Survive escrita por Camila Reis


Capítulo 5
Quinta Luta - Not Strong Enough


Notas iniciais do capítulo

E OLHA QUEM TÁ AQUI DE NOVO? EOL! NÃO FALHEI NENHUM DIA - CHUPA INIMIGAS! Mas estou tendo probleminhas com o sexto cap... e-e e o sétimo... Mas enfim,eu acredito que irei conseguir! o/ Um dia,quem sabe... .q
Enfim...Hoje é dia de...NOT STRONG ENOUGH!
Link: https://www.youtube.com/watch?v=e5O90uzvUA4
Cap não ficou TÃO bom,mas...é a vida.Capítulos ruins vem para os bons valerem a pena ~Lispector,Camila .q
Boa Leitura! :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615586/chapter/5

Horas antes, assim que o sol se pôs...

— O que faremos agora? - perguntou a pequena.

— Confesso que não sei...Não imaginei que fôssemos sobreviver por mais uma noite...

— Nii-san! - Ralhou a pequena,que caminhava ao lado do garoto confuso. Ambos tinham cabelos de cor azul escuro, com penteados estranhos. A menina estava agarrada à sua boneca, os passos miúdos e inseguros. O garoto mantinha as mãos no bolso, indiferente. Lucy quase se sentiu como se fosse humana novamente.

Quase.

Estou ouvindo vozes!— ouviu-se uma voz ao longe - Seriam mais Ressuscitados?

Lucy parou, automaticamente se abraçando, como que protegendo o peito. A garotinha logo correu para trás do irmão. Os três permaneceram imóveis, como se tivessem congelado no tempo.

Mais passos.

Acho que ouvi por aqui...— Lanternas surgiram na escuridão, e por pouco não pararam sobre o rosto de Lucy. De repente, um grito.

YAMAIRI ESTÁ EM CHAMAS!— uma voz feminina - Venham, rápido, precisam ver isso!

Passos se afastando. As lanternas se apagaram. Eles foram embora.

Lucy estava tão aliviada que pensou que fosse desabar ali mesmo. Ouviu um suspiro de alívio da sua priminha, e não pôde conter o riso.

Seguiram a caminhada pela floresta. O seu vestido estava totalmente sujo - quando fora a última vez que trocara de roupa? Não se lembrava - os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo frouxo. Os sapatos com um pequeno salto de brancos agora eram marrons com tanta sujeira. Tantas foram as vezes que teve de correr e se esconder, que nem se deu ao trabalho de ficar cuidando da maquiagem - o delineador todo borrado. Não que seus primos distantes estivessem em bom estado, mas ela já teve dias bem melhores.

Caminharam por um longo tempo, até alcançarem os limites floresta e então chegarem à cidade - Lucy ficou se perguntando quantos Shikis teriam chegado ali, e quantos teriam sobrevivido.

— Muito cuidado agora - Sussurrou o garoto. Lucy acenou positivamente com a cabeça.

E então eles começaram a caminhar pela cidade, evitando os pontos onde humanos se reuniam. O garoto apertava a mão de sua irmãzinha com força, temendo perdê-la. Ela também se mantinha agarrada à boneca.

Passaram pela casa de Lucy, que parou por um momento e tirou os sapatos,deixando-os na varanda.

— O que está fazendo? - Perguntou o garoto, a voz não passando de um sussurro.

— Deixando algo meu na minha casa - Respondeu Lucy no mesmo tom de voz - Não se preocupe, ninguém vai notar. Deixei eles escondidinhos. - O garoto não podia acreditar naquilo, mas resignou-se.

E Lucy seguiu o caminho descalça mesmo.

Pararam perto do que seria a clínica do Dr.Ozaki. Em frente à clínica, um massacre estava sendo feito. Lucy reconheceu diversos amigos Shikis que tinha feito quando se tornou um deles. Todos sendo mortos sem piedade.

Ela não queria ficar ali e ver seus amigos sendo mortos. Mas o massacre em si já havia acabado. Agora sua atenção era para outra coisa.

Seu marido, que ajudava a carregar os corpos.

Ela não se lembrava dele tão magro, tão abatido.

Tão...desolado.

Vendo-o daquela forma, ela teve vontade de correr até ele, abraçá-lo. Beijá-lo. Dar a ele todo o carinho do mundo. Esses pensamentos a deixaram atordoada. Estava tão ocupada em se alimentar, fugir e sobreviver, que havia se esquecido o quanto amava aquele homem.

