Renascendo das Cinzas escrita por Serena


Capítulo 5
Encurralados




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Eu lembro bem de quando conheci Bobbi, Clint havia saído numa missão e havia retornado dois meses depois com ela à tira colo. Eu rapidamente ironizei que não era a única mais que ele havia "resgatado do lado negro" e dado o fato que ele e eu já tivemos um envolvimento, eu havia morrido de ciúmes. Mas com o tempo Clint passou a ter um espaço só dele na minha vida como um irmão, e eu acabei sendo "flechada" por Bárbara Morse.
Não existe ninguém como ela. Ela é sempre animada, e cheia de energia e praticamente irradia uma luz, mas não de um jeito retardado, do tipo que me irrita, mais como um carisma.
Ela também é muito sagaz e esportista, e passei bons anos ao lado dela e Clint, ja me sentia como o "cachorrinho" do casal. Na verdade, me surpreendeu muito que Clint se casou com outra mulher, pois eles eram o mais próximo de "almas gêmeas" que eu me permitia aceitar.
Quando eles terminaram, eu me sentia como o filho de um casal separado, e quando Bobbi disse que estava saindo da cidade eu fiquei bem triste, pois ela fora uma das poucas amigas que tive na vida.
Agora estava recostada no carro com um Steve e uma Wanda praticamente mijando para bancarem os turistas (e é claro que eles não admitiriam isso pra mim nunca) esperando Bobbi.
Às 11h15 ela apareceu num carro vermelho discreto. Ela correu em minha direção e me abraçou.
– Tashaaaaaa! Olhe pra você, está ainda mais bonita. Cortou o cabelo? Eu gostei assim, antes quando você cortava sozinha com aquela tesoura cega era uma lástima. Ai meu deus, como anda as coisas? Você tem tanto que...- ela parou o falatório pois pareceu finalmente tem associado a presença de Wanda e Steve, que estavam encabulados com minha elétrica amiga- Ai meu Deus!!! Steven Rogers, em carne e osso.
E lá estava Bobbi, metralhando Steve com suas perguntas. Um tempo atrás, ela tinha trabalhado numa pesquisa para recriar o soro do super soldado, e como havia sido um total fracasso, ela era doida para conhecer o Capitão. Quando contei no telefonema que ele era um dos meus companheiros da missão, ela surtou.
– Bobbi...Não querendo atrapalhar você nessa inspeção super normal no bíceps do Steve mas será que podemos sair do meio da rua?
Só então ela pareceu notar de volta a cena, e com mais algumas perguntas (feitas por ela, é claro) partimos.
Ela nos levou a uma região mais residencial e parou uma casa pequena porém bonitinha.
– Tcharam, esse é o meu lar.
– Uau, eu achava que você era do tipo "selva de tijolos", Brooklyn, e essas coisas, não casinhas bonitinhas em Detroit.
– Eu morro de saudades de New York sua chata. Mas a questão era que não queriam que eu estivesse "publicamente" em Detroit, então eu vivo com essa senhora de idade, dona Eloise.
– Imagino as grandes festas que vocês duas não deram ai.
Todos no carro riem.
...
A casa em si era bem arrumadinha e a idosa já estava presa nas garras da minha amiga. Bobbi tinha um dom incrível para atrair as pessoas e a senhora já a tratava como sua própria neta.
Tinham 4 quartos na casa: o da senhora, o de Bobbi, o escritório e o quarto de visitas propriamente dito. O escritório era de Bobbi e estava cheio até o teto com suas pesquisas e projetos, e, tirando o quarto da idosa, só nos restou dois quartos.
– Bom, vamos fazer o seguinte: eu e Nat ficamos com o quarto de visitas pois tem duas camas. Wanda, certo? - A Wanda em questão assinte. Me estressou muito como ela só não parecia lidar bem com a minha presença, já que estava praticamente amiga de Bobbi- Você fica no meu quarto, e Steve...no sofá.
Decidido nossos quartos, desfizemos as malas e Bobbi quis saber dos nossos projetos futuros quando saímos para almoçar.
– Bom, eu tenho mais 25 minutos então digam o que precisam.
– Eu e Steve vamos ao endereço que Hill nos conseguiu, assim que possível.
– E quanto a mim? - exclamou Wanda.
– Eu posso passar um tempo com você. Você deve poder ir comigo na SHIELD, posso te mostrar o que estamos fazendo- Bobbi responde à Wanda, que parece muito feliz com a ideia.
Os pratos chegam nessa hora e todos se distraem, não notando meu revirar de olhos e minha expressão de nojo.
...
Pov Steve
Eu nunca havia ouvido falar de Bárbara Morse, mas pelo visto, ela havia ouvido falar (e muito) de mim. Desde o momento que se apresentou, ela me encheu de perguntas e divagações.
Pelo visto, ela era uma bioquímica da SHIELD que trabalhou num projeto fracassado para recriar a fórmula do super soldado eu existia em mim. Como seu criador tinha sido morto por um espião de Mussolini assim que eu, o primeiro (e o que viria a ser o único até hoje) experimento concluído com sucesso, a fórmula se perdeu. Com isso, Bárbara logo se adiantou para me pedir para ir com ela no laboratório para poderem me analisar (dissecar eu diria), mas graças a Natasha, o assunto mudou e sai do centro dos holofotes, e passamos a nos concentrar no que nos trouxe em Detroit, o invasor misterioso.
Na terça de manhã, saímos eu e Natasha para o endereço fornecido por Hill, é bem cedo e a encontro na porta calçando umas botas de neve, mesmo sendo outono. Assim que peço mais informações ela me explica:
– Temos que ir até essa rua bem ao norte da cidade, próximo ao estádio Ford Field. É uma região mais afastada e não podemos ir todo o trajeto com as motos, é um prédio abandonado que procuramos, as motos podem chamar atenção.
– Então podemos deixá-las no meio da mata em algum lugar próximo e seguir a pé.
– Era o que tinha em mente.
Sorrimos um para o outro, Natasha pode ter uma personalidade e uma história muito diferente da minha, mas ela em geral tinha a mesma visão que eu a respeito das coisas.
Rapidamente partimos, e Natasha está indo muito rápido então tenho que ir contra meus princípios e acelerar, pois não sei o endereço e ela parece saber muito bem como chegar.
...
Pov Natasha

