Amigos? escrita por jadepattinson


Capítulo 18
Eu Preciso Voltar! [Rob]


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, desculpa a demora, mas é q fazer o Rob escrever é quase impossivel! :p



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A Way to Remember Me – Jason Mraz (tradução)

Ela é um tipo de atriz

Um tipo de menina problemática

Um tipo de sorriso de lado

O tipo que me pegou (conquistou)

Você é uma estranha

E sei que é perigoso eu estar encantado por você

Arrisque, você pode deixar a luz acesa

Antes que você se esqueça de lembrar de mim

Arrisque, você pode deixar a luz acesa

Como um modo de lembrar de mim

Ela é um tipo de atriz

Um tipo de prêmio Nobel

Um tipo de olhos críticos

O tipo que eu memoravelmente provaria

Você é uma salvadora

Quem irá denominar isso, como eu estou encantado por você

Arrisque, você pode deixar a luz acesa

Antes que você se esqueça de lembrar de mim

Arrisque, você pode deixar a luz acesa

Como um modo de lembrar de mim

Arrisque, você pode deixar a luz acesa

Antes que você se esqueça de lembrar de mim

Arrisque, você pode deixar a luz acesa

Como um modo de lembrar de mim

Uma chance, você pode deixar a luz acesa

Antes que você se esqueça de lembrar de mim

Uma chance, você pode deixar a luz acesa

Como um modo de lembrar de mim

Como um modo de lembrar de mim

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Viver estava sendo uma tarefa difícil para mim, eu estava nos EUA a apenas três dias, e já estava sendo insuportável! Eu ligava todos os dias para o papai para saber como a Jade estava, na primeira vez que eu liguei ele estava justamente conversando com ela sobre a minha partida, aquilo me deixou tão nervoso quando no nosso primeiro beijo (acreditem garotas, mas meninos também ficam nervosos, principalmente quando é com a garota que você ama!), ela estava tão longe e tão perto ao mesmo tempo, um simples gesto do meu pai poderia fazer com que eu a ouvisse novamente!

Ficar privado disso era sufocante! Eu precisava ouvi-la, esse era o meu ar, nós nos completávamos, nos encaixávamos perfeitamente, fazíamos parte um do outro e ficar longe dela era a pior sensação que eu já havia sentido na vida. Será que eu voltaria a vê-la? Ela me perdoaria? Essas eram as perguntas que não saiam da minha cabeça e eu simplesmente não sabia respondê-las.

Lembrava do gosto dos seus lábios... Era um vicio para mim, um vicio que eu havia provado tão pouco... mesmo estando com ela pelo resto dos meus dias ainda assim seria pouco e agora eu estava só, isso era tão... frustante! Eu havia esperado 10 anos, 10 anos para tomar coragem e dizer: ...eu te amo... e eu só havia dito aquilo porque eu tive a confirmação de que ela também me amava...

Eu sou fraco, é isso, sou muito fraco, sou covarde. Tive que esperar todo esse tempo para me declarar e quando consigo fazê-lo, mostro ser fraco o suficiente a aceitar essa loucura de vir pra cá! Eu estava me sentindo um lixo, um lixo por tê-la deixado sozinha, um lixo por ser fraco e covarde, um lixo por... existir!

Nesse momento eu lembrei que a 5 anos atrás o Jorge foi embora, o irmão mais velho da Jade! Ela ficou mal, mal mesmo, quando ela estava comigo tentava esconder isso, mas era verdade, eu não sei como mas eu consegui tirar ela daquela depressão, a Jade sempre foi muito apegada ao irmão e aconteceu aquilo, ela sofreu muito... e agora, era eu que estava a abandonando, eu estava fazendo exatamente a mesma coisa que o Jorge fez a 5 anos atras!

Eu sabia que agora ela estava muito pior, pois ela estava sem o Jorge e sem mim, e quem é que iria correndo consolá-la? O DANIEL!!!

Era como se eu mesmo estivesse dizendo: “Olha, eu vou embora e vou fazer a Jade sofrer só para o Daniel se mostrar o cara prestativo que ele é e se aproveitar da situação!”

Era obvio que ele ia tentar confundir os sentimentos dela de novo, ele ia se aproveitar da situação para tentar fazê-la mudar de ideia sobre a sua escolha, e isso era o pior pra mim, eu estava deixando o caminho livre pro Daniel atacar.

Eu estava começando a pensar seriamente em fugir, e voltar sem ninguém saber, mas eu precisava de alguém maior de idade e nem a minha mãe e nem o Garcia aceitariam isso.

