~~Por Elena~~

Amanheceu, e eu me encontrava na janela deste aposento, eu não faço ideia de como vou sair daqui esse lugar é enorme e o pior é que tem guardas por toda parte.

—Babá: Acordou cedo menina?

—Elena: Sim senhora...-digo a olhando sem entender nada, ela fala como se me conhecesse.

—Babá: Senhora? -Fala me olhando esquisito...-Você realmente perdeu a memória.

—Elena: Eu não perdi a memória...-digo com raiva...-E quer saber, eu vou embora daqui...-digo me levantando e indo em direção à porta.

—Elijah: Vai a algum lugar minha filha?

—Elena: Eu quero ir embora senhor...-digo o olhando...-Eu não sou sua filha senhor.

—Elijah: Minha filha, você passou muitos dias fora de casa, deve estar confusa...-diz me olhando com amor...-Se arrume, e venha tomar café conosco, quero comemorar a sua volta.

—Elena: Está bem senhor...-digo com pena do mesmo, ele acha que sou a filha dele.

—Elijah: Não me chame de senhor, me chame de pai...-diz dando um leve sorriso e toca de leve em meu rosto...-O dia amanheceu lindo, por que finalmente conseguir encontrar minha linda filha.

   Diz e se retira deste aposento.

—Babá: Venha minha menina, deixa eu cuidar de você...-diz toda carinhosa.

—Elena: Está bem senhora...-digo cedendo a mesma, até eu conseguir sair, vou ter que fingir que está tudo bem, assim posso ver se há uma saída para mim.

—Babá: Não me chame de senhora, me chame de babá...-diz indo em minha direção.

—Elena: Está bem...-digo dando um leve sorriso, levantando-me e seguindo a mesma.

—Babá: Vamos tomar um banho e descer para tomar café...-diz ela me direcionando a uma espécie de quartinho.

 —Elena: A senhora irá ficar aqui?

—Babá: Você não tinha vergonha de mim menina...-diz ainda sem entender nada.

—Elena: Me perdoe...-digo meio envergonhada.

—Babá: Tudo bem menina, vá se lavar que vou aprontar as suas roupas...-diz saindo do quartinho.

   Me despi e entrei em uma espécie de termas, e ali tomei um longo banho, logo sai e me direcionei ao quarto, onde a senhora me esperava para que eu me vestisse.

—Elena: Como se vesti isso?

—Babá: Minha querida, você chegou estranha...-diz dando um sorriso...-Venha, vou te ajudar.

   Comecei a me vesti, claro que com a ajuda desta senhora, e enquanto ela apertava o espartilho eu notei pelo reflexo do espelho que ela me olhava como se estivesse caçando algo.

—Elena: Está tudo bem babá?

—Babá: Claro minha querida...-diz dando um sorriso meio sem graça...-Pronto, agora vamos, seus pais já devem estar à sua espera.

   Com isso saímos do aposento e nos direcionamos a mesa de jantar.

—Jenna: Minha filha, olha como está linda...-diz e vem em minha direção abraçando-me.

—Elijah: Sempre foi...-diz dando um leve sorriso...-Nos acompanhe minha filha, sente-se.

   Me sento, e me impressiono.

—Elena: Quanta comida...-digo admirando a mesa a minha frente.

—Jenna: O que disse filha?

—Elena: Nada senhora...-digo e logo me corrijo...-Nada mamãe.

—Elijah: Não vai comer filha? Você tem que comer, passou muitos dias perdidas, tem que se alimentar bem.

—Elena: Estou sem fome...-digo com vergonha, eu não sei usar esses talheres...-Acho melhor eu voltar para meus aposentos.

—Jenna: Beba pelo menos o suco minha querida, para não ficar fraca...-diz com tom preocupada...-Você passou muitos dias fora de casa, e não deve ter se alimentado bem.

—Elena: Está bem, vou beber o suco...-digo pegando a taça e tomando um gole...-Agora, deixe-me ir senhora.

—Jenna: Mais filha...-diz preocupada.

—Elijah: Deixe a menina Jenna...-diz me olhando com carinho...-Mas, me prometa que irá comer algo mais tarde.

—Elena: Prometo senhor, pai...-digo me enrolando toda.

   Digo e saio rumo a um enorme salão, como me sinto deslocada aqui, como vou comer se não sei nem pegar em um talher, vou passar vergonha na frente dessa gente tão estranha, o que faço meu deus.

—Elena: Meu deus...-digo olhando um enorme retrato à minha frente...-Não me lembro de ter sido pintada.

—Babá: O que houve minha querida?

—Elena: Quem é ela?

—Babá: Ela é você...-diz me olhando séria...-Ou era para ser você, não estou entendendo mais nada.

—Elena: Eu que não estou entendendo...-digo meio sem graça.

—Babá: Olha para mim querida...-diz pegando em minha mão...-Eu estava arrumando seu espartilho, e notei que você não tem mais o sinal nas costas, me diz a verdade meu amor, o que aconteceu?

—Elena: Sinal? Eu não tenho nenhum sinal...-digo sem entender.

—Babá: Venha comigo...-diz pegando em minha mão e me puxando, subimos as escadas depressa e seguimos rumo ao meu suposto aposento...-Senta na cama menina...-diz e fecha a porta...-Me diga, quem é você?

—Elena: Meu nome é Elena...-digo a olhando sem graça...-E acho que me confundiram com alguém, e acho que foi com aquela moça do quadro

—Babá: Misericórdia menina, então se você não é a Katherine, onde estará ela?

—Elena: Eu não tenho ideia...-digo a olhando...-E preciso o quanto antes sair daqui senhora.

—Babá: Não, você não pode sair daqui...-diz pegando em minha mão...-Se você fugir vão suspeitar, você tem que ficar aqui.

—Elena: Mais se eu ficar, aí é que vão descobrir...-digo nervosa...-Eu não sei agir como vocês.

—Babá: Eu te ensino tudo o que precisa aprender, mais não vá embora...-diz me olhando meio agoniada...-Fique, até eu descobri o que aconteceu com Katherine.

—Elena: Está bem, está bem...-digo sem graça.   

—Babá: Então mais tarde irei te ensinar tudo o que precisa saber...-diz levantando-se...-Agora descanse um pouco, por que vamos ter muito trabalho pela frente.

    Ela sai, e eu fico pensando aonde foi que me meti, e porque essa tal de Katherine se parece tanto comigo?