[HIATUS] Savin' me escrita por PC Boêta


Capítulo 7
Primeiro contato


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei e mereço levar um Crucio seguido de Avada, porém não sejam tão maus!
Leiam antes de me matar hahahah. E não, eu não tive nenhum bloqueio. Eu sabia exatamente o que queria nesse cap e consegui colocar exatamente tudo o que queria. Só estava com preguiça mesmo, é isso. ahahhaha
Desculpem.
E pra quem não sabe ainda: eu postei uma nova fic, ELA É +18. Vou deixar o link nas notas finais e espero que vocês leiam e gostem dela.
Boa leitura e vejo vocês lá embaixo.



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“Draco,

Será que posso te chamar assim? Nós nem ao

menos nos conhecemos...

Gostaria que soubesse que eu sei como se

sente e estou disposta à tentar ajudá-lo.

Mas, não me entenda mal, eu preciso continuar

sem você saber quem eu sou. Será melhor

para ambos, confie em mim.

Espero que esteja melhor.

Aguardo ansiosa por sua resposta,

J.”

Draco tentou controlar o sorriso, e suspiro, de agradecimento e alívio mas seu corpo não obedecia. As suas mãos estavam dormentes e apertavam a folha da carta, amassando-a. Os olhos brilhavam com alguns resquícios de lágrimas e um arrepio percorreu sua coluna lentamente. Ele não podia acreditar que tinha alguém que se importava com ele e seus sentimentos. Alguém que havia reparado na angústia que ele exprimia e se importava de ajudá-lo a manter a sanidade mental. Rapidamente, levantou-se e pegou um pedaço de pergaminho e uma pena na mochila preta. Sentou-se novamente na cama e puxou o cortinado verde ao redor da cama, escondendo-o de todos e qualquer um. Respirou fundo e colocou-se à escrever, parando algumas vezes para soltar um muxoxo de desgosto. Mesmo com o conteúdo não tendo ficado completamente satisfatório com tudo que ele queria dizer, decidiu-se por lacrar a carta antes que pudesse exprimir mais dos sentimentos que deveria guardar somente para si.

Ansioso demais para esperar a manhã seguinte, levantou-se da cama em um pulo, vestiu seu robe e desceu as escadas para a Sala Comunal da Sonserina com a carta nas mãos.

“Ei cara!” Blasio chamou-o assim que o viu aparecer pelo buraco das escadas dos dormitórios.

“Aonde você vai esse horário?” perguntou, interessado.

“Ah, hm...” Draco pigarreou, incomodado. “Vou à cozinha. Preciso de algo quente antes de dormir.” Disse, indiferente. Blasio ergueu as sobrancelhas.

“Não demore, cara... Essa hora o castelo já está deserto.” Alertou, sobriamente.

“Ah... Claro.” Draco deu de ombros, encaminhando-se para a porta e atravessando-a, vendo-se no corredor comprido e vazio que levava às masmorras. Não parou nem por um segundo até conseguir chegar ao corujal. Procurou por Ethan e logo encontrou a coruja negra, empoleirada entre duas corujas-das-torres da escola. Chamou-a e prendeu o pergaminho lacrado em sua perna. Depois de vê-la alçar voo, misturando-se ao negror da noite, virou-se e pensou em ir onde havia dito à Blasio que iria: a cozinha.

Caminhou lentamente pelos corredores desertos e varridos pelo vento, apertando o robe ao redor do corpo com força. Pensando na pessoa que havia lhe enviado a carta... “J”. Poderia ser qualquer um. Estacou no início do corredor que abrigava o quadro da pêra e arregalou os olhos... Exatamente! Poderia ser qualquer um. E se fosse uma piada? E se fosse alguém querendo debochar dele? E se fosse tudo uma armadilha para desencorajá-lo? E se esse alguém só quisesse que ele revelasse seus pontos fracos para depois vingar-se por tudo que ele havia feito?

Draco deixou um suspiro escapar, abaixou a cabeça e seguiu até o quadro, fazendo cócegas na fruta. Girou a maçaneta e sentou-se na mesa que ficava na extrema direita; um elfo apareceu perguntando se ele precisava de algo e logo depois da resposta virou-se para preparar o café forte que o menino havia pedido.

Enquanto Draco esperava pelo café, sentado na mesa da Grifinória na cozinha, Hermione Granger abria uma carta que uma coruja, negra como a noite, havia trazido. Após relancear os olhos pelo conteúdo, com a respiração presa na garganta, soltou uma exclamação de surpresa e sua testa se franziu de desgosto.

