Harry Potter e a Neta de Voldemort escrita por Thaty Shinoda


Capítulo 7
Capítulo 6 - O beijo e as cartas


Notas iniciais do capítulo

História originalmente escrita com Sheila Farias.
Porque existem histórias que quando não são contadas ou finalizadas, ficam na sua mente lhe perturbando até que as deixem sair.



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Capítulo seis - O beijo e as cartas

 

Hermione se deixou cair sobre a cadeira no café da manhã do dia seguinte. Morgana demorara até que todos estivessem deitados para voltar a torre, e pela primeira vez ela teve que ir contra seus princípios e simplesmente deixara passar seu dever de monitoria. Sabia que deveria tirar pontos ou dar uma detenção a garota, mas tinha que ser sincera, sabia também suas próprias escapadas e que não demoraria a Harry ter algo que quisesse descobrir e então ela teria que fazer o mesmo. Simplesmente ficara aflita com os garotos nos sofás do salão comunal até que eles estivessem cansados demais, e depois subira, tentando ver como Sabrina estava para tentar uma conversa.

Ela estava dormindo. Sem o colar. Ela podia perceber quando tropeçou nele na porta do banheiro, e com cuidado o juntou e colocou na cabeceira da ruiva. Pelo que via a outra tinha as pálpebras vermelhas e inchadas de quem chorara até pegar no sono.

Quando Morgana se esgueirara para dentro ela estava quase resvalando para o sono, mas se sentou perguntando baixinho se a outra queira conversar. O raio de sol que era a amiga simplesmente fez um muxoxo, meio soluço, e se enfiou debaixo das cobertas. Hermione revirou até finalmente o cansaço falar mais alto, tentando pensar em planos para ás fazer ponderar bem.

De manhã conseguira fazer Sabrina se abrir, logo depois que Morgana se trancara no banheiro, e quando esta saiu dele, conseguiu que ela também soltasse a historia entre bravejos que assustaram até mesmo Lilá Brown. E era isso. Nenhuma das duas parecia disposta a ponderar que era uma amizade tão longa, e nenhuma delas parecia sequer reconhecer que eram amigas. Segundo Sabrina: Morgana era uma vadia falsa de marca maior, egoísta que só pensava em si mesma, graças a Deus ela se livrara de uma pessoa assim a tempo. Segundo Morgana: nunca conhecera ninguém chamada Sabrina, a não ser que ela estivesse falando daquela vadia injusta de quem ela graças a Deusa se livrara a tempo.

Ela observou os assentos vazios a sua frente, podia ver Morgana sentada na mesa da Lufa lufa cabisbaixa, contando o que acontecera aos irmãos. Virou-se para Harry que esperava curioso seu parecer.

— É isso aí. Nenhuma das duas vai dar o braço a torcer, elas perderam a amizade por causa de um cara que tá morto! – ela resumiu com um sorrisinho nervoso.

Harry negou com a cabeça, descrente. – Vamos fazer algo?

— Vou fazer tudo que for possível, vou encher elas até que não suportem mais, vou fazer até mesmo o que não for justo. – Ela concluiu, taxativa.

Harry aprovou com a cabeça, Rony lhe deu um animador ok com o polegar estendido.

xxXXxx

O dia foi tão cheio que ela nem teve que pensar muito nas coisas que haviam acontecido, ou como elas poderiam ser diferentes.

Era uma noite gostosa de fim de Setembro, e o frio espantara a maioria dos alunos para perto das lareiras, portanto ela se mantinha ali confortavelmente encolhida em uma manta que trouxera com um livro de poesias que tinha a muito tempo. Sua mente vagava pelas letras deixando a mente abstrair tranquilamente, soltando suspiros e muxoxos de desanimo e descontentamento conforme lia cada frase profunda de amor, intimamente pensando se ela tinha algum problema para eleger um livro de poesia romântica quando se sentia tão anti amor naquele momento. Talvez um tipo de tortura auto imposta. Fez um bico piscando para conter as lagrimas quando o time de quadribol prorrompeu pelo buraco do retrato.

