Tábua... Mas, nem tanto! escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

(Capítulo 18 no jogo)
Os alunos armam um plano para salvar pobres e indefesos coelhinhos de serem dissecados na aula de ciências. Após retirarem todos, descobrem que faltou um. Castiel é escolhido à força para ir atrás do coelho que falta... Mas Paola estava no meio do corredor e acaba indo com ele. Esses dois já sentiam uma atração mútua há meses... E agora?...



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- Super... Estou trancado numa sala de ciências com uma garota e um coelho!

- Desconte seu mau humor em outra pessoa!

Foi assim que tudo começou. Castiel irritado por ter ficado trancado com Paola... E com um coelhinho que ele nem sequer queria resgatar. Paola até já sabia lidar muito bem com o humor hostil dele, mas o pobre coelhinho se assustou e achou melhor encontrar um lugar para se esconder. E o lugar tinha que ser justo dentro da roupa da atrapalhada da Paola.

- Ai! Sai! Sai! Sai! – Ela gritava tentando tirar o coelhinho enquanto nem percebia que tirava a própria camisa e colete e jogava longe. Bom, nem tão longe já que seu colete caiu justamente no braço de Castiel.

- Mas o que você pensa que tá fazend... – Ele nem acabou de perguntar e a louca tirou rapidamente a camisa e jogou no chão. Ele não podia negar que ficou meio surpreso com a atitude dela... Mesmo que ela estivesse agindo feito uma maluca que mais parecia que estava com um rato em cima em vez de um coelho.

Sem saber o que dizer ele pegou a camisa dela do chão e ficou disfarçadamente assistindo ao espetáculo até quando ela finalmente conseguiu segurar firme o coelhinho.

- Ah, seu danado! Como foi entrar por dentro da minha roupa tão rápido e...

A ficha caiu.

- Espera aí... Eu... Eu tirei a roupa pra pegar o coelho e... E o Castiel está aqui! – Pensava ela. – N-não acredito...

Ela virou totalmente constrangida e ficou mais quando percebeu que sim, ele estava lá, e sim, ele a olhava meio estático. Como se a situação ainda pudesse piorar, o momento foi interrompido pelo som da porta abrindo. Ela e Castiel se olharam e antes que pudessem se mexer, uma terceira pessoa os viu: Faraize.

- Mas o quê... – O professor foi pego tão de surpresa com aquela cena que preferiu sair fingindo que não tinha visto nada. – E-eu não vi nada! Eu não vi nada! – Saiu da sala repetindo o mantra para se convencer de que não tinha mesmo visto uma aluna só de sutiã e um aluno com as roupas dela na mão.

Mas, a cena não foi demais só para a cabeça de Faraize que já estava cheio de preocupações para se preocupar com mais aquilo. Castiel e Paola estavam completamente vermelhos, tanto quanto os cabelos dele. Mas, como Castiel é Castiel e como ele não há, ele não deixaria esse momento épico passar assim. Olhou para ela de cima a baixo, e mesmo ainda estando levemente ruborizado, deu seu sorriso cínico e fez um comentário:

- Bom... Pelo menos serviu para eu ver que você não é tão tábua como eu pensava!

Ela arregalou os olhos por um instante e logo reagiu puxando suas roupas da mão dele. Deixou o coelho sobre a mesa e vestiu-se sem pronunciar uma só palavra. Nem tinha coragem para falar nada depois daquele vexame. Ainda mais porque seu coração palpitava cada vez mais acelerado quando ela olhava de relance para Castiel e via que ele não tirava os olhos dela, nem o tal sorriso tão dele do rosto.

Ela virou, pegou de novo o coelho que havia deixado sobre a mesa e, sem olhar nos olhos dele, disse:

- V-vamos sair daqui... O professor deve ter deixado a porta aberta...

- Espero que não... – Sua voz soou muito maliciosa.

- H-hein?!

Castiel ficou sério e disfarçou. – Quero dizer... Do jeito que aquele lá é atrapalhado é bem capaz de ter trancado de novo mesmo tendo visto a gente aqui dentro!

