The Simple Things escrita por Vingadora


Capítulo 3
She's a mirage.


Notas iniciais do capítulo

"Espera! Você não disse que só ia postar no sábado/domingo?"
Pois é. Mas eu cheguei do curso hoje decidida a não postar, mas mudei de ideia (risos).
Eu já estou terminando o 8º capítulo, e, por isso, eu não resisti, poque "She's a mirage" traz um ponto de vista diferente que já irá explicar muita coisa bombástica que virá a acontecer nessa história.

Ah, é! Já ia me esquecendo.
A Spin não terá muitos capítulos longos (acho que só o 3º capítulo que será demasiadamente longo), "Por que?" Porque é uma short fic, oras! Não, sério. Porque sei lá. Acho que o contexto se encaixa em curtos capítulos.

E eu quero dizer que, se eu continuar com essa euforia toda de postar todo santo dia capítulos, semana que vem mesmo a short fic acaba (risos). Por isso estou tentando me conter.

Espero que curtam esse capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611094/chapter/3

POV. NARRADOR

─ Para onde exatamente você está me levando? ─ Steve perguntou pela quinta vez ao homem que o acompanhava pela calçada.

É um mundo estranho. Ele pensou.

E realmente era um mundo estranho em sua nova perspectiva. 60 anos se passaram desde a ultima vez que ele caminhou ao ar livre daquela cidade. Nova York. A cidade que nunca dorme.

─ Você disse que não conhece nada desse novo mundo. ─ seu acompanhante disse ─ Irei levá-lo a um bom lugar para começar a conhecer.

─ Não sei se estou preparado para conhecer esse novo mundo. ─ Steve admitiu pela primeira vez desde que despertara naquele cenário de hospital.

Havia apenas poucas coisas que ele conseguia se lembrar daquele momento. Uma dessas poucas coisas era o rosto de uma mulher. Seus olhos eram claros, de um castanho mel incomparável. Seu cabelo era uma cascata loira cacheada que moldava muito bem seu rosto. Seus lábios eram expressivos, com um formato perfeito. Ela devia ser uma miragem. Steve pensou enquanto caminhava ao lado de seu acompanhante. Ele perguntou por ela algumas vezes, mas não obteve respostas exatas. Nicholas ─ Nick ─ Fury, o homem que agora mesmo o acompanhava, falou que não reparou em mulher alguma naquele dia. A não ser, claro, a enfermeira atriz contratada pela S.H.I.E.L.D.

Pararam em frente a um banco de madeira em uma esquina qualquer e Nick encarou a loja a sua frente. Steve, rodeado de novas informações, preferiu sentar-se no banco e encarar suas mãos entrelaçadas a frente. É coisa demais para minha cabeça. Apesar de um soldado honrado, que participara de quase que impossíveis missões, ele sentia-se como uma criança tola e mortal em torno daquele mundo de tecnologias e inovações em que ele despertou.

─ É um lugar muito bom para se estar. ─ Nick apontou para a loja, fazendo com que Steve, pela primeira vez, encarasse o lugar.

Era uma cafeteria. Tinha a faixada bem grande para ser uma costumeira cafeteria de época que aparentava ser. Com o estilo tradicional aos olhos de Steve, podia-se ler no letreiro Bien Sûr.

─ O que é esse lugar? ─ Steve resolveu perguntar depois de todo aquele tempo em silêncio.

─ É uma das poucas e raras café-tecas de Nova York que ainda funciona muito bem. A dona viajou pelo mundo inteiro em busca de bons livros. Lá dentro tem uma área especialmente dedicada para uma grande e cheia de variedades biblioteca. Até discos de vinil você pode encontrar por lá.

─ Conhece a dona? ─ Steve resolveu perguntar, já desconfiado de que seria uma criação da S.H.I.E.L.D.

─ Não... Só pesquisei a ficha criminal dela quando decidi trazer você aqui. Mas só isso. ─ percebendo a desconfiança de Steve, Nick completou ─ É sério.
Quando entraram na cafeteria, Steve foi tomado por um estranho sentimento de calma e conforto. Parecia que todos ali dentro sentiam o mesmo.

Os fregueses do lugar não tinham um padrão certo. Havia uma extensa variedade de pessoas ali dentro, indo de criancinhas barulhentas à senhores de idade que jogavam xadrez no fundo da loja.

─ Vamos nos sentar ali. ─ Nick apontou para uma mesa próxima ao caixa que estava bem isolada das pessoas.

Uma garota ruiva, pálida, que usava um vestido florido e sapatilhas se aproximou da mesa e sorriu educadamente para os fregueses a sua frente.

─ Bem vindos ao Bien Sûr. Posso entregar o menu ou vocês já tem um pedido em mente? ─ ela não parecia ser como a maioria das garçonetes de seu tempo, Steve constatou. Ela se quer fazia força para ser gentil.

─ Vamos querer o menu. ─ Nick estendeu a mão e pegou um dos menus, forçando Steve a fazer o mesmo.

─ Eu não faço a menor ideia do que significa metade dessas palavras. ─ Steve comentou enquanto lia o menu.

