A Constante da Bad escrita por Vinicius André Junqueira


Capítulo 5
Capítulo 5 - Tuts Tuts Tuts Tuts quero ver.


Notas iniciais do capítulo

Acho que nesse capítulo cara, você nem tem mais coração, e não vai mais sobrar muito pro próximo D:



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Eu saí um pouco atordoado da casa do Math, ou do Vinícius, como preferir. Foi por bem pouco, eu marquei uma transa com o menino mais gato da escola, sem pensar no crush, afinal, eu não tinha certeza se ele ia me achar bonito ou muito menos se ele era gay. E então, quando vou à casa do menino pra transar com ele (coisa que em minha concepção antiga era errado, porque queria perder minha virgindade com uma pessoa importante, mas, eu estava tão necessitado que resolvi dar pro Math) descubro que o meu crush é irmão dele... Puta que pariu... Minha teoria sobre deus ser bissexual está aumentando.

Confesso que quando cheguei em casa fiquei olhando pro celular com a tela bloqueada até o sms chegar. Passaram-se cinco, dez minutos, meia hora, uma hora, duas, três, até que finalmente chegou a bendita mensagem.

16:01 – Seus créditos estão terminando, envie uma mensagem para *666 e faça uma recarga agora mesmo, direto do seu celular.

Ah vai se fuder, operadora de merda. Fez eu levar o maior susto, pensando que tinha sido o Vinícius que me mandou mensagem, eu tenho vinte reais de crédito, não preciso colocar mais, muito menos eles estão terminando.

O celular tocou novamente, e como estava desbloqueado apareceu o número do sms: +55118254-0956. ERA ELE! ATÉ QUE ENFIM.

16:02 – Oi moço, desculpa a demora, é que, levei uma certa bronca dos meus pais por atender a porta somente de toalha, então demorei um pouco mais de tempo pra colocar os créditos, mas, agora coloquei. O nosso role pra ver o Homem de Aço ainda está de pé?

E agora, está em pé? Confirmo ou não confirmo? Preciso responder alguma coisa, mas estou em dúvida. Aceitar ou não aceitar, eis a questão. Quer saber, o que de pior pode acontecer? Eu vou.

Gan - 16:04 – Claro! Porque não? Tudo bem, eu entendo.

Vinny – 16:05 – Tem alguma preferência de cinema?

Gan – 16:06 – Não, o que você preferir.

Vinny – 16:07 – Tudo bem. Mas fique despreocupado, eu pago o cinema.

Gan – 16:08 – E eu pago a pipoca.

Vinny – 16:09 – OK, ás 15hrs de pego ai, fmza?

Gan – 16:10 – Ok.

Se o eu de uma hora atrás soubesse que eu irei ao cinema com o crush eu acho que ele não acreditaria. Eu ainda estou em choque cara, eu não sei o porque disso tudo estar acontecendo tão bem assim. Mas sabe, eu tenho um certo receio, porque diz-se que, quando tudo está fluindo muito bem, algo ruim está prestes a acontecer, e eu espero não morrer antes de dar uns pegas no crush, porque né. Morte, não seja cuzona como Deus e espere mais algum tempo antes de você me levar, espera eu dar uns pega no crush, depois me leva, mas espera eu pegar o crush em nome de Jesus Ave Maria José.

Aquele dia eu apenas coloquei o fone de ouvido, fiquei olhando para o teto e imaginando como seria o encontro com o crush no dia seguinte, se nossas mãos trombariam quando pegamos na pipoca (sem malícia, por favor. Eu tenho um professor que diz que devemos deserotizar o nosso corpo e a nossa mente. Vamos supor, quando eu falo pau, você não pensa numa tábua de madeira, pensa logo na piroca. Quando alguém encosta a mão na sua, na barra do trólebus ou do ônibus você automaticamente tira, e quando deserotizamos o corpo, passamos a ver o mundo de forma mais bonita, sem malicias)...

E então ouço um barulho na minha janela. Ué, o que pode ser? Levanto da minha cama e olho pela janela, vejo a Tainá, Matheus, Durga (uma amiga nossa) e Jesus (um ex-namorado da Tainá).

– Gan, desce aqui, vamos dar um rolê! Vem com a gente! – Gritou a Tainá lá de baixo.

– Okay, estou descendo!

– Mas vê se desce com a roupa toda! – Gritou o Math.

Ouvi uma risada coletiva entre o pessoal. Fiquei me perguntando se eles sabiam que peguei o Math, se eles sabiam do ocorrido de hoje, ou se apenas riram porque o que o Math disse foi engraçado. Mas tudo bem coloquei meu tênis, e desci correndo até lá. Abri a maçaneta e estavam todos me esperando com uma cara um pouco estranha... Eles estavam ansiosos por algo que eu nem sabia o que era.

