If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 1
Todos fazem o que Peter Tyler quer.


Notas iniciais do capítulo

Oi, como vai você? Será aque alguém me conhece de minhas outras fics? Não sei, bem tive essa ideia no meio de um dia de aula e agora vou postar, não sei quantos capítulos vai ter, depende da minha criatividade, espero que gostem (cruzando os dedos) Comentem por favor.
Ps: Capitulo editado.



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Um pouco sobre mim?

Bem, eu me chamo John Smith, é eu sei, é um nome bem comum, mas é exatamente por isso que eu gosto dele. Tenho 27 anos, sou formado em astrofísica, escocês (apesar de meus pais serem britânicos), gosto de basicamente tudo, menos armas, odeio armas, elas só servem para ferir as pessoas, e odeio mais do que tudo quando as pessoas são feridas. Bem acho que isso, foi uma curta apresentação, mas acho que esse sou eu, sempre curtas apresentações, não sou do tipo que passa horas falando sobre ‘’por que meu time de futebol é melhor que o seu’’ ou coisa do gênero porquê.... Oh! Espere um momento! Esqueci a parte mais importante de todas! Geralmente faço isso, então espero que não se importem, é claro que não se importam se importasse já teriam fechado isso há muito tempo, mas você ainda está aqui, então obrigado, onde eu estava? Ah sim, parte importante, estou sendo ‘’obrigado’’ a me mudar de minha cidade natal, Edimburgo, para a Inglaterra, mais especificamente para Cardiff, bem eu não estou sendo obrigado por eles, mas sim por minha própria consciência, é uma ótima oportunidade de emprego numa das empresas mais renomadas da Europa. Quanto à Escócia não tem nada aqui para mim, pelo menos não mais, meus pais voltaram para a Inglaterra e minha namorada me chutou, então acho que eu só quero fugir desse lugar.

...

Eu estou deprimido há quase um mês, minha namorada terminou comigo por ‘’motivos pessoais’’, mas que diabos de motivos pessoais são esses? Estamos juntos desde que me entendo por gente! A pedi em casamento naquela noite, ela recusou, em frente a um restaurante lotado, quando a perguntei o porquê daquilo ela gritou comigo e desmanchou o namoro.

Aquele definitivamente foi o dia mais vergonhoso e humilhante de toda a minha vida, agora se passando na rua vejo alguém rindo algo em minha mente diz que sou o motivo, se estão cochichando o assunto é ‘’John Smith e seu maravilhoso papelão’’, se apontam, estão apontando para mim, como se eu fosse algum tipo de aberração cuja única razão de vida é garantir suas gargalhadas e cochichos.

Isso me fez um prisioneiro em minha própria casa, não saio, a não ser que tenha uma ótima razão para isso, se o café acabar por exemplo, como aconteceu ontem, e então ontem depois da penosa caminhada de volta para casa com uma sacola cheia de café e doces, notei que tinha um novo e-mail. Da Torchwood! A empresa mais concorrida quando se trata de trabalho em institutos de pesquisa, filiada à universidade de Oxford e diversas outras grandes faculdades mundo a fora, estavam me mandando uma proposta de emprego como pesquisador e professor de astrofísica substituto em Oxford. O salário era esmagadoramente maior do que o que recebo atualmente como assistente do Sr. Capaldi. Disseram que tive uma ótima recomendação de alguém muito influente na universidade de Edimburgo, me pergunto quem. Isso é mais que uma grande chance de emprego, é uma porta de saída.

Levantei-me da cama me sentindo mal com todos os pensamentos que bombardeavam minha cabeça como aviões nazistas durante a segunda guerra mundial, revirei-me na cama três ou vinte vezes talvez antes de finalmente aceitar o fato que eu não conseguiria de maneira alguma cair no sono novamente. Arrastei-me até o banheiro e fitei minha própria imagem no espelho.

–Estou horrível. – Murmurei para ninguém além de minha solidão.

Faz séculos desde que fiz minha barba pela última vez, meus olhos têm grandes olheiras roxas quase negras como companheiras, minha pele está pálida como a que só um fantasma deveria ter, e meus cabelos estão ensebados e sem brilho algum. Esse não pode ser eu, definitivamente, esse homem no espelho não sou eu, é algum tipo de brincadeira sem graça que estão pregando em mim, sou bonito, pelo menos acho que sou, mas esse reflexo que me encara com seus olhos gélidos e austeros parece apenas uma sombra, um sussurro distante de quem sou, ou pelo menos de quem fui, como se tivessem usado um aspirador de pó superpotente para arrancar a vitalidade para fora da figura que o espelho traidor me mostra.

Suspirei derrotado, por fim aceitando que aquele sou eu, porque não pode ser outro alguém, porque estou sozinho, portanto ninguém pode me pregar uma peça. E então permiti a mim mesmo por todos os meus cacos no lugar e cola-los o melhor possível, estou farto de tanto remoer essa culpa dentro de mim, quero viver, e começarei agora. Senti o frio gel de barbear em minha pele e comecei a retirar todos aqueles pelos desnecessários e incômodos que outrora esconderam meu rosto de olhares curiosos e intrometidos na rua.