Nesse momento eu estava sentado em um banco qualquer do Central Park olhando pro céu e tentando imaginar o que a Jade estaria fazendo agora.

Eu levantei e fiquei andando pelo Parque tentando imaginar como tudo seria diferente se a Jade estivesse aqui... o sorriso dela era uma das coisas mais lindas do mundo... os olhos dela eram de um verde tão lindo... ela costumava dizer que se sentia segura comigo mas... era eu que ficava vulnerável perto dela...

Eu voltei para o apartamento de cabeça baixa, não aguentava mais aquela situação e não queria ficar naquele parque vendo um monte de casais felizes e descomplicados! Eu entrei em casa e a minha mãe estava sentada no sofá com um CD na mão, o que é estranho porque normalmente ela esta falando ao telefone, lendo revista de fofoca, e fazendo essas outras coisas de mulher, ela não era muito de ouvir música. Eu não pensei duas vezes e fui até ela, precisava conversar com alguém sobre qualquer outro assunto e tentar me ocupar com alguma coisa.

Mãe? Você esta ouvindo música? - Perguntei sentando ao lado dela.

Ah, sim Rob... a Jade tem bom gosto heim! Esse Jason Mraz é realmente bom! - Ah que maravilha! Agora que eu morro mesmo! Eu tentando mascarar a falta que a Jade me faz e a minha mãe me fala justamente do Jason Mraz, eu não mereço isso.

Ah... Você tá ouvindo Jason Mraz? - Perguntei.

Estou sim, porque?

… Mais uma. - comentei e ela abriu um sorriso.

tá com ciume é meu filho? - Disse ela apertando a minha bochecha, as mães são aliens!

Ciume? Dele? Só porque a Jade preferia passar uma tarde ouvindo as músicas desse cidadão do que uma tarde comigo? Só porque ela vivia dizendo que ia casar com ele? Só porque eu tive que aturar muitos olhares “ah-como-eu-queria-conhecer-o-Jason”? Só porque ela se referia a ele como “meu Jason”? Só porque... - Eu poderia continuar mas a minha mãe não deixou.

É, você esta com ciumes sim! - Disse ela. - Rob... eu sei que esta sendo difícil, mas... tenha paciência.

Mãe... eu tenho medo de ela me esquecer, tenho medo de ela nunca mais me perdoar, tenho medo de ela preferir ficar com o Daniel... - Falei

Ela não vai lhe esquecer Rob, tire essa ideia boba da sua cabeça meu filho, a Jade lhe ama, esta nos olhos dela...

Ela pode até me amar, mas... não vai me perdoar... ela pensa que eu a abandonei mãe!

Eu tenho certeza que ela vai lhe perdoar, e quanto ao Daniel... bom, não se preocupe, se a Jade lhe ama mesmo não vai acontecer nada!

Mãe você não entende, o Daniel não vale nada, ele vai fazer de tudo pra ficar com a Jade, ele vai aproveitar que eu não estarei lá e vai tentar conquistá-la.

Rob... não há nada a se fazer. - Falou ela.

Não! Há sim! Eu tenho que voltar! - Gritei me levantando do sofá. - Eu preciso voltar!... Por favor... - Supliquei.

Eu pude ver que a minha mãe considerou a ideia mas... negou, como sempre!

Sinto muito Rob, mas não da... olha, porque você não sai um pouco, estamos em New Yorque! Você sempre quis vir para cá...

Com a Jade! - Falei completando o que ela disse. - Quer saber?! Eu não estou nem aí para o que você e o papai dizem, eu vou dar um jeito de falar com ela e vai ser agora! - Falei subindo as escadas e sendo seguido pela minha mãe.

Rob! Rob o que você vai fazer?! - Disse ela, mas eu já estava decidido.

O papai estava sendo ameaçado? Foda-se! Eu quero pelo menos falar com a mulher da minha vida! Eu entrei no meu quarto e tranquei a porta, a minha mãe ficou batendo e gritando do lado de fora mas eu não ouvia mais, eu peguei o celular reserva que eu tinha trazido escondido e liguei pra ela.

A cada toque eu ficava mais nervoso, e no terceiro toque... ela atendeu, eu quase morri quando ouvi a voz dela mais uma vez.

...Alô... - Disse a Jade! Foi tão emocionante ouvir ela de novo, eu não sabia o que dizer!

Mas... a voz dela... estava tão diferente, estava triste, sem vida, não era a minha Jade.

