraçá-la de volta, queria sentir sua pele e lhe dar alguns beijos, mas estava bravo demais para isso.

–-Vamos sair Jane.

–-Só mais um pouquinho.

–-Não. Eu desliguei a ducha e abri o box pegando a toalha.

–-Poxa amor, estava tão quentinho.

Eu não respondi, apenas a ajudei a se secar e a vestir o roupão.

–-Hospital?

–-Não John, não precisa, foi só uma intoxicação alimentar ou coisa assim.

–-Jane, você passou mal ontem e hoje.

–-Querido, Charlie disse que estou bem, que só preciso descansar.

–-Eu não quero saber o que aquele babaca disse, eu vou te levar para o hospital e pronto.

–-John, por favor eu não...

–-Escolhe uma roupa, eu vou me vestir e nós já vamos.

Ela se vestiu bufando, ir para o médico nunca foi algo fácil, ela sempre arruma uma desculpa, mas hoje não.

Nós descemos as escadas juntos, com ela grudada em mim, ela se fazia de forte, mas se sentia fraca também, por isso não arriscou uma graça de descer sozinha e acabar descendo a escada rolando.

Peguei uma maçã pra ela na geladeira e entramos no carro. Ela foi o caminho todo em silêncio, eu liguei o som do carro e me concentrei na música.

Jane

E ele me carregou até em casa, depois para o quarto. E como sempre, ele não sabia o que fazer, ducha ou banheira?

Eu podia tomar um banho delicioso sentada no colo dele na banheira, ganhar uns amassos, mas claro, me lembrei que ele está bravo comigo e que provavelmente se sentaria do lado de fora da banheira e ficaria apenas observando se eu não ia passar mais mal, então achei melhor uma ducha, porque ele não teria saída a não ser entrar comigo no box, e faria isso pelado e gostoso.

Ele veio até mim de roupão aberto, eu pude ver aquele peito musculoso, o abdome chapado e todo o resto mais abaixo pelo que me fizera se apaixonar por ele. Ajudou a me despir, era engraçado ele tirando minha roupa daquela forma, sem o olhar pidonho no meu corpo, ou a boca salivando por um beijo. Ele estava bravo demais para sentir tesão na situação, mas eu quase não pude esconder o arrepio quando ele abriu meu sutien e um gemido no meu interior quando ele desceu minha calcinha, era sexy e eu queria mais, mas não seria dessa vez.

Quando entramos na ducha eu o abracei, estava com frio e sentia o corpo dele quente e irresistível. A água começou a cair sobre nós e eu o agarrei mais forte, porque sabia que quando a água caísse ele me afastaria para que nos lavássemos. Dito e feito, ele me encostou na parede e lavou minhas costas, massageou meu pescoço e meus braços, eu amoleci quando ele apertou minha nuca e senti sua respiração perto da minha orelha. Eu estava excitada e estava quase pulando de pernas abertas em cima dele, se ele continuasse a me massagear ou fosse pra alguma outra parte do meu corpo acho que eu não aguentaria, e para o meu desespero, ele segurou forte meu quadril e me puxou um pouco para trás, me encoxando, eu pude senti-lo por alguns segundos até ele me virar e quebrar o clima.

Ele me ofereceu o sabonete líquido para que eu mesma terminasse, eu ainda estava meio anestesiada pelas mãos fortes dele na minha nuca, então apenas fiz o que ele mandou sem reclamar, mas na verdade queria que lavasse cada pedacinho do meu corpo, massageando com aquelas mãos fortes e que me levavam a loucura.

Eu me abracei a ele mais uma vez, mas ele não respondeu ao abraço, falou que íamos sair. Eu até insisti para que ficássemos mais um pouco, mas ele não quis saber, apenas desligou a ducha, me afastou do corpo dele e pegou a toalha.

Eu fiquei um pouco chateada porque eu queria ficar ali com ele mais um tempo, eu estava meio carente hoje, acho que queria me redimir por tê-lo machucado.

Travamos uma pequena discussão porque eu não queria ir para o hospital, mas John tinha razão, se fosse uma intoxicação alimentar teria de me tratar. Eu terminei de me vestir e descemos a escada juntos, fiquei com medo de ir sozinha porque não estava sentido as pernas muito firmes. Ele pegou uma maçã pra mim na geladeira e fomos para o hospital.

Eu fiquei quieta porque já tinha percebido que ele não queria muito papo comigo, ele ligou a música e se concentrou nela, cantando algumas partes. Olhava para mim toda hora como se checasse se eu ainda estava viva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Xo Jolies



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Agentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.