Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 20
Apresentações


Notas iniciais do capítulo

Agradeço muito pelas que comentaram no capítulo passado! To tomando uns remédios ae, mas to bem lesada por causa disso -.-'' anyway! Leiam :*



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Eu dormi tranquilamente e tomei café com meus pais normalmente. Passei na casa de Sara, fomos juntas para a escola, encontramos algumas pessoas, tivemos as aulas e almoçamos. Tudo ocorreu como sempre e não tivemos nada realmente importante, mais apresentações e conversas. O grande evento foi depois do almoço.

A apresentação das turmas extracurriculares. Fomos todos os primeiros anos para o Anfiteatro da escola que abrigava facilmente 600 pessoas. Sentamos todos na parte de baixo e o primeiro a se apresentar foi o teatro mesmo. Eles explicaram o que faziam e os momentos em que Sara me cutucou com animação foram ao mesmo tempo irritantes e bonitinhos. Ela tinha esse sorriso aberto e fofo com um brilho nos olhos que me dava vontade ficar encarando e a apreciando.

– Roxy? – nem percebi que era isso o que eu estava fazendo até ela me chamar. – Está tudo bem?

Eu disse que sim e ela riu dizendo que o que eu tinha era nervosismo e eu rapidamente a contrariei. O grupo do teatro saiu e o grupo do jornal e empreendedorismo entrou e voltamos a prestar atenção. Eu olhei com o canto do olho a expressão dela ficar entediada e eu segurei minha risada.

O que eles apresentaram a e faziam era bem interessante e eu estava até curtindo o que falaram sobre como eles realmente saíam para tirar fotos e entrevistar pessoas em parques e shoppings, parecia interessante. O professor orientador era o de Português e já tínhamos tido aula com ele. Era um homem de uns trinta e poucos anos e era bem irônico, bem diferente da orientadora de teatro que era a professora de Inglês, uma mulher de cinquenta anos, meiga e animada.

– Você está fazendo uma cara interessada ou é impressão minha, Rexy – ela cutucou minhas costelas e eu a mandei calar a boca. – É, eles ainda são bem mais sociáveis do que você. Tem certeza?

– Eu não disse que vou entrar ai Sara – eu revirei os olhos. – Mas eu não teria tanto problema em um pouco de socialização.

Muitas pessoas ficariam ofendidas com o que Sara disse, mas eu não me importava por que era verdade. Eu não era das mais sociáveis, mas ainda sim me irritava pensar que eu não poderia conseguir algo apenas por causa disso.

Enfim, ela me olhou e sorriu enquanto eu suspirei e virei para frente. O grupo deles saiu e entrou o de música e dança. Amo música, mas minha voz é horrível e já deu para perceber o meu fôlego para a dança. Então permiti minha mente vagar durante os quinze minutos da apresentação deles. Quando estava acabando senti a mão de Sara na minha e meu corpo inteiro se arrepiou com os dedos gélidos dela, mas ela nem notou.

– Aí está o grupo de qual falei – eu notei que era a professora de Artes mesmo a orientadora de lá e dois alunos altos e que eu nunca tinha visto estavam com ela no palco. Trouxeram dois quadros, um abstrato e outro com um desenho a lápis simplesmente sensacional. – O da direita é Osvaldo, é do segundo ano e amigo da Luiza da nossa sala. Não conversei muito com ele, mas ela disse que é caladão e gente boa.

Olhei para ele e percebi que ele matinha os olhos perdidos, não olhava para a plateia em nenhum momento e eu percebi que estaria fazendo a mesma coisa se estivesse ali. Ele tinha a cabeça raspada e era mais alto que o outro, sua pele era bem clara e os olhos escuros.

– O da esquerda parece que é Nuno, de acordo com Luiza, veio de Portugal faz uns anos e é o que desenha. Ela disse que parece que ele é caladão demais para saber se é uma boa pessoa.

Isso me chamou atenção. A professora começou a explicar e eu me foquei nele. O cabelo dele tinha cachos grandes que cobriam suas orelhas e testa por inteiro. Parecia sinceramente incomodado com aquilo e sua pele era levemente morena e seus olhos escuros assim como seu cabelo. Mesmo sendo mais baixo que Osvaldo, ele ainda era alto.

Osvaldo falou baixo sobre o que fazia e um monte de gente pegou seus celulares para se distrair, mas com dois minutos ele foi se empolgando e até eu comecei a me sentir um pouco atraída pelo grupo por causa do entusiasmo com que falava da sua arte. Quando a palavra foi passada para Nuno, ele deu um grande suspiro e a professora o cutucou com o cotovelo.

