A filha de Além Mar escrita por Daily Poison
Notas iniciais do capítulo
Gente me desculpem, sei que demorei horrores pra postar, mas tive algumas complicações pelo meio do caminho, mas agora voltei com mais um capítulo novinho, e muitos viram depois desse.
Espero que vocês gostem e divirtam-se lendo.
Obs: Temos uma novidade! Agora os capítulos tem capa! ;)
A brisa gélida da manhã balançava os cabelos loiros de Pedro enquanto ele se preparava para partir a procura da garota misteriosa que aparecia em seus sonhos. Não se passava das cinco horas da manhã, o sol dava seu primeiro sinal de vida no horizonte distante e poucos narnianos do castelo haviam acordado. Era o cenário e momento perfeito para sair às escondidas.
Na noite passada, os quatro reis tiveram uma visita surpresa e totalmente indesejada da Feiticeira Negra, e quando Pedro anunciou que iria a procura de uma pessoa que talvez nem existisse para ajudar a salvar Nárnia da ameaça iminente, todos o repreenderam, acharam que era loucura:
“-Você não pode fazer isso, não tem fundamentos, talvez isso seja só sua imaginação Pedro! - disse Susana com raiva enquanto os quatro reis e seus conselheiros entravam numa das inúmeras salas do castelo. –Pense melhor, fique e encontraremos uma solução sensata. -
–Ela tem razão Pedro, não é a melhor coisa a se fazer agora! - diz Edmundo a se aproximar do irmão e delicadamente por a mão em um dos seus ombros. - Uma feiticeira nos ameaçou, devemos juntar nossas tropas e nos preparar para a batalha, pois acredite aquela mulher não ta de brincadeira. -
–Eu sei, mas entendam... Não sei o porquê, mas preciso ir atrás dela, sinto que é a nossa única chance!- disse o Grande rei confiante.
–E vai deixar Nárnia desprotegida? Essa é sua ideia brilhante?- continuou Susana, deixando-o sem palavras. A discussão havia acabado. Aquele argumento foi capaz de fazer Pedro mudar de ideia e ficar em Cair Paravel... Ou foi o que todos acharam.”
O Grande Rei estava num dos muitos estábulos do castelo terminando de arrumar seu cavalo com os suprimentos que iria precisar na viagem, comida, água e armas, quando ouviu passos vindos de fora. Ele até tentou se esconder, mas já era tarde. Havia sido pego no flagra.
–O que você está fazendo aqui Ed?- perguntou Pedro ao irmão mais novo, que acabará de entrar no local vindo em direção a ele.
–A pergunta correta é: O que você está fazendo aqui Pedro?- rebateu Edmundo com um sorriso brincalhão no rosto, dando ênfase a palavra você.
–Nada... Só queria cavalgar um pouco... Clarear um pouco as ideias... - gaguejou Pedro tentando se explicar.
–Não me venha com essa Pedro. Você pode ter enganado a todo mundo naquela sala, menos a mim!- disse Ed ainda com um sorriso no rosto, deixando Pedro envergonhado de ter mentido para o irmão. –Eu sabia o que você ia fazer, e quero deixar bem claro que não concordo com isso, é uma péssima ideia... Mas cá entre nós... - continuou ele, agora fazendo um pequeno suspense. –Sempre soube que você era meio louco mesmo! - e caiu na gargalhada. –Mesmo assim, eu confio em você. Se acha que isso é o certo a fazer, faça... Mas não demore, sinto que iremos precisar de toda ajuda possível. -
–Não vou demorar, e obrigado Ed!- disse Pedro ao dar um abraço apertado no irmão. Desde a Grande batalha, os dois haviam se aproximado de forma surpreendente, eram o melhor amigo um do outro. –Cuide das meninas pra mim!- continuou, e então subiu no seu cavalo, saindo rapidamente do estábulo. Não tinha tempo a perder. Logo aquele local iria ficar cheio de trabalhadores e ele não teria mais chance de sair sem ser visto.
–JÁ SABE AONDE COMEÇAR A PROCURAR?- perguntou Ed aos gritos enquanto via o irmão mais velho se afastando.
–ACHO QUE SIM!- respondeu Pedro também aos gritos, deixando Ed confuso e receoso, aquilo não tinha sido bem uma resposta, mas ele não queria dizer pra onde ia, ou então o seguiriam. Tinha de fazer isso sozinho. E então, depois de uma última olhada em Cair Paravel, partiu floresta à dentro na maior velocidade que seu cavalo conseguia aguentar. E seu destino? O Ermo do Lampião. Aonde tudo começou e o local onde tinha visto a garota misteriosa pela última vez.
No caminho, mil coisas se passaram pela mente de Pedro. A raiva que suas irmãs e conselheiros deviam estar pela irresponsabilidade, o medo de que algo acontecesse a eles enquanto estava fora, a garota misteriosa no qual tinha apostado todas as suas esperanças, e principalmente na Feiticeira Negra.
Ela não havia brincando quando disse que tudo se tornaria sombrio. As coisas continuavam normais, o sol e a lua ainda brilhavam, as árvores ainda estavam vivas, o céu ainda era azul e as águas continuavam puras. Mas havia algo de diferente, como se uma áurea negra estivesse envolta de tudo e de todos, impedindo que houvesse alegria ou vida. Nárnia estava doente, morrendo aos poucos. Aquilo acima de tudo trazia uma angustia enorme ao coração de Pedro. E foi assim que ele seguiu sua viagem.
✳
Enquanto isso em Cair Paravel, as pessoas começaram a notar a falta do Grande Rei. O procuraram em toda parte, em todos os cantos do castelo e seus arredores, mas nada encontraram até que Edmundo chamou suas irmãs e os amigos mais próximos e se pronunciou.
