The Gray War escrita por Maxtrome


Capítulo 15
Capítulo 15 - A Cidade do Sol - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Wow, eu realmente demorei...
Me desculpem, por favor ;A;

Uma curiosidade:
Existe uma personagem oficial do Mogeko chamada Hanahata, mas quando eu criei a Hanahata na história, eu não sabia da existência dela, então se algum dia alguém ver uma imagem dela, NÃO é a mesma pessoa.



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Macarona entrou na prisão escura feita com tijolos de pedra. Ela era cinza e parecia não ter alguma outra cor. Aquele lugar trazia uma sensação de calor por ser muito fechado. Estava um pouco escuro, mas aos poucos a visão de Macarona foi se acostumando.

As celas pareciam ser simples. Apenas uma porta de ferro com uma pequena janela com grades, permitindo a visão para dentro. A cada três celas havia uma tocha, mas nem todas estavam acesas.

A anjo foi andando e observando cada cela. Todas estavam trancadas. A prisão não parecia ser muito grande, até Macarona encontrar uma escada que levava para baixo. Ela não conseguia imaginar quantos andares subterrâneos aquilo poderia ter.

Mas resolveu olhar por todo o primeiro andar antes de qualquer coisa. Todas as celas pareciam vazias, até que finalmente, depois de alguns minutos, ela olhou pela pequena janela de uma das celas e viu alguém.

Era uma mulher demônio de cabelos verdes e longos, usando um vestido azul. Estava magra e parecia muito desnutrida. Ela estava deitada em um dos cantos da pequena sala e nem percebeu que Macarona a observava.

“Ei! Quem é você?” Macarona chamou.

A mulher levantou a cabeça e viu a menina olhando pela janela. Ela se levantou e andou até lá.

“O quê? Eu me chamo... Hanahata.” Ela respondeu. Ela observou Macarona: Seu cabelo, seus olhos, suas roupas. “Ei, olhando bem, você não parece um dos anjos de Siralos” ela disse, após a observação.

“Eu não sou. Eu sou uma anjo do Gray Garden” Macarona explicou.

Hanahata ouviu aquilo e arregalou os olhos.

“O quê? Eu também sou de lá! Você sabe como voltar?”

“Não, mas talvez eu possa te tirar daí.”

Macarona percebeu que do lado da cela havia um prego onde estavam algumas chaves penduradas. Quando ia pegar uma para experimentar na cela, ouviu alguém gritar. A voz vinha de três celas na frente.

“Ei, tem alguém aí?”

Macarona e Hanahata se assustaram e disseram ao mesmo tempo:

“Eu conheço essa voz...”

Macarona correu até a cela e viu quem estava lá.

“Yosafire!” Ela exclamou.

“Macarona!” Yosafire disse, feliz. “Pensei que nunca mais a veria novamente!”

“Espere... Yosafire, é você?” Hanahata gritou da outra cela.

Quando Yosafire ouviu aquilo, quase desmaiou de emoção. Mas se segurou e gritou:

“Mãmãe!?”

“Sim! Minha querida!”

Macarona ficou surpresa. Depois de pensar um pouco, percebeu que as duas realmente tinham semelhanças.

“Espere, eu vou soltar vocês” Macarona disse.

Ela olhou na parede, ao lado da cela de Yosafire. Lá havia um prego e um molho de chaves. As chaves tinham coisas escritas, indicando os números dos andares. Ela pegou a do primeiro andar e tentou abrir a porta da cela de Yosafire.

Aquilo funcionou e a porta se abriu. Yosafire ficou muito feliz e abraçou Macarona. As duas riram, e então correram para libertar a mãe de Yosafire.

Quando a porta se abriu, um grande sorriso se abriu no rosto de Yosafire, e um maior ainda no rosto de Hanahata.

As duas se abraçaram, e não queriam se soltar. Eram muitos anos de saudades, e elas finalmente tinham se reencontrado. Macarona olhou aquilo e sorriu. Uma lágrima de felicidade acabou saindo de seu olho.

“Mamãe!” Yosafire exclamou. “Estou tão feliz em vê-la! Tipo, muito feliz mesmo!”