- Eu não acho...

- Pois eu acho! Quer ver... – Castiel passou na frente dela e foi até a porta. Virou a maçaneta várias vezes e empurrou, mas virou de novo para ela dizendo: - Eu não disse! Aquele Faraize não tem jeito! No que ele estava pensando para nos deixar trancados aqui de novo?!

- Calma, Castiel! Ele deve ter se enganado. Aposto que logo lembra da gente e volta aqui.

- É... De você mesmo eu acho que ele vai lembrar! – Deu de novo aquele sorriso cínico.

- Por que diz isso?

- Ué... Você que estava aí sem roupa!

Ela sentiu suas bochechas ficarem quentes de tão vermelhas.

- E-eu não estava sem roupa, Castiel! Eu...

- Estava só de sutiã...

- M-mentira! Bom, eu... Eu não tirei o short...

- Não quer tirar agora?

Ela quase perdeu o fôlego com essa proposta.

- O-O q-quê?!

Ele cruzou os braços e encostou-se à mesa. – Vai, tira... Assim eu vejo logo se eu estava errado em te chamar de tábua de uma vez por todas!

Ela estava completamente ruborizada e ele com a cara mais maliciosa do mundo.

Ela ficou até com a garganta seca, mas pigarreou e disse:

- N-não! Isso é um absurdo! I-isso... Isso é assédio sabia?!

Ela riu. – Assédio? Ah Ah! Era só o que me faltava! Foi você quem começou a fazer o strip-tease, eu não te obriguei a nada!

- Que strip-tease o quê? Você não viu que o coelho pulou pra dentro da minha roupa?

- Ah vá... Desculpa esfarrapada...

- O que quer dizer?

- Era para eu vir sozinho pegar esse coelho, você que quis me acompanhar. Depois você não segura o bicho direito e ele pula justamente pra dentro da sua roupa. E para completar, você podia ter ficado calminha e tirado ele por baixo, mas não... Você preferiu tirar a roupa... Para que eu visse!

- P-para quê?! É claro que não!

- É claro que sim! Confesse... Foi de propósito!

Ela se irritou. – Não foi não! Ai, Castiel, você me tira do sério! Eu tive medo, tá bom? O coelho estava me arranhando, ele tem unhas sabia?

- Sei... – Ele foi se aproximando dela. – Eu também tenho unhas... E as da mão direita são maiores, por eu tocar guitarra sabe...

- E daí?

- Daí que... Arranha bem mais! – Ele roçou as unhas da mão direita no seu pescoço e nuca lhe provocando um arrepio que a fez fechar os olhos por um segundo. Quando abriu, viu que ele estava bem perto de seu rosto.

- V-vai vir com aquela mesma piada de novo?

- Qual piada?

- De quando você fingiu que ia me beijar, e depois disse... – Imitou a voz dele. – Quem vai querer beijar uma tábua como você!

Ele riu.

- Não... Daquela vez eu ainda não tinha te visto só de sutiã...

- E? Vai me beijar agora só por causa disso é?

- Hum... Não, não é só por isso! É porque... Tsc, você sabe...

- Sei o quê?

- Você sabe que eu te amo!

Dessa vez sim ela perdeu completamente o fôlego e o controle sobre si, uma vez que nem reagiu quando ele pôs as mãos em seu rosto e tocou seus lábios nos dela.

Aquele toque apenas a fez fechar os olhos esperando pelo tão esperado beijo. Mas... Nada. Ele também ficou parado. Ao sentir que ele havia desistido, ela abriu os olhos e não teve coragem de perguntar nada. Mas ele a olhou profundamente e perguntou sussurrando:

- Você quer que eu te beije, não quer?

Ela engoliu seco e respondeu também com um sussurro:

- Não...

- Não? – Sua pergunta soou um tanto decepcionada.

- Não... Não me pergunte o que você já sabe a resposta!