“J,

Primeiro, gostaria de saber se você é

homem ou mulher para poder saber como

me referir adequadamente à você. Pode

ser? Pensei que todos me odiassem nesse castelo...

Afinal eu era um Comensal da Morte, matei

muitas pessoas e etc.

Realmente estou surpreso que alguém tenha

reparado no quão angustiado estou,

entretanto como posso confiar em alguém

que não confia em mim, ao ponto de esconder-me

a própria identidade? Estou confuso quanto

à isso. Espero que entenda.

Atenciosamente,

D.M.”

Hermione suspirou tentando se conformar, ela havia pedido por aquilo. Por que diabos havia tentado ajudá-lo? Entretanto ele não havia sido tão estúpido... Ele só queria saber se ela era homem ou mulher. E ele estava mesmo chateado. Seu coração se apertou. Nunca pensou que pudesse se apiedar de Malfoy porém ali estava ela: com um soluço preso na garganta, só de imaginar a dor que ele vinha sentindo. Era mesmo uma mártir e não sabia como reverter isso. Ela, entre todos, tinha todos os motivos para odiá-lo... Ele sempre fora rude, cruel e bronco com ela, e tudo que ela conseguia fazer era ter dó. Dó porque ele não sabia como era se sentir rejeitado. Ele não sabia como era se sentir prisioneiro de sua própria imagem, por causa de sua origem. E agora, mais do que nunca, ele estava provando do próprio veneno.

Hermione soltou outro suspiro. Ela devia deixar as coisas se encaminharem sozinhas, que ele pudesse pagar com seus próprios erros, afinal ninguém recebe um fardo maior do que pode suportar carregar. Contudo a ânsia por ajudar, por confortá-lo, e fazê-lo ver que tudo se encaixaria um dia, falava mais alto. Bem mais alto, diga-se de passagem. Lembrou-se do discurso acalorado de Minerva no começo do ano letivo e não pode conter que seus olhos marejados transbordassem. Rapidamente, levou a mão ao rosto para desviar a lágrima de seu trajeto. Deixando sua bochecha com um rastro de umidade salgada. Fungou e dobrou novamente o papel. Guardando-o dentro do bolso do pijama, levantou-se. Relanceou em volta e viu que todas as meninas do quarto ressonavam, baixinho, perdidas no mundo maravilhoso dos sonhos.

Enfiou os braços no robe e aconchegou-o nos ombros, apertando-o ao redor do corpo. Desceu ao Salão Comunal que estava vazio. Olhou o relógio em seu pulso: vinte e três horas e quarenta e três minutos. Ela deveria estar na cama. O toque de recolher já havia sido dado à muito. Entretanto, irrompeu pelo quadro e se viu no corredor deserto do castelo. Apertou mais o robe ao seu redor e pôs-se a andar pelos corredores vazios e varridos pelo vento. Não avistou ninguém até chegar ao quadro da fruteira. Depois de fazer cócegas na pera, e vê-la se retorcer mostrando uma maçaneta, entrou na grande cozinha.

***

Draco virou-se ao ouvir o som da porta batendo levemente. Seus olhos se arregalaram, sua respiração ficou presa na garganta e a mão, com a xícara de café fumegante ainda cheia, estancou no ar. Viu a diminuta figura de Hermione entrar na cozinha com uma expressão pensativa, olhos vermelhos e lábios rosados contraídos. De repente: cinza no avelã. Os olhares se cruzaram e uma expressão de surpresa pontou as feições da castanha. Reteve os passos que estava prestes a dar e ficou parada, imóvel, olhando para onde seria a mesa da Grifinória no Grande Salão.

O loiro estava congelado. Se quer um músculo se mexia. Então, Hermione soltou o ar pesadamente e viu um elfo doméstico materializar-se em sua frente.

“Boa noite, senhora. A senhora gostaria que Licky preparasse algo para a senhora? Talvez um café? Um chá? Biscoitos?” os olhos grandes e redondos do elfo reluziram. Hermione apertou os lábios, esquecendo-se por um segundo na presença de quem estava, e pensou que assim que voltasse ao dormitório iria escrever uma carta à Kingsley, sobre o direito dos elfos. Após anotar isso mentalmente, a castanha virou-se com um sorriso bondoso nos lábios.

“Um chá, por favor.” Disse mansamente. “De maracujá, de preferência.” Acrescentou com uma voz doce. Quando o elfo virou as costas para preparar-lhe o chá, os olhos de Hermione voltaram-se, novamente, para Draco. Ele havia pousado a xícara na mesa. O loiro pigarreou, incomodado, e resolveu pronunciar-se.