Mas ele estava indiferente perante os cadáveres ali. Alguns foram seus amigos desde a infância. Até mesmo um irmão seu estava ali. Desde quando ele se tornara tão frio? Ela até chegou a pensar que ele a mataria caso se aproximasse.

Uma buzina, e então uma caminhonete se aproximou. Dali, saiu uma mulher alta e jovial, os cabelos da mesma cor dos de Lucy, até os olhos eram verdes, porém os desta mais claros. Ela abraçou o marido de Lucy, depositando um beijo em seus lábios.

Sua irmã mais nova.

Uma onda de ciúme invadiu Lucy. Seu desejo de enforcá-la era enorme. Sua irmã sempre foi meio apaixonada pelo seu marido, mas Lucy nunca imaginou que a irmã ia ser tão cara de pau a ponto de roubar o marido de Lucy após sua "morte".

Talvez eles até tenham..., com esse pensamento, Lucy se adiantou.

— Vadia - Falou em bom tom, andando na direção deles. O seu primo segurou o braço de Lucy bem à tempo.

— O que pensa que vai fazer? Se chegar no meio de toda essa gente...acha que não vão perceber que já devia estar morta?

— Mas...Meu marido...ele...

— Nem mesmo ele vai te defender. E mesmo que defenda, que diferença faz? Estão em maior número, Lucy. Seja prudente.

Lucy odiava admitir que ele estava certo. Não podia simplesmente chegar ali e tomar o marido em seus braços. Poderia causar confusão, mas logo perceberiam e a matariam. Precisava manter a calma.

Seguiu andando à muito contragosto. Não queria deixar que seu marido ficasse com aquela víbora da sua irmã. Lucy o amava tanto! 
Estava imersa em pensamentos, e não percebeu por quanto tempo ficaram andando. Quando viu, estavam atrás de uma casa, e a luz diante deles indicava que haviam pessoas ali.

O garoto esperou. Após algum tempo, a luz sumiu. Ele correu para o outro lado, para uma casa próxima. Depois virou-se, fazendo gestos para que Lucy e a garotinha fizessem o mesmo.

A garotinha estava quase indo quando a luz tornou a aparecer. Ela paralisou. As duas ficaram em completo silêncio. Depois, a luz sumiu novamente, e a menina agilmente avançou para o lado do irmão. A luz apareceu mais uma vez. Faltava apenas a Lucy.

Os segundos se arrastavam, até que a luz sumiu novamente. Lucy começou a correr. Acidentalmente, porém, ela pisou em um galho, atraindo a luz para si. Apertou os olhos, a mão diante destes, com a palma na direção da luz.

Um Ressuscitado! Vamos, peguem as estacas!

Lucy praguejou baixinho, olhando na direção dos primos, que tremiam. Fez um gesto discreto para que fugissem, e os lábios se abriram, formando palavras,embora o som não saísse.

Eu cuido deles.

O seu primo pareceu entender, pois pegou a irmãzinha e juntos correram para longe. Lucy se virou para os humanos, notando que era um grupo numeroso. Um deles se adiantou, com uma estaca e um martelo. Lucy olhou para todas as direções possíveis, até se deparar com o telhado da casa que acabara de passar. Tomando impulso, ela conseguiu saltar até o telhado.

— PEGUEM-NA! - Berrou o homem com a estaca e o martelo. Lucy correu pelo telhado, pegando impulso e saltando para o outro, na direção oposta pela qual seus primos foram. Ela quase caiu no chão, mas chegou ao outro telhado e seguiu correndo.

Saltou para o terceiro telhado, mas errou o salto e - se não tivesse se segurado nas bordas do telhado - teria caído no chão. Estava se erguendo quando alguém segurou seu tornozelo com força, fincando uma estaca de madeira ali. Ela deu um grito de dor, chutando a face de quem quer que havia feito aquilo, e então usando a cabeça daquele indivíduo como impulso para subir no telhado.

Funcionou. Arrancou a estaca e a jogou no chão, esperando que o ferimento cicatrizasse bem para então continuar a fuga. Lucy perdeu a conta de quantos telhados ela pulou até conseguir despistá-los. Depois, ela escolheu uma nova rota, seguindo a direção a qual seus primos foram.