“Se você está feliz, então imagine eu, minha filha! Olha como você está crescida! Eu nem acredito que perdi sua fase de crescimento! Você era apenas uma garotinha... Eu estive por todos esses anos sofrendo presa nesse mundo desconhecido e... Quando você veio parar aqui?”

“Eu estava no acampamento com Rawberry, Macarona e Froze, então aquele homem com um capuz apareceu e queria que eu matasse a Froze, mas aconteceu um mal-entendido e ele me trouxe para cá... Há alguns dias... Eu não consigo ter noção de tempo nesse mundo.”

Hanahata fez uma cara confusa. Quando Yosafire viu a cara, lembrou-se de que sua mãe não sabia de nada desde que fora levada para longe dela. Ela não sabia sobre como estava a guerra, sobre as amigas de Yosafire, nem nenhum outro detalhe.

“É... Uma longa história, eu conto melhor depois” Yosafire disse. “Ah, é, essa é Macarona, minha amiga anjo. Espera... Nós ainda somos amigas, certo?”

“É claro, Yosafire!” Macarona respondeu.

Quando Hanahata ouviu aquilo, uma lágrima saiu de seu olho. Ela estava muito feliz.

“Yosafire... Eu tenho muito orgulho de você.”

Yosafire olhou para ela, confusa.

“Eu... Nunca apoiei a guerra. Nunca achei justo. E você... Tem amigas anjos. Você é um exemplo, você pode mudar o mundo!” Hanahata explicou.

As três estavam sorrindo. Então, Macarona disse:

“Ei, precisamos olhar o resto da prisão. Pode ter mais alguém.”

“Não, eles levaram todos quando partiram. E os andares inferiores não são usados há muito tempo devido a um ataque de Ivlis.” Hanahata explicou.

“Tudo bem. Então é melhor sairmos daqui.” Macarona sugeriu.

As três começaram a andar e conversar no caminho.

“Ei, mamãe, por que aquele homem...”

“Siralos.” Hanahata disse.

“Oh, esse é o nome dele? Ok, por que Siralos queria te trazer para esse mundo?”

Hanahata fechou os olhos. Ela parecia estar com medo. Várias memórias passavam por sua cabeça, sobre tudo o que acontecera em todos esses anos.

Yosafire olhou atentamente para seu rosto e ficou preocupada.

“Mamãe, está tudo bem?”

Hanahata abriu os olhos. Ela hesitou por mais alguns segundos, e então respondeu.

“Sim, minha querida. É que... Eu tenho medo de reencontrar Siralos. Espere sairmos e então eu conto tudo.”

Depois de alguns minutos, elas finalmente saíram da sombria prisão. Agora que estavam do lado de fora, observaram o pôr do sol.

Era uma visão bonita, afinal. Mas apenas dentro da cidade. Ao longe, o céu parecia mais escuro e acinzentado.

“A história é assim...” Hanahata começou a contar. “Eu fui trazida para cá. Não sabia onde estava ou o que deveria fazer. Eu fiquei presa e só era alimentada três vezes por dia, com um pequeno prato de sopa. Algumas vezes traziam algo mais especial, pois não podiam me deixar morrer.”

Quando ela começou a contar, Yosafire e Macarona sentaram-se para ouvir.

“Eu não entendi o que estava acontecendo, e toda hora estava chorando, preocupada com você, Yosafire. Eu não sabia o que tinham feito com você ou o que você faria sem mim. Mas eu não tinha o que fazer, apenas esperar. Um dia, Siralos falou comigo. Explicou onde estava e explicou sobre... visão do futuro, uma habilidade que eu tinha. Eu não entendi muito bem, mas ele me pediu para mostrar o futuro. E naquele momento, uma fumaça verde saiu de mim. Ela se juntou em apenas um lugar e parecia um fogo... Uma chama verde. E aquilo mostrava imagens.”

Macarona e Yosafire ficaram muito interessadas com a história. Seus olhos estavam arregalados e as duas pareciam curiosas.

“Depois de ele terminar de ver a imagem, a chama voltou para dentro de mim. Eu não entendia o que aquilo significava, só sabia que era o futuro. E então, por todos esses anos, fui usada como um oráculo, em serviços a um deus que me aprisionou. Todas as vezes que ele precisava saber algo, pedia a mim. E muitas vezes as imagens mostravam o Gray Garden. Eu sabia que meu mundo tinha algo envolvido a isso, e agora eu sei que ele o invadiu, com o objetivo de destruir Ivlis.”

