Runaway escrita por Grace


Capítulo 9
Time


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Bem, como prometido, dessa vez eu não demorei muito! Hahahaha
Espero que gostem desse capítulo!
Beijos e boa leitura!



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Tris

Eu entrei na sala de Eric. Ele ficava ali praticamente durante o dia todo, principalmente agora que não estava infernizando a vida dos Iniciados. Era estranho Eric ficar fechado em uma sala. Ele sempre me pareceu um pouco hiperativo. Mesmo sem gostar dele desde a primeira vez que eu o havia visto, eu tinha certeza que ele era uma pessoa de ação.

Liguei o computador. Eu precisava vasculhar tudo o que conseguisse. Eu tinha certeza que ele não estava em seu estado normal hoje, quando atacou Quatro. Eric era agressivo, mas nunca atacaria ninguém sem motivos, principalmente na frente de várias testemunhas. Tinha alguma coisa por trás disso.

Comecei a vasculhar o computador. Era um pouco complicado. Cheio de lugares trancados, com senhas que eu não consegui adivinhar. Quatro havia me alertado que seria assim.

Dez minutos depois, eu desisti. Eles deviam estar voltando já. Se eu fosse pega mexendo no computador de uma sala que eu supostamente não devia estar, estaria em apuros. Ainda mais por ser a sala de um dos líderes da facção.

Sai trancando a porta. Guardei a chave que Quatro tinha me dado no bolso. Era a chave da sala de comandos, e Quatro havia descoberto recentemente, que ela funcionava como uma chave mestra. Poderia entrar em qualquer lugar da Audácia com aquela chave.

— Drew, Anna? — Chamei baixinho. Estava escuro, e eu não queria assustar os dois.

— Estamos aqui — Drew me respondeu. Eles saíram do esconderijo em seguida — Você já terminou o que veio fazer?

— Não — Eu respondi, seguindo em frente e avaliando se a barra estava limpa para sairmos dali sem sermos pegos — Não adiantou muita coisa. Não é hoje que vamos descobrir o que está acontecendo com Eric — Dei de ombros — Vamos, não podemos ser pegos aqui.

Saímos andando. Eu olhava a todo instante para os lados, me certificando que não tinha ninguém olhando uma hora dessas. Alguns minutos depois, chegamos ao fosso. Os outros ainda não estavam lá. Ótimo.

— Obrigada — Eu disse, encarando os dois Iniciados — Sei o risco que coloquei vocês hoje. Não vou fazer de novo. Não se esqueçam de manter isso em segredo. Agora, deitem-se e durmam. Se alguém perguntar, vocês me deixaram no meu quarto e vieram direto pra cá.

Eles concordaram com a cabeça. Comecei a me dirigir para a porta. Eu rezava para não encontrar ninguém no caminho. Seria difícil encontrar uma desculpa plausível, já que eu supostamente estava em estado de choque por ter machucado um dos líderes.

— Tris? — Drew me chamou quando eu estava quase fora do quarto — Gostei de ajudar. Se precisar, pode me chamar — Ele sorriu. Drew me lembrava muito eu mesma, dois anos antes. Sempre querendo ajudar e xeretar em tudo.

— Obrigada, Drew. Vou me lembrar disso — Eu sorri para ele e abanei a mão, dizendo tchau. Anna não olhou em minha direção. Ela parecia perturbada. Eu rezava para que ela não abrisse a boca.

Fiz uma anotação mental para não confiar muito nela. Primeiro agiu como uma fera pra cima de mim, me condenando pelo meu teatro. Depois me acusou de enganar Quatro. Ela não tinha olhado pra mim desde que me reuni a eles depois que não consegui nada no computador de Eric.

Entrei no meu quarto e fechei a porta atrás de mim. Não tranquei. Quatro passaria ali quando ele conseguisse se livrar dos outros. Nós tínhamos muito o que conversar.

Tomei um banho rápido, para tirar a tensão. Troquei de roupa. Coloquei uma blusa preta, justa no corpo e shorts bem curto, com os quais eu costumava dormir. Me joguei debaixo das cobertas.

Alguns minutos depois, eu comecei a ficar inquieta. Quatro estava demorando. Será que tinha acontecido alguma coisa? Esperei mais alguns minutos. A agonia tomava conta de mim. Levantei da cama e abri a porta. Olhei o corredor vazio.

Voltei para dentro do quarto, procurando meu relógio. Quase quatro da manhã. Comecei a andar de um lado para o outro. Meu coração batia forte. Quatro tinha prometido que ia passar por aqui, e ele não era o tipo de pessoa que esquecia as promessas, ainda mais quando o assunto era grave.

Dei mais uma olhada no relógio. Não haviam se passado nem dois minutos. Olhei o corredor novamente. Nada. Encostei a porta. Comecei a procurar meu tênis. Eu ia procurar por ele.

Foi quando ouvi passos de alguém correndo. O barulho aumentou. Quatro abriu a porta do meu quarto, entrou e rapidamente a fechou atrás dele.

— Acho que temos um novo problema — ele falou, em voz baixa, mas calma — Eles estão atrás de mim. Estão cercando esse lado da sede. Ninguém sai e ninguém entra.

— Quatro, o que exatamente você fez? — Eu perguntei, prendendo a respiração.

