Aguenta Coração! escrita por Gyane


Capítulo 17
Capítulo 18




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Narrado por Sarah.

Caímos nos sofás exaustos, havia travesseiro por toda parte. E eu nem queria imaginar o que iria acontecer com a gente se um dos monitores pegasse aquela bagunça, mais eu não me importei, eu estava feliz de mais para me preocupar com isso.

—Quero só ver o que o Plácido vai dizer se ver isso. —O Pedro disse como se tivesse lido meus pensamentos.

—Ele não vai ver. —A Dora disse se levantando e começando a juntar. —Eu não quero ficar de detenção. —Ela resmungou.

—Nem pense em fazer isso. — A Bell disse arrancando o travesseiro da mão da Dora que olhou assustada para ela. —Hoje quem vai limpar a bagunça são os meninos.

—Nem pensar. —O Beto protestou no mesmo instante.

—Claro que sim. —E lá iam ele começar mais uma briga boba. —A ultima vez nós organizamos tudo sozinha.

—Porque nós tínhamos coisas importantes para fazer.

—Quem disse que nós não tempos coisa importante para fazer agora. —Ela rebateu no mesmo instante.

—E posso saber que coisas importantes são essas? —Ele disse evidentemente não acreditando nela.

—Claro. Eu e a Dora vamos interrogar a Sarah. —Ela disse olhando diretamente pra mim. Eu engoli em seco, senti meu rosto corar violentamente enquanto todo mundo se virava pra mim.

—Ah... —O Beto abriu a boca sem saber o que dizer.

—Podemos deixar isso pra depois. —Eu não acreditava, eu estava ferrada pelo olhar de curiosidade da Dora e da Bell eu sabia que teríamos uma longa conversa. —Eu prefiro ficar aqui e ajudar os meninos.

—Nem pensar. —As duas falaram juntas. Eu lancei um olhar desesperado pro Thiago.

—Deixem minha ruiva em paz. —O Thiago tentou me ajudar, mais a Bell e a Dora já me carregavam para longe.

—Até mais. —Elas disseram enquanto me emburrava escada acima.

—Agora pode contar tudo. —A Bell disse fechando a porta do quarto atrás dela.

—Não tem nada demais para contar. —Eu tentei convencê-las a deixar pra lá mais foi em vão.

—Deve ter sido tão romântico. —A Dora disse suspirando.

—Conta logo. —A Bell pediu também com um ar sonhador.

—Isso é meio...

—Você é ou não é nossa amiga. —Chantagem emocional, eu identifiquei de cara, a Bell sempre fazia isso quando queria alguma coisa.

—Tá. —Eu disse pulando na cama entusiasmada.

 

 Flashback

Eu vi a Bell empurrando o Thiago confuso para dentro.

Ele deu dois passos incertos na minha direção, seus olhos verdes enigmáticos estavam presos em mim, seu rosto estava sério, e eu pude notar cada músculo de seu corpo ficar tenso. Eu me remexi desconfortavelmente na minha cama. E o meu movimento pareceu tirá-lo do vazio em que sua mente o havia prendido. Mas mesmo assim ele continuou em silêncios, até que nossos olhos se encontraram.

Eu sabia perfeitamente bem o que ele estava vendo dentro dos meus olhos; o pânico, todo o meu medo de ser desprezada, mas surpreendentemente ele não parecia enxergar o que gritava nos rosto. Ele avançou mais dois passos sua expressão estava receosa.

—Sarah... —Sua voz não passava mais de um sussurro, mas foi o suficiente para fazer meu corpo inteiro tremer, eu desviei meu olhar. —Já não dá mais...

Eu embranquecei, eu não pude evitar, mesmo tentando eu não suportava a idéia de perdê-lo, mesmo sabendo que a única responsável era eu mesma. Algo no meu rosto teve ter denunciado o meu desespero, porque ele parou de falar e me fitou com o rosto agoniado.

–Você não queria conversar. —Não era uma pergunta, ele apenas constatou enquanto suspirava pesadamente passando as pelos cabelos deixando levemente bagunçados. —Você não pediu pra Bell me chamar. —Eu apenas concordei com a cabeça mesmo sabendo que ele já tinha a resposta.

—Mas mesmo assim eu preciso dizer algo. —Sua voz era dura.

Eu congelei, meus músculos travaram e como se uma fina linha tivesse abrindo meu peito enquanto a dor penetrava para dentro. Meu único vestígio de esperança estava desaparecendo bem diante de mim.

