The Simple Things escrita por Vingadora


Capítulo 5
Hours, days , weeks, but not a month.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi!
Cara, antes de mais nada: EU ASSISTI THE AVENGERS 2! E arrasou geral! Humilhou qualquer pessoa que sugeriu que o filme não seria tão bom!
Eu simplesmente A-M-E-I!

Tá, agora voltando para TST (risos)
Eu sei que disse que postaria só sábados e/ou domingos, mas estou tão feliz hoje que vou postar um capítulozinho pra deixar o drama e suspense no ar :3

Dedico esse capítulo a todos os leitores que já começaram a shippar loucamente Steve e Lilly (risos).
Espero que gostem



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Eu passei horas sentada ao lado de Steve nos dias seguintes. Ele era sempre cuidadoso com o que falava, forçando-me a tomar precauções com as perguntas que fazia. Todas as dúvidas que eu tinha sobre ele tive de recorrer a uma segunda opção: Nick Fury. O que dificultava ainda mais meu relacionamento com Steve, afinal eu me sentia uma mentirosa.

Aos poucos ele tornou-se curioso sobre minha vida e eu tive de inventar várias histórias ─ coisa que eu havia prometido parar de fazer ─ sobre a simples Kate Heastings, dona de uma café-teca.

E essas horas tornaram-se dias.

─ Eu ainda não entendi muito bem o porque de você não aceitar o sucesso dessa história. ─ Steve havia acabado de terminar o último livro da saga Crepúsculo quando resolveu falar. Um romântico incontestável. Pensei. ─ E entendo menos ainda o motivo de eu ter sido forçado a ler.

Soltei uma gargalhada. Era uma coisa que se tornara bem comum para mim. Rir das maldades que eu fazia com Steve.

─ Preciso lembrar que você perdeu a aposta? ─ ergui uma sobrancelha.

Dois dias antes Steve e eu havíamos apostado sobre quem conseguia fazer a pior panqueca. E, certamente, eu havia ganhado.

─ Não precisa. Eu ainda tenho azia por causa daquele dia. ─ ele soltou um rápido sorriso antes de se levantar e devolver o livro para a estante.

Já era tarde da noite, como de costume, e só nós dois estávamos no segundo pavilhão. Haviam apenas poucos fregueses tomando café no primeiro, mas estavam longe o suficiente de nós.

Steve acabou tornando-se parte do Bien. Passava todo o tempo que podia lá e sempre arrumava uma desculpa para as perguntas frequentes de Joselyn em relação a vida dele. Até, claro, que eu intervir e ameaçar demitir Joselyn caso ela continuasse a importunar a freguesia ─ o que rendeu várias piadinhas de Sophie em relação a meus supostos sentimentos por ele.

─ O que significa o Bien Sûr? ─ Ele perguntou em uma tarde qualquer em que a café-teca estava com muito movimento e eu estava dando pouca atenção a ele. Quando ele percebeu que eu não teria muito tempo naquela tarde, simplesmente pegou um bloco de notas e começou a anotar os pedidos de alguns fregueses.

─ É uma palavra francesa. ─ expliquei rapidamente enquanto terminava de receber todos os pedidos que ele anotara ─ Significa: Claro.

─ É um bom nome. ─ ele comentou ─ Tem bastante haver com o que o Bien representa para as pessoas.

─ Tem? ─ parei de prestar atenção nos pedidos para focar-me nele.

─ É... ─ ele deu de ombros e encarou-me rapidamente ─ Sabe... toda essa coisa de... conhecimento que ele fornece as pessoas que frequentam aqui. E tem aquele lance de que conhecimento é iluminação para a mente...

─ Nunca tinha parado para pensar nisso. ─ revelei.

─ Sério?

─ É... Na verdade eu só achava Bien Sûr bonitinho. ─ menti, porque, no fim das contas tinha outro significado para mim.

─ Agora você tem uma nova perspectiva para lidar. ─ ele tocou levemente meu nariz e sorriu, parecendo ainda mais animado.

Ele nunca era entediante o suficiente para me fazer pensar em ficar longe dele. Nossas noites eram sempre as melhores. Não importava o que ele fizesse, conseguia sempre arrancar uma risada de mim.

Era um ótimo aprendiz quando se tratava das tecnologias. Ficara fascinado quando eu mostrei o Google e a eficácia da internet. Claro que para manter as aparências tive de jogar piadinhas sobre ele viver em um mundo das cavernas por não conhecer o Google.

