A filha de Além Mar escrita por Daily Poison


Capítulo 7
Capítulo 6 - A profecia


Notas iniciais do capítulo

Gente me desculpem, sei que demorei horrores pra postar, mas tive algumas complicações pelo meio do caminho, mas agora voltei com mais um capítulo novinho, e muitos viram depois desse.
Espero que vocês gostem e divirtam-se lendo.

Obs: Temos uma novidade! Agora os capítulos tem capa! ;)



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A brisa gélida da manhã balançava os cabelos loiros de Pedro enquanto ele se preparava para partir a procura da garota misteriosa que aparecia em seus sonhos. Não se passava das cinco horas da manhã, o sol dava seu primeiro sinal de vida no horizonte distante e poucos narnianos do castelo haviam acordado. Era o cenário e momento perfeito para sair às escondidas.

Na noite passada, os quatro reis tiveram uma visita surpresa e totalmente indesejada da Feiticeira Negra, e quando Pedro anunciou que iria a procura de uma pessoa que talvez nem existisse para ajudar a salvar Nárnia da ameaça iminente, todos o repreenderam, acharam que era loucura:

“-Você não pode fazer isso, não tem fundamentos, talvez isso seja só sua imaginação Pedro! - disse Susana com raiva enquanto os quatro reis e seus conselheiros entravam numa das inúmeras salas do castelo. –Pense melhor, fique e encontraremos uma solução sensata. -

–Ela tem razão Pedro, não é a melhor coisa a se fazer agora! - diz Edmundo a se aproximar do irmão e delicadamente por a mão em um dos seus ombros. - Uma feiticeira nos ameaçou, devemos juntar nossas tropas e nos preparar para a batalha, pois acredite aquela mulher não ta de brincadeira. -

–Eu sei, mas entendam... Não sei o porquê, mas preciso ir atrás dela, sinto que é a nossa única chance!- disse o Grande rei confiante.

–E vai deixar Nárnia desprotegida? Essa é sua ideia brilhante?- continuou Susana, deixando-o sem palavras. A discussão havia acabado. Aquele argumento foi capaz de fazer Pedro mudar de ideia e ficar em Cair Paravel... Ou foi o que todos acharam.”

O Grande Rei estava num dos muitos estábulos do castelo terminando de arrumar seu cavalo com os suprimentos que iria precisar na viagem, comida, água e armas, quando ouviu passos vindos de fora. Ele até tentou se esconder, mas já era tarde. Havia sido pego no flagra.

–O que você está fazendo aqui Ed?- perguntou Pedro ao irmão mais novo, que acabará de entrar no local vindo em direção a ele.

–A pergunta correta é: O que você está fazendo aqui Pedro?- rebateu Edmundo com um sorriso brincalhão no rosto, dando ênfase a palavra você.

–Nada... Só queria cavalgar um pouco... Clarear um pouco as ideias... - gaguejou Pedro tentando se explicar.

–Não me venha com essa Pedro. Você pode ter enganado a todo mundo naquela sala, menos a mim!- disse Ed ainda com um sorriso no rosto, deixando Pedro envergonhado de ter mentido para o irmão. –Eu sabia o que você ia fazer, e quero deixar bem claro que não concordo com isso, é uma péssima ideia... Mas cá entre nós... - continuou ele, agora fazendo um pequeno suspense. –Sempre soube que você era meio louco mesmo! - e caiu na gargalhada. –Mesmo assim, eu confio em você. Se acha que isso é o certo a fazer, faça... Mas não demore, sinto que iremos precisar de toda ajuda possível. -

–Não vou demorar, e obrigado Ed!- disse Pedro ao dar um abraço apertado no irmão. Desde a Grande batalha, os dois haviam se aproximado de forma surpreendente, eram o melhor amigo um do outro. –Cuide das meninas pra mim!- continuou, e então subiu no seu cavalo, saindo rapidamente do estábulo. Não tinha tempo a perder. Logo aquele local iria ficar cheio de trabalhadores e ele não teria mais chance de sair sem ser visto.

–JÁ SABE AONDE COMEÇAR A PROCURAR?- perguntou Ed aos gritos enquanto via o irmão mais velho se afastando.

–ACHO QUE SIM!- respondeu Pedro também aos gritos, deixando Ed confuso e receoso, aquilo não tinha sido bem uma resposta, mas ele não queria dizer pra onde ia, ou então o seguiriam. Tinha de fazer isso sozinho. E então, depois de uma última olhada em Cair Paravel, partiu floresta à dentro na maior velocidade que seu cavalo conseguia aguentar. E seu destino? O Ermo do Lampião. Aonde tudo começou e o local onde tinha visto a garota misteriosa pela última vez.

No caminho, mil coisas se passaram pela mente de Pedro. A raiva que suas irmãs e conselheiros deviam estar pela irresponsabilidade, o medo de que algo acontecesse a eles enquanto estava fora, a garota misteriosa no qual tinha apostado todas as suas esperanças, e principalmente na Feiticeira Negra.

Ela não havia brincando quando disse que tudo se tornaria sombrio. As coisas continuavam normais, o sol e a lua ainda brilhavam, as árvores ainda estavam vivas, o céu ainda era azul e as águas continuavam puras. Mas havia algo de diferente, como se uma áurea negra estivesse envolta de tudo e de todos, impedindo que houvesse alegria ou vida. Nárnia estava doente, morrendo aos poucos. Aquilo acima de tudo trazia uma angustia enorme ao coração de Pedro. E foi assim que ele seguiu sua viagem.

Enquanto isso em Cair Paravel, as pessoas começaram a notar a falta do Grande Rei. O procuraram em toda parte, em todos os cantos do castelo e seus arredores, mas nada encontraram até que Edmundo chamou suas irmãs e os amigos mais próximos e se pronunciou.

