Hurricane escrita por Moriah
Notas iniciais do capítulo
Me inspirei olhando Nemo, porque a Alexia tem só quatro aninhos então é inocente e tem aquela voz de criança pequena.
Mackenzie Foy - sim pessoal, é a Renesmee - é a nossa pequena Alexia!
Vocês sabiam que a pequena faturou muito fazendo parte da Saga Crepúsculo?
Não só por fazer parte dos filmes, mas porque Robert e Kristen tinham que pagar uma "multa" toda vez que falavam algum palavrão na frente dela, e pelo que sabemos eles são bem desbocados :v
Little Red
Vermelinho
.
"Little garden how do I make your flowers grow,
Pequeno jardim como eu faço suas flores crescerem,
When I already do everything that I know?
Quando eu já faço tudo o que sei?
I bring you sunshine and I bring you rain, but still you refrain
Eu te trouxe o brilho do sol e a chuva, mas você ainda se abstém
All the other gardens are so full of flowers
Todos os outros jardins estão tão cheios de flores
They're so colorful yet I spend all these hours,
Elas são tão coloridas e eu gasto todas essas horas,
Trying to make you as beautiful as them, but still you refrain
Elas são tão coloridas e eu gasto todas essas horas tentando te fazer tão bonitas quanto elas, mas você ainda se abstém."
— Kate Nash, Little Red.
.
.
America subia as escadas vagarosamente, quando lá em cima encontra Alexia escondida atrás de um vaso de flor.
— Essa casa tem muitos vasos de flores, o que você está fazendo? Parece sua tia, Alexia. — America se ajoelha de frente para a garotinha e encara seus grandes olhos marrons pidões.
— Dando um susto. — Alexia fala, passando a mão no rosto para tirar o cabelo dos olhos.
— Ia me assustar, é? — America começa a fazer cócegas em Alexia e ela gargalhava cada vez mais, uma risada gostosa de se ouvir, inocente.
— To... Se-em ar — ela gargalha.
— Por que a senhorita está acordada uma hora dessas? — America pergunta, parando de fazer cócegas e ajeitando o cabelo da pequena, logo se sentando ao lado dela, e pegando sua xícara que havia posto ao seu lado para brincar com a pequena.
— Papai sempre passa no meu quarto — Alexia comenta, ficando séria, como se falasse de algo muito importante. — Mas ele parou de passar desde que a vakriss começou a aparecer de noite.
— Vakriss? — America pergunta, apertando os lábios.
Não pode rir.
— Ahren que disse. — Alexia concorda.
— Sabe o que significa, Alexia?
— Que a Kriss é uma vaca. Mas ela não é uma vaca, porque vacas mugem e comem grama — Alexia explica baixinho enquanto mexe com os dedos. — Eu não gosto dela. Mas eu gosto de vacas, elas dão leite pros filhinhos delas, e são muito maternais.
— Sabe o que significa maternais?
— Kaden explicou, mas eu não sei explicar. Pergunta pra ele.
— Sabe, de qualquer modo ninguém nessa casa gosta dela.
— Papai gosta. Isso é errado?
— Seu pai gostar dela?
— Eu não gostar dela.
— Acho que não, ele não se... — America trava, não estava falando com uma mulher ou um adolescente, era uma criança de 04 anos ali, quatro anos. — Importa — completa baixinho.
Alexia começa a se balançar para frente e para trás em silêncio.
— O que você quer fazer?
— Canta para mim? — Alexia pede, olhando para America.
America fica sem reação, abre e fecha a boca e balança a cabeça negativamente com as sobrancelhas franzidas.
— O quê? Por quê?
— As mães da Lauren e da Liza cantam para elas. Eu não tenho mamãe.
America imaginou que Lauren e Liza devem ser amigas de escola de Alexia.
— O que quer que eu cante?
— Little Red. — ela fala e então bate palminhas.
— Little Red? Que música essa?
— Sua mãe nunca cantou Little Red para você?
— No Brasil as músicas de infância são mais "eu preciso de você-ê, você-ê precisa de mim, nós precisamos de Cristo até o fim...", pelo menos foi assim comigo.
— Não conheço essa música.
— Então vamos fazer um trato, okay? Gosta de fazer tratos?
— Não gosto de tratos. — Alexia murmura.
— Por que não? — a ruiva pergunta confusa, deixando sua xícara de lado.
— Papai faz tratos, diz que seu eu obedecer Eadlyn e comer todo o brócolis do meu prato, vai brincar comigo, vai me ensinar a dirigir o carro vermelho e vai me levar em um parque com piscina, mas ele nunca faz o que diz que ia fazer.
