Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 42
Conflitos internos não servem para nada


Notas iniciais do capítulo

Gente, se der eu vou fazer o vídeo esta semana (ah, é algo bem simples, okay? Marta Luiza -uma amiga ♥ - tava achando que seria um puta vídeo, mas é algo bem simples... e também é o primeiro que estou fazendo para uma fic :DD). Entããão, para eu poder agradecer com o seu nome fofinho e tudo - por ter lido Dilemma até o final - comente ou favorite ♥ AMO VOCÊS

O nyah não me deixa postar notas finais, então aqui estão elas:
LEIA DEPOIS DO CAPÍTULO ♥

Nada de me bater, pessoas bonitas T^T Eu sei, eu sei. Mas a esta altura do campeonato, vocês já sabem que comigo o drama é presente o tempo todo ♥ Entretaaaaanto, podem acalmar os coraçõezinhos, que este é o último que vamos ter aqui.
Afinal, eu não poderia chegar ao fim de Dilemma sem um drama final ♥

Gente, obrigada por tudo. Vocês são tão especiais ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611839/chapter/42

Coloquei a mesma roupa do jantar, passei a toalha de qualquer jeito no cabelo e o penteei com os dedos mesmo. Abri a porta do banheiro e andei com passos pesados até a sala onde calcei uma sapatilha que estava pedida por ali.

– Filha? – Escutei meu pai chamar. – Está tudo bem? Onde você está indo?

– Eu sei que está tarde, pai. – Peguei minha bolsinha e procurei meu bilhete do ônibus. – Mas tenho que resolver essa história de uma vez por todas.

Minha mãe saiu do escritório escutando a conversa e sorriu para mim. Ela disse alguma coisa para o meu pai e Érica perguntou se queria que ela fosse junta, mas eu estava ocupada demais já entrando no elevador. Vou ter que ir a pé mesmo, pensei já que não achei meu bilhete.

Assim que cheguei à portaria e pisei para fora do prédio eu comecei a correr.

Não dava para andar calmamente com toda aquela situação. Imaginei se as pessoas iriam pensar que eu tinha acabado de assaltar alguém e isso quase me fez rir. Que merda de segurança nós temos nessa cidade, ou melhor, nesse país.

Eu estava suada e meu cabelo provavelmente estava um horrível, mas isso definitivamente não era a minha maior preocupação naquele momento. Agora, eu tinha era que decidir como eu faria isso.

– Sara! – Sim, eu gritei da rua. – Sara!

Não demorou muito para que ela abrisse a porta e saísse assustada. Quando me viu, seus olhos arregalaram e ela não conseguiu pronunciar nada. Nós duas apenas ficamos ali encarando uma a outra tentando balbuciar qualquer coisa.

Nicolas apareceu atrás dela e eu senti um puta medo fazer minhas pernas começarem a tremer. Tive vontade de me dar um tapa na cara e dizer para eu virar mulher ao invés de ficar de cu doce, mas como isso não é possível, eu apenas respirei fundo.

Abri minha boca e com os olhos dela com puro choque estampado eu tentei falar o que eu sentia e – para a minha felicidade – as primeiras palavras saíram claras como cristais.

– Eu não sei o que falar além de que eu sou uma idiota e eu sei que eu machuquei você. Eu provavelmente teria ficado trancada no meio quarto lamentando a minha estupidez se não fosse por minha mãe e Érica abrirem meus olhos.

A expressão de Nicolas foi do choque para a decepção em questão de milésimos e apenas suspirou e entrou de volta. Meu coração se apertou e eu quis puxar seu braço e dizer que eu sentia muito, que as coisas não eram tão simples e que nada daquilo era a minha intenção, mas eu não podia fazer aquilo.

Eu tinha que parar de sentir pena e olhar para aquilo da forma que eu faria meses atrás.

– Eu mudei – falei sem saber direito por onde começar. – Eu não sou mais aquela garota extremamente introvertida. Eu também quero falar com outras pessoas que gostam das mesmas coisas que eu, mas continuo não sabendo como lidar com você. Eu achei que eu sabia, após todos esses anos, mas a briga que tivemos no começo disso tudo provou para mim que eu definitivamente não sabia. – Pausei um pouco antes de continuar para ver se ela falaria qualquer coisa, mas tudo o que eu recebi foi um olhar confuso e, talvez, desesperado. – Eu achei que depois que fizéssemos as pazes, tudo ficaria bem, mas o acidente aconteceu e todo o tempo que passamos juntas...

Dei um passo em sua direção e o passo que ela deu para trás machucou meu coração. Tentei ignorar aquilo e balancei a cabeça levemente.

– Eu estaria mentindo para você se eu dissesse que eu sabia de tudo isso, mas eu também estaria mentindo se eu dissesse que eu não sentia. – Suspirei e pensei que eu só estava piorando as coisas. – Eu não menti quando disse que eu te amava, Sara. Quando naquela confusão toda, eu gritei dizendo que eu te amava... Eu não menti quando disse que não saberia o que eu faria sem você.

– O que foi aquilo então? – Com um olhar questionador ela fechou a porta atrás dela e não sei se era impressão minha, mas sua voz estava um pouco carregada. – O que eu vi com o Nuno, o que foi sair escondido com o Nicolas?