Sabrina parou de ler, colocou os óculos – que precisara usar com medo que sua íris fosse danificada com o derretimento das lentes, agora que ela chorava todo o tempo. - e o livro em uma mesa e ficou prestando atenção na bagunça que eles faziam, até que um sorriso apareceu na sua cara triste. Mas depois de algum tempo, em que ela se sentia um tanto transparente, o salão foi esvaziando até que ela ficou sozinha.

“Estou sozinha, procurando o amor nosso e acreditando em suas palavras de que iria me amar para sempre. Mas eu estou sozinha, meu coração palpita só, e é pior do que se você tivesse junto a mim, porque estava sozinha estando com você.” A tristeza por fim tomou conta dela enquanto passava os dedos pelo poema perfeito para seu momento. Em sua cabeça começou tudo a girar e seus pensamentos se misturaram, a morte de Cedrico e a descoberta da traição, sair da Espanha para ir a uma terra praticamente "desconhecida", a morte horrorosa e cruel de seu pai e por fim o fantasma de sua mãe, a atormentando mais e mais com toda a história de...

— Sabrina.

A garota perdeu o fio de pensamentos, alguém a chamava, ela abriu os olhos e viu uma mulher muito bonita com traços que lembravam os dela própria, os mesmos lábios pequenos e delicados, os mesmos olhos castanhos pesados e lânguidos, o mesmo corpo curvilineo bem delineado no espartilho e vestido negros...a unica diferença eram os cabelos, negros como as sombras vistas através do reflexo translúcido da fantasma e ondulados, caindo em cascatas ao redor dos ombros nus da mulher. Seu último pensamento aparecera.

— O que? - perguntou Sabrina nervosa, tudo o que menos queria era debater com sua mãe agora. Levou a mão aos olhos e esfregou, cansada.

— É assim que você fala com sua mãe? - disse Penélope, com as mãos na cintura, pronta a brigar com a filha. Ela era tão estranha. Suas feições fantasmagóricas eram assustadoras, tanto quanto o fato dela agir como se estivesse viva e fosse uma mamãe maravilhosa.

— Desculpa. O que a senhora deseja? - Disse sem emoção.

— Eu sei o que aconteceu, vi tudo. Veja, aquele coisinho— - debochou Penélope, ao que Sabrina fez uma careta e a interrompeu.

— O que tem ele, mãe?

— Eu disse que ele não era coisa boa, sabia que ele estava te magoando e-

— A SENHORA SABIA QUE ELE TINHA ME TRAIDO E NÃO FALOU NADA? - gritou Sabrina sem se importar que alguém pudesse ouvir. Estava simplesmente cercada por gente que queria a esfaquear pelas costas. Era isso!

— Eu tentei, mas você não me escuta, sempre que vou falar você acha que é sobre outro assunto. E me interrompe. – Olhou a filha com desanimo, deslizando para frente e trás, depois lhe lançou um olhar severo, estirando um dedo rijo de unhas assustadoramente compridas e vinho. O fantasma de sua mãe era algo incompreensível a ela. Sempre pensara em pesquisar em algum lugar. Porque ela tinha cores! Era de um translúcido com cores, de forma assustadora. - Não grite com sua mãe, moçinha.

— Bah, eu cresci com a senhora falando sempre do mesmo assunto, como é que eu iria adivinhar que a senhora resolveu mudar o disco? - falou Sabrina baixando, mas só um pouco, o nível de sua voz.

— Olha o tom, menina, estou falando sério. E acho que deste jeito você perceberá que agora é melhor esperar eu terminar de falar, pra depois dizer qualquer coisa.

— Ótimo. Estamos combinadas, há mais? Por que eu estou cansada, decepcionada, com raiva e triste ao mesmo tempo e acho que só uma noite de sono vai curar parte disso... – Cansada não era a palavra, esgotada talvez.

— Mais uma coisinha, aquele nosso velho assunto, Já decidiu sobre o que te disse no ultimo dia de férias? Já aceitou que-

— Ah não, eu acabei de falar e a senhora continua com isso. Nem pensar em discutir isso, pode ir embora. - interrompeu Sabrina.