A coragem dela de falar isso o fez dar um sorriso corajoso também e inclinar o rosto em sua direção, novamente tocando seus lábios aos dela. Dessa vez os dois fecharam os olhos ao mesmo tempo, e então, como se fossem ensaiados em coreografia, as bocas se abriram para um beijo apaixonado. Beijo demorado e molhado, que só parou quando se fez necessário respirarem. Mas a pausa foi rápida, pois logo se uniram de novo num beijo ainda mais ardente.

Agora já não lembravam de mais nada no que as mãos começaram a passear pelos corpos. Ela não podia disfarçar que estava louca para levar as mãos para descobrir o corpo que se escondia por baixo daquela jaqueta de couro e daquela camisa de banda. Ele já nem esperava. Sem cerimônia levou as mãos à cintura dela e foi puxando sua roupa para cima.

Ela, porém, parou tudo de repente quando sentiu uma mão boba tocando seus seios.

- Ei! C-chega! Chega, parou! – Ela se afastou falando ofegante.

- Parou por quê?

- P-porque... Por que... – Ela levou as mãos aos cabelos. – E-eu... Nem sei o que estamos fazendo aqui! Deveríamos sair!

Ela a encarou por um instante, mas para sua surpresa, acabou dizendo:

- Tá bem! Se é isso que você quer... Vá!

-... Mesmo?

- Vá! Não estou te segurando, estou?

Ela foi até a porta e girou a maçaneta. Abriu e olhou para ver se não tinha ninguém, quando então parou e voltou.

- Espera... Você não tinha dito que estava trancada?

Ele desviou o olhar e corou. Ela logo notou.

- Você mentiu, Castiel! Você disse que estávamos trancados só para ficar aqui comigo?

- Ei, não é bem assim!... Agora vai ficar se achando só porque eu te beijei! Quem disse que eu queria ficar aqui com você?

Agora ela que sorriu do mesmo jeito que ele e cruzou os braços.

- Vá... Confesse... Você fez de propósito!

Ele apertou os olhos como que com raiva, mas logo mostrou um sorriso.

- Você é demais hein? Quer me fazer pagar na mesma moeda né?

- Eu? Imagina... Para te fazer pagar na mesma moeda... – Ela se aproximou dele. – Eu teria que... Te beijar também!

- É? E... Você vai fazer isso?

Ela aproximou seu rosto do dele como se fosse beijá-lo, mas se afastou ao dizer:

- Não!... Porque te colocar contra a parede e forçar alguma coisa só me faria parecer com aquela... Sua ex!

- Com quem?

- A Debrah, quem mais?! Ela que usou de artimanhas para te conquistar e tentou o mesmo com o Nathaniel! Eu não sou assim!

- Ei! – Ele segurou em seu braço e falou sério. – Nunca mais se compare a Debrah!

Paola ficou meio triste. – P-por quê? Por acaso... – Ela falou de uma vez o que sentia. – Por acaso sou tão tábua assim que não tenho comparação com aquela bruaca?

Ele parou um segundo e deu uma gargalhada que a deixou surpresa.

- Você não pode se comparar a ela... Porque não tem nem comparação!... – Ele chegou mais perto e segurou em seu outro braço ficando de frente para ela. – Você é muito melhor!

Isso a surpreendeu. E mais ainda a atitude e o jeito de falar sincero com que Castiel continuou.

- Agora, depois de tudo que aconteceu, eu vejo que ela parecia mais dessas garotas que trabalham à meia-noite nas esquinas! Você sabe de que tipinho estou falando!... Eu nunca havia me interessado por mais ninguém... Até você aparecer!

- Castiel...

- Cala a boca e me deixa terminar! O Lysandre me aconselhou a ser sincero com você, e eu vou seguir os conselhos daquele cara pra ver se dá certo!... Eu... Tipo... Gosto de você!

Ela tentou falar algo, mas nada saiu. Então ele continuou:

- É, é isso mesmo que você ouviu! E eu sabia que você ia fazer essa cara de surpresa, mas... Não sei por quê! Como se eu já não tivesse demonstrado o que sinto... Muitas vezes... Do meu jeito, claro!

- V-você já demonstrou?