Depois de um lento e demorado banho no qual lavei meu corpo com o mesmo cuidado que qualquer portador de TOC teria (dando atenção especial para meu cabelo), saí do banheiro e fui ao closet, onde peguei uma camiseta cinza estampada com um centauro, nela estava escrito ‘’meio-sangue’’, um fato sobre mim, amo Percy Jackson, uma calça preta e um par de tênis, já devidamente vestido fui a cozinha onde agarrei uma caneca e a enchi com o líquido negro amargo ao qual chamamos de café, então rumei de volta para o quarto.

Minha escrivaninha, assim como o resto de minha casa está imunda, não, não estou dizendo que havia uma camada espessa de poeira (apesar de que um pouco de pó era visível em sua superfície), mas sim que estava abarrotada de coisas, as quais lá estão por conta de meu extremo desleixo e preguiça. Respirei fundo e comecei a escrever um e-mail para a Torchwood, avisando que aceitaria o emprego.

Passei cerca de meia hora analisando cada letra, cada vírgula e cada frase, pensando se realmente deveria deixar a Escócia, vivo aqui desde sempre, e mesmo sendo uma excelente oportunidade eles me mandaram a proposta por conta de uma recomendação misteriosa, e se eu não fosse bom o bastante? E se essa pessoa tivesse cometido um equívoco ao depositar tamanha fé em mim? Mesmo não querendo admitir durante essa interminável meia hora esperava que Kristen me ligasse, que pedisse desculpas e que dissesse que íamos nos casar e que diferente do que ela me disse no restaurante nós teríamos um final feliz. Isso não aconteceu, enviei o e-mail, se eu não fosse bom o bastante voltaria para a Escócia, não tenho nada a perder.

Levantei-me da cadeira sentindo-me novo, e pronto para possivelmente a tarefa mais difícil de minha vida, pôr a casa em ordem após tanto tempo praticando a arte de procrastinar, o primeiro passo, lavar toda a louça suja. Peguei todas as xícaras espalhadas pela casa (que não eram poucas) e as pós na lava–louça, depois comecei a organizar todos os papeis em caixas, como a vaga é garantida é melhor começar a empacotar algumas de minhas coisas ao invés de tratar disso na última hora como é meu costume.

Olhei cada um dos papeis com a curiosidade de uma criança, eram minhas teorias, cálculos matemáticos complexos, e alguns eram desenhos, sempre amei de desenhar, mas em meio aqueles que me lembravam de momentos felizes havia um que remexia toda a cola ainda molhada em meu coração, era Kristen, quando tinha 21 anos, com seus cabelos loiros abaixo dos ombros desenhados com o máximo cuidado e apreço por mim que tentava imortalizar a ela que era o ser ao qual dedicava cada batimento de meu coração e cada respiração de meus pulmões. Aquilo fez meus olhos queimarem como se tivesses caído no fogo, as lágrimas lutavam desesperadamente para caírem, meu estomago revirou, podia claramente perceber que meu lábio inferior tremia tamanha minha tristeza, pus aquele bem em baixo dos outros papeis, pois, mesmo minha fúria não era forte ao ponto de fazer minhas mãos transformarem aquele pedaço de papel em fragmentos inúteis e indecifráveis.

A limpeza foi deixada de lado quando achei algo que procurava há muito tempo, minha edição de colecionador de Harry Potter e a Pedra Filosofal, comecei a ler meus trechos favoritos para me animar, mas fiquei tão imerso na majestosa escrita de J.K que comecei a lê-lo integralmente.

‘’Ding – Ding’’

O barulho indicava um novo e-mail. Corri de volta ao computador (agora em uma mesa limpa) e abri minha caixa de entrada, era da Torchwood.

‘’Caro Sr. Smith.

Agradecemos por sua resposta favorável à nossa proposta de emprego, porém se faz necessário que o senhor venha á Cardiff para que lhe seja apresentada a Empresa e seu local de trabalho, esperamos uma reposta sobre o dia. Quando estiver disposto a discutir peço que ligue para este número 0700 900461’’

Ao ler isso John não pensou duas vezes, pegou seu celular e discou:

‘’Torchwood em que posso ajudar? ’’ Era uma voz de mulher.

–Eh.... Aqui quem fala é o John Smith, eu recebi seu e-mail e gostaria de tratar sobre minha ida á Cardiff.

‘’Claro, o senhor poderia aguardar um momento? Peter Tyler disse que gostaria de ser informado de sua ligação para atende-lo pessoalmente. ’’

–Eu aguardo, obrigado. – Peter Tyler.... Ponderei, se bem me lembro o Tim, ou Sr. Capaldi me falara algo sobre ele, acho que ele era o sócio majoritário com 49% da empresa contra outros cinco sócios com 10,2% da empresa.