– Boa tarde – ele tinha um sotaque, mas era leve. – Chamo-me Nuno e sou aluno do segundo ano. Entrei no grupo de artes no primeiro ano e entrei, pois eu realmente queria um lugar pacífico para desenhar e continuo nele este ano por que encontrei tal lugar lá – ele suspirou e apontou para o desenho de um rosto extremamente realista de um homem. – Este desenho foi feito por uma de minhas colegas e pode-se dizer que está bem legal – ele parou e olhou um pouco para o desenho. – Também sou quem desenha com lápis, mas meu estilo é mais...

Ele parecia buscar palavras. Vi Osvaldo o olhar com sincera pena e eu soltei um riso abafado com a sua dificuldade de falar.

– Enfim – ele fez um gesto com a mão como se não importasse. – Este grupo é bem aberto, não importa que arte faça, eles vão te aceitar.

Ele deu de ombros e entregou o microfone para a professora que não sabia onde enfiar a cara. O auditório inteiro ficou um bochicho só. Muita gente falando que ele tinha acabado com a apresentação, outras pessoas dizendo que tinham gostado da postura dele, mas que não era algo para se fazer numa apresentação assim.

Eu simplesmente me levantei da cadeira.

– Rexy? – Sara me chamou e seu tom tinha um pouco de medo. – Onde está indo?

– Você vai entrar no teatro e eu já decidi a onde vou entrar. Os grupos já devem estar lá fora esperando as inscrições – eu pisquei para ela e tenho certeza que a vi a dúvida no seu olhar.

– Vai entrar em qual?

Não importava o que noventa por cento do auditório estava dizendo sobre o que Nuno falou. Eu ia entrar lá somente por causa do que ele disse. Eu simplesmente sai andando com Sara me seguindo, deixando para trás a apresentação do grupo dos jogos de tabuleiro.

– Rexy!

Ela me chamou, pois eu estava andando muito rápido. O teatro, o jornal e todos os outros estavam com mesas enfileiradas e os professores, como não tinha ninguém fora ainda olharam para mim indo apressada para a mesa onde a professora de artes estava se sentando. Por que eu estava correndo eu não faço ideia, mas cheguei respirando pesado e olhei para trás vendo Sara já se inscrevendo no teatro.

Osvaldo e a professora me olharem um pouco assustados e Nuno tinha uma expressão bem neutra.

– Quero me inscrever – eu disse e olhei para Nuno. – Sou Roxy Montenegro, Primeiro ano E.

Voltei meu olhar para a professora que simplesmente me encarava.

– Ok – ela disse um pouco atônita e olhou para Osvaldo que simplesmente deu de ombros. – Qual é o seu tipo preferido de arte, Roxy?

Eu não esperava por aquela pergunta, mas não sei por que meu coração não se acelerou e nem fiquei confusa quando a respondi. Para falar a pura verdade, quando vi Sara se aproximando de mim com um sorriso de “eu sabia!” foi o que me fez ter mais segurança na hora de dizer.

– Todas.

Foi uma resposta vaga pra caramba e a professora simplesmente continuou ali me olhando não entendendo o que eu disse. A mesa estava um silêncio até Nuno irromper em uma gargalhada.

– Gosto de você – ele disse e olhou para Sara. – Interessante sua amiga aí.

Sara me olhou e riu olhando para a cara da professora e de Osvaldo.

– É – ela passou um braço no meu ombro. – Eu sei.

Apesar de achar aquela situação estranha e ainda mais quando Nuno riu, a professora me aceitou de bom grado. Descobri que o nome dela era Maria Eduarda, mas todos os alunos do grupo a chamava de Madu em vez de professora. Osvaldo disse que tinham um grupo de conversa do grupo num aplicativo e perguntou se eu queria fazer parte.

Eu recusei e a única que não pareceu surpresa foi Sara. Eu nunca participava de grupos de sala ou qualquer outra coisa por que eu me estressava muito com aquele monte de mensagem inútil chegando a todo instante. De qualquer maneira, eu nunca precisei participar deles.

Madu me entregou os horários e as aulas eram toda segunda, quarta e sexta das duas e meia até às cinco horas. Seria um pouco cansativo, mas eu não vi grandes problemas. Avisou-me também que eu teria que ter meu próprio material para algumas aulas. Quando tivéssemos trabalhos, usaríamos o material do ateliê, mas na maioria das aulas usaríamos os nossos próprios.

Então eu teria que me decidir sobre o que comprar. Tinta ou lápis. Não entendo por que, mas meu nariz torceu quando pensei em tinta. Decidi então passar na papelaria para comprar cadernos de desenho e caixas de lápis.

– Te espero ansiosa amanhã então Roxy – a professora sorriu e eu assenti sorrindo levemente de volta.

Aquilo seria algo diferente.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora pessoal, estou preparando mais já, ok? Dependendo do ritmo aqui *aponta pra cabeça* quero postar duas vezes esta semana. As coisas vão começar a ficar mais tensas e bem... Eu já disse que amo Drama?

Comentem pessoal :D



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