Relatos de 11 de Setembro escrita por Kikonsam


Capítulo 8
Jones - 8


Notas iniciais do capítulo

Hoje é especial, terão dois capítulos! Esse é uma espécie de conectivo para o capítulo final do Jones. O próximo sai hoje de noite. Aguardemmmm.



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– Estou melhor, mãe. - falo para minha mãe, que pela terceira vez liga para mim hoje perguntando se estou bem. Acho que na primeira vez não deveria ter sido tão sincero ao dizer que não estava porque a mulher que eu amo ia se mudar para Vancouver.
– Jones, você sabe que pode me contar tudo, não é? - diz ela. - Por que você não vai até o aeroporto se despedir dela?
– Mãe, eu não vou porque sei que vou sofrer ao ir. E ela já viaja daqui a duas horas, nada que eu diga vai fazê-la mudar de ideia.
– Jones, por favor, tente. Não vá deixar de fazer algo para se arrepender depois, meu filho. Eu sei o que é se arrepender pelo resto da vida, acredite em mim.
Penso no que minha mãe disse. Arrependimento deve ser uma coisa terrível mesmo. A única coisa que eu entendo da vida é como se sentir como um lixo após ter tido a oportunidade de ter salvado uma criança e não ter conseguido por que a torre ia desabar. Não consigo parar de pensar naquela cena, nem tira-la da minha cabeça. Imagino que pelo resto da vida eu vá me lembrar da primeira mulher que eu amei, unidos por uma tragédia tão grande quanto o que pode ser o maior atentado terrorista da história, mas que se tornou tão mágico em apenas poucos dias. Não sei se algum dia vou me esquecer disso tudo, ou se amanhã vou ter um avião lançado contra meu apartamento, mas eu sei que eu não quero viver como minha mãe vive, se arrependendo dia e noite pelo resto de sua vida por um erro cometido em sua adolescência.
– Mãe - falo. - eu realmente a amo, mas não quero sair daqui e dar o gostinho para aqueles muçulmanos terroristas que eu fugi com medo. Não quero fazer parte dessa massa e...
– Jones Jonathan Whitmore, deixe de frescura! - ela me interrompe. - todos nós temos medo. É normal. Na nossa vida toda teremos isso. Se você realmente a ama, vá para o aeroporto agora!
Minha mãe sempre foi assim, uma educação impecável que só uma mãe de primeira pode dar. Qualquer coisa que eu fale agora só será respondido com grosseria. Como não pude perceber isso antes? Eu realmente amo a July, e nada vai mudar isso.
– Mãe, você tá certa. - digo, me levantando do sofá onde estava sentado. - Eu vou atrás dela!
– Então vá logo, que o vôo sai daqui a duas horas. - diz minha mãe.
E é assim que se começa uma corrida contra o tempo.


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Notas finais do capítulo

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