— E eu acabei de falar! Você sabe que eu posso- Está vindo alguém, eu vou, mas voltarei em breve.

O fantasma desapareceu no ar.

— Isso foi uma ameaça? Porque não importa mais, ouviu? - Sabrina se levantou e perguntou para a mãe que já havia desaparecido. Suas mãos estavam crispadas ao lado do corpo, seu rosto vermelho de fúria.

— Com quem você estava falando? – Era um do gêmeos Weasley, ela não podia ter certeza de qual já que ele estava só com um pijama desbotado, com a camisa meio aberta.

— Com o fantasma da minha mãe! - disse a garota sem pensar.

Ele se encaminhou até uma mesa, se agachando e mexendo em um painel sob ela, bloqueando sua visão. Quando se virou tinha duas garrafinhas presas na mão. Cerveja amanteigada, ótimo. Ela agarrou uma no ar quando ele lhe lançou.

— Você tá brincando?

Ela desejou falar que não, mas entendeu que até para um bruxo era estranho alguém falar com a mãe que morreu, tão longe do local onde ela assombrava. Ao menos era o que seu pai havia lhe dito quando ela tentara sondar. Sua mãe berrara por dias com ela. Não! Ela era amaldiçoada com sua mãe que a seguia por algum motivo e de alguma forma bizarra parecia não estar morta as vezes. Suspirou e com muito esforço, suprimindo seu estado que quase a impedia de inventar mentiras, ela sorriu.

— É, eu tô brincando. Eu só tava pensando alto. – Ela tomou um longo gole e sentiu um calor se espalhar através da sua garganta. Riu com gosto. – Batizada? O que tem aqui?

— Firewhisky! Gosto de sair da linha às vezes.

— Sim. Escuta você é você ou você é seu irmão? – Riu meio maníaca e ele ergueu as sobrancelhas acompanhando a brincadeira. – E sai a noite para encher a cara de firewhisky normalmente? – ela voltou a se sentar, se recolhendo debaixo da manta.

— Eu acho que eu sou eu. - falou bem seriamente, depois simplesmente se deixou sentar ao lado dela se acomodando debaixo da manta sem ser convidado. Ela gostou. – E só faço isso nas noites que tenho insônia, me ajuda a dormir, e você? O que faz aqui sozinha tão tarde?

— Também sou eu. Não só bebo quando alguém praticamente me força a isso. E tô acordada falando com o fantasma da minha mãe... - Sabrina sorriu por um instante. Fugaz e tremula. – Estava lendo e perdi a noção do tempo.

— Você fica mais bonita sorrindo.

Os olhos dele queimaram nela, enquanto ele girava o corpo e estendia um dedo para contornar o sorriso dela. Parecia tão sincero.

Sabrina corou. Há algum tempo nenhum homem muito importante lhe fazia elogios, não que naquele momento o Weasley fosse importante pra ela, mas algo a fez lembrar...os últimos que ela lembrava terem feito isso foram Cedrico e seu pai, quando se lembrou disso começou a chorar.

— Eu disse algo de errado? – o garoto se sentou meio ereto, recolhendo a mão e a esfregando no encosto do sofá.

— Na verdade não... - ela soluçou. - É que eu me lembrei de pessoas muito queridas. – Droga! Mesmo Cedrico sendo o que foi, ela ia ser capaz de pensar nele como algo menos que querido um dia? Sentiu falta do colar para toca-lo, e soluçou mais alto.

O garoto puxou o ar com um sibilo aflito e arregalou os olhos para ela. Por um instante pareceu perdido, sem saber o que fazer depois simplesmente pôs a garrafa sobre a mesinha e a envolveu pela cintura com firmeza, a puxando para seu peito, sussurrando.

— Por favor não chore, eu não gosto de ver as pessoas chorando. Ei...

