Harry Potter e a Neta de Voldemort escrita por Thaty Shinoda


Capítulo 9
Capítulo 8 - O pior


Notas iniciais do capítulo

História originalmente escrita com Sheila Farias.
Porque existem histórias que quando não são contadas ou finalizadas, ficam na sua mente lhe perturbando até que as deixem sair.



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Capítulo oito – O pior

 

O salão já começava a apinhar, o que com a música no ultimo volume tocando os últimos sucessos do mundo bruxo e trouxa, não era surpresa. O grupo de amigos dos irmãos Summers foi endossado por Harry, Rony, Hermione, Sabrina e Morgana no mesmo instante que esses conseguiram chegar até a mesa deles no salão. Sabrina tinha noção que tinha algumas coisas a contar a Morgana, e dessa vez queria fazer isso com Hermione, dessa forma elas só foram as anfitriãs por poucos minutos na mesa dos garotos, e logo começaram a circular até alcançar o andar superior, fechado por faixas. Fizeram pequenos tours, deixando Morgana se jogar sobre a cama do seu quarto e arrulhar um pouco animada antes de abrirem as portas conjuntas ao quarto de Sabrina. A ruiva se jogou na cama e agarrou um ursinho, com uma careta.

— Preciso contar algo a vocês, agora que está tudo bem. Preciso de ajuda. – ela deixou sair antes que perdesse a coragem. – Mas é segredo. Do tipo pacto de melhores amigas, Morg. – Ela lançou um olhar para a morena, deixando Hermione um pouco confusa. Ainda que bastante animada e emocionada com as palavras de Sabrina que deixava claro que ela achava Hermione grande.

— Pacto de melhores amigas?

— Ouch, sério? Isso é cruel com ela, você sabe! Todo o sangue que envolve... – Morgana começou, com uma expressão séria. Hermione se sentou ereta.

— Não quero...

— Relaxe, não tem sangue, só sua palavra de honra. Do tipo nunca, nunca contar o que é dito aqui, nem para Rony e Harry. Sei que eles são seus confidentes...mas nem tudo pode ser conversado com garotos. E agora preciso da confiança de garotas. – ela suspirou se sentando e prendendo os cabelos vermelhos em um coque.

— Tudo que você precisa fazer é contar todos seus segredos e nós contamos os nossos.

— Todos? – Hermione hesitou. Não podia entrar naquele pacto, não contaria seus segredos. Tinha muitos e a maioria envolvia a segurança de Harry e o mundo mágico. Simplesmente não poderia. As meninas riram, e Morgana revirou os olhos.

— Não todos, Mione. Você não precisa nos contar o que você, Harry e Rony fazem todos os anos desde o primeiro para ganhar muitos pontos para a Grifinória mesmo que estejam arrebentados e obviamente quebrando as regras.

A garota corou, tendo ouvido pela primeira vez o que as pessoas que estavam de fora achavam das suas aventuras. E era mais do que eles deveriam, na verdade. Sempre achara que eles não percebessem...muito. Concordou com a cabeça, ainda hesitante, então Morgana estalou os dedos e tirou as botas de cano alto, se encaminhando para o armário de Sabrina depois. Soltou um silvo, pegando um vestido ali dentro e pondo ele sobre seu corpo, se afastando para se olhar no espelho.

— Tudo bem, como sempre: eu começo.

xxXXxx

— As meninas estão demorando. – Harry olhou a pista de dança, sacudindo o pé no ritmo da música.

— Um pouco. Quer falar sobre mais cedo? – Rony sussurrou, enquanto observava Fred e Jorge se esbaldarem na pista de dança com Angelina Johnson e Alicia Spinnet. – Ugh, elas não vão ficar satisfeitas com aquilo. – Apontou para as portas. De onde estavam podiam ver grande parte do saguão, e até mesmo a porta, de onde um grupinho de garotas passava, lançando seus cabelos por todos os lados. Thaty Meyer e suas sonserinas, penetrando como se fossem as rainhas da festa.

— Não. Para as duas coisas. Elas são sexys. – Deu de ombros para as sonserinas, não querendo muito se deixar levar pelo mau humor que deixava seu animo pouco festivo. Rony sorriu de lado.