Ele ia me dizer às palavras que eu tentava evitar ouvir, ele ia despejar diante de mim a cruel realidade. Ele iria me dizer que tudo havia se passado de um engano, de um terrível engano e que nunca estivera realmente apaixonado por mim...

Enquanto eu lutava para não me afogar naquelas palavras que viriam, uma estúpida idéia brotou em minha mente, crescendo assustadoramente dentro. Eu me agarrei desesperadamente nela, como se fosse minha única taboa de salvação.

Eu não podia deixá-lo se afastar de mim, eu precisava de um tempo para conquistá-lo, para provar que ele ainda me amava, eu precisava lutar por aquilo ou minha vida cairia num vazio profundo.

—Sai. —Meu corpo reagiu mais rápido do que minha mente, minha boca formou cada palavras silenciosamente.—Por favor, vai embora.—Eu estava lutando pela única chance de conquistar o seu coração, eu não podia deixá-lo pedir para mim se afastar dele, eu precisava de algum tempo ao seu lado.

Ele olhou para mim, primeiro a confusão depois a dor tocou seus olhos.

—Por favor. —Eu murmurei tentando esconder a agonia que havia na minha voz.

Eu vi seu rosto contorcer de dor enquanto eu tentava prender as lagrimas dentro de mim. Depois de alguns segundos que na verdade pareceram horas, ele se moveu para longe de mim se arrastando até a porta. Eu senti meu coração pesar como chumbo então ele se virou e me fitou novamente eu fechei meus olhos não suportando fita-lo.

—Vai embora. —Minha voz estava carregada de dor.

—Não dá. —Sua Voz preencheu o silencio do quarto. —Estamos trancados.

Eu arregalei meus olhos, estavam tentando acabar comigo, eu não podia deixar o Thiago dizer que não me amava. Corri até a porta e espalmei violentamente.

—Não adianta, só vamos abrir quando vocês se entenderam. —A minha amiga traidora gritou do outro lado da porta.

—É melhor que tenha seguro de vida.—Eu gritei ainda olhando para porta.

—Não adianta. —Eu ouvi a voz risonha do Beto do outro lado da porta, e aquilo me ferio mais do que devia, e se pelo menos o Thiago não me dispensasse eu teria uma única chance de ser feliz.

Eu não acreditava, eu me encostei-me à porta e escorreguei lentamente até o chão, o Thiago ia me dizer adeus, meu coração estava destruído. Eu fechei meus olhos e senti mãos fortes me envolverem enquanto uma única lagrima solitária escorria pelo meu rosto. Ele teve ter me levado para a cama porque quando eu abri meus olhos, eu estava exatamente no mesmo lugar de antes. Erguei meus olhos e encontrei o dele que me fitava atentamente seu rosto contorcido de dor.

Ele pegou uma cadeira que estava esquecida em um dos cantos do quarto e colocou bem diante de mim.

—Acho que não dá para fugir. — Ele disse com a voz vazia. Eu balancei minha cabeça para frente e para trás mecanicamente tentando clareá-la. Ele esperou sem nenhum sinal de impaciência. Levaram alguns minutos até que eu conseguisse responder.

—É eu acho que não.

De repente um sorriso lindo brotou em seus lábios, eu levei um choque ao perceber quando ele me fazia bem.

—Eu nunca pensei que me humilharia por causa de uma garota. —Ele disse e um sorriso triste brotou novamente em seus lábios.

—Eu não podia me apaixonar pelo cara que cada dia estava envolvido com uma garota. —Eu disse tentando argumentar, para não admitir minha covardia.

— As coisa acontecem como se estivem escritas em aço, e nada pode apagá-lo. —Eu não consegui me dar conta do que ele estava dizendo ainda não fazia sentido algum. —Eu só queria me divertir, eu não me importava com nada. A única coisa que me interessava era a diversão. — Ele falou com os olhos perdidos em algum ponto do passado.

—Mas alguma coisa mudou quando eu vi uma garota de cabelos ruivos. —Ele pegou uma mecha de meu cabelo entre os dedos e brincou tristemente com ele. — e olhos assustados entrando pelo salão comunal pela primeira vez, eu senti um vazio crescer dentro de mim, era como se minha vida não tivesse nenhuma importância, deste daquele momento. —As palavras dele giravam na minha cabeça, eu podia ouvir meu coração bater descompassadamente. —Eu a desejei como nunca tinha desejado nenhuma outra garota antes, mas ela não era como as outras, era especial demais para me notar. — Eu abri minha boca para dizer alguma coisa então a fechei de novo.

