A noite se seguia assim, musicas, risadas, todos lembrando de alguma coisa engraçada que já passaram.

– Ai Maga, que ótima idéia trazer esses milhos, fica uma delicia na fogueira – Monica falou saboreando seu milho recém assado.

– Delicia mesmo, até eu tenho que concordar, mas to comendo só um pouquinho para não engordar – Maria Mello comentou.

– Eu sabia, que ia ser show – Magali concordou comendo o seu segundo milho.

DC, que tinha acabado de espetar um Marshmellow falou:

– Alguém quer um Uísque pra esquentar um pouco?

Cebola, Denise, Titi, Cascão, Quim e Franja levantaram a mão. DC se levantou e foi buscar a garrafa.

Cebola olhou para o lado e se sentiu repentinamente inspirado, então resolveu pegar o violão e falou:

– Bom essa vai para os casais apaixonados aqui da fogueira – Disse checando a afinação do violão.

No momento em que ele disse, os casais se aproximaram mais, aproveitando o friozinho e o clima. Monica abraçou seus joelhos e ficou lá observando, o que já sabia que ia atingir em cheio o seu coração.

Cebola começou a tocar as notas iniciais e a Monica não precisou de mais nenhuma, ela já sabia exatamente qual musica ele tocaria. Era a musica deles, que eles cantavam juntos em noites frias como aquelas quando namoravam, a musica que gravaram cantando juntos para quando estivessem longe um do outro, escutarem. Aquilo era covardia, jogo baixo.

Cebola começou a cantar:

– Não consigo olhar no fundo dos seus olhos e enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar... As várias fases, estações que me levam com o vento e o pensamento bem devagar.
Outra vez, eu tive que fugir, eu tive que correr, pra não me entregar... As loucuras que me levam até você me fazem esquecer que eu não posso chorar. ♪ - Cebola cantava e tocava como se seu coração falasse. Monica já tinha enfiado a cabeça entre os joelhos, e os casais trocavam beijinhos, e carinhos.

Cebola continuou...

– Olhe bem no fundo dos meus olhos e sinta a emoção que nascerá quando você me olhar. O universo conspira a nosso favor a conseqüência do destino é o amor... Pra sempre vou te amar.

Mas talvez você não entenda, essa coisa de fazer o mundo acreditar, que meu amor não será passageiro, te amarei de janeiro a janeiro... Até o mundo acabar ♪ - Nessa altura todos já cantarolavam juntos, uns mega emocionados, Monica que não queria chorar, respirou fundo e ergueu os olhos, que se encontraram com o dele, e desviaram para o chão.

DC já tinha voltado e servido todos com o Uísque, e percebendo o que rolava ali, tomou um gole quente de sua bebida e colocou um marshmellow no fogo pra se conter. Ele sabia que a Monica gostava do Cebola e que o Cebola sempre tentava reconquista-lá.

3h da manhã.

A Noite foi passando e um por um foi levantando e indo dormir.

– Amor, vamos dormir? To caindo de sono – Aninha reclamou se levantando e espreguiçando.

– Eu também vou indo, vamos fofucho? – Magali se levantou chamando o Quim.

Todos foram se levantando, e Monica resolveu levantar também, mais ela não estava com sono, então resolveu ir se sentar a beira da piscina, tentou sair despercebida ao passo de todos que estavam indo dormir.

Já fazia, aproximadamente meia hora que Monica encontrava-se ali, pensando, encolhida na beira da piscina, sentindo um frio na espinha.

P.O.V MONICA

Será que ele está gostando de mim novamente? Porque ele está fazendo isso? Eu tentei me aproximar depois que terminamos e no começo ele que se afastou, porque agora está se aproximando novamente? Eu sou uma tonta, não devia deixar isso acontecer. Porque Cebola? Porque faz isso comigo?

–-

Teria se passado 1 hora, 2 horas, talvez 30 minutos, ela não saberia, mais foi em meio aos seus pensamentos que alguém colocou a mão em seu ombro fazendo com que ela desse um pulo de susto.

– Oi Mô – Cebola falou sentando no chão ao lado da menina que se encontrava encolhida.

– Aiiii, que susto, oi Ce, o que faz aqui acordado ainda? – Monica perguntou com o coração disparado seja pelo susto ou pela sensação dele sentado ali.

– Ah, eu fui deitar, passou uma hora, você não foi dormir, fiquei preocupado Mo – Cebola explicou.

– Ah, é, eu, não estou com muito sono, resolvi ficar aqui.

– Então vou ficar com você.

– Não precisa Ce, se quiser pode entrar, está bem frio. – Monica completou fazendo uma conchinha com a mão e tentando esquentá-la.

– Claro que precisa – Cebola concluiu pegando a mão da Monica e esquentando entre as dele. – O sitio ficou legal né depois da reforma? – Tentou puxar assunto.

– Ficou, muito maior, alias hoje o dia foi muito bom – Monica falou, sentindo suas mãos entre as dele.

Os dois ficaram parados um tempo, no silencio, como se tentassem ouvir o pensamento do outro. O que deveria ser dito?
Foi a Monica que quebrou o silencio, juntando coragem.

– Porque cantou aquela musica?

– Não sei Mo, eu nunca mais tinha cantado ela, e hoje me veio uma vontade muito grande de cantar.

– Hum...

– Olhei para o lado e vi você, de repente eu sabia que era aquela musica que eu queria cantar – Cebola concluiu segurando mais forte a mão da Monica.

Monica puxou sua mão de volta, e ficou olhando para a piscina. Mais um silêncio de talvez uns 10 minutos pairou no ar.

– Ce.... – Quando Monica virou pra falar, sentiu uma mão em seus cabelos, Cebola colocou a mão no cabelo dela fazendo carinho e olhando-a.

Monica perdeu a linha do raciocínio, e esqueceu o que iria falar, ficou lá olhando pra ele. Percebeu que o Cebola se aproximava, e aproximava, e decidiu não fugir dessa vez. Cebola chegou mais perto, a envolveu em seus braços, e docemente beijou seus lábios. Monica se entregou para aquele beijo, sentia as mãos dele nos seus cabelos e em sua cintura a envolvendo para perto dele, sentia seu coração vibrar dentro do peito.

Cebola nem acreditava que estava beijando a amada novamente, a envolvia com tanta intensidade que ficou com medo de apertá-la, a beijava, e a abraçava. Aos poucos foram parando de se beijar, e ficaram olhando frente a frente um pro outro, Monica com os olhos lacrimejados, abaixou a cabeça e a pousou no peito do Cebola, que a abraçou e ficou passando as mãos nos seus cabelos, em silencio, ambos observando o laranja do céu que começava a surgir lá longe, amanhecendo o dia.