- Pô, claro! Como acha que eu fiquei quando briguei com você por causa da falsa da Debrah? Eu me senti mal! Eu me senti... Um idiota!

- Sério?

- Sim... E tinha toda razão. Eu agi mesmo feito um idiota! Principalmente com você!... – Ele sorriu. – Mas nunca é tarde para reparar os erros, não acha?

Ela respirou fundo se recuperando das emoções por tudo que ele havia dito e então falou:

- É... Primeiro, Castiel... Eu... Eu preciso te dizer que... Que também g-gosto de...

- Que você gosta de mim? Ah ah! Nem precisava dizer! Isso se nota a quilômetros!

- Como assim se nota? Sou tão óbvia assim?

- É sim! É só ver o jeito como você me olha! Todo mundo sabe! Até o Lysandre que é desligado do mundo comentou comigo que você tá a fim de mim!

Ela cruzou os braços por um instante e não disse nada. Depois descruzou e pegou o coelhinho.

- Quer saber, vamos sair daqui, senão vão achar que nós sozinhos demos um sumiço nos coelhos e teremos uma punição daquelas...

- Eu nem ligo. Não vou levar a culpa sozinho por algo que eu nem queria fazer! Mas, vamos. – Sorriu e passou os braços por volta de seus ombros. – E vamos marcar para, um dia desses, eu te recompensar pelas brigas que já tivemos!

- Me recompensar? – Eles pararam na porta da sala. – Como?

- Sei lá... Eu pensei em refazermos a corrida de orientação, que tal?

- Refazer? Você quer se perder na floresta de novo, seu maluco?

Os dois riram e ele respondeu:

- Não, quem disse que eu estava pensando na floresta? Pensei num lugar mais perto e mais aconchegante... Sei lá, tipo... Minha casa!

Seu coração deu um pulo e suas bochechas voltaram a corar.

- S-sua casa?

- É, eu moro sozinho, e além do mais, lá ninguém iria atrás da gente para nos resgatar!

- Castiel... Tá ligado que isso é uma proposta indecente né?

Ele deu uma gargalhada que chamou a atenção de alguém que ia chegando lá por perto.

- Tá brincando? Como se você não quisesse!

- Castiel...

- Que é? Ok, vamos fazer o seguinte... Refazemos o show, que tal?

Ela já ria também com suas propostas. – Como você pretende refazer o show?

- Tipo, um showzinho particular... Só eu, você e o porão!

- Ah é? E posso saber que tipo de show tem só um guitarrista e uma fã?

- Ah... Você é minha fã?

- Você sabe que sou!

- Tá!... Mas quem disse que eu ia tocar? Não falei em show de rock!

- E seria show de quê então?

- Pensei em outro tipo de show... Um strip-tease mais elaborado talvez...

- Castiel!

- Quê?...

Os dois ouviram alguém pigarrear para lhes chamar a atenção e olharam ao mesmo tempo.

- Lysandre?

- É... Oi! Não pude deixar de ouvir o final da conversa, desculpem... É... Falaram em strip-tease?

Paola desviou o olhar e Castiel riu dizendo:

- Foi sim, meu velho, mas esse show é só pra mim, entendeu?

- Castiel! – Paola falou por entre os dentes reclamando com ele.

Lysandre ergueu uma sobrancelha e com o sorriso de lado comentou:

- Ah... Entendi... Bom, eu vim procurar vocês, pois acabamos de saber que os coelhos não eram para dissecação como achamos e queremos falar com o professor para contar-lhe o que fizemos!

- Não contem comigo! – Disse Castiel.

- Castiel, por favor... Estamos todos nessa.

- Todos uma ova! Praticamente me obrigaram a entrar nessa! Eu não queria salvar coelho nenhum! Acabei trancado aqui na sala de ciências... – Olhou para Paola e deu um sorriso safado. – Pelo menos o tempo foi bem aproveitado!

Lysandre olhou bem para os dois, pensativo, e perguntou com ar desconfiado: - O que vocês estavam fazendo trancados aí?

- Depois te conto, Lys... – Falou Castiel com um sorriso largo e cínico, mas Paola o interrompeu.