—Eu cheguei acreditar que estava enlouquecendo, porque cada vez que eu beijava uma garota, era o seu rosto que eu via, cada vez que fechava meus olhos o seu rosto surgia na minha frente, me roupando a paz. — Enquanto as palavras escapavam pela sua boca, seus olhos mostravam o tormento que ele havia passado. — Eu tentei inutilmente e desesperadamente sufocar esse sentimento dentro de mim mais foi em vão. —as sobrancelhas dele ficaram juntas quando ele fez uma careta. — E cada tentativa estúpida minha de se aproximar você se afastava mais e mais. — Aquelas palavras me atingiam como uma bomba, meu corpo inteiro ficou entorpecido, eu não conseguia sentir nada abaixo do pescoço.

— Hoje eu compreendo, e apesar de doer muito, eu entendi que não podemos obrigar ninguém gostar de ninguém. — Ele olhou para cima rapidamente eu vi uma pontada de pânico nos olhos dele. — E apesar de ter prometido nunca mais falar com você, eu acabei quebrando minha promessa porque não suportava a idéia de não ouvir mais sua voz doce... — Eu queria acreditar nele, mas era o que eu senti que ele estava descrevendo não ao contrario.

— Só que tudo na vida precisa ter um fim, inevitavelmente, é assim que se acontece deste do principio, e com a gente não seria diferente, menos não tento o final feliz que eu queria. — No inicio eu não me toquei. Eu continuei a olhar pra ele com o olhar vazio, enquanto as palavras se encaixavam uma a uma na minha cabeça, como um terrível quebra-cabeça. Eu mal tinha consciência do meu coração acelerado. — Foi difícil mais eu tomei uma decisão. Não sei se é a melhor, mais eu não posso mais continuar desse jeito. — Ele ia dizer as cruéis palavras que destruiria com o meu coração, eu tinha certeza. A consciência estava começando a correr como acido em minhas veias.

— Eu não vou prometer que nunca mais falaria com você, porque eu sei que sou fraco demais para cumprir, nem vou tentar ignorá-la por que você esta dentro de mim, e isso seria impossível. — Ele disse esmagando o meu coração decididamente. — então a única maneira que encontrei de tentar sobreviver nesse mar de dor, é abandonando o ERA, porque eu não consigo te ver todos os dias enquanto luto para arrancá-la de mim. Eu vou embora Sarah. — Houve uma pausa enquanto eu repetia as palavras na minha cabeça algumas vezes, analisando elas pra saber seu verdadeiro significado. Eu sabia que ele iria me deixar, mesmo nunca não sendo meu mais eu não estava preparada para nunca mais vê-lo. Eu não suportaria. Eu olhei desesperadamente dentro dos olhos dele. Ele me encarou de volta sem se arrepender. — Eu já conversei com meus pais e eles estão tentando arrumar outro colégio para o qual eu posso ser transferido. —Ele não disse mais nada, apenas observou meu rosto cautelosamente enquanto uma dor que não tinha nada a ver com uma dor física, uma dor que era muito pior, ameaçava em me deixar em pedaços.

Ele empurrou a cadeira para trás, e se levantou ruidosamente, enquanto minha mente girava em um turbilhão. Ele caminhou em direção a porta, enquanto eu lutava desesperadamente para sair do mar de dor em que eu estava me afogando. Ele girou o trinco e a porta se destravou, a Bell já havia aperto a porta, eu desejei que ela tivesse nos esquecido pra sempre ali.

—Adeus Sarah. —Ele murmurou olhando para mim como olhos marejados. Eu tinha que fazer alguma coisa, eu comecei a sentir que o ar não entrava mais nos meus pulmões. Eu não podia deixá-lo sair assim da minha vida, eu obriguei a minha mente a funcionar.

—Thiago. — O nome dele queimou na minha garganta quanto eu pronunciei.

Ele me encarou duvidosamente por um longo momento.

—Sim. — Sua voz estava suplicante.

—Não vá. —Eu suspirei fortemente, porque até falar doía. — Não antes de me escutar.

Ele estremeceu com minhas palavras, mais o olhar de decisão não deixou os olhos dele.

