Síntese Do Amor escrita por Anne Santë


Capítulo 5
Jack Daniel's E O Flagrante!! PARTE 2


Notas iniciais do capítulo

Voltei, demorei, cheguei e um monte de "ei" que pensei até agora.
Desculpem-me meus amorinhos, mas é que bloqueio de escritor é uma maldição em nossa escassa raças.
Não me odeiem porque dessa vez o cap. é longo e surpresas aguardam Eureka no próximo.
Esse é dedicado a todos meus novos leitores, cujo os nomes essa horrível escritora não pôs, caso contrária ficaríamos um booom tempo aqui.
Sem mais delongas.
Enjoy!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609142/chapter/5

Entrei no Deano's e uma fumaça nojenta de cigarro me inundou, assim como o cheiro de corpos suados, menta e Deus queira que o outro cheiro não seja de sexo. Scarllet parou no balcão enorme que se fazia presente quase da entrada até a saída do local e pediu uma bebida que não consegui saber o nome pois a musica no salão era exageradamente alta e os jovens ali dançavam como loucos.
– Eryn, bebe isso aqui, é dos deuses- exclamou alto.
Olhei para o conteúdo do minusculo copo, era azul e tinha um cheiro agradável de hortelã, convidativo porém eu tinha certeza de que naquilo tinha álcool.
– Eu não bebo, obrigada.
– Relaxa não tem nem uma gota de álcool- assegurou-me empurrando a bebida para minhas mãos.
Olhei para ela e depois para o salão abarrotado de seres singulares que dançavam e gritavam de modo igual para a banda que tocava, ironia ou não o nome da banda era Hogs Of Asphalt*.
Se eu ia ficar nessa merda por mais tempo do que eu gostaria, minha recompensa seria um drink no minimo. Pequei o copo e tomei um pouco, era delicioso e o cheiro se assemelhava ao gosto refrescante da bebida.
–É bom- murmurei. Carllie sorriu e tomou sua dose e me puxou para o meio da muvuca sem me dar tempo de colocar meu copo no balcão.
Admito que o som da banda era bom, era uma mistura Linkin Park e Kings Of Leon assim foi inevitável não dançar enquanto a musica rolava.
Carllie dançava como uma profissional e sorria para todo mundo- o que concluí que era seu estado natural- que chegava perto de nós. Dancei junto com ela e me permiti um pouco de diversão naquele lugar mal iluminado que nem de longe parecia um bar.
Ela e eu rebolávamos os quadris de acordo com o som agudo da guitarra até que um cara alto e levemente musculoso chegou perto dela de modo furtivo e colou as mãos em sua cintura.
– Oi amor- disse beijando o pescoço dela. A mesma tampouco se manifestou para afastá-lo, o que mais tarde entendi que era um sinal de intimidade entre eles porque começaram a se agarrar descaradamente e dançar de modo sensual.
– Eryn, esse é meu namorado o Josh, e Josh essa é minha amiga Eureka- apresentou-nos toda sorrisos. Apertei a mão de Josh bem forte, para mostrar que eu não era boba não e que se magoasse a Dorothy as coisas iam ficar complicadas para ele.
– Nome diferente hein- disse com um meio sorriso.
Eu queria ganhar um dólar por cada vez que escuto isso, exatamente agora eu me encontraria milionária.
– Nome comum o seu hein- devolvi sorrindo mais.
Podem me chamar de louca, mas não fui com a cara desse cara, e quis deixar isso bem claro.
Carllie me olhou aborrecida e puxou ele para a pista de dança, assim os dois recomeçaram a dança do acasalamento.
Argh!
Então tive de dançar sozinha a contra gosto porque o infeliz roubou-a para si e não parecia ter intenção de soltá-la.
Depois da quinta musica eu estava acabada e me fui ao para o balcão para comprar uma água.
O barmen era extremamente habilidoso ao mexer dinks e servir rapidamente todos que se aproximavam, habilidoso e lindo diga-se de passagem. Seus olhos castanhos parecia prender um copo ao outro e se tornavam felinos ao próximo pedido.
–Oi pode me dar uma água sem gelo por favor- pedi me escorando vergonhosamente no balcão.
Ele me fitou de cima a baixo e eu enconlhi um pouco, não sou dada a observações tão minuciosas quanto as pessoas, mas poderia jurar que ele me comeu com os olhos mesmo eu estando completamente inofensiva naquela roupa.
– Claro Linda- respondeu jogando charme com um meio sorriso.
Ele foi a geladeira e pegou uma garrafa verde pequena, estendeu-a para mim ainda sorrindo. Fiz sinal para que esperasse e fui atrás da minha carteira, tateei os bolsos e nada, tentei os bolsos do casaco e nada também.
Procurei de novo e também chequei o chão de onde eu estava, mas não encontrei nada.