–Ele partiu! Foi à procura da garota!- disse Ed em alto e bom som, fazendo vários ohs ecoarem pela sala de reuniões. E foi Susana a mais irritada:
–Como ele pode fazer isso? Fugir assim num momento delicado desse! O que iremos fazer? O que os narnianos iram pensar?- dizia ela ao descobrir da fuga de Pedro. –Como ele conseguiu escapar? Não entendo, pensei que você tivesse ido falar com ele hoje cedo Ed... O que houve? Ele já tinha partido?- continuou Susana, agora se voltando para Edmundo.
Ed por sua vez fechou a porta da sala onde estavam para que ficassem a sós e ninguém escutasse o que ele iria dizer e ao se sentar em uma das muitas cadeiras do lugar, disse: -Não Su, eu cheguei a tempo de conversar com ele, mesmo assim, o deixei partir, não tentei convencê-lo do contrário!- disse o rei justo com um sorriso no rosto.
–O QUE?- gritou Susana furiosa. –E você ainda rir depois de me contar isso?-
–Primeiro, se acalme! Escândalos é o que menos precisamos no momento. Segundo, eu confio em Pedro e você também deveria confiar já que também é seu irmão. - disse Ed decidido, fazendo com que Susana e todos os outros se acalmassem e o escutasse.
–Tudo bem, eu admito, é uma ideia absurda o que ele fez, mais veja onde estamos, nada aqui em Nárnia me surpreende mais. Talvez ele esteja certo e essa garota poderá nos ajudar e se não, quando ele voltar, por eu sei que ele vai, acharemos um jeito de deter a feiticeira. E terceiro, ele confiou em nós à tarefa de cuidar de Nárnia enquanto estava fora, e é isso que iremos fazer... em vez de ficar se lamentando e semeando raiva desnecessária. – concluiu Ed ao olhar pra Susana, que imediatamente ficou vermelha de vergonha.
Um pequeno momento de silêncio pairou na sala. Todos estavam confusos, tinham entendido que o Rei Pedro precisava fazer aquilo, mas não entendiam o porquê. Sr. Tumnus foi o primeiro a fazer a pergunta que todos tinham vergonha de fazer:
–Mas majestade, porque ele precisa tanto achar essa garota? O que ela tem de especial que irá nos ajudar!- perguntou o Fauno.
–Eu não sei meu amigo, na verdade sei poucas coisas sobre ela, apenas o que ele me falou. - respondeu Ed.
– E o que exatamente ele falou?- dessa vez quem perguntou foi Lúcia, que estava quieta todo esse tempo, mas curiosa como sempre.
–Só que ele tinha vindo tendo uns sonhos estranhos com ela, e que neles nós três sumíamos e deixávamos ele só, Cair Paravel era destruído e Nárnia tinha perdido a vida. – disse Ed, e antes que ele continuasse, Lúcia se deu conta de que isso tudo estava acontecendo, mas conteve-se e continuou a escutar.
–Então quando ele já tinha perdido as esperanças, essa tal garota aparecia pra ele e o dizia para ir procura-la, que ela iria ajuda-lo com o mal que estava pra chegar a Nárnia. Foi só isso que ele me contou!- concluiu Ed.
–Vocês não percebem? – disse Lúcia a olhar pros irmãos. –Pedro tinha razão. Isso tudo deve ser armação da Feiticeira, nós não sumimos como no sonho, mas o abandonamos, não acreditamos nele e nem o ajudamos... E Nárnia. Aquele feitiço está enfraquecendo nossa amada terra, e não me digam que vocês também não perceberam, porque sei que não estou ficando louca!- continuou Lúcia.
–A rainha Lúcia tem razão! O tempo chegou...- disse uma voz grave e forte vinda de perto da janela. Essa era de Orieus, o centauro e general do exercito de Aslan. Ele observava o céu como sempre fez e depois de um longo suspiro, se virou para os demais da sala e começou a falar:
–Existe uma profecia, dita pelo próprio Aslan quando Nárnia ainda estava em sua aurora. Poucos se lembram dela, mais nós centauros nunca nos esquecemos, já que estávamos lá e a vimos com nossos próprios olhos. - disse Orieus com um sorriso no rosto. Apenas a vaga lembrança daquele dia glorioso trazia uma enorme alegria para seu coração. –Poucos sabem, mas Aslan não estava sozinho quando criou Nárnia, uma garota especial o acompanhava. Astride é seu nome, a filha do Grande Imperador Além Mar!-
–Então a garota dos sonhos de Pedro é... – começou Susana, mas foi interrompida por Orieus.
–“Quando o fim do inverno chegar, um mal a essa terra irá atormentar.
Banhado pela dor e pela vingança trará tempos sombrios de tristeza e desesperança.
Mas quando tudo parecer perdido, uma chama ardente irá acender, banhada pelo amor e alegria, a vida a Nárnia irá devolver.
Uma batalha pelo trono irá acontecer, mais agora acordada, seu destino ao lado do filho de Adão, meu sangue irá resolver. ”- disse o centauro parando de vez em quando para respirar.
–Essa é a profecia da Senhora de Nárnia!- continuou o centauro. -Ainda quando Nárnia tinha poucas horas de vida, Aslan previu a chegada da Feiticeira Negra, assim como a da Feiticeira Branca, e pediu a ajuda de sua irmã para nos proteger quando ele não o pudesse fazer, do mesmo jeito que ocorreu com vossas majestades. - concluiu Orieus.
–Então aquele desgraçado estava certo!- disse Ed rindo. –Ela é nossa única chance!-
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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