Alô. - Disse ela novamente, eu não sabia se respondia ou não. - Quem esta falando? - Perguntou a voz sem vida que um dia foi da Jade.

Eu estava paralisado, eu fiz isso com ela? Eu? Eu sempre tentei protegê-la de tudo e de todos e acabo eu mesmo fazendo ela sofrer! Eu sou... um monstro...

Jade... quem é? - Ouvi uma voz perguntar a ela ao fundo, só depois de algum tempo que eu fui perceber que era o… Daniel

Eu sabia, eu tinha certeza que ele ia correndo atras dela, era lógico que quando ele soubesse que eu fui embora ia na mesma hora atrás da Jade!! QUE DROGA!!

Eu não aguentei e desliguei o celular. Estava tudo perdido, ele ia ficar com ela, fato!!

Mas o pior com certeza foi ouvir a voz dela... a voz dela... estava tão morta, não havia vestigos de que aquela voz era da Jade, eu só a reconheci porque... na verdade nem eu sei, só sei que sabia que aquela era ela, mas ao mesmo tempo não era ela...

Eu me odiei profundamente naquele momento e desejei poder nunca ter nascido! Eu peguei o telefone e joguei na porta (eu sei, quebro muitos celulares), peguei o abaju e joguei na janela! Quebrei praticamente a mobília inteira deixando a minha mãe mais preocupada ainda do lado de fora do quarto!

Porque eu fiz isso?! - Gritei. - Porque?! - Falei não aguentando mais ficar em pé e desabando no chão.

Rob... Rob você esta me ouvindo? - Disse a minha mãe se acalmando um pouco.

Mãe saí daqui! Vai embora!! - Gritei e comecei a chorar desesperadamente.

Eu fiquei jogado no chão e chorando pelo resto do dia, a minha mãe foi me chamar umas mil vez para comer alguma coisa, mas eu não sentia fome, não sentia vontade de fazer nada, apenas de chorar e chorar mais, eu estava me sentindo extremamente fraco, o que a Jade diria se me visse assim agora? Era isso que ela ia dizer, que eu era fraco... covarde...

A ideia de que nesse exato momento quem estava com ela era o Daniel me matava, como eu pude deixar isso acontecer? Como? Eu estava arrependido, muito arrependido de ter vindo pra cá, isso com certeza foi a coisa mais burra que eu já fiz! E agora por causa dessa minha burrice a Jade estava sofrendo, eu era um idiota mesmo!

Depois de algum tempo lá, eu percebi que já estava escuro, eu levantei, peguei meu casaco e saí dali.

Rob onde você vai? - Perguntou a minha mãe quando eu estava saindo pela porta.

...Não sei. - Falei. - Eu só preciso... andar um pouco. - Falei saindo do apartamento e fechando a porta atrás.

Eu fiquei andando pelas movimentadas ruas de NY por horas, já passava das 12:00 quando eu em um ato comum coloquei as mãos no bolso e senti que havia alguma coisa lá dentro... era uma foto... a nossa melhor foto... estavamos na torre Eiffel... eu bati aquela foto meio que sem querer: nós estavamos encostados no parapeito da Torre, eu ia pegar meu celular que estava no bolso para ligar para o Bernardo e avisar que nos atrasaríamos, mas ao invés do celular eu peguei minha câmera digital, no mesmo instante alguém esbarrou na Jade e ela caiu em cima de mim, e eu acho que apertei o botão da câmera sem querer e a foto saiu...

Eu continuei andando por um tempo até ver que já estava mesmo na hora de voltar...

Os dias se passaram, um... dois... três... onze... hoje era dia 12 de julho, o aniversario da Jade, o primeiro aniversário dela que nós passávamos afastados, era os 15 anos dela e eu não estava lá! Quem estaria lá? Um idiota que ela chama de Daniel que conheceu ela ontem!

Naquele dia, eu não acordei deprimido e com vontade de me matar, como nos outros dias, eu acordei com raiva, furioso, com raiva de mim, do meu pai, do Daniel, do mundo!!!

Bom dia! - Disse a minha mãe sentando na mesa de café.

Só se for pra você – Falei. - Porque hoje não é um bom dia, não! Hoje é um dia péssimo! Ah, esqueci, os últimos 12 dias foram dias péssimos, e vão continuar assim se eu não voltar para o Brasil! - ...E é assim que você transforma um simples “bom dia” em um atentado contra a sua mãe.