Era incrível mas ela se sentia protegida nos braços dele. Deixou que o abraço morno a embalasse e afundou seu rosto no peito dele, deixando suas lágrimas rolarem e molharem a camisa desbotada e meio aberta. O cheiro dele era bom, o toque dele nos seus cabelos era tão delicado, enquanto ele percorria devagar os dedos pelos fios lisos, acompanhando todo o comprimento, depois tocando com a pontinha dos dedos o alto de sua cabeça, mandando arrepios confortáveis por sua espinha. Ele continuava a balbuciar consolo e pedidos para que ela não chorasse, se desculpando e ronronando de forma terna, e ela se deixou ficar nas nuvens que era o aperto dos braços dele em volta da sua cintura.

Então ela lentamente subiu seu rosto até ficar cara a cara com ele, e quando abriu lentamente os olhos o encarou percebendo que ele tinha olhos azuis muito penetrantes e profundos, tão ternos que a olhavam preocupado. Ela se perdeu nos olhos dele e ele se perdeu no tom castanho brilhante e natural dela, ela ficava tão diferente sem as lentes, era como se ele só conhecesse agora a verdadeira Sabrina. O garoto lentamente levantou suas mãos e limpou as lágrimas que insistentemente escorriam por seus lindos olhos e deu um sorriso doce e sincero, se perdendo no momento. Não houve nenhuma palavra, porque ela sentia simplesmente que não precisava. Ele fez um movimente suave para frente e ela percebeu o que ia fazer, segundos antes de se dar conta de que o queria com todas suas células. Fechou novamente os olhos, se odiando por quebrar o contato, mas as mãos dele acariciavam sua bochecha de uma forma que a fazia querer se enroscar mais, como um filhotinho de gato contra ele. Os lábios se tocaram, suavemente, hesitantes por um nanosegundo antes que ela abrisse os seus para recebe-lo com suave e murmurado gemido de entrega.

Por alguns instantes ela se rendeu ao beijo, doce, amoroso, e deixou que suas mãos se erguessem até que alcançasse a camisa dele, o puxando mais para si enquanto identificava o sabor dele. Cerveja amanteigada. Com firewhisky. Doce e picante. E tão bom, tão delicado. Sentiu que ele voltara a acariciar seus cabelos, firmando agora sua cabeça com uma pressão morna e masculina a sustentando para que não escorregasse como manteiga, como ameaçava fazer caso não tivesse tão agarrada a ele. Então pareceu que alguém soprou em seu ouvido: "Cedrico". Não podia fazer isso, era errado, estava em luto, estava com o coração partido, odiava os homens e tudo que tinha a ver com eles.

O empurrou de súbito, e sem dar nenhuma chance de se arrepender, subiu com as pernas bambas para o dormitório.

Todos dormiam e não por muito tempo. Seu coração, ele ia acordar todo mundo. Prendeu o fôlego e apertou o peito, onde ele estava, se deixando cair na sua cama com os olhos muito arregalados. Seus dedos tatearam até os lábios e ela tentou juntar os fragmentos de pensamentos que enchiam sua cabeça de forma desordenada. Não podia fazer isso. Não agora, e ela amava Cedrico. Ou deveria amar. Deveria estar de luto por descobrir que ele era um cachorro. E odiar tudo. Mas não se sentir culpada como se tivesse traído ele. Ela nunca esquecera Cedrico, nem mesmo com a dor toda de descobrir o que ele havia feito, ela prometera a ele e a si mesma que havia valido a pena, que era amor de verdade e ela nunca iria esquece-lo. E um dia depois ela estava se deixando levar por um outro cara. Se derretia nos braços dele, e o beijo dele, o gosto e os lábios. Tocou o pescoço, onde ficava o colar e desviou o olhar para o criado mudo, onde Hermione o colocara.

Era hora de romper com ele. Com um pensamento repentino ela o apanhou e o olhou por muito tempo. Sempre que ela olhava para aquele colar por um longo tempo sonhava com Cedrico, e era isso que ela queria: sonhar com ele para desabafar tudo o que estava preso na garganta, toda a raiva dela. E que era hora dela não sentir culpa por beijar alguem mais. Era hora de romper. Notou que na noite anterior fora a primeira vez desde que ela ganhou o colar que havia o tirado. E era doloroso, porque ela sabia que o tirara para não mais coloca-lo. Depositou com todo o cuidado a jóia no fundo do malão, e então um pensamento a assustou.