Estava tudo indo bem, até que ela parou atrás de uma das casas, ouvindo gritos. Quando foi olhar, deparou-se com os corpos dos seus primos no chão, entre poças de sangue. Além deles, não havia mais ninguém, o que era bem estranho, mas Lucy não pensou naquilo no momento.

Sua atenção estava concentrada nos corpos.

Ela avançou com dificuldade, caindo de joelhos diante dos corpos dos dois. A menina tinha os olhos arregalados, assim como o garoto. Um soluço escapou da garganta de Lucy.

Um objeto perto da menina chamou a atenção de Lucy. A pequena boneca de pano que a menina tanto abraçava. Tinha os cabelos em fiapos, da cor azul escuro. Os olhos eram dois botões negros, sendo que um havia caído. O vestidinho rosa estava rasgado em algumas partes, totalmente sujo. Lucy abraçou a boneca, soluçando. Lágrimas desciam da sua face, caindo no chão ensanguentado.

— Me perdoem...Eu fui descuidada...Deveria ter ficado e protegido os dois...

Ela calou-se quando um luz caiu sobre ela. Olhou para a frente, encarando o dono da lanterna.

Ali, em pé diante dela, com apenas os corpos entre eles, estava o seu marido.

— Você...Ressuscitou? - A voz dele demonstrava muita surpresa. Lucy fungou em resposta - Não...Não é possível...Não pode ser você...

Lucy não podia perder tempo. Levantou-se pesadamente e, abraçando-se à boneca de pano, correu para longe, ignorando os chamados do marido.

Não percebeu o quanto tinha corrido até passar diante da casa onde morava quando era humana, notando um vulto na porta.

Mamãe...

Lucy parou, olhando para a porta. Lá, parada, uma garotinha ainda menor que a sua prima morta, os cabelos da mesma cor que os de Lucy, porém com os olhos castanhos como os do pai. Ela bocejava e olhava para Lucy assustada, como que se perguntando se era um sonho.

— Mamãe? - Ela esfregou os olhinhos, seu corpo pequenino de uma garotinha de três anos - Mamãe, é você?

— Filha... - Disse Lucy, maravilhada. Há quanto tempo Lucy estava morta mesmo? Sua filha tinha crescido tanto...

Ela caminhou na direção da entrada da casa sem perceber, caindo de joelhos no chão, os braços abertos. Sua filha sequer hesitou ao abraçá-la. Sentir o calor do corpo pequeno, a respiraçãozinha, até mesmo o perfume de seu bebê lhe trouxe lembranças felizes. Os olhos de Lucy se encheram d'água.

— Senti saudades... - Murmurou a pequena, a voz infantil abalando o coração morto da mãe.

— Eu também, meu anjo...Eu também - Murmurou Lucy, a voz chorosa.

As imagens da prima morta passaram como um relâmpago por sua mente, e Lucy abraçou a filha com ainda mais força.

Uma voz veio de trás de Lucy.

— Está viva... - Lucy reconheceu a voz do marido,e  soltou a pequena, só então reparando que segurava a boneca de pano. A entregou para a menina, que olhou para o brinquedo curiosa. Lucy virou-se, olhando para o marido.

— Sim. Estou viva - O tom de voz era frio e cortante como uma navalha - Sou um daqueles que está matando por aí.

— Você...Não pode...

— Não posso chegar perto da minha própria filha? Por quê? Por que sou um monstro? Pois saiba que eu não a machuquei. Sinta-se à vontade para examinar o corpo dela. Não causei-lhe nem um arranhão.

— Precisamos conversar - Ele disse, tão frio como ela.

— Mamãe... - começou a menina, com um certo desespero.

— Não se preocupe - Dizia Lucy, erguendo-se com a menina no colo - Já está tarde. Está na hora da princesa dormir, não acha? Farei-a dormir, e então conversamos - Terminou de dizer ao marido.

O homem bufou, entrando na casa. Depois, virou-se para Lucy, como que esperando que ela entrasse. Lucy apontou para a porta com o olhar.

— Posso entrar? - Perguntou Lucy aborrecida.

O homem ficou confuso. Mas depois notou sobre o que ela se referia, e usou o tom calmo e indiferente de sempre.

— Sim, pode entrar sim. Venha, faça a minha filha...

Nossa filha - Corrigiu Lucy.

— Pois bem...faça nossa filha dormir. Depois conversamos. Temos o resto da noite para isso.

