Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 10
Ah não


Notas iniciais do capítulo

Devido a enorme insistência de uma amiga minha, aqui está o próximo capítulo gente ^^ Espero que gostem



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Segui as instruções de Daniel e cheguei ao lugar. Meu pai tinha escondido o pendrive tão bem escondido que ele teve que ligar para meu pai duas vezes para perguntar de novo onde estava o pendrive. Quando finalmente o achei, me pediu para leva-lo até o prédio da editora.

– Claro, sem problemas – franzi um pouco a testa. – Só me diz onde é que não me lembro.

– Ah! Eu posso mandar alguém te buscar se é assim!

– Por favor, não – respondi rápido demais e pude escutar uma reação surpresa. Ri um pouco. – Estou sem nada para fazer dentro do apartamento Daniel, eu preciso sair um pouco e você me deu um motivo para isso. Somente me dê o endereço que darei um jeito de estar ai o mais rápido possível.

– Obrigada, Roxy. Pode me trazê-lo depois que almoçar, temos urgência, mas nem tanto. Bom, tem papel e caneta?

Corri para pegar uma caneta e disse que já podia falar. Anotei o endereço e ficava perto de uma estação do metrô, fiquei mais tranquila com isso. Tudo o que eu teria que fazer era pegar um ônibus para a estação mais próxima e pegar o metrô. Despedimo-nos e eu disse que por volta das duas horas eu estava lá.

Ele me agradeceu novamente e desliguei. Ainda era cedo, mas por causa disso resolvi tomar um banho pensando que se secasse o cabelo com o secador não teria problema. Segui assim para o banheiro, tomei um banho rápido demorando um pouco mais por causa do cabelo e me vesti a mesma calça jeans só coloquei uma camiseta por baixo da blusa de lã de antes.

Já vestida comecei a secar meu cabelo e quase queimei minha testa mil vezes tentando achar um jeito bom para secar a franja. No fim, não consegui e demorei quase meia hora a mais para secá-la do que o cabelo todo, mas ficou bom. Só isso me custou uma hora e resolvi fazer almoço.

Se eu almoçasse cedo e saísse cedo eu teria uma vantagem caso me perdesse e se chegasse muito cedo e ele não estivesse lá eu simplesmente deixaria o pendrive na recepção.

Eu tinha ido algumas vezes para a editora. Era um prédio imponente e grande, mas que geralmente ficava vazio esporadicamente por algum motivo completamente desconhecido por mim. Quero dizer, meu pai me disse que algumas vezes as férias de um bando de gente coincide e acaba ficando mais vazio, mas eu não engolia aquilo muito bem.

Era uma grande editora, isso não poderia acontecer... Certo? De qualquer forma, nunca foi um prédio em que tínhamos que ficar horas esperando um elevador e isso era bom. Talvez essas fosse uma das férias em que fica vazio. Eu até me sentiria melhor, assim é menos gente perguntando quem sou ou me cumprimentando.

Tinha ido lá mais quando era menor, mesmo assim lembrava bem da recepcionista com unhas gigantes e dos colegas de Daniel, mesmo não me lembrando dos nomes eu sabia que eram todos pessoas boas. Fui para a cozinha e peguei o macarrão instantâneo no gabinete em cima da pia.

Fiz no micro-ondas mesmo. Não estava a fim de correr o risco de me queimar com a panela. Sim, admito que sou péssima na cozinha, mas Sara sempre tomou a frente na hora de cozinhar quando ficávamos sozinhas então eu nunca tive que me preocupar com isso.

Se Sara estivesse aqui ela com certeza faria algo mais gostoso e ai nós duas comeríamos e riríamos juntas, pensei colocando o macarrão dentro do micro-ondas. Escutei estouros altos do lado de fora e corri para a varanda só para ver criancinhas brincando com aquelas bombinhas.

Suspirei e voltei para o meu macarrão. Resolvi incrementar um pouco então peguei maionese e ketchup e um pouco de mostarda só pra dar um azedinho e misturei tudo. Quando ficou pronto e eu coloquei o meu “majestoso” molho eu me senti uma chef.

– Quem precisa de Sara?! – eu ri e bati com a mão direita na minha testa. – Cala a boca Roxy.

Comi tranquilamente e ainda comi um pedaço que estava perdido na geladeira de um bolo de chocolate com uma cobertura muito doce. Depois da sobremesa, escovei os dentes e vendo que já era meio dia me preparei para sair de casa. Chequei se estava muito frio e concluí que eu estaria bem com aquela blusa.

Peguei uma bolsa tiracolo preta pequena, mas que cabia meus documentos, o pendrive, o celular, a carteira e ainda sobrava um pouco de espaço. Coloquei o fone lá dentro também e calcei um All Star preto não dando a mínima para como ele estava sujo. Minha mãe provavelmente me mataria se me visse saindo com ele assim, mas ela não estava lá para ver.