Eu não acredito nisso. Mas que merda!

Eu sabia que não devia ter vindo a essa merda de lugar, provavelmente minha carteira foi para o brejo ou para as mãos de algum infeliz. O barman ainda me olhava, porém agora com curiosidade.
E para piorar eu continuava morrendo de sede.
A meu Deus, minha vida estava naquela carteira, meus documentos, meu dinheiro e a foto da minha mãe.
Pude sentir meus olhos arderem e as lágrimas que ameaçavam vir e ainda estava com sede.
– Pode me dar água da torneira?- pedi chorosa.
– Deixe-me adivinhar...Perdeu a carteira?- perguntou em tom de falsa desconfiança. Não aguentei mais e as gotas começaram a sair dos meus olhos, quando dei por mim, estava chorando descontroladamente, assenti a pergunta dele entre soluços.
– Ei calma linda, tudo bem pode ficar com a água, só não chore- murmurou desesperado.
Eu fiz que não, porque não era justo com a companhia de água mineral e com o Deano's.
– Não posso fazer isso, na verdade você também não pode, não tem medo de perder o emprego?- perguntei secando o rosto com a manga da minha blusa. Ele gargalhou estrondosamente.
– Querida eu sou o dono do lugar- disse como se fosse o obvio.
Estaquei e fiquei com uma puta vergonha de olhar para cima, eu havia chorado na frente dele e ainda por cima o repreendido por tentar ser gentil, é ,isso é um excelente começo para uma amizade.
– Ainda assim, prefiro a água da torneira- declarei com o pouco de dignidade que me restava.
– Não tem problema linda, pode ficar com a água- disse enpurando-a para mim. Neguei novamente e fiquei carrancuda por estar sendo contraiada.
– Ok, você venceu, mas aceite um drink para que eu me sinta humilde- galanteou depois de encher um copo generoso de água.
Eu bebia e não conseguia parar de olhá-lo enquanto trabalhava com o público, ele sorria bastante e fazia piadas engraçadas para os conhecidos. Minha mãe gostaria dele com toda a certeza, Maya adorava pessoas que lhe arrancavam boas gargalhadas.
Ela dizia que rir era o melhor remédio em todas as situações, por que ninguém ousa questionar a felicidade, mas sim sentir inveja de quem a tem com pouco esforço. Dean era um cara feliz, constatei observando-o.
– Epa, é feio encarar linda e a propósito qual é sua graça?- galanteou novamente. Acho que ele flertava como se estivesse respirando, por que nunca conheci alguém que de cinco palavras seis eram galanteios.
– Eureka Jones. Ele levantou a sobrancelha em pura surpresa e perplexidade.
– Nossa linda, estou impressionado, nome incomum o seu- disse olhando fundo em meus olhos.
– Ah não você não acredita? Perai vou te mostrar meus documentos- soltei inconscientemente.
Ele me olhou como se eu fosse um E.T ou um velhinho com problema de memória.
– Assim que eu recuperá-los- emendei depressa.
– Ok então, agora Srta. Jones quero que prove um de meus drinks favoritos- disse estendo para mim um copo com uma bebida roxa e gelada.
Avaliei a bebida esteticamente e ela parecia convidativa, peguei o copo e virei com tudo. Eu estava precisando de um pouco de álcool pra animar minha noite, além é claro da presença de Dean.
A bebida desceu em um misto de calor e fogo, levemente ácida e com gosto de amora. Porém não fiz careta, era forte, mas dava para aguentar.
