Era véspera de Ano Novo. Rony estava uma pilha de nervos, novamente. Hermione estava no jardim, novamente. Ironicamente, a situação parecia um replay na cabeça de Ronald. Um ano havia se passado desde que Rony havia pedido Hermione em namoro. Muitos beijos, abraços, situações de companheirismo e ciúmes, e devaneios depois, ele estava ali novamente. A caixinha de veludo novamente em seu bolso. Naquele ano, quase totalmente recuperado, mas ainda com a dor presente em seu coração da perda do irmão gêmeo, Jorge resolveu, juntamente com seus irmãos Percy –que após a guerra havia mudado totalmente seus conceitos sobre trabalho e família, e Gui –que, em breve, seria pai de uma menininha; que soltariam fogos, feitos por ele mesmo, para comemorar a virada do ano. E foi aí que a ideia para o pedido veio.

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O jardim estava maravilhoso. Uma tenda pequena com uma mesa grande se encontrava no meio, ao lado das árvores e gnomos. Essa mesa estava recheada de pratos dos mais diversos e deliciosos, como qualquer outro preparado por Molly Weasley. Uma fogueira se encontrava um pouco distanciada dessa tenda. Como era típico da época, a temperatura era baixa, mas, como os ruivos queriam estourar seus fogos, a família decidiu se organizar no jardim, fazendo uma fogueira e trazendo cobertores e casacos pra quem sentisse frio. O céu estava aberto, estrelado e a lua estava cheia, brilhando e iluminando a todos.

Hermione olhava encantada para a explosão de cores, não muito diferente da feita pelos trouxas, parada ao lado de Gina, que tinha o braço enlaçado ao de Harry. O moreno havia pedido a ruiva em casamento algumas semanas antes. Ainda não era meia-noite, mas os ruivos já testavam alguns dos fogos, para ter certeza de que funcionaria na hora certa. A morena baixou os olhos dos fogos e procurou pelo seu ruivo preferido, que não se encontrava ao seu lado. Ao virar a cabeça para trás, avistou o rapaz parado no batente, com as mãos nos bolsos, olhando para a menina. Ela lhe sorriu e foi retribuída. Ela o chamou com a mão e ele se aproximou lentamente. Ao se aproximar o suficiente, a menina estendeu a mão, que foi agarrada por Rony, entrelaçando seus dedos. Os dois se olharam, cheios de paixão e carinho mútuo e sorriram timidamente. Tanta coisa havia mudado. Bom, nem tanta assim. Rony continuava o lento, preguiçoso, esquentado, guloso e atrapalhado de sempre. Hermione permaneceu a sabe-tudo irritante, com sua mania de dar informações exageradas sobre determinado assunto e tímida, como sempre. Mas, algo que havia mudado, e muito, era a relação dos dois bruxos que se conheciam desde pequenos. De “pesadelo” e “legume insensível”, Hermione e Rony passaram a “meu amor”. Rony mataria e morreria por Hermione, e vice-versa. E, graças a todo esse amor compartilhado por ambos, Rony havia se decidido.

–Que horas são, amor? –perguntou Hermione. Ela estava ansiosa para a queima de fogos e para o esperado “beijo da virada do ano” em seu ruivo.

–11h57min. –respondeu ao conferir o relógio. Ele também estava ansioso para a queima de fogos, mas por outros motivos.

–Como você acha que será o próximo ano? –perguntou Hermione se pendurando no pescoço de Rony.

–Eu não sei. Mas sinto que tudo vai mudar, e pra melhor. –respondeu Rony. Hermione sorriu e encostou a cabeça no ombro do ruivo.

–Gente, falta um minuto! –gritou a Sra. Weasley. Rony quase suava frio. Tinha medo da resposta da morena. Tinham apenas 20 anos. Talvez o lado sabe-tudo de Hermione dominasse e a morena recusasse o pedido com a justificativa de precisar crescer profissionalmente, se formar, entre muitos outros motivos.

–Gui, vá buscar o champagne! Corra! –Rony ouviu sua mãe gritar para seu irmão mais velho. Ele e Hermione riram.

–Dez! –Gina gritou. Rony apertou o bolso para verificar se a caixinha ainda se encontrava ali. Entraria em desespero se não estivesse com o anel no momento certo.

–Nove! –emendou Harry.

–Oito! –foi a vez de Arthur. Rony viu os irmãos ajeitando os fogos para estourarem no momento certo.

–Sete! –Molly gritou.

–Seis! –Carlinhos foi depois.

–Cinco! –Hermione olhou para Rony e sorriu. O ruivo retribuiu e apertou sua mão.

–Quatro!

–Três! –todos tinham uma taça na mão, que rapidamente foi enchida, antes do final da contagem do final daquele ano.

–Dois! –Rony olhou para Jorge e o gêmeo piscou e fez sinal de afirmativo com o dedo polegar. O goleiro suspirou aliviado.

–Um! –os quatro últimos números da contagem foram um coro de ruivos, seguidos de uma morena, que tinha os olhos rasos de lágrimas.

Os primeiros fogos subiram ao céu, explodindo num conjunto de cores: lilás, rosa, vermelho, azul, amarelo, verde, entre outras tantas. Após alguns minutos da explosão colorida que iluminou a noite, que antes se encontrava iluminada por velas e pequenas luzinhas, que pareciam pequenos vagalumes, uma sequência de fogos subiu ao céu. Todos, menos Rony, Jorge, Gui e Percy, olharam intrigados para cima. Pouco tempo depois, palavras foram formadas em contraste com o negro do céu. Os olhos de Hermione se encheram e esvaziaram na medida em que as lágrimas escorriam por seu rosto. No céu negro e estrelado daquela última noite do ano e primeiro ano de suas vidas, lia-se “Casa comigo, morena?”. Assim que a sabe-tudo olhou para o lado em que o namorado estava, se deparou com ele ajoelhado, com um sorriso maior que seu rosto, com uma caixinha de veludo aberta revelando um anel de ouro, simples, com uma linda pedra de diamante na ponta.

–Mi, sei que sou um ruivo bobo com o emocional de uma colher de chá. Sei que não tenho muito a te oferecer. Sei que somos muito jovens e...

–Poxa, assim você faz a menina desistir de vez. –o ruivo foi interrompido por Jorge. Todos riram, inclusive Hermione. A fala do gêmeo foi repreendida por Molly, que lhe deu um beliscão no braço e o mandou se calar, fazendo todos rirem mais uma vez.

–Continuando... Mi, eu te amo. Muito, sempre e pra sempre. Nunca amei alguém assim e nunca vou amar. Você provavelmente vai responder que temos que concluir nossos estudos, firmarmos uma profissão e tudo mais. Mas o casamento não tem que ser pra agora, e...

–Ron, cala a boca e me beija, seu bobo. –Hermione riu do jeito atrapalhado do ruivo. O ruivo, prontamente, obedeceu, selando seus lábios. O beijo foi aplaudido e recheado de lágrimas e assovios. Quando se separaram, Rony limpou as lágrimas no rosto de sua amada, fazendo-a sorrir.

–Isso é um sim? –perguntou Rony, risonho. Tinha os lábios inchados e um sorriso maior que suas bochechas.

–Claro! Eu te amo, muito, muito!