Em uma dessas noites eu mostrei meu apartamento para ele.

─ Você realmente é uma pessoa desorganizada. ─ ele zombou de minha desordem.

─ Dá um tempo, ok? Tenho andado muito ocupada com o Bien para arrumar essa bagunça. ─ resmunguei enquanto retirava alguns sacos de salgadinhos de cima do sofá.

─ O que é aquilo? ─ ele apontou para o mosaico de fotos que a Sophie tinha montado para o Alex.

─ Ah... ─ suspirei.

─ Algum amigo seu? ─ ele aproximou-se mais e rodou as fotos que estavam penduradas por uma fina de náilon no teto.

O mosaico era composto por cinco tiras de náilon coladas próximos a janela no teto, repleta de fotos e coraçõeszinhos que a Sophie cortara de cartolina e pintara com tinta vermelha e glitter.

─ É... pode-se dizer que sim. ─ fui para seu lado e cutuquei algumas fotos.

─ É a Sophie.

─ E o Alex. ─ completei ─ O namorado... quer dizer... Ex-namorado dela.

─ O que aconteceu? ─ Como sempre muito curioso, meu caro Rogers.

─ Ele... ─ mordi a língua antes de continuar ─ Bom... Ele estava trabalhando no Bien quando uns caras vieram nos assaltar. Ele tentou resistir, mas... os caras estavam armados.

─ Ele devia ser muito corajoso.

Na verdade nem tanto. Pensei.

─ É... ele daria um bom soldado. ─ cutuquei a cintura de Steve com o cotovelo e sorri.

─ Você realmente não acredita que eu servi para o exército, não é mesmo? ─ ele estava com o que eu considerava seu melhor sorriso: o tímido.

─ Ah, qual é Steve! Não é possível que você tenha servido durante... quantos anos mesmo? ─ encarei-o tentando me lembrar de sua desculpa ─ Ah, é. Seis anos sem ao menos perder um braço!

Isso rendeu uma alta e duradoura gargalhada dele. E eu acabei o seguindo.

─ Mas tudo bem. Isso explica a sua total falta de compreensão tecnológica. Sério. ─ sentei-me no sofá e ele me acompanhou.

─ Já disse a você, não me dou muito bem com essas tecnologias avançadas. ─ e lá estava mais uma desculpa.

─ Não estou te julgando. Juro. A Joselyn por exemplo. Ela é uma completa tapada quando se trata de calculadora! Nem mesmo a raiz quadrada ela sabe usar. ─ ele percebeu que eu estava zombando dele mais uma vez e resolveu reagir.

─ Você se lembra de quando disse que odiava cócegas? ─ uma de suas sobrancelhas estava erguida.

─ Você não ousaria!

E os dias tornaram-se semanas.

Era estranho pensar no tipo de pessoa que eu era quando estava com Steve.

Às vezes me sentia um zumbi, mas... eu gostava do que eu era quando estava com ele. Sem pressão, eu aprendi a resistir a todo o charme que ele exalava e passei a lidar com ele de uma forma melhor. Mas no fundo, um pedacinho de minha consciência brigava comigo dizendo que aquilo tudo era só teatro. Era apenas mais uma de minhas faces. E então, depois que ela começava a gritar comigo, eu calava sua boca com um soco muito bem dado. Deixe que eu continue a viver esse sonho, desgraçada.

─ E aqui você pode clicar para fazer uma chamada de vídeo comigo.

─ Isso é muito útil. ─ Steve comentou enquanto girava a tela do celular e me via através dela. Ele franzia o cenho e eu sorria animada com mais uma vitória conquistada! Ele havia aprendido as funções simples de um smartphone.

─ São as forças da tecnologia atual. ─ zombei e finalizei a chamada ─ Ok. Vou levar essas coisas para a cozinha e o senhor trate de trocar o disco. Não aguento mais ele silêncio infernal. ─ com o passar do tempo, Steve tomou interesse pelos discos de vinil que eu possuía e nós dois passávamos a maior parte da noite ouvindo música e cantando. Nunca dançávamos. Não que eu tivesse me oferecido para dançar com ele, mas devido a época em que ele vivia, eu até pensei que ele me convidaria para dançar. O que não rolou. Não rolou mesmo.