“Hm...” começou, desajeitado. “Gostaria de sentar-se, Granger?” perguntou, cordial e educadamente. Hermione soltou um muxoxo de surpresa e piscou, confusa.

“Sentar-me?” repetiu, atordoada.

“Quer dizer, tem as outras três mesas... Se você preferir.” O loiro disse, encolhendo-se. Ajeitou a postura, assumindo uma posição de ataque. “Digo... Sentar, sabe? Com a bun...” foi interrompido com um riso leve. Hermione não conseguira se segurar. Ao ver o loiro tentar ser educado e gentil e depois, com medo de retaliação, tentar soar sarcástico, não conseguiu controlar. Ela realmente era muito idiota. E esse era o único pensamento que passava por sua cabeça. Ela suspirou, revirou os olhos e resolveu responder ao ver as maças do rosto de Draco assumirem um suave tom de rosa.

“Tudo bem.” Disse, por fim. “Digo: eu sento aí com você.” E encaminhou-se, lentamente, até a mesa onde o loiro estava sentado.

Licky rapidamente apareceu com um bule de chá que deixava escapar um maravilhoso cheiro de maracujá, calmante. Hermione serviu-se enquanto Draco tomava um gole de café.

“Então...” Draco pigarreou. “Como foram as suas férias?” perguntou, cortesmente. Hermione revirou os olhos.

“Diga-se de passagem que não foram as melhores férias de ninguém, não é mesmo?!” disse com ar sabichão. Draco sorriu.

“É verdade.” Disse, olhando para baixo.

***

O silêncio se instalou depois disso. Cada um bebericando o conteúdo de sua própria xícara e imerso em pensamentos.

Draco pensava em coisas aleatórias... A pessoa que havia lhe escrito a carta poderia ser qualquer um, e ele estava muito curioso para descobrir quem era. O café o deixava desperto e acalmava seu sistema entretanto a presença de Hermione, sentada em sua frente, tensionava seus músculos.

Hermione estava confusa entre dizer à Draco quem realmente era ou permanecer a incógnita que sugerira. Ele estava sendo bem simpático, e ela podia perceber que isso lhe custava muita força de vontade. Ele fora criado para ser preconceituoso e mesquinho e depois da morte dos pais estava lutando contra tudo que sempre defendera na vida. Ela estava curiosa pra saber o porquê.

Ao mesmo tempo que Hermione tomava o último gole de seu chá de maracujá, Draco repousava a própria xícara na mesa à sua frente. Ambos olharam-se. Um rubor suave cobriu as bochechas de Hermione ao fixar os olhos exigentes do loiro à sua frente. E Draco prendeu a respiração... Aqueles olhos castanhos que tanto o assombravam em sonhos, ali, tão perto. Hermione resolveu quebrar o contato visual com o primeiro movimento. Levantou-se, devagar.

“Bom, acho que já vou... Está tarde e temos aula amanhã.” Hermione disse lentamente. Draco levantou-se na sua frente e balançou a cabeça em concordância, levemente.

“É.” Disse, mecanicamente. “Quer dizer: temos aula. Também vou.” Acrescentou, balançando a cabeça para desanuviar as ideias e preenchendo sua mente com a cena que se desenrolava em sua frente.

Ambos caminharam até a porta em silêncio. Draco abriu-a e deu passagem para Hermione, fechando-a assim que passou por ela. Cinza no castanho, novamente. Um suspiro pesado.

“Boa noite, Malfoy.” Hermione disse, quebrando a tensão que havia se instalado no corredor. As paredes pareciam estar juntando-se, sempre mais perto. Prendendo-os entre elas.

“Hm...” Draco pigarreou e estendeu a mão, receoso. “Boa noite?!” disse, esperando que a mão da morena se encontrasse com a sua. Hermione estendeu a mão e juntou-a com a grande e fria mão do loiro, balançando a cabeça. Rapidamente, separaram-nas e seguiram juntos até o final do corredor onde, rapidamente, com um aceno da cabeça e um rubor, separaram-se.


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Notas finais do capítulo

Link da outra fic: http://fanfiction.com.br/historia/624180/Obsessed/
Entrem e dêem uma olhada!!!!!!!!!!!!!!!!!!! hihihi
Não esqueçam dos comentários sobre o que acharam e se queriam ver algo diferente... Talvez eu reconsidere hahaha. É isso, um beijo e um queijo, tchaus.



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