– Hum é uma delícia- murmurei sorrindo.
Dean me fitava admirado enquanto bebericava sua bebida, seus olhos castanhos pareciam queimar de um jeito que deixa qualquer garota sentir-se tentada a chegar perto da chama.
Uepa! A bebida estava fazendo efeito só pode.
– Eureka acho que estou apaixonado, você é a primeira gata que eu conheço que bebe sem fazer careta, na verdade nunca vi algo tão sexy- disse ainda com os olhos em chamas.
Corei e sorri timidamente, mas por dentro uma mini Eureka dançava e gritava "Ele NUNCA viu algo tão SEXY!".
– Não é para tanto, e que bebida é essa?
– Sangue do Diabo.
– Puta que pariu Dean, nisso não tem nada que venha de animais né?
Ele riu e negou.
– Relaxa é só amora, vodka e uns segredinhos, que não envolvem animais- disse com a mão pressionada ao peito de modo solene.
– Ótimo.
E assim começamos a conversar sobre amenidades e sobre nós mesmos, descobri que o bar era uma herança de família e que o segurança na verdade era primo do Dean, que aliás é filho único.
Vez ou outra ele tocava minha mão ou meu cabelo, o que me deixava envergonhada.
– E foi assim que eu ganhei essa cicatriz- disse mostrando uma pequena deformação perto da costela.
E sim, para isso ele teve de levantar sua maravilhosa camisa e mostrar seus maravilhoso abdômen definido. Céus! Eu continuaria de bom grado vendo seu abdômen, se não fosse outro barmen aparecer do nada e chamá-lo porque uma briga estava acontecendo perto do palco.
– Eu já volto linda- segurando a irritação. Esse apelidinho estava me deixando tão feliz que nem reparei na muvuca do bar.
Dean havia deixado seu copo com a sangue do diabo no balcão, nem precisei pensar duas vezes para virá-lo goela a baixo. Meu objetivo da noite seria trocar saliva com Dean, mas para que isso acontecesse eu precisaria estar um pouco mais desinibida. Dean era lindo e tenho certeza de que deveria beijar bem como o próprio Romeu Montecchio.
Perfeito para meu primeiro beijo. É vergonhoso eu sei, mas ninguém nunca chegou tão perto de mim assim para conseguir algo do tipo. Eu sou terrivelmente tímida para esses assuntos.
Entre paquerar e observar as fases da mitose, todos já sabem minha resposta. Fiquei lá esperando ele por um bom tempo. Em meio a comoção flagrei, lá ao fundo do salão o cretino do Josh aos beijos com uma garota morena estilo mulherão. Levantei do banquinho e procurei por Carllie na multidão, depois da falha no salão, procurei nos banheiros, mas nada. Então voltei ao balcão a procura de Dean, quem sabe ele a tivesse visto, mas nada dele também. Eu nunca lidei com uma situação assim antes, eu nunca tive uma amiga.
O certo era contar para ela, não é? Ou não? E se ela o ama? Vai que aquela garota é ela de peruca?

Merda!
Eu precisava de uma bebida.
– Ei pode me dar um copo de água?- pedi ao barman que substituiu Dean.
–Eureka né?
– Sim- respondi desconfiada.
– Bom, o Deano disse que pode beber o que quiser... Por conta da casa.
Oh maravilhoso, lindo do abdômen definido, dono de uma cicatriz fofa.
Dean eu te devo uma, pensei.
– Duas doses de Sangue Do Diabo, por favor?
Ele me serviu e bebi uma atrás da outra, e foi assim que eu... Apaguei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Motoqueiros Do Asfalto.