Aguenta Coração! escrita por Gyane


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Tá eu sei demorei muito pra post mas tava sem criatividade.



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Convencer a Bell de não contar absolutamente nada sobre mim e o Thiago foi um pouco mais difícil, mas não impossível, depois de muita relutância ela acabou aceitando e eu me senti um pouco mais vazia no escuro. Mesmo assim eu me mantive forte, eu sabia que minha atitude só estava tornando as coisas mais fáceis para o Thiago. Um só sofrendo era o suficiente.

Só o que eu não imaginei o quando aquela cruz seria pesada para carregar e eu só pude ter noção do esforço que eu iria precisar fazer para manter meu autocontrole quando o Thiago voltou para escola depois de algumas semanas.

Mas não foi vê-lo novamente que me machucou, foi vê-lo entrando do lado da Amanda no salão comunal que estraçalhou meu coração.

—Thiago.—O Beto disse indo na direção do amigo, feliz da vida.

—E ai cara.—O Beto e o Thiago se abraçaram por um curto espaço de tempo, um enorme sorriso estampado no rosto do Thiago, deixou claro o quando ele estava feliz, eu pensei que isso iria aliviar minha dor, mas foi um terrível engano, eu era egoísta demais para isso. Meus olhos caíram para a garota ao lado dele.

A Amanda sorria triunfante agora deixando bem evidente a barriga saliente. Um grupo de pessoas começou a se formar em volta deles, incapaz de ver a felicidade alheia enquanto a minha dor crescia eu sai correndo para o meu refugio.

—Não vai pode ficar ai o resto da noite. —A Bell me seguiu.

—Eu sei. —Eu disse lutando contra uma enxurrada de lagrimas que teimavam em cair.—Mas esta doendo demais.

—Você que quis assim.—Será que ninguém conseguia me entender.

—Eu também sei disso, eu só não imaginava... —Eu não consegui terminar a frase, eu só não imaginava que o Thiago fosse capaz de ser feliz sem mim.

—Tudo bem.—A Bell me abraçou. Enquanto eu me debulhava em lagrimas. Porque simplesmente não podia ser mais fácil, porque eu também não podia apagar da minha vida como ele havia feito, isso pareceu injusto demais para mim.

O Dia amanheceu ensolarado. Mas o meu animo não havia melhorado nenhum pouco, só de pensar na Amanda ao lado do Thiago fazia meu estomago revirar.

—Vamos tomar café?—A Dora perguntou assim que saiu do banheiro.

UM tremor passou por mim, e se o Thiago sentasse na mesa. Eu não sabia como poderia me controlar, e se ele levasse Amanda junto eu não suportaria. Aquilo seria...

—Eu acho melhor não.—Eu neguei rapidamente.

—Você precisa comer alguma coisa.—A Bell protestou.—Pensa que eu não notei que você mal tocou no seu almoço ontem e nem apareceu para o jantar. Desse jeito vai ficar doente.—A Bell falava como uma verdadeira mãe.

—Vamos logo.—A Dora disse me puxando pelo braço.—Ficar ouvindo o sermão da Bell ninguém merece.

Eu desci a contra gosto. Meu estomago revirava só pensar na probabilidade de me esbarrar com o Thiago por ai.

Só quando eu entrei no refeitório é que eu pude respirar aliviada. O Thiago não estava lá. A Amanda sim na outra mesa junto com suas amigas, as coisas nunca pareceriam normais, eu tinha a sensação que havia caído no buraco negro e que nunca sairia dela.

Nos sentamos a mesa junto com o Beto e o Pedro. Eu definitivamente não estava com fome.

—Você tem certeza do que esta fazendo?—o Beto disse assim que eu me sentei. Se eu tivesse algum traço de fome com toda certeza ele desapareceria.

—Ele esta feliz não esta?—Eu retruquei tentando me justificar inultimente.

—Não sei se essa é a palavra certa, acho que ele só não esta sofrendo.

—Ótimo.—Eu disse tentando encerrar o assunto.

—A única pessoa que parece estar feliz por aqui é a Amanda.—A Bell disse inconformada.

—Menos mal, uma pessoa é melhor do que nenhuma.—Porque meus próprios amigos queria me torturar.

—Mas tinha que ser justo ela.

—Eu não quero mas falar nisso.—Eu disse não eu gritei chamando a atenção de algumas pessoas a minha volta.

—Parece que a ruiva acordou de bom humor.—A voz de Thiago chegou até mim como trovoes em noite de tempestade.