— E você obedece sua irmã mais velha?
— Obedeço e também como brócolis, mas eu não gosto de brócolis — ela faz não com a cabeça repetitivamente. — E às vezes Eadlyn é muito chata. Eu gosto dela — Alexia fala daquele jeito fofo de uma criança que tenta se explicar quando está muito irritada com alguém —, mas ela é chata.
— Fale baixinho ou ela vai ouvir — America sussurra e então ri. — O trato que eu irei fazer, pretendo cumprir. Eu te ensino algumas músicas da minha infância e você me mostra alguma das suas, pode ser?
— Pode. — A criança sorri largamente. — Mas você vai canta para mim?
— Claro.
America apalpa os bolsos da calça jeans atrás do seu celular, quando achou não perdeu tempo e pesquisou a música.
— Pode me dizer quem canta essa música?
— O nome dela é Kate, e o sobrenome parece o barulho de algo nojento.
— Nash?
— Parece algo nojento. — Alexia concorda.
America já perdeu a conta de quantas vezes só naquela conversa ela já se pegou sorrindo pela inocência e fofura de Alexia.
— Papai tem um piano. Nós precisamos de um piano.
— Onde têm?
— No escritório dele.
— Isso não é errado?
— É. Mas ele prometeu e não fez.
— Vamos fazer outro trato, qualquer coisa você me defende, ta bom?
— Aham.
Alexia se levanta e agora na luz America ri baixinho e sorri ao ver como ela ficava fofinha com o pijama rosa com ovelhinhas.
— Belo pijama. Acha que tem algum do meu tamanho? — pergunta se levantando e começando a descer as escadas, com o celular em uma das mãos e a outra segurando a mão direita de Alexia.
A xícara esquecida no meio do corredor.
*
O escritório do Schreave tinha um cheiro masculino, parecia a que seu pai costumava usar, mas era um pouco mais cítrico. Não foi difícil encontrar o piano. O lado esquerdo da parede tinha estantes embutidas que ia do chão até o teto, com vários e vários livros. Alexia correu ligar a luz enquanto America deixava a pesada porta de madeira bater a trás de si, silenciosamente.
— É lindo. — murmura.
O lado direito da parede tinha quadros enormes com fotos. Cada quatro com uma foto grande de cada um dos Schreave e ao redor dessa foto grande havia várias pequenas que as rodeavam. Alexia também tinha um quadro para ela.
— Seu pai tirou todas?
— Sim, papai gosta de tirar fotos. Mas ele odeia aparecer nas fotos.
— Engraçado.
— É. — Alexia corre até a parede na outra extremidade e puxa uma enorme cortina escura que tampava toda a parede de uma extremidade a outra, conforme alexia puxava a luz da lua e estrelas inundavam o local deixando tudo com um ar mágico e sobrenatural.
— As estrelas aparecem mais aqui.
— Kaden falou que é porque é longe das luzes da cidade.
— Por que seu pai escolheu morar aqui?
— Acho que não foi ele. — Alexia fala levantando os ombros, amarrou a cortina nela mesma e então foi até o piano um pouco a frente de uma das janelas e puxou o pano, também escuro, que o protegia do pó. — Toca, toca!
— Okay.
*
A música não parecia fazer muito sentido, mas America cantou mesmo assim e Alexia a ajudava batendo palma e cantando alto no refrão. Pareciam mãe e filha. Foi quando relógio marcou duas horas e trinta e três que uma pessoa carrancuda abriu a porta atrás de si e a bateu com força, gemendo em seguida.
— Alguém me explica porque a merda da luz ta acessa? Eu to com sono. Para com esse piano!
A voz estava rouca e um levemente grogue.
— Já está de resseca? — America pergunta para o chefe, parando de tocar e tirano Alexia de cima do piano.
— Dormi no carro. — Maxon bufa.
— Então ela fez você levar ela para casa e você não recebeu nada em troca? — America gargalha. — Por que está tão bêbado chefinho?
— Porque eu posso — ele grita irritado, soltando seu casaco no chão ali mesmo e se esticando para desligar a luz com raiva. — Não se intrometa na minha vida, seu dever é cuidar das crianças e logo se vê que nem isso faz direito.
Ele ajeita sua postura e anda com passos pesados em direção a America, Maxon era um pouco mais alto que ela e exalava autoconfiança, por alguns segundo America temeu que aquele homem levantasse a mão para ela, mas ele não o fez, apenas a encarou indignado.
— Pois as crianças são suas, também, e olha que irônica, quem cuida delas sou eu. E depois, se você não quer que as pessoas se intrometam na sua vida, tente ser mais discreto, seu otário.