— E fáceis, podíamos tentar...Ah não faça essa cara, sei que você está se guardando para sua Cho. – Fez barulhos de beijo para o moreno que só lhe deu uma pancada atrás da cabeça.

— Então, vocês dois, soube que estavam tentando ser legais com minha irmã. – Arthur disse casual, tentando puxar alguma conversa dos dois que pareciam alheios na mesa. Harry e Rony ficaram desconfortáveis, trocando olhares.

— Não pareceu funcionar. – disse Harry por fim. Arthur gargalhou.

— Ouvi falar disso também, ouvi falar sobre alguns gritos e falta de educação dela. – olhou os dois por um momento, abrindo um sorriso encorajador depois. – Ela é bem desagradável quando quer. Obrigada por tentarem cuidar dela mesmo assim.

— Sem problemas. – Harry bebeu seu ponche, tentando pensar em algo a dizer. Foi Rony quem os salvou.

— Puddlemere, então? – ele apontou a camiseta por baixo da camisa aberta de Arthur, que tinha o logo de um time de futebol. Bem casual e jovem. – Perderam para os Cannons na segunda base.

O Summers riu mais, forçando um sorriso malvado depois. – Você não vai querer discutir quadribol comigo, cara.

— Pode apostar.

— Certo, onde vocês estavam nos últimos dez campeonatos? Zero. – Ele fez um gesto de loser com os dois dedos na cabeça. Rony se empolgou, pronto a responder quando uma voz o interrompeu, ás suas costas. Uma voz hostil.

— Summers.

— Jackmen, e sua patota. – Arthur cerrou o punho, lançando um olhar ameaçador ao garoto de cabelos castanhos a sua frente. Ele apenas sorriu e conseguiu um lugar na mesa quando uma garota negra, muito bonita com seus cabelos negros lisos e a cara redonda de boneca o abraçou.

— Ah parem com isso os dois, parecem crianças.

— Mandy! Você está linda!

Arthur virou os olhos com desagrado enquanto os dois se abraçavam, Fillipe dando um beijo na bochecha de Amanda Scully, uma de suas melhores amigas.

A coisa toda, conforme Harry e Rony logo perceberam, é que eles não se davam bem. Arthur, Richard e mais dois de seus amigos pareciam automaticamente fechar a cara enquanto Fillipe Jackmen e seus amigos, Alecssander Vighty, David Finster e Carlos Boreanaz se juntavam a eles. Na verdade apenas Carlos recebeu um cumprimento animado, e se juntou a conversa dos Summers, enquanto lados se formavam naquela mesa que se tornou pequena demais em pouco tempo. Logo eles ficaram sozinhos, trocando conversas com Lufanos mais velhos que nunca haviam sequer sabido que existiam, enquanto os Summers tiravam duas de suas amigas para dançar.

— Vamos sair daqui, certo? – Rony fez um gesto de corte com o pescoço, indicando a mesa onde os grifinórios, mais familiares, riam.

Algumas coisas sempre seriam definidas pelas casas de Hogwarts.

xxXXxx

— Você simplesmente o beijou? Sem saber quem diabos ele era? – Morgana caiu na gargalhada, para desespero de sua amiga.

— Pare, Morgana! Vamos te ajudar, Sá. – Hermione se sentia mais leve agora que elas haviam conversado tanto, pondo para fora a maioria dos segredos femininos que era besta para os garotos, mas papo muito sério para elas.

Mas sorriu um pouco também, ainda mais quando Sabrina jogou a almofada no meio do rosto de Morgana. Esta caiu rindo para trás.

Haviam ficado muito, muito tempo ali. E agora ela se sentia mais unida as duas, depois de saber coisas tão pessoais, desde o primeiro beijo de Morgana. – Desesperado, no quarto ano, com Neville. – Até como Sabrina conhecera Cedrico. E como ela namorara Arthur Summers antes disso. Da parte dela ela tivera um segredo sobre Krum e um certo ruivo Weasley, coisa que só dividira antes com Gina, e se sentia bem com isso. Nunca antes pensara que sentia falta de uma amiga bem presente em sua vida. Ginny cumpria muito bem o papel, mas Hermione vivia tanto em função dos estudos, e os horários diferentes das duas, não permitia que ela simplesmente trocasse segredos e brincadeiras assim tão simples.