“Você é você ou você é seu irmão?”

“Acho que eu sou eu.”

Ele não entendera, era obvio. Mas ela realmente não fazia idéia de quem o garoto que a fizera esquecer os problemas e Cedrico, por instantes acolhedores, era.

xxXXxx

Enquanto isso...

Depois do beijo, ele ficou parado lá sem saber o que fazer, nunca uma menina tinha o beijado antes daquele jeito. Para ser sincero ele nunca sequer havia agido assim com uma menina antes. Nunca antes sentira aqueles arrepios gostosos ao longo de todo o corpo, nunca sentira o coração tão acelerado e os sentidos tão alertas. Nunca um gosto ficara tão marcado em sua boca. Baunilha e manteiga. Doce e cremosa. E macia. Podia sentir o corpo dela ainda marcado no seu e a boca ainda apertada na sua, como se ela estivesse ali, bem ali.

E nunca antes uma garota tinha saído correndo tão apavorada depois que ele a beijara também. Se orgulhava disso na verdade. Ele se endireitou no sofá e esfregou as calças do pijama. Suas mãos estavam suadas e ele nunca ficara tão nervoso com uma garota, ou tão absolutamente apavorado porque tinha certeza que a tinha assustado. O que faria? Olhou pro lado e viu o livro e seus óculos sobre a mesa, tirou com cuidado os óculos de cima do livro e leu um verso.

Para começar um beijo

Ele vai pra sempre me amar,

É assim que vai ser

Sei que ele está por ai esperando eu aparecer

Pronto para me conhecer...

Sorriu com toda a bobagem feminina e romântica postas naquelas palavras, e então se viu suspirando, lembrando dos olhos dela enquanto girava os óculos pelas hastes. Ela deveria ficar encantadora de óculos, devia usa-los sempre. E os olhos dela, de um tom tão quente de castanho. Mulheres. Para que mudar o tom? Eles eram tão lindos, ele podia ver uma miríade de tons quentes de chocolate fitando-o bem ali. Agarrou sua cerveja amanteigada e puxou um pergaminho, escrevendo um bilhete para a garota, colocando-o bem no centro do livro. Suas próprias palavras bonitas. Assinou com uma brincadeira e depois esvaziou sua garrafa. E a dela.

Foi deitar. Com mais falta de sono do que antes.

xxXXxx

Na manhã seguinte ela acordou com a sensação de que tudo era um sonho. Um sonho bom, mas não real. Tocou o peito, notando que o colar não estava ali, com um sorriso triste e desconsolado. Certo. Isso ela podia aceitar, que Cedrico se fosse. Estava tudo bem. Mas suas entranhas ainda estavam em pânico com o fato de que tudo o mais fosse verdade. O garoto, o gêmeo Weasley!

Imaginava que beijar qualquer dos dois fosse parecido, ou não? Ela podia tentar jogar o verde aos dois, e então, eles podiam achar que ela era uma vadia completa, ou brigar por sua mão, o que viesse primeiro. Cerrou o maxilar, descendo para o salão comunal para descobrir seus óculos e seu livro, assim como duas garrafas meticulosamente juntas sobre eles, atestando que era tudo absolutamente real. E se ele culpasse a cerveja? E se ele estivesse tão bêbado que nem mesmo se lembrasse? E porque ela se importava tanto com isso? Era um momento, um beijo, e não ia acontecer de novo. Estava tudo bem ela nem sequer fazer idéia de quem ela beijara. Sim, tudo bem!

Desceu ao salão principal meio anestesiada, ouvindo imediatamente um burburinho estranho na mesa da Grifinória. Vozes chocadas e fofoca para todo lado. Ela não se importava, nem um pouco.