Maxon abriu a boca, mas a fechou e respirou fundo, travando maxilar.
— Senhorita Singler.
— É Singer, seu burro! — America grita perdendo a compostura, apertou o punho. — Você merece palma, só que na cara. — America se recompõem, e dá alguns passos para trás passando a mão no rosto.
— Eu quero saber o que minha filha mais nova está fazendo acordada à uma hora dessas? Como você permite algo assim, Senhorita Singler?
America cerra os olhos. Ele estava fazendo aquilo por querer!
— Idiota. — America solta como um espirro. — Eu estava aqui cumprindo uma promessa que você fez para a pequena e simplesmente não cumpriu.
Maxon levanta o queixo.
— Eu andei sem tempo, mas é claro que eu iria cumprir.
— Não iria não, papai. — Alexia sai de trás de Alexia. — Não briga com Merica. Ela é minha amiga!
— Eu sou amiga dela. — America levanta um das sobrancelhas e mexe o pescoço como aquelas garotas malvadas do colegial.
— Fechem a cortina e cubram o piano outra vez, amanhã quando vir aqui quero ver tudo no exato lugar que eu deixei e espero nunca mais ter meu escritório invadido sem minha permissão.
— Mas se tivéssemos sua permissão não seria mais uma invasão. — America devaneia.
— Ora, cale a... — Maxon começa, mas então para. — Desculpe, olha só, preciso ficar sozinho, tudo bem? Sozinho. Saiam, saiam agora.
— Mas e as cortinas? Papai, o piano ainda tem que ser coberto! — Alexia fala.
— Agora, Alexia.
— Alexia não desobedeça seu pai. Ele acaba de nos poupar o trabalho, venha comigo.
— Você senhorita America deve cuidar melhor dos meus filhos, já são três horas da manhã e logo a mais nova deles está por aí.
— Ela não estava por aí, Senhor Schreave, era o pai dela que estava.
— Faça seu trabalho senhorita, apenas o seu trabalho.
— É o que eu estou fazendo e para fazê-lo tenho que cuidar e entreter essas crianças até que o vazio que o pai que vive ausente deixa nelas e tenta preencher com coisas materiais diminua ao menos um pouco e eu consiga arrancar ao menos um sorriso delas, sabe que eu almejo uma gargalhada? É, mas essas crianças... Elas são tão fechadas que um simples sorriso de canto já é uma vitoria.
— Eu deveria te demitir nesse exato momento.
— Você deveria começar a cumprir suas promessas.
— Eu vou te demitir agora.
— Não, não vai. Me responda uma única pergunta e se você acertar eu mesmo me demito. Qual é a cor favorita de Alexia?
Ele não ousou abrir a boca e errar, porém estava na cara que não sabia.
— Rosa, Maxon! Toda garotinha dessa idade ama rosa! Você ao menos sabe quantos anos ela tem? — America pergunta exasperada, batendo as mãos nas próprias coxas.
— Quatro. — Ele responde suspirando.
— E quantos anos você vai esperar ela ter para realmente fazer parte da vida dela?
.
.
"Little girl, why are you crying, just because the flowers in your garden are dying,
Menininha, por que estás a chorar? Apenas porque as flores no seu jardim estão morrendo,
There's so much, that you could be doing, and all of your neighbours
Há muito o que você poderia estar fazendo e todos os seus vizinhos
Well they haven't got a clue, oh, come on whit me,
Bem, eles não tem a menor ideia, oh, venha comigo,
Well have a little bit of fun
Bem, teremos um pouco de diversão
Yeah, it's not tôo dangerous and we won't hurt anyone
Yeah, não é tão perigoso e nós não vamos machucar ninguém
Yeah, we'll cause some havoc between the birds and the bees and well,
Yeah, nós vamos causar uma pequena discórdia entre os pássaros e as abelhas e bem,
We'll paint the town red and well shake the trees,
Nós vamos pintar a cidade de vermelho e balançar as árvores,
Oh, come on with me and I'll show you a good time,
Oh, venha comigo e eu te mostrarei um bom tempo,
All you have to do, is a jump and a climb, and I'll, I'll take you over to the other side of town,
Tudo o que você tem a fazer é um pulo e uma escalada, e eu vou, eu vou te levar para o outro lado da cidade,
Well there's so much to do there and nobody wears a crown
Bem, há tanto coisa para fazer lá e ninguém veste uma coroa"
— Kate Nash, Little Red.
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Perdoem os erros, pessoal.
Espero que comentem o que estão achando :3 Tá mais originalzinha, né?
Algum conselho, critica?
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