Capítulo 5

Cariel sorriu. Tendo tantas mulheres dentro de casa ele iria ter uma tarde divertida! Desceu alegremente as escadas e foi até a sala de estar que o lacaio orientou.

Quando ele entrou, encontrou a cena mais divertida na sua frente. A sra. Bennet estava sentada no sofá cheio de frufru que sua irmão tinha posto lá, ou feito os servos por, não fazia diferença para ele. Caroline estava no divã com postura perfeita, tentando muito não fazer cara de nojo pelo barulho da senhora mais velha. Louisa parecia estar passando mal de verdade, ela devia estar mesmo. As meninas mais novas estavam inquietas, ele não conseguia decidir se era nervosismo ou se estavam segurando o riso. Ele não apostaria, mas podia ser o último. As mais velhas, não lhe despertavam interesse, não muito, afinal elas eram definitivamente as mais bonitas da família e isso por si só já chamava a atenção. Srta. Mary ele não viu, talvez ela tinha conseguido fugir desta atividade social. Ele fugiria também se fosse ela; Cariel não era. Desde pequeno achava divertido desestabilizar senhoras facilmente ofendidas, como a sra. Bingley.

“Ora senhoras. Boa tarde. Está um dia maravilhoso não. Tantos motivos para sorrir, não é mesmo Caroline? Srta. Lydia.” Ele recebeu um leve sorriso desconfortável da irmã e um “Cariel” de cumprimento. Caroline sabia que, uma vez que ele havia entrado na sala, Cariel iria exigir muito mais cortesia de irmã para seus visitantes. E da srta. Lydia recebeu uma careta. Ela ainda devia estar brava pela noite anterior.

“Oh, sr. bingley tem toda razão! Depois de uma festa feliz como ontem só nos resta o prazer de relembrar todas as maravilhas da noite.”

“Certamente minha senhora. E o descanso depois de tais festas também me atraem muito. Espero que as senhoras estejam descaçadas da noite de ontem.” Ele sorriu abriu um pouco o sorriso. E ficou satisfeito ao ver que sua irmã havia notado o significado dessa fala. Claro a sra. Bennet permaneceu ignorante. Suas filhas mais velhas no entanto estavam vermelhas de vergonha. Até a srta. Lydia parecia ter entendido e olhava para Cariel com um olhar assassino. Srta. Catherine parecia não acreditar no que ouviu.

“Sim e depois de uma longa viagem é sempre bom um descanso adequado. Não é mesmo srta. Elizabeth?” Então Caroline tinha uma antipatia pela srta. Elizabeth? Devia ser por causa de Darcy. Ele precisaria conversar com ela sobre isso mais tarde.

A srta. Elizabeth estava prestes a responder quando a porta se abriu novamente e Charles juntamente com Darcy entraram.

“Perdão pela interrupção senhoras. Nós só estamos em busca do meu irmão.” Charles disse com um sorriso feliz e brilhante. “Srta. Bennet, com está?” Nessa demostração clara de preferência do irmão. Cariel e Caroline reviraram discretamente os olhos. Até mesmo Darcy parecia quase disposto a acompanhar os Bingley, quase. “Aí está você Cariel. Espero que não tenha incomodado as senhoras.” Continuou Charles completamente alheio ao que havia acontecido.

“Ainda não meu caro irmão. Uma vez que acabei de chegar não houve muito que pudesse fazer. Há algo que queira que mim Charles?”

“Sim, que tal nos acompanhar em um jogo de bilhar?”

“Até Darcy? Mas ele acabou de dizer que não pretendia jogar!” Cariel tentava sem muito esforço se livrar dos planos do irmão. Obviamente ele estava propositalmente deixando ser vencido por causa das visitas, mas talvez fosse algo mais, uma vez que a companhia nunca foi problema para ele.

“Sim, mas Charles me convenceu a jogar. Venha Bingley, vamos deixar as senhoras trocar sua opiniões e confidências em paz.” Embora por fora o sr. Darcy parecia símbolo de boa conduta de um cavalheiro, internamente ele estava muito disposto a fazer seu amigo sofrer. Ele também podia ver a srta. Elizabeth se divertindo com a cena. Realmente ele era muito bonita.

“Não há nenhum problema em ficarem sr. Darcy. Tenho certeza de que todas as senhoras concordam em tê-los aqui conosco.” Caroline disse com um voz macia.

“Não há necessidade disso Caroline. Eu vou com eles. Talvez não sejam apensa as damas que desejam trocar opiniões e confidências. É uma pena, pois eu estava ansioso pela companhia de todas.” Ele então se levantou da sua posição aparentemente muito relaxada e confortável no sofá e seguiu os senhores para fora da porta.