Agora, Sabrina lhes relatava com riqueza de detalhes o que acontecera no salão comunal, a uma semana, e elas tentavam decifrar o mistério do Weasley perdido.

— Vou perguntar diretamente, é isso que vou fazer!

— Não! – Sabrina parecia mortificada.

— Você nem fala com eles. Quando vai fazer isso aliás, Morg? Você já falou do seu medo de rejeição. E eu já disse, você nunca deu chance.

Morgana fez uma careta, franzindo os lábios. Depois prendeu os cabelos em um rabo de cavalo bem alto, virando-se para elas. Estivera se trocando com as roupas de Sabrina também, e agora usava calças de couro justas, suas botas e um suéter vermelho vivo. – Porque você tem que ser tão sábia, sempre, Hermione?

— É compulsivo eu acho. Você está bonita.

— Obrigada. – A morena pareceu radiante, e olhou Sabrina com malicia.

— O que? – Hermione se ergueu da cama com medo.

Não demorou até que as duas se afastassem satisfeitas de seu trabalho. Cabelos domados em um coque sexy, calças jeans skinny estilizadas, um body mais decotado do que ela gostava e uma jaquetinha branca por cima depois, e Hermione se admirava assombrada no espelho.

— Eu disse que era só me deixar me divertir. – Sabrina piscou a ela, passando um pouco de gloss rosado nos lábios da garota. Depois olhou Morgana. – Você vai falar com eles certo?

— Apenas para ver a cara de Rony de perto quando a ver. Vamos – A morena abriu a porta animada.

Quando chegaram no térreo se assustaram com o tanto de cabeças ali. Alguns dos netos das amigas de vovó Penny havia se juntado a festa, e Sabrina e Morgana podiam reconhecer os primos de Sabrina num grupo mais a frente. Se surpreenderam quando viram uma moça de vestido obviamente medieval se esbaldando na pista de dança com dois estudantes de corvinal e sonserina, ela girou e mandou um beijinho a um deles, gingando com o outro. Morgana deu um tapa na testa, gemendo.

— Minha prima Diandra. – Explicou ela para Hermione – Fraca para bebida!

— Sabrina! Jogaram alguma coisa na limonada, acho que foram cogumelos, estou curtindo o maior barato. – Uma garota morena se aproximou, cambaleante. Tinha um sotaque forte latino e Sabrina correu para abraça-la.

— Carmen, você veio! Caramba todo mundo conseguiu passe livre hoje? – Ela parecia assombrada enquanto Carmen e Morgana se olhavam com falsidade óbvia. A ruiva estacou quando a multidão se abriu e a lareira ficou visível. Um garoto saia das chamas; Ellijah. Era alto o suficiente apenas para ficar um pouco acima de Sabrina, com cabelos encaracolados de um castanho claro bonito e olhos luminosos azul cerúleo. Ele sorriu para ela e ela agarrou os braços de Morgana e Hermione com força. – Plano de emergência.

— O que...? Plano de...? – Hermione parou confusa enquanto Sabrina escapulia pelo meio da multidão a sua esquerda, e Morgana a puxava com firmeza para a direita.

— Plano de emergência significa estratégia para fugir da situação. Confusus.— Ela apontou sem dó a varinha em direção a Elijah, sussurrando o feitiço que saiu veloz num raio alaranjado da ponta dela, atingindo o garoto no lado do corpo. O garoto girou duas vezes no lugar, tão rápido que era como um pião, depois parou com a mão na cabeça, piscando atordoado. – Sem escrúpulos, Mione. Vou agarrar Diandra, antes que piore. Você...ah droga, Arthur o viu. Pode cuidar disso, por favor? – Ela piscou os olhos, pulando na ponta dos pés para enxergar Sabrina entrando na sala de estar, decerto atrás da limonada do demônio. Voltou a olhar Hermione, suplicante. – É só manter eles dois afastados, vamos lidar com isso daqui a pouco, juro. Você é um anjo, obrigada. – E se afastou para a prima rebolante.