“Mas, então, por que ele me procurou? Por que ele me trouxe para cá?” Yosafire perguntou.

Hanahata respirou fundo.

“Bom, o objetivo principal de Siralos era destruir a paz de todas as maneiras. Sem a paz, o poder de Etihw e Kcalb nunca se juntaria, e assim ele seria mais poderoso, porque ele sabe que a junção dessas duas magias é muito mais forte do que ele. Então, ele provavelmente quis causar discórdia entre você e suas amigas, porque toda esperança poderia arruinar seus planos.”

Ela explicou e ficou quieta por alguns segundos.

“Bom, tem mais um motivo...” Hanahata contou. Macarona e Yosafire ficaram surpresas. “Chegou um dia em que as visões do futuro começaram a ficar menores. E cada vez menores. É como se eu estivesse perdendo os poderes. Então, ele ficou sem uma fonte sobre o futuro, e precisava achar uma nova. Ele se lembrou de você.” Ela apontou para Yosafire. “E disse que quando a chama entrou em mim, eu ainda estava grávida. Você seria a próxima vidente. Além de causar discórdia... Ele poderia continuar vendo o futuro.”

Yosafire ficou assustada.

“Mas ele não viu o futuro comigo nenhuma vez. E se eu posso mostrar o futuro, por que ele não me levou junto? Não nos levou junto?”

Hanahata não sabia a resposta.

Nesse momento, Yosafire lembrou-se de Froze e Rawberry. E não conseguiu segurar a vontade de perguntar:

“Macarona! O que aconteceu com Froze e Rawberry? Elas estão bem? E Froze, ela me perdoou por aquele mal entendido? Ela me perdoou por estar negociando com alguém que queria que eu a matasse?”

Macarona não conseguiu prestar atenção em todas as perguntas, mas fez uma explicação rápida:

“É... Rawberry, eu não sei. Nós... a abandonamos na floresta. Greif e Lowrie provavelmente estão com ela. Depois de aquilo acontecer, eu e Froze voltamos aos castelos. Demorou um tempo, mas conseguimos chegar. Froze estava com raiva dos demônios, e ainda queria vencer a guerra, mas então, aqui na Cidade do Sol, ela percebeu que a culpa era toda de Siralos e quis ficar sozinha. Eu... acho que é melhor você ir falar com ela.”

“Por favor, me mostre onde ela está!” Yosafire pediu.

Macarona começou a voar, e junto a ela foram Yosafire e Hanahata. Quando elas chegaram perto do campo de girassóis onde Froze estava, Hanahata ficou esperando e Yosafire correu para falar com ela.

“Eu acho melhor falar com Etihw e Kcalb e contar as novas informações. Vejo vocês depois.” Macarona disse.

“Sim, tudo bem.” Hanahata respondeu. “Eu tenho eternos agradecimentos pelo que você fez por nós.”

Macarona acenou e começou a voar para o centro da cidade. Hanahata observou Yosafire andar até Froze.

A demônio andou calmamente pelos girassóis que brilhavam à luz do sol. Depois de alguns passos, chegou bem perto de Froze. Como a anjo estava de trás, não tinha visto Yosafire.

“Froze” Yosafire chamou.

Froze virou-se. Seus olhos pareciam estar formando lágrimas. Yosafire tomou coragem e começou a falar, de olhos fechados:

“F-Froze, me desculpa. Eu não devia ter ouvido aquele estranho, e eu nunca mataria você. Você, junto com Macarona e Rawberry cuidaram de mim enquanto estávamos sozinhas. Vocês cuidaram de mim quando eu me machuquei. E como eu agradeço? Fazendo tudo isso! Por favor, me desculpe!”

Uma lágrima saiu do olho de Froze. Ela olhou Yosafire. E então, sem pensar duas vezes, a abraçou. Lágrimas saíram dos olhos de Yosafire, também. Ela também abraçou Froze.

“Yosafire, é óbvio que eu te perdoo. Na verdade, quem tem que pedir desculpas sou eu. Eu fui egoísta, não quis te ouvir, mesmo tendo vocês ao meu lado ainda desconfiei de sua amizade... A culpa foi sempre minha, você não tem que se culpar. Eu fui tonta, não pude ver o que estava na minha frente, a guerra me cegou...” Froze estava explicando, até ser interrompida.