─ Beattles! ─ gritei da cozinha quando a melodia de Jude começou a soar pelo Bien. Nós já havíamos ouvido aquele disco antes, mas sempre que podia Steve colocava para tocar novamente, porque sabia que Beattles me fazia bem.

─ Não resisti, desculpe. ─ ele estava com um sorriso sincero quando fitei-o ao sair da cozinha.

─ Não vou negar que amo essa música. ─ dei de ombros e voltei a me sentar ao seu lado em nossa mesa de costume no segundo pavimento.

─ Ela tem uma história pra você? ─ ele perguntou, curioso.

─ Meu pai. ─ falei por fim. Soltei um longo suspiro e desfiz o coque de meu cabelo só para fazê-lo novamente ─ Quando eu tinha doze anos assisti a um filme onde algumas meninas iam a um baile de escola e tudo mais. Eu queria um baile também. Mas... obviamente não tinha idade para um ─ sorri rapidamente ao revirar a lembrança real que eu contava ─ Então eu me tranquei no quarto e comecei a chorar. Coloquei meu disco do Beattles para tocar e... bom... Meu pai apareceu com um vestido lindo azul e usando um terno preto muito legal... Eu me troquei e voltei para o quarto. Assim que começamos a dançar, Jude começou a tocar. E eu a chorar. ─ sorri fraco ─ Ele perguntou: Por que você está chorando, menininha? E eu não sabia responder. Eu não sabia, naquela época, que estava além da felicidade. Que o sentimento que brotou em meu coração era, na verdade, o que eu procurava durante anos. A sensação de que eu estava, finalmente, em casa.

Eu não sabia se fora pelo tom da música, ou a ideia que ela representava, mas me pus de pé em um salto e estendi a mão direita a Steve.

─ Vamos lá, Steve. Dance comigo. ─ sorri animada com a ideia que parecia ótima no momento.

Ele levantou-se e pegou minha mão só para puxá-la em direção a seus ombros. Apoiou as duas mãos em minha cintura e ficamos nos encarando durante todo o tempo, sem mexer se quer um músculo.

Alguma coisa pulsava dentro de mim, mas não parecia ser meu coração. Uma sensação estranha brotou em meu estômago e minhas pernas pareciam moles demais para sustentar por muito tempo o peso de meu corpo.

Ele aproximou sua face da minha lentamente, sem desviar o olhar do meu. Um brilho estranho refletia através dele. Eu não sabia o motivo, mas segurava a respiração com medo de que, se soltasse o ar, a magia do momento acabasse.

Mas então, ele franziu o cenho por um curto segundo e se afastou às pressas de mim. A música acabou, ele pegou seu casaco e se fora.
E tudo isso aconteceu sem que disséssemos uma palavra.

E as semanas se transformaram em um mês completo.

Mas Steve não apareceu depois daquela noite.


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Notas finais do capítulo

p.s.: Sinceramente não quis zoar nenhum fã de Crepúsculo com o comentário de Steve em relação a opinião de Lilly, sério. Até porque eu AMO Crepúsculo

pps: Bom, não sei se perceberam (quem chegou depois da mudança não percebeu {risos}) que eu mudei a capa! Yeah, pois é. Decidi colocar minha cara a tapa e fazer eu mesma a capa. Mas estou um pouco insegura, porque é a primeira fez que faço uma coisa séria desse tipo (risos). E como eu amei a capa da Lohy, gostaria da opinião avassaladora e de suma importância sobre qual é a melhor! (isso aqui não é uma disputa e sim uma forma de tentar melhorar a imagem da fic, sério).

.................

Como estou feliz demais com o sucesso de The Avengers 2, resolvi soltar o que eu posso chamar de spoiler sobre TST:
Já ouviram a música Stay que a Rihanna canta com o Mikko Ekko? // Se não, aqui vai um link pra você conhecer: http://letras.mus.br/rihanna/stay/traducao.html // Essa música detalha de forma bem parecida o que a Lilly irá viver no próximo capítulo (que eu lutarei para postar só amanhã!). E que vocês nunca digam que eu fui uma má pessoa e agucei demais a curiosidade de vocês! (risos).

Não deixem de comentar. Nem que seja para falar sobre qualquer coisa, tipo: jujubas (se bem que Jujubas não é "qualquer coisa").

Bom, é isso.
Até o próximo capítulo õ/