Hermione deu de ombros, caminhando o mais rápido que conseguia pela multidão, agradecendo sua convicção de não usar o salto que as meninas haviam querido lhe empurrar em detrimento de sua confortável sapatilha. Ela parou na frente do Summers que bufava enquanto andava até o garoto atordoado. Ele parou arregalando os olhos e Hermione corou um pouco. Sabia porque Sabrina gostara desse garoto antes, ao vê-lo agora. Era tão bonito que era meio pecaminoso, com suas calças sociais e camisa branca aberta sobre a camiseta azul claro dos Pudlemere esticada em todos os lugares certos do peito e abdômen bem definido. Ele abriu um sorriso daqueles que gosta do que vê e ela corou mais.

— Ah oi. Hermione, certo? Alguma coisa...?

— Hm. Bem. Sua irmã! Ela me pediu para arrasta-lo fora do caminho. Digo, para perto dela. – Ele ergueu a sobrancelha, entendendo o que ela estava fazendo e pensou um pouco, enquanto ela corava mais. – Sua prima, quero dizer...

— É, acho que posso te acompanhar. Alguém já disse que você é muito bonita corada?

“Não! Não e nunca, ó meu deus, Morgana vai me matar.” Ela berrou em pensamentos, em júbilo e mais vermelha ainda com o elogio. Tocou o pulso, agarrando a pulseira de couro trançada nele, se forçando a se concentrar enquanto ele a conduzia pelo braço de forma cavalheira até os cantos, longe da grande multidão do meio. Era um pedaçinho de couro besta, mas Gina fizera aquela pulseira para ela na toca, a uns anos, e lhe lembrava Rony. Gorgolejou, quando ele apertou seu braço com um pouco mais de força para chamar sua atenção.

— Eu disse que minha irmã está ali com seus amigos Rony e Harry, acenando. Você está bem?

— Sim. Oh Merlim, sim. Vamos. – Seu rosto queimou quando pegou o olhar carrancudo de Rony em cima de si mesma.

— O que você disse a ela, Arthur? – Morgana afastou Hermione como que para protege-la.

— Só que ela fica linda corada, gosto do efeito disso, olha que graçinha. – Ele apontou Hermione que corava mais e Morgana assumiu um ar de ódio declarado. Soltou sua mão, ao mesmo tempo que Rony cerrava o maxilar para Arthur. O Summers riu, e abraçou sua irmã. – Mas acho que ela tem namorado.

— Ela não tem namorado! – Rony pontuou com convicção. Hermione sorriu triste, e Arthur segurou a irmã mais firme, para impedi-la de um ataque ao mesmo tempo que sorria animado.

— Ah não...?

— Arthur, chega! – Morgana deu um soco na costela do irmão que se retraiu.

— Ok, desculpe. Que prima é essa que ela me disse, ou era só para me afastar do Drummon?

— Diandra. Na cozinha, ela bebeu a limonada com cogumelos.

— Colocaram cogumelos na limonada? – Harry olhou intrigado. E então Morgana pigarreou.

Até aquele momento ela apenas se deparara com Harry e Rony enquanto voltava da cozinha, e pedira para que eles esperassem um pouco até que ela chamasse Hermione. Eles haviam ficado. E era hora dela falar. Ela olhou os dois, sorriu, depois desfez o sorriso, rosnou, e girou a cabeça para o lado. Harry fez tanta força na careta que distorceu um pouco o rosto, um olho maior que o outro enquanto ele erguia a sobrancelha. Morgana observou sua cara, respirou fundo e girou as costas para ele, dando passos para longe.

— Nem pensar. – Sabrina finalmente dera fim na limonada, interceptando a cena e agarrando Morgana pelo ombro antes que ela fosse muito longe. – Foi uma promessa, não vai cair um pedaço seu.

— Droga, Sá, eu não quero fazer isso.

— Você é uma vergonha para a Grifinória, não tem coragem.

— Eu sei o que você está fazendo e não vou cair nessa!

— Tá certo, você não tem. Olha... – Ela sorriu por cima do ombro de Morgana, que olhou. Hermione enfiava uma mecha que fugira do coque atrás da orelha enquanto Rony balbuciava como um peixinho fora do aquário. Morgana suspirou e Sabrina também. – Uma gracinha. Agora vamos lá.

— Não, preciso ver Diandra. É sério, não. Merda! – Ela parou novamente a frente dos garotos, apertando os olhos com força antes de os olhar. Rony e Hermione pareciam aliviados com a intromissão e Arthur não estava em parte alguma.

— Morgana quer dizer algo a vocês dois.