– O Nuno é apenas um amigo, Sara. – Eu suspirei. – Assim como a Ravena é apenas sua amiga – admito que me doeu falar isso. – Eu não queria que as coisas tivessem chegado a este ponto, mas infelizmente eu também não posso falar que tudo foi um mal-entendido. – Minha mão foi parar na minha nuca e sem saber mais o que fazer, eu decidi tentar colocar tudo de uma forma que fizesse sentido. – Quando você me beijou, minha cabeça rodou, meu corpo parecia que ia desabar e tudo o que conseguia pensar era em como sua boca na minha era a melhor sensação do mundo, mas... Assim que percebi o que tinha acontecido, eu quis negar para a mim mesma que aquilo estava acontecendo. Tudo o que eu conseguia pensar era que aquilo não estava certo e eu... Corri. – Quase soltei uma risada curta, mas acho que minha garganta iria emaranhar se eu fizesse isso. – Quando vi Nicolas, as coisas só pioraram porque eu confundi o que sentia por você e o que você tinha me feito sentir nos últimos dias.

Ela me olhou e eu torci para que ela não me perguntasse “como assim”, mas tudo que recebi foi um suspiro pesado. Ela balançou a cabeça negando levemente alguma coisa não dita.

– Não... Não entendo. – Ela me olhou e eu quase me encolhi. – Você ainda saiu com ele escondido. Por que você não falou nada?

– Eu estava irritada, Sara. – Baixei a cabeça e me xinguei mentalmente. – Você estava dando uma puta atenção para aquela garota e além de estar me divertindo com ele, Nicolas tinha me convidado, então... Eu estava irritada e eu não queria... Eu não queria te machucar, Sara.

– Pois é, mas machucou. – Sua voz não havia ficado mais ou menos calma, apenas continuava com aquela sensação de que havia chorado muito e estava lutando para não chorar agora. – Eu não entendo o que você está fazendo aqui, Roxy.

– Eu... – As coisas não estavam indo como eu havia planejado. – Eu vim aqui pedir desculpas e...

– Já pediu. – Cruzou os braço em frente ao seus seios. – Agora pode ir.

Meus olhos se arregalaram e a palavra idiota começou a piscar na minha cabeça. Eu não queria que ela continuasse a falar, porque eu já tinha entendido tudo, mas mesmo assim ela não parou.

– Você não achou mesmo que eu fosse simplesmente te perdoar depois que você pedisse desculpas, não é? – Não consegui identificar sua expressão e eu não sei se era porque eu estava completamente perdida ou porque estava escuro.

– Não, claro que não... Eu... Eu só vim me desculpar mesmo. – Olhei para o chão franzindo a testa sem entender direito o que eu estava falando. – Eu vou embora.

Somente escutei a porta batendo.

Ah.

Definitivamente não era o que eu estava planejando.

Respirei fundo e senti um leve nó se formar na minha garganta, mas ao invés de chorar eu tive vontade de gritar. Ao invés de tristeza uma raiva começou a crescer dentro de mim e eu me controlei para não esmurrar o poste.

Eu cheguei ali e disse para ela tudo o que eu sentia e é isso que eu recebo? Soou egoísta? Mas e ela que ficou durante esse tempo todo fazendo joguinhos com Ravena?

Eu estou irritada demais para pensar direito agora... Ravena é apenas uma amiga.

Então o que isso significou? Quem surtou primeiro foi ela. Ela que começou com um ciúmes idiota de um amigo meu. Quem gritou comigo e jogou na minha cara tudo aquilo foi ela, sendo que ele é apenas um amigo e sendo que a “amiga” dela é a puta dessa história.

Estou sendo irracional.

Sim, estou sendo irracional por estar irritada com o fato de quem começou a com a confusão foi ela? Agora a irracional sou eu por ficar confusa com sentimentos e vir querer me desculpar?

Ela aceitou suas desculpas, idiota. O que mais eu queria? Fui eu quem a magoou para começo de conversa. Não é porque eu me decidi que as coisas vão melhorar. Deixe de se contrariar.

Em que momento me contrariei? Eu havia me decidido, porque ela estava assim?

Eu não posso ser tão burra assim. Tenho que pensar com clareza. Eu não apenas a magoei como também fugi. Minha decisão não afeta nada na dela, como eu estou custando tanto para entender isso. Ainda sai com o irmão dela escondido e...

Sai com Nicolas sem segunda intenções, nós estávamos nos divertindo e Sara saberia disso se não ficasse me ignorando enquanto falava com aquela garota.

Eu que estou com o ciuminhos idiota. Sem segundas intenções? Pode até ser que não planejei ir com ele de propósito, mas minha atitude foi no impulso.

Foi no impulso, mas do jeito que ela estava com Nuno eu também posso estar com ela. Ou ela é a única que pode ficar alterada com isso?

Pare de pensar em si mesmo.

E foi assim que eu entendi que conflitos internos só servem para distrair.

– Cuidado!

Na verdade, deve ser por isso que não vi quando atravessei a rua no farol verde.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Notas iniciais :T



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dilemma" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.