–Ele partiu! Foi à procura da garota!- disse Ed em alto e bom som, fazendo vários ohs ecoarem pela sala de reuniões. E foi Susana a mais irritada:

–Como ele pode fazer isso? Fugir assim num momento delicado desse! O que iremos fazer? O que os narnianos iram pensar?- dizia ela ao descobrir da fuga de Pedro. –Como ele conseguiu escapar? Não entendo, pensei que você tivesse ido falar com ele hoje cedo Ed... O que houve? Ele já tinha partido?- continuou Susana, agora se voltando para Edmundo.

Ed por sua vez fechou a porta da sala onde estavam para que ficassem a sós e ninguém escutasse o que ele iria dizer e ao se sentar em uma das muitas cadeiras do lugar, disse: -Não Su, eu cheguei a tempo de conversar com ele, mesmo assim, o deixei partir, não tentei convencê-lo do contrário!- disse o rei justo com um sorriso no rosto.

–O QUE?- gritou Susana furiosa. –E você ainda rir depois de me contar isso?-

–Primeiro, se acalme! Escândalos é o que menos precisamos no momento. Segundo, eu confio em Pedro e você também deveria confiar já que também é seu irmão. - disse Ed decidido, fazendo com que Susana e todos os outros se acalmassem e o escutasse.

–Tudo bem, eu admito, é uma ideia absurda o que ele fez, mais veja onde estamos, nada aqui em Nárnia me surpreende mais. Talvez ele esteja certo e essa garota poderá nos ajudar e se não, quando ele voltar, por eu sei que ele vai, acharemos um jeito de deter a feiticeira. E terceiro, ele confiou em nós à tarefa de cuidar de Nárnia enquanto estava fora, e é isso que iremos fazer... em vez de ficar se lamentando e semeando raiva desnecessária. – concluiu Ed ao olhar pra Susana, que imediatamente ficou vermelha de vergonha.

Um pequeno momento de silêncio pairou na sala. Todos estavam confusos, tinham entendido que o Rei Pedro precisava fazer aquilo, mas não entendiam o porquê. Sr. Tumnus foi o primeiro a fazer a pergunta que todos tinham vergonha de fazer:

–Mas majestade, porque ele precisa tanto achar essa garota? O que ela tem de especial que irá nos ajudar!- perguntou o Fauno.

–Eu não sei meu amigo, na verdade sei poucas coisas sobre ela, apenas o que ele me falou. - respondeu Ed.

– E o que exatamente ele falou?- dessa vez quem perguntou foi Lúcia, que estava quieta todo esse tempo, mas curiosa como sempre.

–Só que ele tinha vindo tendo uns sonhos estranhos com ela, e que neles nós três sumíamos e deixávamos ele só, Cair Paravel era destruído e Nárnia tinha perdido a vida. – disse Ed, e antes que ele continuasse, Lúcia se deu conta de que isso tudo estava acontecendo, mas conteve-se e continuou a escutar.

–Então quando ele já tinha perdido as esperanças, essa tal garota aparecia pra ele e o dizia para ir procura-la, que ela iria ajuda-lo com o mal que estava pra chegar a Nárnia. Foi só isso que ele me contou!- concluiu Ed.

–Vocês não percebem? – disse Lúcia a olhar pros irmãos. –Pedro tinha razão. Isso tudo deve ser armação da Feiticeira, nós não sumimos como no sonho, mas o abandonamos, não acreditamos nele e nem o ajudamos... E Nárnia. Aquele feitiço está enfraquecendo nossa amada terra, e não me digam que vocês também não perceberam, porque sei que não estou ficando louca!- continuou Lúcia.

–A rainha Lúcia tem razão! O tempo chegou...- disse uma voz grave e forte vinda de perto da janela. Essa era de Orieus, o centauro e general do exercito de Aslan. Ele observava o céu como sempre fez e depois de um longo suspiro, se virou para os demais da sala e começou a falar:

–Existe uma profecia, dita pelo próprio Aslan quando Nárnia ainda estava em sua aurora. Poucos se lembram dela, mais nós centauros nunca nos esquecemos, já que estávamos lá e a vimos com nossos próprios olhos. - disse Orieus com um sorriso no rosto. Apenas a vaga lembrança daquele dia glorioso trazia uma enorme alegria para seu coração. –Poucos sabem, mas Aslan não estava sozinho quando criou Nárnia, uma garota especial o acompanhava. Astride é seu nome, a filha do Grande Imperador Além Mar!-

–Então a garota dos sonhos de Pedro é... – começou Susana, mas foi interrompida por Orieus.

–“Quando o fim do inverno chegar, um mal a essa terra irá atormentar.

Banhado pela dor e pela vingança trará tempos sombrios de tristeza e desesperança.

Mas quando tudo parecer perdido, uma chama ardente irá acender, banhada pelo amor e alegria, a vida a Nárnia irá devolver.

Uma batalha pelo trono irá acontecer, mais agora acordada, seu destino ao lado do filho de Adão, meu sangue irá resolver. ”- disse o centauro parando de vez em quando para respirar.

–Essa é a profecia da Senhora de Nárnia!- continuou o centauro. -Ainda quando Nárnia tinha poucas horas de vida, Aslan previu a chegada da Feiticeira Negra, assim como a da Feiticeira Branca, e pediu a ajuda de sua irmã para nos proteger quando ele não o pudesse fazer, do mesmo jeito que ocorreu com vossas majestades. - concluiu Orieus.

–Então aquele desgraçado estava certo!- disse Ed rindo. –Ela é nossa única chance!-


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Notas finais do capítulo

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