A Weasley Solitária escrita por Maryland


Capítulo 1
A Weasley Solitária


Notas iniciais do capítulo

Então, a música que eu escolhi se chama "The Lonely One", da banda Wipers. Não, eu não sou uma grande fã, nunca tinha visto o trabalho deles nem nada, mas dando uma rondada por um dos inúmeros sites de música, acabei achando essa letra e achei que se encaixava com a fanfic, por isso tomei a decisão de colocá-la.

E eu realmente queria agradecer a linda, diva, maravilhosa, incrível, amigável = conversamos por um dia e já chego na intimidade.... Mode lufana on, masok = Bia que mais do que me ajudou com essa fic =3 Como Beta e, principalmente, como amiga. Muito obrigada!

Fanfic também postada no Wattpad, com o mesmo nome.



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For all the lonely ones, who live life in the dreams
It's so cold and lonely outside, so it seem's.
So you keep on searching, anyway.
Maybe you'll find someone tomorrow, cuz you haven't today

Ela não se importava com o fato de que seus primos formulavam e pregavam todas as peças sozinhos. Não ligava quando tinha de ignorar as inúmeras ideias que passavam por sua mente. Nem mesmo se incomodava nas vezes em que sua opinião era negada antes mesmo que a escutassem. Durante os dias que se seguiam, invisíveis, nenhum sorriso lhe amparava a face, como também nenhum traço de tristeza. Estava acostumada a ser esquecida, deixada de lado, crescendo sozinha e convivendo com as noites sem saber quais teriam sido seus erros.

Carregava um sobrenome quase invejável ─ ainda que este pudesse ser, também, mal visto ─, contudo sentia como se aquilo fosse apenas um fardo; uma grande mentira cujos ombros tinham de carregar desde o berço. Ela era cercada pela verdade, mas não fazia parte dela. Era fácil ouvir a risada dos primos, as comemorações em famílias, sentir a mistura de cheiros durante um dos muitos banquetes Weasley; Por vezes acompanhava o ritmo das canções e batucava-lhe a perna, todavia ninguém percebia seus gestos.

Não tinha coragem de tocar os fios que lhe escorriam ao rosto, pois estes também contribuíam para a grande mentira: Eram negros, tal qual como sua pele. Mais escuros que a terra e mais claros que um buraco negro. Ah, que piada. Não podia ao menos ter herdado os invejáveis cabelos louros? Pensar na possibilidade de ter aqueles raros fios avermelhados era demais para si e se contentava com o resto. Os olhos eram cinza, como se tivessem perdido sua cor. Não era ela uma estrela que havia perdido o brilho antes mesmo de nascer? Não valia mais a pena buscá-lo de volta. Não havia espaço para brilhar no meio de tantas cores, tantas pessoas.

No entanto, não eram malvados. Talvez fosse culpa dela e seu medo lhe impedisse de se aproximar, ou será que escondia a raiva pelo fato de nunca lhe estenderem as mãos? Seria aceita se tivesse mostrado que também era um deles durante os anos anteriores, quando a Sala Precisa era inexistente em seus pensamentos e não entendia o significado de ter de encontrar um esconderijo? Tivesse acompanhado Fred II em uma travessura, opinado sobre um dos planos de James, aconselhado Lucy em seus inúmeros dramas ou simplesmente compartilhado um segredo infantil com Dominique... Tivesse sido um deles. "E se?".

Agora já era muito tarde; Tarde demais para recuperar os anos perdidos. Caminhava para seu quinto ano na escola de magia e bruxaria. Suas notas eram medianas ─ não havia motivos para estudar com afinco e sobressair-se, nem mesmo um "O" em todas as matérias faria com que fosse o centro das atenções, pois sua prima Rose sempre estaria ali ─, o pensamento de que talvez pudesse alcançar a liberdade que tanto almejava num futuro distante em que trabalhava, livre das paredes de pedra e dos jardins impregnados de gnomos. Também nunca lhe passou pela cabeça arranjar alguém a quem amar; Afinal, os inúmeros casais de cabelos louros, ruivos e castanhos já não tinham sido formados? Ou eram seus olhos opacos que prediziam e observavam?

Ouvira uma história, muito tempo atrás, quando suas perninhas curtas eram corajosas o suficiente para se esgueirar para perto do pai, em que um moço que nunca conhecera era o principal desta. Fora a única vez que Jorge falou daquilo e suas memórias não mais resguardavam aquela lembrança. Se lembrasse, poderia entender a natureza da cor acinzentada: Teriam eles perdido o tom castanho ─ um tom não tão original, mas suficiente, que poderia ter alcançado ao nascimento ─ pela tristeza no coração de seu pai? Não tinha Fred II aquela mistura estranha de verde e azul, a qual nem uma pequena parte pudera ser doada para si?

Também tinha seus talentos, é claro. Nunca teria coragem para mostrar ao mundo o que sabia, todavia não era por isso que viria a tê-los com menos intensidade. Não era ela quem passava inúmeras horas entre lápis e papéis ─ a Sala Precisa lhe oferecia aquela coisa que não poderia ser chamada, de jeito nenhum, de pergaminho ─, expondo tudo o que pensava ao descrever rostos através de imagens? Não era ela quem deixava todo seu passado e presente para trás quando formava rostos que não conhecia e rostos que não queria conhecer? Nos dias em que estava de bom humor, descuidava-se o suficiente para recriar aquelas faces familiares, sangue de seu sangue, que tanto lhe causavam medo e inveja.

