A guerra estava ganha, Voldemort morto. Mas por que eu estou triste enquanto eu deveria estar feliz? Na verdade, eu sei bem a resposta, só não quero aceitar.

Uns dois meses depois da guerra, estava tudo tão perfeito. Eu namorando Nico, meus amigos felizes, Harry salvo. O que aconteceu foi basicamente que Nico veio com um papo que eu não merecia ele, que eu deveria arrumar coisa melhor. Pra resumir, ele terminou comigo da pior maneira possível e sumiu da minha vida.

Agora estou eu indo para Hogwarts para terminar o sétimo ano que perdi. Se Nico voltaria para Hogwarts? Eu não sei, e sinceramente, espero que não. Seria torturante vê-lo todo dia.

Resolvi perguntar para Rony que estava em minha frente na cabine, o ruivo estava comendo um bolinho inglês. Harry estava adormecido no canto da cabine.

– Rony, você sabe se... bem, se Nico vai voltar para terminar o sétimo ano?

– Olha Mione, ele me escreveu uma carta e disse que ainda estava pensando na hipótese. Quer saber? Acho melhor você esquecer ele.

– Por que diz isso?

– Nada. – diz Rony rapidamente como se tivesse dito algo que não devia.

– Rony! O que foi?

– É que eu soube que Nico está saindo com uma garota...

– QUE? QUE GAROTA?

– Calma Mione, eu não sei quem é. Ele me disse que ela é mais velha e mora em Londres, trabalha com o ministro da magia.

Sai da cabine, precisava refletir, e eu não conseguiria pensar em nada com Rony fazendo barulho toda hora.

Caminhei pelos vagões, vi Luna e logo cumprimentei-a. Vi Annabeth em uma cabine com Percy e umas garotas da Corvinal, acenei para os dois (que pareciam estar se dando supreendentemente bem).

Cheguei na portinha que dava acesso ao vagão da Sonserina, mas por que entrar? Afinal eu não tinha nenhum amigo por ali.

Virei- me para voltar á minha cabine mas esbarrei em alguém.

– Desculpa. – levanto a cabeça para ver quem era. Draco Malfoy, mais bonito do que da última vez que o vi. Eu não imaginava que a doninha iria voltar para Hogwarts depois de tudo, mas ai estava ele.

Ele apenas me encarou por alguns segundos e saiu em rumo ao vagão da Sonserina, sem dizer uma palavra. Estranho, normalmente ele me diria alguma coisa sobre sangue-ruins não olharem por onde andam. Ah, deixa pra lá.

**

A carruagem andava rapidamente em direção á Hogwarts, que já podia ser avistada. Parecia igual, sem estragos aparentes, nem parece que alguns meses atrás tinha ocorrido uma guerra ali.

Assim que eu, Harry, Rony e Percy (que tinha desgrudado de Annabeth) entramos no salão principal, muitas cabeças se viraram para a gente, cochichando. Nós éramos uma espécie de celebridades agora, e eu particularmente odeio isso.

Embora a vontade fosse imensa não me permiti olhar para a mesa da Sonserina. Sentei-me de costas para a mesa da mesma.

– Parece tensa. – disse Percy sentando ao meu lado.

– Deve ser porque estou mesmo. Olha em volta, todo mundo olhando para nós, isso me deixa nervosa.

– É, eu também.

– Sério? Não parece, você parece terrivelmente calmo.

Embora fosse chato, senti falta do discurso anual de Dumbledore, que agora foi substituído por McGonagall.

Pensei que ela ia falar alguma coisa, mas só ordenou que o banquete aparecesse e sentou-se.

A escola não era mais a mesma, todos tensos, ainda com medo.

Era triste para mim pensar que esse era o último ano nessa escola, perto dos meus amigos. Era muito pior antes da guerra pensar sobre isso.

Eu confesso que eu mudei nos últimos meses, pareço mais madura, mais fria, isso não foi escolha minha, apenas me tornei.

Tantas coisas ruins me aconteceram nos últimos meses, perdi Nico, perdi meus pais (não, não consegui retirar o feitiço de memória). Perdi Fred na guerra, Tonks... Lupin.

Ok, perdi o apetite. Na verdade, estou comendo muito pouco, e perdi muito peso, sei que isso trará complicações mas eu realmente não consigo comer.

Me sinto fraca, devastada.

Não consegui mas me segurar, viro lentamente meu pescoço e avisto a mesa da Sonserina. Pansy, Blásio, Draco, e lá... sim, lá estava ele, Nico.

Me senti feliz por um instante, mas só por um instante.

Estou vendo que esse ano será bem depressivo para mim.

Pelo jeito, nada me fará realmente feliz.