Eu levantei meus olhos para encontrar um rosto muito pálido parado a pouco passos de distancia de mim. Meu coração começou a bater em um ritmo descompassado, enquanto meu estomago tava cambalhotas. Aquilo definitivamente não podia estar acontecendo.

—Bom dia ruiva. —Ele disse piscando enquanto puxando a cadeira do meu lado.

O que ele pensa que estava fazendo? O céu devia estar armando um complô para destruir o que havia de mim.

— Você esta bem?—Ele perguntou depois de um tempo em silencio.

Eu olhei confusa para ele. Será que todo o meu desespero estava visível agora.

—Nada de gritos, de me mandar para o inferno, de me xingar, puxa realmente as coisas mudaram por aqui.—Ele disse em tom de deboche.

—Você não imagina o quando mudaram.—O Beto sussurrou olhando para mim.

—Como assim?—O Thiago perguntou desconfiado.—Eu não gosto disso.

—Mudou não mudou?—A Bell interrompeu percebendo o meu desespero.—Você vai ser pai.

—Ah é isso.—Ele murmurou infeliz.

—O que foi Thiago? —A Dora perguntou.—Não parece muito feliz com sua nova família.

—Sabe o que é Dorinha. Um belo dia você acorda e descobre que sua vida esta de ponta cabeça.—Ele disse abaixando a cabeça.— Três meses que podiam ter sido o mais importante da minha vida, ou os mais banais foram deletados da minha memória.Eu vou ser pai, sem sei lá nunca esperei por isso assim... de repente, e a Amanda não é a mulher do meu sonhos.É meio esquisito, não é ruiva.—Ele disse sorrindo mais eu podia ver no fundo do seus olhos o quanto ele realmente parecia perdido.

—Tá bom.Chega.—Ele disse se levantando e agarrando o meu braço o que ele pensa que estava fazendo.

—Onde... o que você pensa que esta fazendo?—Eu perguntei confusa.

—Eu vou te levar para ala hospitalar.—Ele disse decidido.

—O que?

—Parece que não cuidaram direito de você nesses meses que eu passei fora.—Ele disse dando aquele sorriso maroto dele que faziam minhas pernas tremerem como gelatina.— Você definitivamente não esta bem.

—Como assim?—Eu realmente não conseguia entender o que estava acontecendo com ele.

—Nada de gritos, por eu te chamar de ruiva, não mandou eu calar a boca, você só pode estar doente.

Eu abri um enorme sorriso para ele só o Thiago mesmo. Mas o meu sorriso teve uma reação completamente ao contraria do que eu esperava o Thiago largou o meu braço e me fitou confuso.

—Não vai pedir para eu te largar.—Eu murmurou mais para si mesmo do que para mim.

Eu sei, até o ponto em que o Thiago lembrava eu provavelmente gritaria com ele e sairia vermelha de raiva ao invés de sorrir feliz para ele.

—Eu só estava me certificando que você estava realmente curado, pra depois gritar.—Eu disse mais baixo do que ele.

Ele me olhou atentamente com aqueles incríveis olhos verdes como se quisesse ver através do meu corpo, como se quisesse enxergar a minha alma.

—Tudo bem por aqui amor?—A Amanda apareceu naquele momento parando atrás dele. O Thiago fez uma leve careta antes de se virar.

—Sim senhora. —Ele disse batendo continência para ela.

—Terminou o seu café?

 

—Nem comecei.—O Thiago disse indo se sentar mas a Amanda o deteve segurando pela mão.

—Então vem, toma café comigo e com o bebê.—Ela disse levando a mão na barriga. O Thiago acompanhou seu movimento.

—A gente se vê depois turma.—Ele disse e saiu acompanhando a Amanda.

Eu tive que me esforçar para engoli o nó de terror que havia ficado preso na minha garganta, aquilo definitivamente não iria ser fácil.

—Vai ter que fazer melhor do que isso.—O Beto disse depois de algum tempo em silencio total.

Eu sabia que eu teria que me afastar do Thiago ou ele acabaria descobrindo a verdade.

—Ainda há tempo de desistir.—O Pedro disse.

—Eu não quero discutir sobre isso.—Eu joguei o meu guardanapo sobre a mesa e sai ate a sala de aula rezando para que as lagrimas não viesse.

Força era isso que eu precisava ter muita força para agüentar aprovações que viriam e eu tinha certeza que seriam muitas.


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