Eu levantei da mesa e sai de casa batendo a porta, como todos os outros dias eu fui para o Central Park, sentei no banco que eu sempre sento e fiquei observando as pessoas, acho que esperando que algo acontecesse e eu pudesse fugir.

Nesse instante eu ouvi ao longe acordes de violão, virei para ver da onde vinham, e vi no gramado bem longe de onde eu estava, um cara sentado no chão com um violão, ele estava rodeado por um pequeno grupo de pessoas, eu acharia aquilo completamente normal se não fosse por um detalhe... ele estava de chapéu!

Vocês poderiam dizer: “Nossa! Que emocionante, um cara no chão com um violão e um chapéu”, maaaaaass... 10 anos de convivência com a Jade me ensinaram uma coisa: existe apenas um cantor que desperdiça seu tempo fazendo um show de graça do Central Park, sentado no chão, de chapéu e descalço!

Pois é, se a Jade estivesse aqui... ela surtaria, começaria a gritar, desmaiaria, morreria e depois ressuscitaria... e o mais estranho é que era o aniversário dela! Eu encontrei Jason Mraz no aniversario dela!

O que ela diria disso? Coincidência? Destino? Seja lá o nome que se da a coisas estranhas assim eu não ligava, e não poderia perder a oportunidade. Me levantei do banco e fui até lá, sentei no chão junto com grupo de pessoas que estava sentado lá.

Ele terminou a música que estava cantando e perguntou:

What the next song? (Qual a próxima música?) - Perguntou ele com um sorriso no rosto.

...Love is Real... - Sugeri.

Great! I love this. (Ótimo! Eu amo essa) - Disse ele e um segundo depois já havia começado novamente a cantar.

Eu estava apenas ouvindo, mas não vi nada, porque na minha na mente só um rosto era presente. Ouvir aquela música me fez me sentir muito melhor, estranho né? Pois era a música preferida dela, eu pensei que trazer essas lembranças à tona me fariam ficar ainda mais pior... mas aconteceu exatamente o contrário, era como se ela estivesse aqui, eu sentia a presença da Jade na letra daquela música.

Nesse momento eu tive um ideia perfeita! Era o aniversário dela e eu não iria deixar essa data passar em branco, não mesmo! Eu peguei o celular que estava no meu bolso (o terceiro só nesse mês, isso é o que dá ficar quebrando celulares) e liguei pra o novo número dela (dizendo o meu pai ela teve que trocar de celular porque o antigo quebrou e ele me deu o número novo)

Alô! - Disse ela com aquela mesma voz morta.

Eu não falei nada, apenas coloquei o celular no viva voz e deixei ela escutar o pequeno show que o Jason estava fazendo em pleno Central Park.

Ela não falou nada, ficou em silencio absoluto, apenas ouvindo as músicas que ele cantava.

Uma hora depois ele cantou sua última música antes de ir embora: I'm Yours, e a Jade não disse uma única palavra, mas... assim era melhor, doía menos assim.

Parabéns pelos 15 anos. - Falei disfarçando a voz e desliguei o celular.

Eu era maluco! Muito maluco mesmo, eu não deveria ter dito nada, ela ia reconhecer a voz, é lógico que ia!

Depois de mais alguns minutos andando pelo Parque e pensando na besteira que eu fiz, eu voltei para casa.

Eu tinha que parar com aquilo, eu não poderia mais ligar para Jade, e se ela retornasse a ligação? O que eu ia fazer? Falar: “Oi Jade, é o Rob! Eu só te liguei porque eu não aguento mais ficar um segundo longe de você!” Não! Eu não poderia dizer isso!

Mas ficar longe dela estava ficando cada vez mais e mais difícil, e o pior era saber que quem estava do lado dela era o Daniel, e agora ele poderia fazer o que quiser, quem sabe até eles não estão namorando?! Não! Isso não pode e não vai acontecer! A Jade me ama, ela não iria me esquecer assim tão rápido.

O dia se arrasou muito mais que os outros, eu ia pra lá e pra cá, mas não conseguia fazer nada que tirasse ela da cabeça, isso era irritante, eu não conseguia pensar em outra coisa, só na Jade.

E a imagem dela não saia da minha cabeça de jeito nenhum, eu tentei pensar em outras pessoas que eu também estava sentindo falta: meu pai, o Bernardo e até a Cibelle, mas no final acabava sempre voltando a pensar nela.

No final daquele dia eu prometi a mim mesmo que eu iria voltar, nem que eu precisasse fugir, mas eu ia voltar! E ninguém iria me impedir! Ninguém!


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