Harry deu um sorriso secreto. O irmão dela já dissera sobre o que achava que ela queria dizer, com base no quanto conhecia da irmã, e logo antes de se enfiar pelas portas da cozinha ele dividira com Harry a idéia de uma pequena crueldade da qual Harry gostara muito.

A morena passou a língua pelo lado interno da bochecha, depois começou.

— Queria...pedir desculpas por tudo que fiz para vocês, os pits que dei, e grosserias que usei em momentos injustos. E as ofensas a você, Rony, aquele dia, eu sinto muito não sei o que aconteceu comigo. Não sou boa tendo amigos, eu acho. Queria pedir desculpas e que vocês aceitassem falar comigo, mas se não quiserem eu entendo e não ligo. Bom, ligo, na verdade, mas é escolha dos dois. De verdade. Então é isso, foi bom conversar com vocês, até mais.

Demorou um pouco para que Sabrina estendesse a mão para a segurar, tão chocados eles estavam. Porque as palavras não foram ditas com virgulas e pausas para tomar ar, só foram jogadas em um tom considerável e trêmulo na cara deles antes que ela começasse a sair. A morena se encolheu toda no lugar. Rony tinha um bom coração.

— Tá tudo bem, sem ressentimentos. – Ele começou a estender a mão, mas Harry pôs seu melhor olhar superior, o fazendo baixar a mão estendida. O ruivo o olhou como se ele estivesse possuído e Harry girou o rosto, escondendo o sorriso.

— Não... – ele disse, com um olhar sério. Morgana murchou, depois seu temperamento surgiu, como fogueira, e ela inchou o peito, o vermelho espalhando pelas bochechas, a raiva pronta a explodir. – ...tem problema.

Ele riu. Depois Rony, Hermione e Sabrina. Por fim Morgana tentou uma risada, meio aliviada.

— Para referencias futuras, não faça esse tipo de brincadeira.

— Seu irmão que me deu a dica. Eu gostei. – Ele mostrou todos os dentes brancos para ela e ela corou um pouquinho.

— Bom saber, já sei em quem tenho que bater. Me desculpem, sério.

Harry piscou para ela, para dizer que estava tudo bem, e Rony abanou a mão para deixar o assunto de lado. Os gêmeos se aproximavam.

— Sabrininha minha querida amiga, como vai?

— Ah não, vocês provaram a limonada?

— Limonada, o que tem a limonada? - Jorge abraçou Sabrina pela cintura, confuso.

Ela se sentiu pronta a desfalecer, ou explodir de vergonha, o que viesse primeiro. Hermione e Morgana a fitavam como linces observando a presa em ânsia. Ela fechou a cara para as duas, que desviaram a atenção rapidamente.– Não sei de limonada, você tá com sede?

Ela grunhiu, tentando ganhar algum espaço. – Tô, mas já vou pegar uma cerve...

— Não precisa. Eu tenho um copo de cerveja amanteigada bem aqui, pode ficar. – disse o garoto praticamente empurrando o copo a Sabrina. Ela o olhou desconfiada, aceitando o corpo.

— ‘Brigada.

— E você, Morganinha, aceita um pouco? – Fred enlaçou Morgana igualmente ao que o irmão fizera. Ela precisou se lembrar do que prometera para não o socar para longe dela, mas aceitou. – Espero que isso sele de vez nossa amizade. – Ele sorria brilhante, os olhos girados na direção do irmão.

— Morganinha...amiga agora...mais alguma coisa está batizada? - Perguntou a morena muito desconfiada.

— Claro que não, só estamos sendo amistosos.

— Não sei porque ninguém nunca acredita na gente. - disse Jorge em tom choroso.

Fred e ele se afastaram, com caras cínicas de tristeza. Rony girou a cabeça dos irmãos para Harry, depois Hermione. “Eles estão aprontando.” Disse o ruivo apenas com o olhar, ao que Harry deu um passo para tomar o copo, e salvá-las. “Eu quero ver.” Rony o segurou e disse só mexendo os lábios dessa vez. Hermione lhe mandou um olhar de censura e começou a se mover para detê-las.

— Tá tudo bem, garotos, obrigada por serem gentis. Morgana, precisamos cuidar de um assunto, vem comigo.

Sabrina, puxou a morena com firmeza, até que elas atravessassem o salão.