“Não. A culpa não é sua. Existe apenas uma pessoa que devemos culpar: Siralos e seus anjos.” Yosafire disse. “Ok, não é só uma pessoa, mas a culpa não é dos anjos e demônios do Gray Garden, mas sim os anjos do Reino do Sol.”

As duas pararam de se abraçar. Yosafire estava sorrindo, mas Froze parecia séria, e isso deixou Yosafire um pouco triste. Então, Froze começou a rir. Rir como nunca tinha rido antes. E então, Yosafire também riu. As duas começaram a rir juntas.

Depois de alguns minutos, Froze disse:

“Ei, como nós conseguimos rir ainda assim? Nosso mundo está em perigo.”

“É verdade, mas... Não é todo dia que eu posso te ver rindo.” Yosafire comentou, ainda sorrindo. Logo depois, Froze parou de rir e ficou séria novamente.

“Vamos, temos coisas a fazer.” Froze chamou.

“Tudo bem...” Yosafire disse, a seguindo.

Quando chegaram até onde Hanahata estava, Yosafire apresentou uma à outra. Elas estavam felizes, e as três, juntas, voaram até a praça no centro da cidade.

***

Macarona voava pela Cidade do Sol, em direção ao lugar onde os outros se encontravam presos. Aquela cidade era muito bonita, apesar de estar abandonada. Todas as casas seguiam o mesmo padrão de paredes brancas. Ela imaginou como seria a vida vivendo em um lugar como aquele, e se perguntou se os anjos de lá eram felizes.

Em um momento, ouviu alguém gritar algo como “Ei, você!”.

Ela olhou em volta e não viu ninguém. Para ter certeza, disse:

“Tem alguém aí?”

Depois de dez segundos, uma demônio apareceu, vindo de trás de uma das casas. Macarona a reconheceu. Era a demônio que ela tinha salvado de Froze um tempo antes.

“Eu sou Raspbel” ela disse, séria.

Macarona hesitou. Não sabia o que dizer.

“E... Obrigada por... salvar minha vida, mesmo não me conhecendo. Eu só queria saber... Por que você me salvou?” A menina perguntou.

“Oh. Eu não queria que essa guerra continuasse, e você me lembrou a Rawberry, que...”

A expressão da demônio mudou de um segundo para outro. Antes ela estava séria, e agora estava surpresa.

“Você conhece minha irmã?” Ela perguntou, em voz alta, interrompendo Macarona.

“Vocês são realmente irmãs? Wow!” Macarona também parecia surpresa. “Sim, eu conheço a Rawberry, nós somos... éramos... amigas.”

Raspbel ficou animada ao saber daquilo. Desde que sua irmã tinha desaparecido, ela tinha ficado com muito mais raiva, muito mais ódio em relação aos anjos.

“Então... Onde ela está?” Raspbel perguntou.

Macarona então percebeu que ela não sabia exatamente onde Rawberry estava, e tinha dado falsas esperanças a Raspbel.

“Na verdade... Eu não sei. Desculpa, eu acho que ela nem veio para cá, porque...” Macarona tentou explicar.

“Droga! Realmente não posso confiar nesses anjos!” Raspbel interrompeu.

“Espera! Tudo isso é culpa do...” Macarona tentou dizer, mas Raspbel já a ignorava e andava para longe. “...Siralos.”

Macarona ficou com raiva. Tudo aquilo tinha acontecido por culpa de Siralos, e agora ela estava levando a culpa.

“Ei, espera!” A anjo gritou. “Olha, quando tudo isso acabar, nós vamos procurar a Rawberry e encontrá-la, eu prometo!”

Raspbel parou de andar por alguns segundos. Ela sussurrou algumas palavras, que Macarona não conseguiu ouvir. Depois disso, a anjo resolveu se virar e foi falar com Etihw e Kcalb, sobre o que tinha descoberto na conversa com Yosafire e Hanahata.

Ela procuraria Raspbel depois.

***

No Gray Garden, quase tudo estava estável. Siralos resolveu prender os demônios de Ivlis em celas, em vez de manda-los direto ao Mundo do Sol. Ivlis conhecia o lugar, então não seria difícil para ele encontrar o portal de saída.