***

Não foi necessário muito esforço para fazer a garotinha dormir. Logo,ela dormia abraçada à boneca, a chupeta pendendo da boca. Lucy e o marido foram até o quarto que ocupavam como casal.

— Você é louco? Deixou nossa filha sozinha! E se algum vampiro entrasse? - Perguntou Lucy, furiosa.

— Eles não entram sem serem convidados. Acabamos de comprovar isso. - O homem respondeu simplesmente.

— Mesmo assim...E se convencessem ela à deixarem eles entrar? Ou convencê-la à sair da casa?

— Eu costumo deixá-la dormindo aqui. Não tem perigo. E não é disso que precisamos falar.

— Como assim "E não é disso que precisamos falar"?! Não fuja do assunto! Seu irres-

O homem se irritou, empurrando o corpo de Lucy contra a porta, que estava fechada. Depois, ele colocou ambas as mãos na porta, em cada lado de Lucy. Ela quase podia sentir os polegares dele tocando seus ombros.

— A questão não é essa. - Ele respondeu, aproximando o seu rosto do de Lucy, os narizes quase se tocando - Quando exatamente você ressuscitou?

— Quatro dias depois de ter morrido... - Lucy franziu a testa - Imaginei que o Dr.Ozaki tivesse revelado tudo para vocês.

— Ele revelou quase tudo... - Respondeu o homem - Quando descobri sobre tudo isso, falei com ele. Perguntei se você tinha ressuscitado. Ele falou que não sabia dizer com certeza...Então eu resolvi ir descobrir eu mesmo. Abri seu túmulo, seu caixão e...Você não estava lá. Eu não queria acreditar nisso, mas mesmo assim...O único motivo que eu tinha para deixar minha filha aqui e ajudá-los na matança... - A mão esquerda dele percorreu o rosto de Lucy, os dedos acariciando sua face. Depois, a mão desceu até o colar com um pingente de lua minguante, que ele deu à Lucy no segundo mês de namoro. Os dedos indicador e polegar seguraram o pingente. Ele parecia pensativo - Foi para encontrar você. Me assustava o fato de que eu estava cuidando da nossa filha enquanto você era morta por um daqueles brutamontes, e você não tem noção da saudade que sinto de você.

Ele se aproximou mais, os lábios prestes a se encontrar. Mas a imagem dele beijando a sua irmã fez Lucy empurrá-lo.

— Sentiu tanto a minha falta que decidiu se agarrar com a minha irmã, é?

Ele ficou assustado.

— Eu não...Você viu?!

— E não poderia ter visto? - Perguntou ela, com sarcasmo - Queria que eu acreditasse que sentiu minha falta, mas na verdade fica se pegando com minha irmã em segredo, é isso?

— Foi só hoje, juro. Ela vive me perseguindo desde a sua morte. Mas eu consigo evitar. Agora que descobriram dos Ressuscitados, e a possibilidade de que você estaria viva, que ela enlouqueceu de vez. Volta e meia tenta me beijar, mas ela só conseguiu na frente da clínica, juro! - O tom de voz que ele usava era o mesmo de quando ia, desajeitadamente, se explicar ou se desculpar de algo que tinha errado. Ele não tinha mudado nada.

Lucy estreitou os olhos, com um olhar desconfiado, mas logo suspirou e o abraçou com força.

— Eu também senti muito sua falta. Mais do que você, aliás.

Ele riu.

— Duvido muito.

Os olhares se encontraram. Ele se aproximou mais uma vez, só que Lucy não o afastou. Então veio o beijo - Deus...ela sentia tanta falta dos lábios dele! - e quando ela percebeu, ele estava empurrando-a discretamente para a cama. Lucy soltou-o.

— Não...Deveríamos... - Ele a beijou novamente, a pegando de surpresa, ela afastou por alguns segundos para dizer - Droga...Não vivo sem você.

Ele riu, e ambos continuaram o que estavam fazendo. Acabaram por cair na cama, e pela primeira vez em algum tempo, não precisar respirar e ficar bem acordada durante à noite teve seus aspectos positivos.

***

Ela havia se esquecido das sensações boas que passou com o marido. Se esqueceu dos beijos e dos toques, que agora eram muito mais intensos pela diferença de temperatura entre os corpos.

Ela havia adorado, e ele não reclamou de ter contato com um corpo tão gelado, então estava tudo bem, ela acreditava.