‘’Sr. Smith? ’’ Era uma voz masculina do outro lado.

–S – Sim. – Respondi nervoso.

‘’É um prazer finalmente falar com o senhor’’

–O prazer é meu. Não querendo ser impertinente Sr. Tyler, mas quem me recomendou?

–Seu chefe atual, o professor Peter Capaldi. – Meus olhos arregalaram-se. O sr. Capaldi é um brilhante mestre, famoso por seu mal humor inflexível e por sempre carinhosamente mandar os alunos calarem a boca, mesmo quando estes já estão em silêncio. Ele que sempre me xingou de ‘’Garoto estupido em crise de histeria’’ me recomendou para o emprego? Claro que nunca acreditei naquilo, mas haviam assistentes bem mais promissores, eu era mais um sonhador, como ele dizia. – Peter meu professor de faculdade e confio plenamente em seu julgamento.

–Entendo.

–Agora tratando de negócios, quando poderia mudar-se? Devo ressaltar que um novo pesquisador e um professor substituto são essenciais no momento, para nossa sorte o senhor cumpre todos os requisitos, então quanto mais rápido mudar-se mais cômodo será para nós da Torchwood.

–Poderia me mudar na semana que vem, mas preciso de tempo, preciso achar algum lugar para morar.

‘’ Não se preocupe com isso, a empresa lhe fornecerá acomodações, o primeiro mês de aluguel já está pago, o moveis e o local foram escolha pessoal de minha esposa, tenho certeza que irá sentir-se à vontade’’

–Sendo assim estarei em Cardiff na segunda. Muito obrigado.

‘’ Eu que agradeço. ’’

–Te vejo na segunda chefe.

–Estarei aguardando. – Ele desligou o telefone.

Senti meu ânimo revigorado. Sorri como um tolo ao imaginar o Sr. Capaldi me indicando para o trabalho, decidi que não perguntaria nada a ele, afinal é um senhor de idade, além do obvio fato que ele jamais admitiria que me recomendou a seu ex-aluno, falarei com ele amanhã, hoje ligarei para meus pais, eles vão adorar a notícia.

P.O.V Autora.

–Era o novo pesquisador? – Perguntou uma garota loira sentada no lado oposto da escrivaninha num escritório enorme, a sua frente na mesa da imponente mesa de mogno estava Peter Tyler, a frente de uma imensa janela que tomava toda a parede, como se toda a cidade estivesse sempre um passo atrás e nuca pudesse alcança-lo. Isso por uma parte é verdade, o Sr. Tyler é um dos homens mais poderosos de toda a Inglaterra, gênio em matemática (não por escolha própria), tem contatos por toda a cidade, gosto questionável para moda e nas horas vagas, seu pai.

–Sim. Querida.

–Mas como eu ia dizendo, o aniversário da sua mãe...

–Ah sim.... Ela vai adorar. Mas ainda faltam meses para isso. Vim aqui para falar de outra coisa.

–O que filha?

–Eu.... Eu não quero trabalhar num escritório de advocacia!

–Sabe que não gosto dessa ideia Rose.

–Mas...

–Sem, ‘’mas’’. – Ele se levantou da cadeira e abraçou a filha. –Querida, isso vai ser bom para você, acredite em mim, era meu sonho me tornar um grande advogado, garanto que vai adorar a profissão.

–Tudo bem pai. – Ela disse, mas no fundo ela sabia que não ia ficar bem, Rose Tyler odiava com todas as forças aquele curso, vocês podem achar que é apenas um capricho da juventude e sua recusa em aproveitar a ‘’oportunidade’’ vem puramente de birra juvenil, mas estão enganados, a loira tentou até que sua mente implorasse por clemencia, mas nada na ideia de ser advogada a atraia.

A garota reprovou no segundo ano de faculdade porque por mais que se esforçasse não conseguia entender nada da área. Seu pai não falou nada, apenas ‘’Você vai aprender a gostar’’, ela não tinha tanta certeza sobre isso, a maioria das garotas aos 23 anos tem o direito de escolher o que vai fazer da vida, ela também tinha, mas sentia que decepcionaria o pai se trancasse o curso, então estava disposta a ser infeliz só para fazer o que Peter Tyler queria. Todos fazem o que Peter Tyler quer, esse Smith é a prova viva, um e-mail foi o bastante para fazê-lo jogar tudo pela janela e correr para Cardiff.

E ali nos braços do pai ela se sentia um mártir na eterna guerra das gerações que acometia a família Tyler desde seu bisavô, de um lado haviam pais exigentes, de outro, filhos conformados cujos desejos eram abatidos nas trincheiras conforme alcançavam a idade adulta, mas mesmo naquela guerra Rose Tyler era uma ovelha negra, porque não importava quanto tempo passasse suas ambições continuavam indomáveis perante as de seus pais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem o que gostaram e o que queriam que melhorasse ;)