Tinha, também, um estranho talento para "poções". Talvez fosse o fato de que esta matéria era possível de ser cursada sozinha, por si só, sem a ajuda de terceiros. Mas Scorpius e os gêmeos Scamander sempre estariam lá para atrair a atenção do professor, mesmo quando sua própria recriação ─ adicionando e desafiando o que estava nos livros ─ era mais perfeita do que a deles, ou de qualquer outro? Sorte a dela que podia se transformar em um pequeno pássaro, de cores tão escuras que o "animal" passava despercebido, e então voar para longe do interior das paredes sufocantes. Ironicamente, podia sentir o gosto da liberdade quando estava em uma forma que não era a sua, mas ao mesmo tempo era.

Poderia um dia, talvez, desconverter-se e abrir as asas invisíveis, para então tomar coragem e, finalmente, ser livre? Teria a chance de reescrever seu sobrenome, sem alterar as letras, e então tomar posse de sua essência há muito deixada de lado, para um dia acompanhar o som das risadas e demonstrar que também era capaz de rir? Um dia, talvez, inspiraria fundo e teria coragem para finalmente despertar, tal como seu nome mandava. Porque, apesar de todas as qualidades e defeitos, ela era, acima de tudo, Roxanne Weasley.

So let your mind be carried, with the breeze.

For you know you're not the one's who carry, the disease.
Cuz your the lonely one.
The only one.
The lonely one.


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Notas finais do capítulo

Optei por escrever aqui, ao invés de em "Notas Iniciais", pelo simples fato de que não queria atrapalhar uma primeira leitura. Enfim, irei falar sobre quatro (cinco?) tópicos.

Pedido especial: Leiam o 4.


[Tópico 1.1] [Considerações sobre a personagem/Motivos pelo qual escrevi essa one]

(Prometo que vocês vão entender logo, logo)Minha vontade de criar uma one-shot com esse tema vêm de muito tempo, quando eu jogava em rpgs de Harry Potter e a ambientação era na época da Terceira Geração, com os filhos do Harry e tudo o mais (ou seriam todos?).

Nesse meio tempo eu sempre vi gente interpretando a Rose, o James, o Albus, o Scorp, a Domi, a Vic, Teddy, Molly II, Fred II, entre os tantos outros filhos/primos, todavia tinha aquela sensação de que a Roxy era meio deixada de lado.

Não que não tivesse gente para interpretá-la, não era isso, mas toda vez que aparecia alguém, surgia uma Roxy diferente e nem sempre isso era bom. Na maioria das vezes a personagem se isolava dos outros primos, o que contribuía para meus pensamentos de que ela não era aceita.

O que eu fiz? Um ano depois de parar com esse tipo de RPG (pois é...), criei um desafio e propus-o para mim. Consistia em pegar tudo que eu pensava da Roxy e levá-lo ao extremo. Ao extremo, mesmo. Claro que nada do tipo "Todos os Weasley's te odeiam", porque isso não seria... Weasley..., mas ainda assim com aquela atmosfera solitária.

Deu no que deu.

[Tópico 1.2] [Considerações sobre a personagem/Motivos pelo qual escrevi essa one]

Um fato que serviu para aumentar meus pensamentos sobre ela ser excluída: Fui pesquisar headcannons (""Canon" é uma coisa que aconteceu de fato nos livros/série/filmes/etc, e "headcanon" é algo que aconteceu apenas na imaginação dos fãs ou de quem o criou.") sobre os diversos personagens da terceira geração e vieram muitos. Muitos, mesmo.

Aí decidi procurar apenas sobre a Roxanne Weasley. Foi uma luta pra achar míseros 3 headcannons vindo do Brasil. Juro. Vinte minutos de pesquisa. É, foi triste, haha! Daí eu pesquisei no tumblr, em inglês mesmo, e achei mais alguns, contudo se fosse comparar com os que têm sobre os outros... A diferença é medonha. Juro.

[Tópico 2] [Considerações sobre a capa]

Sei que a descrição na fic é que a Roxy tinha cabelos negros e na capa ela está com cabelos castanhos. Quem leu o Tópico 1.1 viu que quase não achei headcanon e, infelizmente, o mesmo aconteceu para imagens. Não queria uma "modelo" real porque esta teriam traços únicos e não poderiam ser comparados com outras. Por exemplo, eu poderia imaginar a Roxy como a modelo X e você (leitor/a) como modelo Y.

Já em desenhos é mais fácil de ser superficial nos traços, contudo recuperando a essência da aparência da personagem. A cor de pele, por exemplo (E, pelamor, não entendam o que narrei da cor de pele dela como algo racista, credo), ou mesmo a cor de cabelos. Licença poética para mudá-los para negros, rs.Enfim, não sei editar imagens e não sabia como mudá-los para ficarem mais próximos de preto (Se alguém aí quiser me ajudar....).

Deu no que deu.

(E, sim, fui eu quem a fiz! Orgulho! Primeira vez que tentei, haha!)

[Tópico 3] [Minha opinião simples e.... não sei]

Eu realmente gosto da Roxy! Gente, deve ser tão demais ser filha do Jorge e da Ange.

(Deve ser demais só de ser bruxa, poxa!)[Tópico 4] [Para vocês, leitores]

Obrigado a todos vocês que leram! Mesmo! Não irei pedir pra favoritarem, comentarem, recomendarem, blá, blá, blá, porque acho isso um saco, mas se tiverem algo a dizer... Say it out loud! Nem que seja via MP.

Ficaria honrada em saber suas opiniões.

E agradeço também por terem prestado atenção nessa personagem única que é a Roxanne Weasley. Porque, sim, existe algo de diferente nela: Ela não tem esteriótipos. Posso imaginá-la de diferentes formas, o que é muito legal, sem que ninguém venha julgar-me.

= Nenhum tópico =

Obrigada!