Sentou-se na cama, não conseguindo abandonar um sorriso. Deixou o homem dormindo na cama, levantando-se e então indo tomar um banho. As lembranças aqueciam seu coração.

Após o banho, colocou um outro vestido, notando que o marido estava acordado.

— Resolveu acordar agora?

— Estou acostumado - Ele sorriu.

Ela sorriu também, e foi até o quarto da pequena. Entrou no quartinho dela, caminhando até a sua cama. Começou a acariciar o rostinho da menina, que nem se mexeu. Ouviu, do quarto do marido, o celular dele tocar e ele atender, mas não prestou atenção.

— Mamãe está de volta, meu amor - Ela sussurrou. E então lhe veio algo à mente.

Ela já devia estar morta. O que fariam quando toda a matança acabasse? Como viveria? E como contar ao resto da família?

O marido apareceu na porta já vestido ,a expressão séria.

— Estão me chamando.Preciso ir para...Você sabe...

— Eu entendo. - Ela olhou para ele, deixando os pensamentos de lado e sorrindo - Vá lá e faça seu trabalho. Apenas tome cuidado, ok?

— Ok - Ele sorriu também.

— Te acompanharei até a porta.

E foi o que ela fez. Juntos e de mãos dadas, eles caminharam até a porta, e foi ele quem abriu e se adiantou, arregalando os olhos.

A casa estava cercada de homens com estacas e martelos, de rostos ensanguentados. Lucy levou as duas mãos à boca, aterrorizada. O homem instintivamente colocou-se na frente dela.

Do meio deles, surgiu a irmã de Lucy.

— É ela, homens!A Vampira! Está usando sua hipnose para controlar o meu namorado!

— Seu o que? - Perguntei, sem acreditar.

— É a Lucy! - Disse um dos homens - Eu a conheço! Ela nunca seria capaz de fazer algo assim!

— A Lucy não! - Disse um outro homem - Mas esse demônio é capaz de tudo para sobreviver!

— Esperem! - Disse o marido de Lucy - Ela não fez nada contra mim! É minha esposa, vocês sabem!

— Olhem só isso! - Disse a irmã de Lucy - Ela está mexendo com a cabeça dele! Meu amor...Não se meta nisso...

— Cale a sua boca! - Gritou o marido de Lucy, e a garota se encolheu - Você não sabe a merda que está falando! Lucy nunca me machucaria!

— Nunca! - Completei, mesmo sabendo que eles não acreditariam em mim.

— A pirralha está certa - adiantou-se um velho alto e barrigudo, a barba grisalha toda ensanguentada - Não se meta nisso, meu filho. Temos um trabalho à fazer.

O marido de Lucy tentou impedir, mas era inevitável. Quando ela percebeu, dois homens a seguravam e a derrubavam no chão. O seu marido fora imobilizado pelo velho.

— Não! - Ele gritava.

— Não se preocupe... - Lucy disse, e no fundo, não sentia medo - Conte à minha menina que foi tudo um sonho...Amo você.

— Lucy... - Lágrimas desciam pelo rosto dele, e Lucy sentiu que ele sabia que esse era o certo a fazer.

Então veio a primeira martelada, dada pela sua irmã.

Um.

Lucy tentou se concentrar na sensação de paz que encontrara nos braços do marido, e isso a desviou da dor. Fechou os olhos;

Dois.

Três.

Ela estava feliz. Realmente feliz. Desde que vivia fugindo, imaginara que na hora de morrer gritaria, espernearia, choraria.Mas foi diferente. E ela estava orgulhosa disso, no fundo.

O velho soltou o marido de Lucy, que se ajoelhou diante da esposa morta. Dessa vez ela não ressuscitaria, mesmo que se passassem quatro dias, quatro semanas...Quatro anos.

Ele segurou a cabeça dela, colocando no colo. Lágrimas silenciosas percorriam o rosto.

— Também amo você.

There's nothing I can do
My heart is chained to you
And I can't get free
Look what this love done to me

(Não há nada que eu possa fazer
Meu coração está acorrentado a você
E eu não posso me libertar
Olha o que esse amor me faz)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

capítulo cheio de drama pq sim ;) Então?Gostaram?Amaram?Odiaram?
Não tenho certeza se conseguirei postar sexta...Mas qualquer coisa posto os dois últimos no sábado.
Beijokas
~Cami



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Survive" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.