– Eai – Perguntou Durga – O que rolou entre você e o crush?

– Como as...

– É Gane o que aconteceu depois que eu subi? O que você falou com meu irmão?

– O QUÊ? O SEU CRUSH É IRMÃO DO MATH? ERA ISSO QUE VOCÊS NÃO QUERIAM ME CONTAR SUAS PIRANHAS? – Tainá parecia mesmo surpresa – VOCÊS VÃO TODAS QUEIMAR NO INFERNO, PERDÃO DA PALAVRA JESUS.

Ele riu.

– Fica tranquila minha filha, todos nós já mandamos alguém pro inferno um dia.

E teve aquela risada coletiva de novo.

– Enfim, a gente vai sair ou não? – Perguntei.

– Vamos então. – Disse Jesus.

Então, saímos rumo ao inesperado. Saímos caminhando, zoando, nos divertindo pela rua, todo mundo feliz e sorrindo, todo mundo alegre e sossegado. Jesus acendeu um cigarro e mais seis depois desse. Eu odeio aquele cheiro de cigarro.

Até que finalmente chegamos até a praça onde nós sempre íamos pra ficar zoando e rindo de tudo e de todos. Ela era linda, era toda cheia de árvores, grama para todos os lados, mas aquela baixinha, podada, não igual aqueles terrenos baldios. No meio da trilha, uma parte do chão era asfaltado, onde as vezes carros, motos e bicicletas passavam.

Sentamos em lugar um pouco mais afastado do centro principal da praça e das escadarias, porque era muito sem privacidade, e nós somos adolescentes porra, nada é mais legal do que o gostinho do perigo. Ficamos lá perto das árvores olhando um pouco pro céu quando a Durga falou:

– Quem vai ser o primeiro felizado a fumar o beck?

– Beck? Vocês vão usar maconha? – Perguntei. – Sei lá, eu não curto.

– Ué, é só não usar então – Durga e Math falaram quase que em sincronia e depois riram.

Jesus começou a tirar algumas garrafas de vidro da bolsa e percebi que eram bebidas.

– Ora, eu não gosto de drogas, mas amo bebida, e você também né Gan?

– Ah, bebida eu gosto.

E enquanto Durga, Tainá e Math usavam maconha, eu e Jesus bebíamos alegremente. Em uma hora, estávamos todos fora de si, nenhum de nós atiçava mais nada, sabe aquela vibe boa? Então. Porque, dar PT não é ruim, ruim é dar PT de bebida de pobre, isso sim é foda. Mas bebi vodka da realeza meu amor, eu estava super bem. Até eu começar a vomitar. E então, a partir daqui, eu me lembro dos acontecimentos apenas de relance, não sei dizer bem como as coisas aconteceram.

Eu estava vomitando, e quando percebi, tinha alguém segurando meu cabelo, para que não caísse vomito nele. E quando olhei pra cima, para ver quem era. Adivinhem? Se vocês adivinharem mando nudes. É, o crush. Ele estava segurando meu cabelo. Tentei assumir uma posição ereta, parecer agradável.

– Oiiin Viniciuus, haha, Viniciuus. Olha como o som do u sai engraçado, Viniciuuuuuus.

– Ganesh, você tá bêbado né? O Math me disse que estava mal, mas não sabia que era TANTO.

– Não, não, não, não. Nem bebi, estou super bem.

E aí, a coisa que eu queria me esquecer, mas eu ainda lembro: vomitei nos pés dele. Ele estava com uma cara de tranquilidade quando levantei minha cabeça.

– Fica tranquilo, depois eu lavo.

E nos sentamos um pouco mais para trás, porque o pessoal tinha ido lá por algum motivo que eu não consigo lembrar.

E então, como em frações de segundo, tudo aconteceu.

Jesus foi pra buscar alguma coisa e como ele estava muito bêbado ele caiu na parte asfaltada da praça e ficou com a cabeça na beirada, quando um carro passou e esmagou o crânio dele como se fosse papelão, e os miolos da cabeça ficaram todos espalhados pelo asfalto.


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Notas finais do capítulo

Peço o favor que entre em contato comigo para que eu saiba se devo continuar a história ou não . Facebook: Vinícius André Junqueira Email: viihzin@hotmail.com, eu ficaria muito grato. De verdade.

Glossário básico para os leigos:

— Crush - paixonite, amozinho da pessoa, paixão sem saber se será correspondida ou não. Exemplo: Frederico DeVito é meu crush.
— PT - Ficar bêbado. Exemplo: Ontem a Bábara deu PT na festa.



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