—Por favor. —Eu implorei. Ele viu o medo nos meus olhos e suspirou frustrado.

Eu esperei ansiosamente ele voltar e parar novamente na minha frente, meus joelhos deviam ter começado a tremer porque eu não consegui me levantar.

—Eu lutei igual uma idiota, desesperada, pra controlar o que eu sentia dentro de mim. Mas essa droga de sentimento é muito mais forte do que eu, e cada vez que eu via você, a cada minuto que eu ouvi a sua voz, o seu sorriso, eu sentia me perder, e inacreditavelmente eu me sentia feliz por estar assim... — Eu tentei respirar normalmente, mas eu não conseguia, eu precisava saber se ele estava realmente me entendo. Ele me encarou e eu não consegui decifrar o que havia por trás do seu rosto, meu coração batia descontrolavelmente.

— Mas por que negava... —Ele sussurrou com a voz atormentada. Levou-me um pulsar do meu coração para entender.

—Não era fácil ver você cada dia com uma garota. Cada garota nova que aparecia com você era como se eu tivesse levado uma facada no meu coração... Eu não suportaria ter você apenas por um dia. —As lágrimas estavam cada vez mais perto.

—Eu te fiz sofrer... —Ele murmurou aquelas palavras com repulsa suas mãos se fecharam em torno do pulso. — Eu sou um idiota, eu não devia... Devia ter sumido da sua vida bem antes. 

—Eu não quero que você vá... — Eu disse rapidamente, me negando a pensar nisso. As palavras eram muito difíceis de dizer. Eu sabia que não podia dizê-las sem me quebrar.

—Não quer? Você esta me pedindo pra ficar?— Ele disse aquelas palavras como se só agora estivesse realmente se tocando o que eu queria falar. Um sorriso pretensioso brilhou nos seus lábios. Como eu detestava aquele sorriso...

—Porque você não quer que eu vá? Você finalmente descobriu que me ama?—Aquele maldito sorriso estava lá de novo eu senti uma vontade incontrolável de fazê-lo sumir. —Você me ama Sarah?

Os minutos se passaram em silêncio enquanto eu lutava pra falar a verdade. Mas era tão difícil admitir aquilo em voz alta, parecia que a minha coragem havia se tornado em pó. Eu forcei minha boca abrir, mas nenhum som saiu dela. Eu a fechei de novo. Ele esperou, e sua expressão se tornou triunfante porque ele sabia qual era a resposta.

Eu desvie meu olhar para chão, e uma voz idiota gritou dentro de mim, eu devia estar fazendo tudo errado.

—Eu preciso saber. Porque eu te amo mais do que a minha própria vida, e sem você por perto ela não teria sentido algum.

Eu levantei minha cabeça e nossos olhos se encontraram, então eu comecei a chorar. As lagrimas subiram e então começaram a descer miseravelmente pela minha face, ele deve ter interpretado isso como um sim. Pois sua boca colou na minha, e eu pela primeira vez me recusei a lutar contra aquele sentimento, minha coragem havia desaparecido quando os lábios quentes e gentis dele tocaram o meu. O meu mundo foi transportado para um lugar mágico...

Fim do flashback

 

Alguém batia insistentemente na porta, a Dora estava com a maior cara de sonhadora enquanto a Bell suspirava indo abrir a porta. Eu vi o Thiago parado do lado de fora com aquele sorriso torto dele que me deixou sem ar.

—Mal começaram a namorar e você já vem bancar o namorado grudento. —A Bell disse zombando da cara do Thiago.

—Claro eu tenho que aproveitar e ficar o maior tempo possível do lado da minha ruiva. —Ele disse e seus olhos a pararam diretamente em mim.

—Agora não Thiago estamos ocupada. —A Dora protestou.

—Eu não sei quando a vocês, mas eu não vou deixar a minha ruiva ficar sem almoçar.

Eu sorri feliz e pulei pra fora da cama, eu ainda ouvi a Dora e a Bell resmungarem qualquer coisa enquanto eu e o Thiago descíamos a escada de mãos dadas.

 Eu decididamente não conseguia entender o que estava acontecendo no salão comunal, estava quase deserto, mais mesmo assim os poucos alunos que estavam ali pareciam abismado, sem contar os múrmuros altos que alguns soltavam, e outros que estavam só passando pararam...

—O que esta acontecendo aqui?—A Dora perguntou quando trombou me mim.


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Notas finais do capítulo

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