Vários demônios se encontravam presos no subterrâneo dos castelos de Etihw e Kcalb.

O deus do sol chamou um dos anjos mais importantes, que trabalhava para ele. O anjo tinha cabelos loiros e curtos e usava um colete preto por cima de uma camisa social branca.

“Peter, onde está a demônio que eu pedi que trouxesse?” Siralos perguntou. Ele se referia a Yosafire.

Peter colocou a mão em sua testa e abaixou a cabeça. Depois, a levantou e disse:

“E-eu esqueci...”

Siralos olhou para ele, ainda parecendo calmo. Então, disse, com uma voz fria e séria:

“Como. Você. Esqueceu. Uma coisa. Dessas?” A última palavra foi gritada, o que fez o anjo Peter ficar encolhido. “Rápido, você precisa ir busca-la antes que precisemos fazer aquilo.”

“Certo, certo. Eu vou fazer o mais rápido o possível.”

O anjo saiu de perto, olhando para trás, pois estava com medo de Siralos tentar matá-lo antes de sair e mandar outra pessoa para fazer isso. Nada disso aconteceu. O anjo entrou no portal, e quando chegou ao outro lado, não tinha nenhum anjo ou demônio, nenhum vivo e nenhum morto. Eles provavelmente haviam feito as pazes e saído de lá.

***

Quando Macarona chegou ao centro da cidade, viu que as pessoas ainda estavam presas e Etihw e Kcalb tentavam se concentrar para usar um pouco de magia para tentar libertá-los.

Macarona gritou:

“Etihw! Kcalb! Vocês não vão acreditar o que eu encontrei!”

Os dois chegaram perto dela, perguntando:

“O quê? Achou algum jeito de sairmos daqui?”

“É uma longa história. Eu encontrei Yosafire e a mãe dela, Hanahata. E elas disseram que Siralos precisava de vocês dois separados, porque ele sabe que só é mais poderoso assim. Se vocês juntarem seus poderes, serão mais fortes e só assim a gente vai conseguir ter o nosso mundo de volta.” Macarona explicou.

Etihw e Kcalb olharam um para o outro. Eles ficaram pensando, e depois se voltaram para Macarona.

“Como juntar nossos poderes? Eles estão quase mínimos e isso parece impossível sem nossos diamantes principais para nos fortalecer.”

Macarona pensou antes de responder. Ela não fazia ideia de o que fazer.

“Eu não sei como isso funciona... Eu nunca me perguntei como vocês fazem magia, e eu nem sei se uma pessoa normal pode fazer isso também. Desculpem-me.”

“Não, Macarona, você não deve se desculpar. Tudo o que você já fez já está nos ajudando ao máximo! Olha, a gente consegue!” Kcalb consolou, sorrindo.

Kcalb virou-se para Etihw e Etihw virou-se para Kcalb. Eles fecharam os olhos e se concentraram, tentando trazer a maior magia que pudessem. Isso durou um tempo, um pouco mais de cinco minutos. Foi quando uma névoa branca saiu das mãos de Etihw, e uma névoa negra saiu das mãos e de Kcalb.

Elas já iam se tocar...

No último segundo, os dois foram arrastados para trás por um pequeno vento que veio do poder, se desconcentrando. Não tinha dado certo.

“Droga! Foi quase!” Etihw disse. “Vamos tentar de novo?”

Nesse momento, eles avistaram Hanahata e Froze voando. Froze carregava Yosafire, que realmente tinha medo de voar desde que tinha caído.

“Ei! Froze! Yosafire!” Macarona gritou, sorrindo, quando as viu.

Elas continuaram voando e pousaram. Macarona correu para abraçar as três. Elas se cumprimentaram, e então Hanahata parou de prestar atenção em Macarona. Ela olhou para Etihw e Kcalb, quase sem acreditar.

“Então é verdade... Depois de todos esses anos, vocês finalmente não estão mais brigando?” Hanahata disse, muito surpresa.

“Hanahata... Eu me lembro de você!” Kcalb exclamou. “Espera, você é a mãe de Yosafire? Vocês duas são realmente parecidas!” Ele olhou para Yosafire. “Yosafire, você está bem! Quando você sumiu naquele dia, eu achei que estivesse... Morta.”

