– Por que demorou tanto? – perguntou Harry assim que sentei na mesa da Grifinória para almoçar.

– Vim por um caminho diferente. – falei, já me servindo com uma deliciosa lasanha de frango.

Harry não pareceu convencido. Mas o que ele esperava? Eu não ia contar sobre Draco Malfoy ter me devolvido meu colar. Como Rony diz, eu estaria ‘’confraternizando com o inimigo’’.

Mas será que Draco é o inimigo mesmo?

Eu não sei. Vai ver ele mudou?

– BOMBA! – disse alguma voz do meu lado. Me virei assustada, era Percy.

– O que foi? – perguntou Harry.

– Nosso comensal favorito acabou de ir para a sala da McGonagall. Porque ele bateu em um primeiranista que estava caçoando da Sonserina. – Percy fez uma pausa – Mas agora vem a melhor parte, eu acho que ele vai ser expulso!

Harry soltou um sorriso junto com Percy.

– Gente, vocês são horríveis! Quando vocês se tornaram assim? Desejando o pior para as pessoas. – eu disse, um pouco irritada.

– Ei, Mione, acorda! Nós estamos falando de Draco Malfoy! – disse Percy.

– Eu sei.

Terminei de comer minha lasanha rapidamente, enquanto Percy e Harry me olhavam como se eu estivesse maluca.

Peguei meus livros e fui em direção á sala da McGonagall. Mas não foi preciso chegar até lá, visto que encontrei Draco Malfoy em um dos corredores.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Por que quer saber, Granger? Quer que eu diga que fui expulso para você ir lá contar para seus amiguinhos? Pois eu não fui! Sinto muito...

– Bem, na verdade... eu ia tentar te ajudar. Como você mesmo disse, eu estou te devendo uma.

– Quer mesmo pagar o que está devendo para mim? Então me ajude na minha detenção agora. Limpar a sala de troféus.

– Mas eu tenho aula daqui uns minutos! – eu disse.

– Quem se importa?

Draco Malfoy passou por mim, indo para a sala dos Troféus.

Eu só faltava aula em casos extremos. Mas é verdade, quem se importa?

**

– Você sabe que podemos limpar tudo isso só com um aceno da varinha, né? – perguntei ao loiro que estava do meu lado observando a sala.

– É, eu sei. Mas McGonagall, aquela velha idiota, disse que se eu usar magia, ela saberá.

– Tudo bem. – eu disse.

Conjurei dois panos.

Começamos á limpar os troféus, e era a coisa mais entediante que eu já fiz.

Depois de uma hora (que pareceu um mês) nós acabamos de limpar troféus.

– Obrigado pela ajuda, Granger. – Malfoy falou em um canto da sala.

– Espera, você dizendo obrigado? Que eu lembre, foi você que disse no terceiro ano que nunca mais diria ‘’obrigado’’ para mim.

– Nossa, você ainda lembra disso? Que memória boa... ou...

Malfoy se aproximou de mim e eu fui recuando. Recuando até bater de costas em uma parede e a doninha ficar menos de 5cm de mim.

– Ou? – perguntei.

– Ou você gosta de mim mais do que eu pensava. – ele sorriu, mas era um sorriso MUITO malicioso.

– Sai fora doninha! – sai daquela parede porque aquela proximidade já estava me incomodando. – Nunca mais chegue tão perto assim de mim, entendeu?

– Por que? Estava com vontade de me beijar?

– NÃO! Malfoy, você pode ter qualquer menina dessa escola, menos eu! Porque eu realmente sei quem você é, e sinceramente, eu nunca iria querer alguma coisa com um comensal.

– Guarde bem essas suas palavras, Granger. Um dia você vai precisar retirar todas elas.

O que ele quis dizer com isso? Nem me permiti pensar, sai daquela sala.

Quem Malfoy pensa que é? Ele acha que pode me prender na parede e falar coisas sem sentido como se um dia eu fosse querer ele? Ai que raiva daquela doninha.

Se eu pudesse matar ele agora eu matava, eu estaria fazendo um favor para a humanidade.

Eu caminhava pelos corredores tão apressadamente e tropecei em alguém e cai.

E como eu sou uma pessoa MUITO sortuda, eu tropecei justamente na pessoa que eu menos queria ver, Nico!

– Ããn, desculpe, eu te ajudo a levantar...

– Eu não preciso da sua ajuda! – eu disse, me levantei e continuei andando.

– Você está agindo feito uma criança, Hermione. – Nico disse caminhando ao meu lado.

– Eu estou agindo feito uma criança? Quem foi que terminou comigo, quebrou meu coração e não deu nenhuma explicação?

– Olha... eu realmente não queria fazer isso mas...

– Só me diz uma coisa. – parei de andar e olhei para ele. – Você realmente gostou de mim algum dia?

– Sim, claro! Eu ainda gosto, muito. Mas eu não posso ficar com você, espero que me perdoe algum dia.

– Vai sonhando.

Sai correndo dali, eu precisava chorar.

Se ele realmente gostasse de mim, não teria me deixado, não é mesmo?

Eu estou tão confusa, não sei mais no que acreditar.