Quando o GPS informou que estávamos a 4km do prédio que Hill me mandou investigar, fiz sinal para Steve e paramos.
Levamos as motos pra dentro do matagal e eu marquei a árvore com um canivete que tinha no bolso e Steve me indaga:
– João e Maria?
– Haha engraçadinho, é um clichê. E nunca falha.
Ele murmurou um "Se você diz" e fingi não ouvir.
...
Quando chegamos no prédio eu rapidamente tirei o sensor que Hill me dera e passei pela região, e ele me indicou que não havia movimento humano num raio de 500 metros, o que era o suficiente pra mim. Steve e eu nos dividimos, eram 6 andares ele pegava os três primeiros e eu os três últimos. Tínhamos pontos, podíamos nos comunicar.
Eu tive que subir de escada, enquanto Steve estava no térreo.
No terceiro andar não tinha nada além de poeira e os restos do que tinha sido provavelmente uma obra inacabada, pois a maior parte das divisórias ainda era uma armação de madeira.
Quando estava no quinto andar já estava estressada. Hill tinha nos mandado pra uma pista fantasma?
Foi quando eu ouvi uma agitação. Me virei em todas as direções e não vi nem um rato. Levou um tempo pra eu perceber que não era comigo, e sim com Steve, e eu ouvia pelo ponto.
Pensei em descer para ajudá-lo mas eu ouvi vozes no terraço e achei melhor investigar.
Quando cheguei lá não havia ninguém o que era muito estranho. Já estava começando a duvidar da minha sanidade quando levei um chute no rim. Como não estava preparada, me dobrei de dor e xinguei uma porção de nomes que seriam proibidos até no Mexico e me virei para meu oponente. Ou melhor minha.
A uns 2 metros de mim estava uma menina loira com cabelos arrumados numa trança e uma roupa típica de treino. Ela me olhava com fúria e atrás dela tinham mais dois sujeitos vestidos também com roupas de malhar e olhares furiosos. Eu não reconhecia nenhum mas sabia o que aquele chute significava.
Inimigos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo da semana! Comentem e sugiram coisas novas, beijinhos!!