Yosafire chegou mais perto e disse, com um tom sarcástico:

“Eu, morrer? Pff.”

Froze e Macarona riram um pouco.

“Bom, no caminho para cá, a gente achou uma loja de mapas. E... Pegamos isso aqui.” Froze mostrou um mapa um pouco velho e amassado, com alguns cortes nas pontas.

O mapa mostrava a Cidade do Sol, bem no centro. Em um ponto estava o portal por onde eles haviam chegado, que ficava no canto inferior esquerdo. E em um lugar bem longe estava uma pequena vila, no canto superior direito. E lá tinha um ponto verde onde estava escrito “Portal de saída”.

Tinham mais algumas coisas escritas no mapa: “A vila escondida. Ela não pode ser encontrada por ninguém, a não ser que essa pessoa seja teletransportada.”.

Etihw e Kcalb leram aquilo e olharam um para o outro.

Foi quando Etihw finalmente percebeu:

“Ei, a gente estava tentando juntar os poderes, mas nem tínhamos motivos. Agora nós sabemos de o que precisamos: Nós queremos chegar lá, na Vila Escondida.”

“Exatamente! Nossa, Etihw, você é muito esperta!” Kcalb elogiou.

Etihw sorriu. Então, eles tentaram novamente. Fecharam os olhos e estenderam as mãos. Pensaram em tudo o que queriam fazer. Pensaram no Gray Garden e em uma era de paz entre anjos e demônios. Pensaram em felicidade.

O poder começou a sair de suas mãos, mas não parecia ser forte o suficiente.

“Ei, escutem!” Macarona disse. Etihw e Kcalb continuaram concentrados e ninguém pareceu dar atenção para ela, só as pessoas que estavam mais perto.

“Ei, todos vocês!” Ela gritou. Aos poucos, todos os anjos e demônios presos estavam olhando para ela. “Etihw e Kcalb sempre usaram os diamantes para se fortalecer. Mas agora eles não têm os diamantes. E se talvez... Talvez todos nós pudéssemos nos concentrar e tentar fortalece-los?”

Eles começaram a comentar sobre como ela estava certa. E então, todos se concentraram. Todos, juntos, ao mesmo tempo, pensando apenas em como seria boa uma vida de paz no Gray Garden.

Etihw e Kcalb deram as mãos. Os pensamentos começaram a se tornar maiores e mais reais.

E isso funcionou.

Com a fé de todos juntos, os poderes se uniram e lançaram um raio cinza pelo céu, que foi mais alto do que qualquer um poderia ver. E no chão, apareceu um tipo de mesa preta com um diamante branco em cima.

“Nós conseguimos!” Etihw comemorou.

“Sim! Parabéns!” Kcalb disse para Etihw.

A deusa o abraçou, por impulso. Kcalb ficou corado e tentou olhar para outro lado. Etihw percebeu que estava fazendo aquilo na frente de quase todo o Gray Garden e se afastou.

Alguns “Awn” vieram das pessoas que estavam assistindo.

Nesse momento, os anjos e demônios que estavam procurando pistas na cidade chegaram, por sinalização do raio de luz.

“Eu vou primeiro, para testar” Etihw disse.

“Espera! E se for perigoso? Não acha que devemos ir juntos?” Kcalb perguntou.

Ela olhou para ele e assentiu. Eles deram as mãos e ao mesmo tempo tocaram o diamante branco. Então, se viram em um tipo de túnel preto e branco e eles pareciam estar caindo.

Eles gritaram, mas aquilo só durou alguns segundos. Logo depois disso, estavam em outro lugar. Era a Vila Escondida. Eles sabiam daquilo porque bem no centro estava um portal verde, que com certeza era a saída daquele lugar.

Eles sorriram.

“Agora vamos buscar os outros!” Etihw disse.

Os dois perceberam que lá também havia uma mesa, igual à outra, mas com as cores invertidas. A mesa era branca e o diamante era preto. Quando o tocaram, passaram pelo mesmo túnel e voltaram à Cidade do Sol.

“E então? Funcionou?” Várias pessoas perguntaram ao mesmo tempo.

“Sim! É seguro!” Etihw respondeu.