Hermione, Harry e Rony estavam ali. E os gêmeos. Ela hesitou e se sentou meio mecânica, parecendo amalucada. Morgana estava longe, mas Morgana não era sua amiga, Morgana podia fazer o que quisesse. E ela queria muito, muito contar pra ela, pensou desanimada. Morgana saberia o que fazer, para começar Morgana odiava os gêmeos, então não seria vergonhoso contar a ela como seria contar a Hermione. E Morgana teria um plano. Hermione era uma graça mas não parecia muito...interessada em beijos. Mas Morgana não era mais sua amiga e o que importava aquilo afinal?

Deixou o olhar vagar, ouvindo os murmúrios aumentarem conforme algo acontecia a sua esquerda, mas estava congelada. Porque um dos gêmeos, Jorge, pela inicial no suéter, estava falando com ela. Agarrou uma maçã e saiu rápido, sem olhar para trás e sem responder.

— Sá, você tá bem? – era Harry, se aproximando da porta da sala de aulas. Era Feitiços, com Lufa-lufa, e ela chegara bem cedo. – Você saiu meio apressada.

— Ah sim, mais ou menos, estava...querendo tirar duvidas do professor. – forçou o sorriso para o garoto, depois andou até a ultima carteira e sentou. Aérea.

Sua mentira era tão obvia, quando o anãozinho entrou e meia aula se passou sem que ela se mexesse para falar com ele, que teve que evitar o olhar de Harry por quase toda a aula. Já estava indo para a terceira aula quando Hermione a alcançou. Harry e Rony vinham atrás a olhando meio preocupados, e Morgana estava desaparecida. Tudo bem, para ela era ótimo. Ainda tinha raiva, só não tinha tempo para pensar nisso. O dia estava rápido não?

Respirou profundamente, se obrigando a controlar a ansiedade, ou enlouquecer de vez. Mas Hermione falava com ela.

— ...no café da manhã! Conversando com o Malfoy, não brigando. Você viu?

— Não! Quando? Quem? – ela pestanejou, e Hermione a lançou um olhar desconfiado como quem achasse que ela estava se fazendo de boba de propósito.

— Não brinca, isso é sério. Morgana disse que odiava o Malfoy.

— Ahh, bom. Ela deve ter tido uma orgia de cerveja amanteigada ou algo assim. – Sorriu forçado, depois suspirou fundo ao ver a cara da outra. – Olha Hermione, não me importa com quem Morgana está falando. Não é da minha conta.

— Ela é sua amiga. Vocês precisa parar com isso antes que fique pior. O Malfoy é...

— Um esnobe insuportável. Eu sei. Mas ela consegue calar a boca dele, já percebeu? Não me importo. Vamos mudar de assunto.

— Sabrina...

— Não, é serio! Preciso mudar de assunto. – “Ou vou enlouquecer guardando isso.” Ela passou as mãos sobre o rosto e puxou Hermione para o lado. – Você não pode contar a ninguém, nem a Harry e Rony. Tudo bem? – seu tom era de tragédia e Hermione concordou, assustada. – Acho que não amo mais o Cedrico!

A morena deixou sair o ar dos pulmões, rindo. – Até que enfim!

— Mione!

— Não, vamos encarar, ele morreu a mais de cinco meses! Sim, bem, não é tempo suficiente eu acho, quando é amor verdadeiro. – Ela acrescentou vendo a cara que Sabrina fez. – Mas ele te enganou, se você o amasse eu ia achar um pouco absurdo. Você ter raiva dele é meio normal. E quem disse que ele era sua alma gêmea ou algo assim?

— Eu sempre achei que fosse. – A ruiva chutou algumas pedras do gramado. Hermione a abraçou.

— Sá, todo mundo segue em frente, cedo ou tarde. Uma parte sua pode amá-lo, mas deve ser difícil perdoar o que ele fez dessa forma tão súbita. Sabe o que? Não dá é para você brigar com sua melhor amiga por isso.

— Não começa.

— De qualquer forma porque você teve essa revelação de repente? – Hermione girou os olhos, depois os fixou ao longe, apreensiva. Morgana vinha pelo caminho com Malfoy.

— Porque...você se lembra daquele colar que eu disse que ele me deu? Eu o tirei, mas antes... Eu costumava sonhar com Cedrico, quando o olhava muito. