Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 17
13. Little Red


Notas iniciais do capítulo

Me inspirei olhando Nemo, porque a Alexia tem só quatro aninhos então é inocente e tem aquela voz de criança pequena.
Mackenzie Foy - sim pessoal, é a Renesmee - é a nossa pequena Alexia!

Vocês sabiam que a pequena faturou muito fazendo parte da Saga Crepúsculo?
Não só por fazer parte dos filmes, mas porque Robert e Kristen tinham que pagar uma "multa" toda vez que falavam algum palavrão na frente dela, e pelo que sabemos eles são bem desbocados :v



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Little Red

Vermelinho

.

"Little garden how do I make your flowers grow,

Pequeno jardim como eu faço suas flores crescerem,

When I already do everything that I know?

Quando eu já faço tudo o que sei?

I bring you sunshine and I bring you rain, but still you refrain

Eu te trouxe o brilho do sol e a chuva, mas você ainda se abstém

All the other gardens are so full of flowers

Todos os outros jardins estão tão cheios de flores

They're so colorful yet I spend all these hours,

Elas são tão coloridas e eu gasto todas essas horas,

Trying to make you as beautiful as them, but still you refrain

Elas são tão coloridas e eu gasto todas essas horas tentando te fazer tão bonitas quanto elas, mas você ainda se abstém."

— Kate Nash, Little Red.

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.

America subia as escadas vagarosamente, quando lá em cima encontra Alexia escondida atrás de um vaso de flor.

— Essa casa tem muitos vasos de flores, o que você está fazendo? Parece sua tia, Alexia. — America se ajoelha de frente para a garotinha e encara seus grandes olhos marrons pidões.

— Dando um susto. — Alexia fala, passando a mão no rosto para tirar o cabelo dos olhos.

— Ia me assustar, é? — America começa a fazer cócegas em Alexia e ela gargalhava cada vez mais, uma risada gostosa de se ouvir, inocente.

— To... Se-em ar — ela gargalha.

— Por que a senhorita está acordada uma hora dessas? — America pergunta, parando de fazer cócegas e ajeitando o cabelo da pequena, logo se sentando ao lado dela, e pegando sua xícara que havia posto ao seu lado para brincar com a pequena.

— Papai sempre passa no meu quarto — Alexia comenta, ficando séria, como se falasse de algo muito importante. — Mas ele parou de passar desde que a vakriss começou a aparecer de noite.

— Vakriss? — America pergunta, apertando os lábios.

Não pode rir.

— Ahren que disse. — Alexia concorda.

— Sabe o que significa, Alexia?

— Que a Kriss é uma vaca. Mas ela não é uma vaca, porque vacas mugem e comem grama — Alexia explica baixinho enquanto mexe com os dedos. — Eu não gosto dela. Mas eu gosto de vacas, elas dão leite pros filhinhos delas, e são muito maternais.

— Sabe o que significa maternais?

— Kaden explicou, mas eu não sei explicar. Pergunta pra ele.

— Sabe, de qualquer modo ninguém nessa casa gosta dela.

— Papai gosta. Isso é errado?

— Seu pai gostar dela?

Eu não gostar dela.

— Acho que não, ele não se... — America trava, não estava falando com uma mulher ou um adolescente, era uma criança de 04 anos ali, quatro anos. — Importa — completa baixinho.

Alexia começa a se balançar para frente e para trás em silêncio.

— O que você quer fazer?

— Canta para mim? — Alexia pede, olhando para America.

America fica sem reação, abre e fecha a boca e balança a cabeça negativamente com as sobrancelhas franzidas.

— O quê? Por quê?

— As mães da Lauren e da Liza cantam para elas. Eu não tenho mamãe.

America imaginou que Lauren e Liza devem ser amigas de escola de Alexia.

— O que quer que eu cante?

— Little Red. — ela fala e então bate palminhas.

— Little Red? Que música essa?

— Sua mãe nunca cantou Little Red para você?

— No Brasil as músicas de infância são mais "eu preciso de você-ê, você-ê precisa de mim, nós precisamos de Cristo até o fim...", pelo menos foi assim comigo.

— Não conheço essa música.

— Então vamos fazer um trato, okay? Gosta de fazer tratos?

— Não gosto de tratos. — Alexia murmura.

— Por que não? — a ruiva pergunta confusa, deixando sua xícara de lado.

— Papai faz tratos, diz que seu eu obedecer Eadlyn e comer todo o brócolis do meu prato, vai brincar comigo, vai me ensinar a dirigir o carro vermelho e vai me levar em um parque com piscina, mas ele nunca faz o que diz que ia fazer.

— E você obedece sua irmã mais velha?

— Obedeço e também como brócolis, mas eu não gosto de brócolis — ela faz não com a cabeça repetitivamente. — E às vezes Eadlyn é muito chata. Eu gosto dela — Alexia fala daquele jeito fofo de uma criança que tenta se explicar quando está muito irritada com alguém —, mas ela é chata.

— Fale baixinho ou ela vai ouvir — America sussurra e então ri. — O trato que eu irei fazer, pretendo cumprir. Eu te ensino algumas músicas da minha infância e você me mostra alguma das suas, pode ser?

— Pode. — A criança sorri largamente. — Mas você vai canta para mim?

— Claro.

America apalpa os bolsos da calça jeans atrás do seu celular, quando achou não perdeu tempo e pesquisou a música.

— Pode me dizer quem canta essa música?

— O nome dela é Kate, e o sobrenome parece o barulho de algo nojento.

— Nash?

— Parece algo nojento. — Alexia concorda.

America já perdeu a conta de quantas vezes só naquela conversa ela já se pegou sorrindo pela inocência e fofura de Alexia.

— Papai tem um piano. Nós precisamos de um piano.

— Onde têm?

— No escritório dele.

— Isso não é errado?

— É. Mas ele prometeu e não fez.

— Vamos fazer outro trato, qualquer coisa você me defende, ta bom?

— Aham.

Alexia se levanta e agora na luz America ri baixinho e sorri ao ver como ela ficava fofinha com o pijama rosa com ovelhinhas.

— Belo pijama. Acha que tem algum do meu tamanho? — pergunta se levantando e começando a descer as escadas, com o celular em uma das mãos e a outra segurando a mão direita de Alexia.

A xícara esquecida no meio do corredor.

*

O escritório do Schreave tinha um cheiro masculino, parecia a que seu pai costumava usar, mas era um pouco mais cítrico. Não foi difícil encontrar o piano. O lado esquerdo da parede tinha estantes embutidas que ia do chão até o teto, com vários e vários livros. Alexia correu ligar a luz enquanto America deixava a pesada porta de madeira bater a trás de si, silenciosamente.

— É lindo. — murmura.

O lado direito da parede tinha quadros enormes com fotos. Cada quatro com uma foto grande de cada um dos Schreave e ao redor dessa foto grande havia várias pequenas que as rodeavam. Alexia também tinha um quadro para ela.

— Seu pai tirou todas?

— Sim, papai gosta de tirar fotos. Mas ele odeia aparecer nas fotos.

— Engraçado.

— É. — Alexia corre até a parede na outra extremidade e puxa uma enorme cortina escura que tampava toda a parede de uma extremidade a outra, conforme alexia puxava a luz da lua e estrelas inundavam o local deixando tudo com um ar mágico e sobrenatural.

— As estrelas aparecem mais aqui.

— Kaden falou que é porque é longe das luzes da cidade.

— Por que seu pai escolheu morar aqui?

— Acho que não foi ele. — Alexia fala levantando os ombros, amarrou a cortina nela mesma e então foi até o piano um pouco a frente de uma das janelas e puxou o pano, também escuro, que o protegia do pó. — Toca, toca!

— Okay.

*

A música não parecia fazer muito sentido, mas America cantou mesmo assim e Alexia a ajudava batendo palma e cantando alto no refrão. Pareciam mãe e filha. Foi quando relógio marcou duas horas e trinta e três que uma pessoa carrancuda abriu a porta atrás de si e a bateu com força, gemendo em seguida.

— Alguém me explica porque a merda da luz ta acessa? Eu to com sono. Para com esse piano!

A voz estava rouca e um levemente grogue.

— Já está de resseca? — America pergunta para o chefe, parando de tocar e tirano Alexia de cima do piano.

— Dormi no carro. — Maxon bufa.

— Então ela fez você levar ela para casa e você não recebeu nada em troca? — America gargalha. — Por que está tão bêbado chefinho?

— Porque eu posso — ele grita irritado, soltando seu casaco no chão ali mesmo e se esticando para desligar a luz com raiva. — Não se intrometa na minha vida, seu dever é cuidar das crianças e logo se vê que nem isso faz direito.

Ele ajeita sua postura e anda com passos pesados em direção a America, Maxon era um pouco mais alto que ela e exalava autoconfiança, por alguns segundo America temeu que aquele homem levantasse a mão para ela, mas ele não o fez, apenas a encarou indignado.

— Pois as crianças são suas, também, e olha que irônica, quem cuida delas sou eu. E depois, se você não quer que as pessoas se intrometam na sua vida, tente ser mais discreto, seu otário.

Maxon abriu a boca, mas a fechou e respirou fundo, travando maxilar.

— Senhorita Singler.

— É Singer, seu burro! — America grita perdendo a compostura, apertou o punho. — Você merece palma, só que na cara. — America se recompõem, e dá alguns passos para trás passando a mão no rosto.

— Eu quero saber o que minha filha mais nova está fazendo acordada à uma hora dessas? Como você permite algo assim, Senhorita Singler?

America cerra os olhos. Ele estava fazendo aquilo por querer!

— Idiota. — America solta como um espirro. — Eu estava aqui cumprindo uma promessa que você fez para a pequena e simplesmente não cumpriu.

Maxon levanta o queixo.

— Eu andei sem tempo, mas é claro que eu iria cumprir.

— Não iria não, papai. — Alexia sai de trás de Alexia. — Não briga com Merica. Ela é minha amiga!

— Eu sou amiga dela. — America levanta um das sobrancelhas e mexe o pescoço como aquelas garotas malvadas do colegial.

— Fechem a cortina e cubram o piano outra vez, amanhã quando vir aqui quero ver tudo no exato lugar que eu deixei e espero nunca mais ter meu escritório invadido sem minha permissão.

— Mas se tivéssemos sua permissão não seria mais uma invasão. — America devaneia.

— Ora, cale a... — Maxon começa, mas então para. — Desculpe, olha só, preciso ficar sozinho, tudo bem? Sozinho. Saiam, saiam agora.

— Mas e as cortinas? Papai, o piano ainda tem que ser coberto! — Alexia fala.

Agora, Alexia.

— Alexia não desobedeça seu pai. Ele acaba de nos poupar o trabalho, venha comigo.

— Você senhorita America deve cuidar melhor dos meus filhos, já são três horas da manhã e logo a mais nova deles está por aí.

— Ela não estava por aí, Senhor Schreave, era o pai dela que estava.

— Faça seu trabalho senhorita, apenas o seu trabalho.

— É o que eu estou fazendo e para fazê-lo tenho que cuidar e entreter essas crianças até que o vazio que o pai que vive ausente deixa nelas e tenta preencher com coisas materiais diminua ao menos um pouco e eu consiga arrancar ao menos um sorriso delas, sabe que eu almejo uma gargalhada? É, mas essas crianças... Elas são tão fechadas que um simples sorriso de canto já é uma vitoria.

— Eu deveria te demitir nesse exato momento.

— Você deveria começar a cumprir suas promessas.

— Eu vou te demitir agora.

— Não, não vai. Me responda uma única pergunta e se você acertar eu mesmo me demito. Qual é a cor favorita de Alexia?

Ele não ousou abrir a boca e errar, porém estava na cara que não sabia.

— Rosa, Maxon! Toda garotinha dessa idade ama rosa! Você ao menos sabe quantos anos ela tem? — America pergunta exasperada, batendo as mãos nas próprias coxas.

— Quatro. — Ele responde suspirando.

— E quantos anos você vai esperar ela ter para realmente fazer parte da vida dela?

.

.

"Little girl, why are you crying, just because the flowers in your garden are dying,

Menininha, por que estás a chorar? Apenas porque as flores no seu jardim estão morrendo,

There's so much, that you could be doing, and all of your neighbours

Há muito o que você poderia estar fazendo e todos os seus vizinhos

Well they haven't got a clue, oh, come on whit me,

Bem, eles não tem a menor ideia, oh, venha comigo,

Well have a little bit of fun

Bem, teremos um pouco de diversão

Yeah, it's not tôo dangerous and we won't hurt anyone

Yeah, não é tão perigoso e nós não vamos machucar ninguém

Yeah, we'll cause some havoc between the birds and the bees and well,

Yeah, nós vamos causar uma pequena discórdia entre os pássaros e as abelhas e bem,

We'll paint the town red and well shake the trees,

Nós vamos pintar a cidade de vermelho e balançar as árvores,

Oh, come on with me and I'll show you a good time,

Oh, venha comigo e eu te mostrarei um bom tempo,

All you have to do, is a jump and a climb, and I'll, I'll take you over to the other side of town,

Tudo o que você tem a fazer é um pulo e uma escalada, e eu vou, eu vou te levar para o outro lado da cidade,

Well there's so much to do there and nobody wears a crown

Bem, há tanto coisa para fazer lá e ninguém veste uma coroa"

— Kate Nash, Little Red.

 


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Notas finais do capítulo

Perdoem os erros, pessoal.
Espero que comentem o que estão achando :3 Tá mais originalzinha, né?
Algum conselho, critica?
—__________

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