A deusa e o diabo usaram os poderes para levar o portal bem ao lado da grade onde os anjos e demônios estavam presos. Assim, um por um iam tocando o diamante, pelas aberturas das grades, e eram levados até a vila.

Em pouco tempo, todos haviam sido levados. Por fim, estavam só Etihw e Kcalb sozinhos lá.

“Ei. Você acha que vamos conseguir? Você acha que poderemos sair daqui e derrotar Siralos?” Kcalb perguntou a Etihw.

“Parece uma coisa impossível. Mas eu sempre achei que seria impossível unir nossos poderes. Até agora.” A deusa respondeu, sorrindo.

Kcalb sorriu em resposta.

Por fim, os dois tocaram o diamante e foram levados juntos à Vila Escondida.

Quando chegaram lá, perceberam que a maioria das pessoas pareciam exaustas. Eles estavam acordados há bastante tempo. A deusa e o diabo recomendaram que tentassem se acomodar nas casas da vila e dormir um pouco. No dia seguinte iriam voltar ao Gray Garden. Na verdade, eles não sabiam se era correto dizer “No dia seguinte”, porque o tempo ainda estava parado naquele mesmo pôr do sol.

Enfim, todos foram se deitar. Todas as casas tinham camas e um pouco de comida nas cozinhas.

Passaram-se horas, e finalmente todos estavam acordados.

Eles se encontraram, todos, no centro da cidade.

“Eu e Etihw estivemos conversando, e decidimos que, como isso é algo muito perigoso, não queremos colocar vocês em risco. Queremos que fiquem aqui” Kcalb começou a falar. “Se vocês forem, será por livre e espontânea vontade.”

“Mas novamente: Isso é muito perigoso. Nós realmente não queremos colocar suas vidas em risco.” Etihw repetiu, falando mais alto. “Se alguém realmente quiser ir...”

“Eu vou” Yosafire disse, levantando a mão. Ela andou em meio às pessoas, até que então ficou na frente de todos. “Se a paz existir, eu não quero ser inútil. Eu estarei lutando por isso. Então eu vou para o Gray Garden lutar contra Siralos.”

Atrás dela, estavam Froze e Macarona.

“Eu também vou!” Macarona disse. “Não quero mais ser fraca como sempre fui. Eu lutarei pelo nosso mundo!”

“E eu também!” Froze exclamou, confiante. “Estarei lá pelo nosso mundo até o fim!”

“É óbvio que eu vou junto!” Grora disse, chegando perto delas. “Ainda preciso salvar aquele cabeça de anjo!”

Chelan e Dialo chegaram perto.

“Nós vamos, com certeza!” Dialo disse.

Nesse momento, Hanahata chegou ao lado de Yosafire e disse:

“Yosafire! Não, por favor! Nós estivemos muito tempo separadas! Eu não quero te perder!”

“Mãe... Você não vai me perder. Essa é nossa única chance. Você só vai me perder se eu não fizer isso.” Yosafire explicou.

“Então eu vou junto!” Hanahata disse, determinada.

“Não, por favor. Você esteve fraca por todo esse tempo, você realmente precisa de descanso. Fique aqui, por favor.” Yosafire pediu.

Hanahata ficou triste, porque realmente estava fraca demais para fazer aquilo.

“Olha, esse tempo todo eu estive com você por causa disso.” Yosafire mostrou o pequeno pedaço de pano vermelho, a única lembrança de sua mãe, que ela tinha guardado desde que sua mãe tinha sido capturada. “E agora você estará comigo.” Ela entregou o pedaço de pano para a mãe.

“Você guardou isso por todos esses anos...” Algumas lágrimas saíram dos olhos de Hanahata, de alegria e tristeza ao mesmo tempo. Ela abraçou a filha. “Fique segura.”

“Eu vou ficar, mamãe” Yosafire respondeu, abraçando a mãe também.

E então, era finalmente o momento de voltar ao Gray Garden. Todos separaram uma bolsa ou mochila para levar comida e água, e formaram um círculo: Kcalb, Etihw, Yosafire, Froze, Macarona, Dialo, Chelan, Grora.

Etihw e Kcalb deram as mãos.

E então, ao mesmo tempo, todos pularam no portal verde. O mundo começou a girar e então chegaram ao Gray Garden, que parecia um tanto irreconhecível com as reformas de Siralos.


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