- Não foi nada, Lysandre! Só... É... Conversamos!

- Conversaram... E só?

- S-só... Quer dizer... Nós também... É...

- Eu imagino...

- Ei! Não imagine coisas hein? Não rolou nada!

- Ok... Se não querem dizer, não vou insistir, não é da minha conta... Mas... Preciso falar algo antes que vocês desçam.

- Fale, Lys. – Disse Castiel e Lysandre respondeu:

- Castiel, ajude sua garota como você a chama a vestir a camisa direito, pois está pelo avesso! Vou esperá-los lá embaixo, com licença!

Lysandre desceu a escadaria enquanto Paola percebia que, na pressa, havia vestido a camisa pelo avesso. Castiel primeiro começou a rir, mas depois entrou com ela na sala de ciências e fechou a porta.

- Tá, parei de rir! Agora arruma essa roupa rápido para a gente poder descer!

- E você vai ficar aí?

- Ah, por que não? Já te vi tirando a roupa uma vez, não tem problema te ver de novo!

Ela não quis contestar. Outra vez, na frente dele, só que agora de costas, ela tirou o colete e a camisa, desvirou e ia vestir, quando sentiu os braços de Castiel lhe agarrarem pela cintura e ele falar baixinho em seu ouvido:

- Olhando bem, você não é tábua não... Até que é bem feitinha... Bem bonitinha...

- S-sou?

- Hum... Não.

- Não?

- Não... É linda! – Suas palavras só não a surpreenderam mais que o beijo que ele lhe deu no pescoço, seguido por um chupão que a fez estremecer. Ele também estava com o corpo colado ao dela fazendo com que ela sentisse o volume em sua calça.

Dessa vez, apesar do nervosismo, Paola não se conteve. Não dava mais para disfarçar o quanto ele a deixava louca. Ela virou ligeiro de frente para ele, passando os braços em volta de seu pescoço e beijando-o com paixão. Deram uns passos para trás, meio desajeitados, até que ele conseguiu encostá-la contra uma mesa, levantando-a e colocando-a sentada com as pernas em volta de seu corpo. Ao colocá-la sentada os dois derrubaram algumas coisas da aulas de química e nem ligaram. Não estavam mais nem lembrando onde estavam. Castiel começou a tirar a jaqueta e Paola o ajudou a tirá-la ais rápido. Continuaram os beijos quentes e as mãos voluptuosas até ouvirem batidas na porta.

- Se apressem! O professor Faraize vem subindo! – Era Lysandre os avisando. Mais que depressa os dois pegaram as roupas, mas quando ela ia vestir sua camisa viu:

- Ah não! Olha só pra isso! – Sua camisa estava manchada com uns produtos das aulas de química que eles haviam deixado cair e já que sua roupa estava no chão, foi a vítima. – E agora? – Perguntou ela.

Castiel viu uma silhueta se aproximando de lá e encontrou a solução rápido.

- Toma! Veste minha jaqueta!

- Mas só ela?

- Só né? E deixa bem fechada! Não quero mais ninguém vendo o que é meu!

- O-o que é seu...

O professor abriu a porta de repente.

- Mas... Vocês ainda estão aqui?

- Não, professor, nós... – Castiel inventou uma desculpa. – Nós saímos e voltamos agora a pouco!

Ela entendeu e continuou: - Pois é... O Castiel e eu viemos revisar uma coisa que não entendemos da aula de ciência e...

Faraize a interrompeu: - Senhorita Paola e senhor Castiel... Eu não sou burro! E sei muito bem o que... B-bem... O que acontece com jovens da idade de vocês!

- Hein?

- Eu sei muito bem o que vi quando entrei aqui da primeira vez! Posso saber por que a senhorita estava... Bem... Daquele jeito?

- É... Bom...

Castiel pegou a camisa dela e disse:

- A culpa foi minha!

- Como, senhor Castiel?