Com o sentimento de uma garota rebelde eu sai do prédio e fui para o ponto de ônibus. O ônibus demorou pelo menos vinte minutos para chegar e acabei o pegando lotado por causa disso, foi também um sufoco para chegar à última porta para descer.

O ponto ficava a uns dez minutos da estação, mas eu tinha saído cedo demais para estar atrasada então fui andando.

É engraçado, sabia? Eu pelo menos acho engraçado. Ver todas as pessoas correndo de um lado para o outro com malas, mochilas, crianças agarradas pela mão. Algumas você vê rindo outras dando um leve sorriso olhando a tela de seu celular, mas também encontramos aqueles que com os fones de ouvido parecem imergir e são levados para outro lugar e também os que podem parecer apenas sérios, mas choram por dentro.

A parte engraçada disso e perceber como cada um deles esta alheio à vida do outro. Os que estarão rindo, as gargalhadas com os amigos não notarão as pessoas com os fones de ouvido batucando levemente com a mão a própria perna ou balançando levemente a cabeça no ritmo da música, assim como eles estarão submersos demais para nota-los a sua volta.

Sara era uma daquelas que estaria rindo e eu simplesmente sorrindo ao seu lado e eu podia encontrar várias delas ao longo da estação. Amigos, namorados ou apenas conhecidos poderiam estar infelizes ao sorrir, mas também em completa realização no seu coração e era isso que eu achava engraçado.

A capacidade das pessoas de serem tão imprevisíveis. Sara achava isso confuso e complicado.

Entrei no metrô que graças não estava lotado. Consegui um lugar perto da janela e coloquei os fones de ouvido para escutar um pouco de música enquanto não chegava a minha estação. Lá eu vi mais e mais gente alheia uma à outra e prestei atenção numa senhora com seu provável neto que deveria ter uns cinco anos.

Eles brincavam e riam levemente. Sorri vendo aquilo e voltei a minha cabeça para meu celular selecionando uma música e jogando um pouco. Quando chegou minha estação eu sai e vi que era uma e meia. Fiquei feliz com aquilo, eu chegaria bem no horário.

O que eu não esperava era vê-lo bem em frente à saída da estação comendo um chocolate.

– Mas que merda está fazendo aqui?! – perguntei sem tomar cuidado com o meu tom de voz.

– O que... – ele se virou para mim e parecia ainda mais confuso. – Que merda você está fazendo aqui? Estou aqui para...

– Não me interessa! – eu o cortei. – Eu vou embora, tenho mais o que fazer.

Eu sai andando rápido e qual não foi minha surpresa quando o escutei atrás de mim gritando para que eu esperasse. Era só o que me faltava, ele agora me seguia. Mas, apesar de estará aborrecida, eu sorri quando percebi que ele tinha uma bandagem no nariz.

Eu quebrei mesmo o nariz dele.

– Porra Roxy! Espera eu tenho que falar com você! – eu o escutei e apertei o passo logo chegando à editora. Ele não poderia entrar ali.

Praticamente corri para a recepção e a recepcionista era a mesma, ela me reconheceu e me recebeu com um sorriso enorme.

– Oi Roxy! O que devemos a sua visita?

– Eu tenho algo para entregar para o Daniel, do quarto andar – eu disse apressada e com a respiração acelerada. – Ele está ai?

– Acho que sim – ela franziu a testa. – Está tudo bem você parece que correu uma maratona.

– É – eu ri nervosamente e o escutei.

– Roxy! – ele gritou e eu olhei para trás.

Ele irrompeu pelas portas e eu virei para a recepcionista perguntando se eu poderia subir e ela assentiu rapidamente. Corri para os elevadores e assim que entrei apertei o quarto andar com força. Fechei os olhos com força e encostei minha cabeça no painel. Ele não conseguiria entrar.

Como sempre eu estava errada. Ele correu e se enfiou pela brecha que ainda estava fechando e a porta se fechou atrás dele.

– Porra Roxy! – ele respirava com dificuldade e apertou levemente a bandagem do nariz. – Pra que você correu tanto, caralho?!

– Pra que você acha?! – eu gritei e ele continuou agachado tentando recuperar sua respiração. – Eu que quero saber pra que me seguiu!

– Eu preciso falar com você – ele disse e ficou ereto. A diferença de altura ficou evidente, mas eu não me intimidaria por causa daquilo. – Você parecia que estava correndo da porra de um estuprador!

Eu ia responder a altura quando o elevador brecou e as luzes piscaram.

Ah não.


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Notas finais do capítulo

Não revisei o capítulo, então digam-me se tiver algum erro. Deixem-me um feedback dizendo o que acharam~~ Ótimo domingo amanhã para vocês!



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