Escudo do Tempo escrita por Poly


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que gostem desse capítulo!



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Uma semana inteira havia se passado e a vida se assemelhava a um sonho.

Sophie cantarolava e espalhava a cobertura em um bolo de chocolate que havia tirado do forno a pouco tempo enquanto seu novo amigo lia um livro sobre geopolítica atual, ou ao menos fingia ler, já que seus ouvidos o traiam, fazendo prestar mais atenção no doce som do cantarolar da francesa invés das informações do livro.

–O cheiro está muito bom.- Ele desistiu do livro e apoiou seu rosto em suas mãos e sorriu para a dona da cantarolação.

–Sem querer ser convencida, está mesmo. Eu costumava fazer esse bolo para o meu pai, ele amava, mesmo que não gostasse que eu cozinhasse.

–Sua comida era tão ruim assim, Sophie?- Ele perguntou com um sorriso travesso nos lábios.

–Claro que não! Ele não queria que eu apenas me acomodasse e acabasse dependendo de um homem qualquer.

–Como assim?

–Meu pai me criou para ser uma mulher independente e poderosa, e não para ser uma dama da sociedade com um bom marido.

–Então você era uma mulher em frente ao seu tempo.

–Posso dizer que sim. E isso me lembra algo que eu andava querendo conversar com você.- Ela respirou fundo e serviu uma grande fatia do bolo ao amigo.

–Você está pretendendo me hipnotizar com sua comida?- Ele soltou uma risada leve.- Boa tentativa, mas acho que isso não é possível.

–Claro que não, Steve! E você realmente não sabe o poder de uma boa comida, não é?- Ela observou o herói degustar a primeira garfada do bolo e fechar os olhos com aquela explosão de sabor, fazendo-a rir.- Bom, agora você sabe.

–Isso é maravilhoso!- Ele disse com a boca ainda cheia, ganhando um olhar repreendedor da jovem.

–Vou ignorar sua falta de modos.- Ela disse ao vê-lo se lambuzar feito uma criança.- Falando sério agora, Steve. Eu preciso achar um emprego, me mudar e dar algum jeito de seguir a minha vida.

–Não faria isso se fosse você.- Ele deixou o bolo de lado, chateado, e desviou toda a sua atenção à amiga.- Mesmo que você não tenha me contado nada sobre o seu tempo em cativeiro, eu sei que foi a HYDRA que a aprisionou, e sei também que eles não te deixariam em paz. Se você não fosse útil para eles, estaria morta.

–Eu sei disso, mas não posso mais ficar aqui, Steve. Você deve precisar que sua vida volte logo ao normal.

–Eu não quero que a minha vida volte a ser apenas normal, entende?- Ele disse ao se aproximar e segurar a jovem pelos ombros, fazendo com que ela o olhasse nos seus olhos.

–Não confunda as coisas, Steve.- Ela disse assustada com a aproximação extrema do amigo, já que o acúmulo de alguns fatos a fizeram gelar e odiar intimidades.

–Desculpe.- Ele soltou seus braços, deixando com que caíssem ao lado de seu corpo e adotou uma postura desanimada de ombros baixos.- Eu só quero te proteger, Sophie, é isso que eu faço para viver, então nunca me perdoaria se te deixasse ir e algo acontecesse com você. Não estou te aprisionando, você é livre pra fazer o que quiser, mas saiba, que para aonde você for, vou te seguir.- Ele disse e correu para atender o telefone que tocava na sala, deixando a jovem pensativa na cozinha.

Em outro país, Natasha ligava para o seu bom amigo atrás de ajuda, a ligação estava horrível e Steve mal conseguia entender o que sua amiga dizia, apenas soube que deveria correr até uma linha segura para receber novas informações.

–Preciso sair por um tempo, você vai ficar bem sem mim, Sophie?

–É claro que sim.- Ela disse com um sorriso fraco.

–Se não fosse algo muito importante, não iria, mas uma amiga precisa de ajuda.- Ele anotou alguns números em um pedaço de papel e colocou na mão da jovem.- Se eu demorar demais para voltar e não conseguir falar comigo ou se qualquer coisa acontecer, ligue para um desses números.

–Tudo bem, Steve. E não se preocupe com isso, nada vai acontecer.

Depois de uma troca de sorrisos e depois do herói pegar uma mochila que deixava sempre pronta para emergências, ele se atreveu ao dar um abraço apertado e um beijo na testa de Sophie, logo depois saindo e deixando um sonoro "cuide-se" pairando no ar.

Sophie apenas jogou a louça suja na pia e correu para o quarto para escolher alguma roupa, já que pretendia desvendar aquela cidade imensa sozinha.

Minutos depois com um vestido delicado, um cardigã e sapatilhas pretas que Natasha havia emprestado, ela deixou o prédio do seu amigo sem nenhum rumo como objetivo.

Ela sabia que deveria ter ficado em casa e que seu amigo ficaria extremamente preocupado se voltasse para casa e não a encontrasse lá, mas ela precisava respirar um pouco de ar puro - não que o ar de Nova York fosse puro - porém não ser mais uma prisioneira e não poder ir e vir por onde bem entendia não fazia sentido para ela. Então ela estava realmente feliz com sua fuga daquele minúsculo apartamento organizado.

Depois de muito andar, a jovem chegou ao centro financeiro do Brooklyn e se sentou na escadaria de um grande prédio e observou a enorme movimentação daquela avenida. Ela viu garotos, ao lado das suas bicicletas que estavam largadas na calçada, mexerem em caixinhas mágicas, que Steve havia dito que se chamavam celulares, viu homens apressados, mulheres correndo atrás de crianças, e um grupo de adolescentes que soltava gargalhadas escandalosas. Ela sorriu ao perceber que o mundo havia mudado, porém a essência humana ainda estava ali.

Sophie suspirou ao levantar da escada para retomar sua caminhada, porém depois de apenas alguns passos o som de uma explosão a assustou e logo a lançou violentamente no chão. Sua cabeça doía e um zumbido tomava conta do seu ouvido. Ao tentar se levantar, e logo depois cair novamente, sentiu braços fortes a puxarem para um beco escuro.

–O que vocês pensa que está fazendo?- O dono do braço de metal perguntou irritado.

–Barnes, você está me seguindo?- A voz da jovem saiu fraca ao ser prensada na parede pelo velho colega.

–Eu já avisei para não me chamar assim! E é claro que estou te seguindo, você não consegue dar alguns passos sozinhas sem ser quase morta.

–Eu sei me defender, Soldado.- Ela disse tentando se soltar dos braços do homem.- Não me siga mais, eu estou bem.

–Você realmente está achando que vou te deixar ir?- Ele apertou mais os braços magros e frágeis da jovem, fazendo os olhos da moça denunciarem o susto, logo a soltando e se arrependendo pelo flash de violência.- Desculpe, estou tentando melhorar isso ainda. Quero ser bom, mas isso não quer dizer que não vou traze-la comigo.- Ele disse, mais suavemente dessa vez, e a jogando sobre seu ombro enquanto a jovem se debatia e o xingava.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado! E comentem, críticas, sugestões e elogios são sempre bem vindos!