Ouviu uma risada breve vinda de Nick e resolveu pedir apenas um café e ovos mexidos com Bacon. Aquilo sim ele sabia o que era.

─ Quando a menina voltar, vou pedir para ela abrir uma conta no seu nome. Assim você poderá não apenas comer aqui, mas pegar livros emprestados.

Steve não comentou nada, passou o olho em volta do salão a procura de qualquer coisa que soasse como conspiratória. Foi então que ele a viu.

A primeira coisa que reconheceu dela foi seu cabelo. Apesar de preso na altura da cabeça, os cachos ainda estavam lá, assim como o tom loiro brilhante. Ela sorria para alguma criança e comentava sobre qualquer coisa no menu com outro freguês quando seus olhos se encontraram. A reação dela, parecendo que por extinto, foi soltar um oh, virar-se em direção a entrada da cozinha e desaparecer.

Ele teve que se segurar na cadeira, para não se levantar e ir atrás dela.

Ela estava ali! Bem ali! Não podia ser apenas o acaso. Era o destino!

─ Algum problema, Rogers? ─ Nick percebeu a agitação dele quando perguntou.

─ Nada. ─ Steve puxou de volta o menu e escondeu seu rosto atrás dele. Será que ela irá passar aqui perto? Será que eu devo puxar assunto? E se ela se lembrar de mim daquela manhã... É melhor deixar que ela venha e fale comigo.

─ Bom dia, senhores. Eu vim anotar seus pedidos. ─ uma voz diferente, um pouco séria demais, soou a cima de Steve. Era ela.

─ Ah, que bom que chegou. ─ Fury começou a tagarelar seu pedido enquanto Steve e ela perdiam-se novamente em uma troca de olhares.

─ E o senhor? ─ Steve foi cortado do transe pela voz séria da mulher que, sem ele perceber, anotara todo o pedido de Nick.

─ Hã... ─ O que eu queria mesmo? ─ Café. Puro. E... acho que só.

─ O que você recomenda para meu amigo? ─ Fury indagou, como se insistisse para que ela continuasse ali.

─ A torta de maçã está uma delicia. ─ sua voz soou distante, indiferente, forçando Steve a olhar para o menu ao invés de fitá-la abobado como devia estar fazendo.

─ É. Pode ser. ─ foi tudo o que ele disse, tentando soar tão frio quanto ela.

─ Até que a Kate, pessoalmente, é mais bonita. ─ a mulher se afastou e Nick aproveitou a deixa para comentar.

─ Quem é Kate? ─ Steve soltou o menu e voltou-se para seu acompanhante.

Nick apontou para a mulher que se afastara.

─ Kate Heastings. Dona do lugar.

─ Ah... ─ foi tudo o que Steve disse.

─ Tirando o fato dela ser bem gata...─ um sorriso irônico cresceu nos lábios de Fury ─ O que foi aquilo? Aquele lance todo entre você e a Kate?

─ Eu não sei do que você está falando.

─ Ah, qual é, Rogers. Pode me falar. Você já viu ela antes? Sei lá... deu uma fugidinha do complexo e esbarrou com ela na rua.

─ Nunca vi essa mulher na minha vida. ─ mentiu.

─ Tá. Certo.

❇❇❇

 

─ Kate. ─ Fury e Steve já estavam de pé, prontos para pagar o café-da-manhã no caixa, quando que por ironia do destino, Kate saiu da cozinha e direcionou-se ao caixa.

─ Pois não? ─ ela olhou um pouco irritada para Nick, mas sem deixar isso transparecer em seu tom de voz.

─ Eu gostaria de cadastrar meu amigo na sua café-teca. ─ Nick colocou a mão sobre o ombro de Steve e puxou-o para mais perto.

Percebendo a irritação frenética da mulher, Steve resolveu intervir.

─ Não acho que é necessário, Nick... Eu- ─ ela o cortou.

─ Tá. Tudo bem. Vou precisar do seu documento e comprovante de residência.

Steve gelou.

Nick, indo contra o que Steve imaginava, puxou de dentro de seu sobretudo alguns papeis e pousou sobre a bancada.

─ Está tudo aqui.

Kate pegou os papéis e olhou um pouco desconfiada, como se procurasse por algo de errado, mas parecendo não ter encontrado nada, começou a digitar algumas informações em seu computador.

─ Tudo bem, Senhor Rogers... A partir de hoje, você é um cliente fixo da minha café-teca. ─ ela entregou um cartão ao Steve e sorriu, tentando disfarçar a irritação que ainda expelia por seu olhar.

─ Obrigado. ─ foi tudo o que Rogers conseguiu dizer.

O que será que eu fiz a essa mulher? Pensou Steve enquanto era encaminhado de volta ao complexo da S.H.I.E.L.D. Ela deve se lembrar daquela manhã. Afinal, é o único motivo para ficar tão irritada comigo assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Coitado do Steve. Todo iludido, sonhador, achando que tinha encontrado a mulher da sua vida e se depara com uma parede celestial imposta pela tal "Kate" (risada maléfica).
O que será que se passou pela cabeça da Kate após esse encontro?

Estou pensando em postar o próximo capítulo, mas anseio por deixá-los curiosos (risos).


............

Até o próximo capítulo! õ/