— Levei os outros até lá. Já faz uma hora — Ele fez uma breve pausa para recuperar o fôlego — Drew estava acordado ainda. Perguntei e ele me disse que você não tinha conseguido — Um barulho alto soou no corredor, me fazendo ficar inquieta — Então, eu me ofereci para ajudar a levar Eric até a enfermaria, e roubei a chave mestra dele — Quatro fez uma breve pausa, para recuperar o fôlego — Fui até a sala de Eric, entrei no computador — Nesse instante, eu ouvi a voz de Max. Ele parecia estar liderando uma revista nos quartos no inicio do corredor.

— Quatro, eles sabem que era você lá? — Eu podia não saber o que tinha acontecido exatamente, mas Quatro estava com problemas, o que significava que eu também estava com problemas.

— Não — Ele respondeu, sorrindo — Viram alguém correndo, vestido de preto.

— Tá, menos mal — Eu disse, aliviada — Tire os sapatos. Me dá teu moletom — ele fez o que eu pedi. Guardei o moletom dele no meio das minhas roupas. Se eles revistassem, procurariam por roupas jogadas e escondidas, não devidamente penduradas. Pulei na cama — Tire sua camisa, deixe ela no pé da cama — Nós cochichávamos. Eles já estavam nos quartos mais próximos.

Ele entendeu o que eu tentava fazer. Tirou a camisa e se deitou ao meu lado na cama. Quatro devia ter feito alguma coisa muito grande pra causar esse reboliço todo.

Ele chegou mais próximo a mim. Encostei a cabeça no ombro dele, ele me abraçou. Grande surpresa Max teria quando abrisse a porta. Nós dois fechamos ou olhos e fingimos estar dormindo.

Ficamos ali, em silêncio, aguardando.

Alguns minutos depois Max quase arrebentou a porta do meu quarto.

— O quê... que merda é essa? — Eu perguntei, fazendo minha melhor cara de quem tinha acabado de ser acordada. Quatro se sentou na cama, fingindo estar um pouco atordoado por causa do susto.

A cara de Max foi impagável. Ele ficou muito surpreso ao nos ver ali, deitados na mesma cama. Eu com um short minúsculo, Quatro sem camisa. Realmente, é muito fácil induzir as pessoas a pensarem coisas.

— Hã... eu estou só vistoriando os quartos — Max realmente estava sem palavras. Ele estava totalmente desconcertado

— Aconteceu alguma coisa? — Quatro perguntou, fingindo surpresa.

— Alguém invadiu uma das salas lá em cima, e ainda esfaqueou Travis no caminho. Estamos procurando quem foi — Ele respondeu, desviando o olhar de nós.

Fiz minha melhor cara de choque. Quatro também.

— Podemos ajudar em alguma coisa? — Perguntei, querendo ser útil.

— Não — Ele suspirou — O filho da mãe deve ter escapado antes de fecharmos o cerco. Eu ainda pego esse filho da puta. De qualquer forma, desculpe por atrapalhar vocês.

Ele começou a sair do quarto.

_Max? — Eu chamei, e ele se virou — Como está Eric? Ele vai ficar bem? — Perguntei, fingindo algum interesse. Eu sabia que não tinha acertado nenhum lugar mortal, e sabia que ele ia ficar bem, embora eu não me importasse .

— Ele está bem. Não acertou nenhum lugar letal. Vai ficar bem logo — Ele saiu do quarto fechando a porta e prosseguiu sua busca. E não ia encontrar nada.

— Você foi brilhante — Quatro sussurrou no meu ouvido — E aposto que adorou me ver sem camisa — Ele riu, acertei um tapa no braço dele, de leve — Você sabe o que ele pensou, não sabe?

— Claro. Essa era a ideia — Eu respondi, rindo — Você precisava de um álibi, certo?

— Não que eu esteja reclamando do álibi que você me arrumou — Ele disse, se esparramando na cama.

— Você bem que gostou, admita isso — Eu disse, acertando o travesseiro nele, apagando a luz e me deitando ao seu lado.

— Quatro, o que exatamente você aprontou? — Eu perguntei. Ele não respondeu imediatamente. Eu o senti se mexendo ao meu lado — Quatro?

— Não se mexa — Ele sussurrou no meu ouvido, depois segurou meu rosto com as duas mãos. Ele estava apoiado nos joelhos. Senti ele se aproximando. Não tentei fugir.

Os lábios dele tocaram os meus. Primeiro foi lento, cauteloso. Depois ficou mais rápido. Eu mal conseguia respirar. Estava me sentindo meio tonta, mas bem. Extremamente bem. Segurei o rosto dele com as mãos.

Quatro se jogou na cama ao meu lado. Virou-se em minha direção. Nós dois começamos a rir. Eu o beijei agora. Ficamos ali, desse jeito, por muito tempo.

Quando acordei, estava deitada com a cabeça no peito de Quatro. Ele me envolvia com os braços e parecia estar dormindo ainda. Não me mexi. Não queria sair dali, não queria acordá-lo.

— Tris? — Ele me chamou, fazendo meu corpo todo se arrepiar.

— Pensei que você estava dormindo — Sussurrei pra ele. Ele me puxou e me beijou de novo — Você sabe que horas são?

— São quase uma e meia da tarde — Ele disse, e eu beijei logo em seguida. Eu poderia ficar desse jeito pelo resto da minha vida, mas nós ainda tínhamos muita coisa para fazer.

— Temos que ir treinar os Iniciados só às duas, mas você tem uma história pra me contar — Eu disse, fazendo ele rir.

_Tenho muita coisa pra te contar — E então ele começou a contar o que tinha acontecido depois que ele voltou com os Iniciados e antes de vir para o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

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