“Realmente, eu não entendo porque vocês me tiraram de lá.”

“E nós que não entendemos porquê você deixou que nós o tirássemos.” Disse Darcy.

“Você não esperava que eu fizesse uma cena no meio das senhoras.”

“Nunca pensei que se importasse com isso.” Darcy levantou uma sobrancelha.

“Vamos Darcy, deixe meu irmão. Você sabe que ele não vai deixar Caroline criar uma má impressão de si mesma na região. Se ele ficasse lá você sabe que poderia ser pior para Caroline.”

“Foi apenas um aviso para Carol tomar cuidado com o seu gênio.” Ele sabia que era um método pouco ortodoxo, mas desde que ele tinha passado a ser o chefe da família, ele vinha tentando melhorar ao menos um pouca as maneiras da sua irmã.

“Por mais tempo que passe com vocês não consigo entender a relação de vocês. Não entendo como o senhor Bingley os aguentava.”

O olhar no rostos dos irmãos era melancólico.

“Ele tentava entender cada um de nós. E a partir daí resolvia a melhor forma de educação.” Cariel suspirou. “Mas nós devíamos ir a sala de bilhar? Ou vamos deixar Darcy voltar a eu romance diário.” Ele voltou a colocar o sorriso no rosto.

“Sim, vamos!” Charles rapidamente sorriu com a idéia, muito rapidamente. “Vamos ver se vencemos você Cariel!”

“Charles quando vai entender que se tratando de bilhar e esgrima ninguém tem a chance de me vencer.”

“Darcy no esgrima é páreo para você. E quanto ao bilhar, nós aprendemos juntos, não tem como ser tão superior a mim assim.”

“É ai que se engana Charlie. Sua extrema bondade é o que faz perder no esgrima e no bilhar. Não se esforça o máximo que pode.”

“Bom não vamos ficar aqui brigando Cariel. A diversão nos aguarda.”

“Sempre evitando discussões. Não consigo acreditar que tenhamos o mesmo sangue.”

“E eu não acredito que vocês sejam pessoas civilizadas. Venham logo de uma vez.” Darcy disse sério. “Se querem ao menos dar a impressão de que vão fazer o que disseram as senhoras é melhor irmos logo.”

“Sempre um estraga prazeres talentoso Darcy.”

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“Pedimos desculpas pelo nosso irmão.” Disse a sra. Hurst. “Ele é um pouco excêntrico mas é um bom cavalheiro.”

“Está tudo bem, sra Hurst. Eu e minhas meninas achamos muito agradável, o sr. Bingley.” Suas filhas logo concordaram. Lydia foi a única que não disse nada, depois Elizabeth pode ouvir a irmã reclamando da falta de educação do sr. Bingley. Mas acabou por ser silenciada por uma de suas outras irmãs.

Caroline estava atordoada. Cariel realmente pretendia arruina- la como anfitriã? Por que?

Desde que eles haviam ficado órfãos ele havia dito que iria cuidar dela e a ajudar a reparar as maiores falhas na sua personalidade, por causa do tratamento que recebeu sendo a filha mais nova. Ela realmente admitia que precisava disso, mas o jeito de Cariel para ensinar era muito confuso. O que ele queria dizer com aquela ameaça?

“No momento minhas filhas não tem nenhum pretendente, mas minha Jane quase esteve noiva uma vez. E minhas outras meninas poriam estar se não tivessem conseguido ter a oportunidade de passas a primavera em Londres. É difícil para elas entrar em um noivados com rapazes que conheceram a vida toda. E você srta. Bingley tem planos de se casar?” O que essa mulher estava falando? Que tipo de pergunta era essa. Se ao menos os Bennets possuíssem um filho!

Ela estava preste a abrir a boca para responder a toda essa impertinência, mas Louisa entrou na sua frente.

“Estamos dando liberdade para Carolina decidir quando deve se casar.”

“Dessa forma ela pode virar um solteirona.”

“De forma alguma senhora. Eu mesma não me casei tão cedo. Caroline ainda é jovem.”

Será que a ameaça de Cariel significava que se ela fizesse algo de errado ele a arruinaria?

Não, ele não faria isso! Sendo o Cariel nunca se sabe se faria ou não. E ele tinha um rosto tão sincero que mesmo que mentisse a maioria das pessoas acreditaria nele. Seu irmão era imprevisível, capaz e confiável para isso.

Depois de tirar essas conclusões Caroline sorriu. E foi a melhor anfitriã possível para aquelas pessoas que esperava sinceramente não ter que manter um relacionamento profundo.