— Isso tem que ter alguma coisa errada.

— Também acho, não vou tocar nessa cerveja amanteigada. – A morena segurava o copo longe do corpo com medo de que ele explodisse. – Vamos jogar as bebidas em uma planta?

— Não, é melhor agente dar pra alguém...Pra ver o que isso faz, vai que garante risadas? Ali. – Ela sorriu travessa para Morgana, indicando Crabbe e Goyle a sua frente. As duas se controlaram para não gargalhar como gênios do mal. Foi Morgana quem se aproximou primeiro, se aproveitando dos dias passados com Malfoy para os tranqüilizar.

— Ei meninos. Estou atrás do Draco, para uma dança, vocês sabem. – Ela flertou um pouco, fazendo Crabbe aguçar o olhar, enquanto Sabrina fingia brincar com o decote de seu suéter. Jogo sujo, automaticamente conseguiram a atenção dos garotos.

— Draco está com Thaty no andar de...

— O QUE? – gritou Sabrina furiosa, Goyle deu uma cotovelada nas costelas do amigo, que se apressou a concertar.

— Não, acho que eles estão nos jardins.

— Eu espero, eu vou subir agora, e se ver alguém nos quartos eu vou...

— Vou com ela, vocês podem ficar com essas cervejas. – Morgana tentou manter ainda a pose. Mas estava tão furiosa quanto Sabrina.

Iam em direção ao andar de cima quando avistaram Thaty Meyer num canto com suas amigas, Draco entre elas. Ás suas costas o plop foi seguido de gargalhadas pelo saguão. No lugar de Crabbe e Goyle, agora dois cogumelos gigantes estavam plantados, como se fossem uma parte bizarra da decoração, saída do pais das maravilhas. Fred e Jorge gargalhavam, pensando que eram Morgana e Sabrina, e as duas se entreolharam.

— Acho que isso é guerra, para os gêmeos.

— Totalmente.

— Ei Sabrina, cogumelos legais. – Dino acenava um ok para elas, demonstrando que vira a transformação. Elas riram por instantes.

Morgana respirou profundamente, olhando o saguão a sua frente.

— Essa festa está um desastre.

— Não fala, não consegui dançar uma musica ainda, não faço idéia de onde está a vovó.

— Pois é. Já pensou em que logro vamos usar com os gêmeos?

— Com certeza, vou buscar e nos esgueiramos até...

— Não. – Morgana a olhou resplandecente, indicando Cream que passava com bandejas.

— Ótimo.

O plano foi rápido, e quase indolor. Cream passou a bandeja com os dois únicos bolinhos, dizendo a mentira que Sabrina havia inventado. Eram de admiradoras. E porque desconfiar? As únicas que podiam ter algo contra eles estavam plantadas como cogumelos no canto do salão. Eles pegaram os bolinhos transfigurados e comeram de algumas mordidas, Morgana e Sabrina ainda tiveram tempo de chegar a frente deles, com caras maquiavélicas antes que eles começassem a engasgar e esverdear. Seus rostos se repuxaram e incharam, e coaxos saíram de seus lábios quando eles tentaram falar, confusos. Se olharam, admirados. Eram dois sapos verdes, verrugosos e melequentos, Jorge pegou uma mosca que passou, Fred coaxou:

— Vocês são espertas.

— Vocês precisam ser mais sutis nas gentilezas. – Sabrina ria, indicando a frente. – Crabbe e Goyle.

— Cara, eu tô louco para sair pulando, e preciso de água!

— Sabrina voltamos ao normal, certo?

— Sim. Daqui a um tempinho. Quanto aos dois ali...?

— Droga. O mesmo. Jorge, cara, preciso mesmo de água. – Jorge estendeu a língua bem em frente ao rosto de Morgana, apanhando uma mosca como resposta. Ela sentiu um embrulho no estomago.

— Que nojo! Vou ver minha prima.

— Eu vou... – ela sentiu alguém travando seu braço e olhou para cima. Suas pernas amoleceram e ela susteve o ar.

— Nossa tudo isso é emoção em me rever? – Elijah sorria sedutoramente para ela.

xxXXxx

— Oi. – Ele esperou para que ela falasse algo por um longo tempo. Como nada veio ele decidiu tentar de novo. Essa era sua tentativa. Sabrina fechou a cara.