- Já disse, a culpa foi minha! A gente veio ver umas coisas da aula e aí tinha uns frascos ali com uns produtos químicos e eu acabei derrubando tudo na roupa dela. Ela ficou assustada sem saber o que essas coisas podiam fazer e tirou tudo sem pensar. Foi isso. Por isso até que ela está com minha jaqueta agora, eu emprestei.

- Ah... Foi isso? Então... Está bem. Da próxima vez que quiserem revisar tome mais cuidado, senhor Castiel. E a senhorita, cuidado com seus impulsos.

- S-sim, professor Faraize...

- Pois bem... Saíam daqui agora. Seus colegas já me contaram sobre a história dos coelhos, por sorte, ou milagre, a diretora está de bom humor e deixou passar. Podem ir. A aula que seria hoje fica para amanhã.

Castiel e Paola saíram da sala e no corredor encontraram Lysandre. Castiel logo foi agradecer ao amigo.

- Poxa, cara, você não sabe do flagra que nos livrou...

- Flagra?

- É... Enfim, deixa pra lá!

- Depois você me conta do que eu os livrei, ok?

Paola passou por eles.

- Oi, Lysandre. Obrigada por nos avisar que o professor estava chegando.

- Não tem de quê... Esta é a jaqueta do Castiel que você está vestindo?

- É... É sim... É que... – Ela e Castiel se olharam. Ele ainda estava com a roupa dela na mão. Lysandre viu e disse:

- Não precisam me explicar não! Acho que vocês me devem uma, eu devo ter-lhes realmente livrado de um flagra que repercutiria por toda a escola e creio que fora dela também, com seus pais por exemplo. Imaginem serem encontrados... Enfim, de uma maneira nada discreta... Na sala de ciências.

Castiel não perderia a chance de fazer uma de suas gracinhas.

- É que entre nós rola muita química, Lysandre! – Piscou para Paola.

- Bom... Você está certo, Lysandre, nós te devemos essa, obrigada! Amanhã eu te devolvo a jaqueta, Castiel! – Ele lhe entregou suas roupas. – Ai, só quero ver como vou explicar para meu pai eu chegar com a jaqueta de um colega...

- Colega? – Indagou Castiel. – Só colega?

Lysandre perguntou: - Querem ficar a sós?

- Não, não precisa Lysandre... – Ela chegou mais perto de Castiel e falou baixinho para ele: - Somos mais que colegas então?

- Você sabe que sim! Você sabe que eu... Bem, você sabe...

- Eu sei... Eu também eu te amo!

Ela sorriu e foi indo embora, mas ele ainda falou:

- Cuidado para não se perder... Eu não vou te procurar!

Ela riu sabendo do que ele estava falando e respondeu:

- Não vai precisar, eu tenho um ótimo senso de orientação! Ah, mas caso eu me perca... Você vai saber onde estarei! – Piscou e foi embora.

Castiel ficou sorrindo até virar e dar de cara com o amigo encarando-o.

- Puxa, Lysandre! Você ainda está aqui? Que é?

- Do que vocês estavam falando?

- Ah, é que... Talvez a gente faça outra corrida de orientação...

- A escola fará outra corrida?

- Não, cara! Só a Paola e eu!

- Ah... Entendo!... E pretendem se perder outra vez?

- Eu pretendo sim!

- De propósito de novo como na corrida real?

- Aê, não fala isso em voz alta! Já imaginou se ouvem que eu me perdi de propósito com a Paola só pra ficar mais tempo com ela? Você é meu amigo, eu te conto meus segredos, mas você tem que ficar calado!

- Tá bom... Mas aposto que dessa vez, se vocês se perderem, Nathaniel e eu não vamos lhes procurar, não é?

- De jeito nenhum! Eu não quero o representante chato na minha casa!

Lysandre parou. – Essa nova “corrida” será na sua casa?

- Assim espero, meu amigo... Assim espero...

Lysandre sorriu e voltou a andar com o amigo.

- Castiel, Castiel... Você está apaixonado!

- Talvez...

- Está sim...

- Ok, que seja...

- Eu sabia...

- Cala a boca, Lysandre!


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Notas finais do capítulo


FIM