— Tchau, estou saindo, não viu?

— Doce como sempre! - Elijah foi sarcástico, se aproximando perigosamente.

— E aí Elijah e a namorada? – Ela cortou, se afastando da proximidade indesejada enquanto sentia um olhar queimar em suas costas.

— Terminei com ela, sabe ela era muito...fútil. Prefiro mulheres com mais personalidade, como você, amorzinho.

— Obrigado pelo elogio e sinto muito pelo namoro. - "Você nem sabe o quanto eu sinto. Pelo menos quando você estava com a "fútil" não enchia", completou em pensamentos. – Realmente preciso girar por aí, minha festa, você sabe.

— Claro, mas não posso ficar muito, você pode me dar uma dança, não é? Olha só, nossa musica assim como pedi. – Ele sorriu, cheio de dentes enquanto um tango começava a soar no saguão, pegando todos de surpresa.

— Elijah, você não...

— É só uma dança, Sá. Por favor? – Ela suspirou e fechou os olhos, derrotada.

— Você sabe, que tango em uma festa adolescente é apelação, não é? - Ela fechou os olhos de vergonha enquanto segurava a mão dele, que estava estendida no alto até o meio do lugar.

Elijah segurou fortemente Sabrina junto ao seu corpo, e começou a conduzi-la pela sala. Misteriosamente um buraco se abrira entre a multidão, e Sabrina se mexeu desconfortável enquanto Elijah deslizava os dedos pela sua espinha a moldando a ele. A ruiva aguçou o olhar e ele gargalhou.

— Nos aproximamos por causa das aulas estúpidas de tango das nossas avós. Achei que você ia gostar da referencia. Lembra quanto tempo passamos escorregando no soalho muito encerado até aprender?

Ela riu, a contra gosto. – Não! Não quero lembrar, aquilo era horrível.

— Você ainda dança bem. – Ele se referia aos pés dela que seguiam os passos dele em instinto por todo o salão, os dois se provocando como se estivessem lutando entre fúria e paixão. Ela não queria admitir, mas adorava realmente aquela musica, e mais ainda de dançar o tango que aprendera naquela época. E o fato dele lembrar disso dava um embaraço bom.

— Sinto muito por ter sido insensível, não sabia que o panaca tinha morrido. Mas o fato dele ter te traído, devo acrescentar, só prova que eu estava certo desde o começo e ele nunca foi para você.

— Elijah...– ele a girou para longe a fazendo rodopiar varias vezes no lugar enquanto a amparava bem a tempo de impedir que escorregasse. Aquelas botas não eram feitas para aquela dança, mas Elijah era bom, e aproveitou do deslize para a fazer inclinar para trás cortejando-a por cima, com a mão seguindo desde sua garganta até sua cintura sem a tocar. – Você ainda está sendo insensível.

Ele voltou a colá-la a ele, com um sorriso maroto. – Eu esperei por isso um tempo. Podíamos voltar, agora, tivemos um amor...muito quente, eu diria.

— Éramos inocentes, nada foi quente. E nunca iríamos nos casar.

— Como pode saber? Se o panaca não tivesse se intrometido poderíamos ter dado certo...

— Querido, eu e você não demos certo, mas não foi por causa do Cedrico e sim porque...éramos crianças demais para entender o que sentíamos.

— Não acho. Na verdade acho que você ainda sente algo por mim.

— Claro que sinto...um imenso sentimento de amizade. – Ela girou o observando por cima dos ombros, com um sorrisinho estampado. Puro teatro da dança, e ele sabia disso.

— Partiu meu coração sabia?

— Tango é sobre corações quebrados e paixões platônicas. – Ela riu, lembrando-se da professora. Seus saltos estalavam enquanto ela marchava em direção a ele, simulando fúria. Ele a pegou quando ela virou as costas, voltando a valsar. – E não seja cínico, da última vez que você estava querendo me beijar...você tinha feito uma aposta com seus amigos.

— Foi uma coisa inocente, você mesma disse que éramos idiotas.

— Eu disse crianças, mas você está certo, idiotas encaixa bem em tudo o que aconteceu.

— Tá, tudo bem, vou parar de insistir no assunto. – Ele rodopiou com ela no ar a fazendo deslizar por seu corpo quando a desceu. Seu tom mudara quando ele voltou a falar, e ela ficou satisfeita em constatar que sim, ele mudara e amadurecera de verdade. – Realmente só vou poder ficar para esta dança, é dia livre na escola e vou visitar meu avô.

— Mande lembranças a vovô Edmund, ele melhorou?

— Alzeimer, sendo trouxa não tem muito o que fazer, mas ele lembra de você as vezes, mandarei as lembranças.

Elijah e Sabrina terminaram a dança de frente um para o outro, olhos nos olhos, quase boca na boca. Ele soltou uma risadinha do fundo da garganta e ela só teve tempo de fechar os olhos enquanto ele apertava os lábios contra os dela, com força e paixão, quase liberando a tensão da dança. Foi um beijo seco, quente e desesperado. Mas não tinha um pingo de amor, e ela não se preocupou a retribuir, puxando o ar com força para os pulmões para o olhar com raiva. A sua volta todos haviam parado para observar o espetáculo que eles davam, o que significava que todos eram testemunhas do seu crime.

— Você...é louco.

Elijah que já estava parado perto da lareira, animado. – Claro que sou, você percebeu só agora? Foi nossa despedida, amor. Mansão Drummon. – Ele jogou um pouco do pó-de-flu que estava em uma pequena bolsa de couro na lareira e desapareceu em meio as chamas.

— Uma salva de palmas para o show da nossa anfitriã. – Disse vovó Penny com o feitiço sonorus na garganta, afastando a varinha para aplaudir junto aos outros, Sabrina tocou um ponto entre as sobrancelhas que latejava.

— Vó?

— Você foi incrível, docinho!

— Sei. Foi você que contou a Elijah? – A avó não falhou o sorriso mas seu olhar era carregado de culpa. – Vovó, eu adoro o quanto você quer me ver feliz, adoro que você faça essa festa. Mas deixa que se eu quiser eu mesma arranjo um novo namorado, que não vai ser o Elijah.

— Por que? Breda e eu estávamos tão esperançosas...

— Somos só amigos e-

— Tá bom. Quando você for escolher algum qual será: Rony, o ruivinho, o Harry Potter, bom partido, e tem também o Fillipe, ele está de olho em você...

— Você é sádica. – Ela olhou a avó exasperada. – Amor não acontece assim. Não sei, mas vou te contar quando descobrir.

— Eu sei, doce, mas nada impede que eu jogue todas suas opções para você. – Ela olhou a neta que se perguntava se a avó estava realmente caduca como fazia parecer. A senhora Lair riu. – Sabrina, você só é jovem uma vez. Estou brincando, pare de ser intolerante, e aproveite a festa querida. SAIAM JÁ DESSA ESCADA, GAROTOS. – Ela berrou com Michel Corner que apostava com seus amigos corvinos que conseguia descer o corrimão surfando de pé. – Nunca mais te faço uma festa! – Ela sussurrou antes de sacar a varinha e ir até eles.

— O que foi aquilo Sabrina? - Perguntou Richard se esquivando entre o grupinho de Thaty Meyer. Arthur estava com ele, mas ele evitava contato visual com Sabrina, o que só acontecia quando ele estava tão chateado com ela que resolvia que ela não existia. Ótimo, porque ele se importava afinal?

— Briga com a vovó. Foi ela que colocou a música.

— É. Mas não precisava do beijo né? – O garoto começara a liberar seu lado "irmão ciumento", pronto a esgana-la.

— E eu tenho culpa?

— Não você nunca tem culpa. É uma santa...

— Tá bom a culpa foi minha mesmo, foi eu que agarrei ele e o beijei a força. Tadinho eu estuprei ele. Sou má companhia, sou um demônio, tem algum problema com isso, Richard? Hã? E você Arthur? Vai me ignorar até a morte só porque beijei alguém? Algum de vocês quer me colocar numa forca? Posso arranjar a corda, o que me dizem?

— Eu não disse isso...Se acalme, que deu em você?

— Estou deixando tudo claro. – Ela dilatou as narinas para ele, furiosa. Richard se encolheu.

— Olha...

— Tchau.

Morgana bateu de leve no ombro de Richard. – Dia ruim.


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Notas finais do capítulo

Eu disse né? rs
O que acharam?
Alguns PO's voltam, conseguem adivinhar qual?



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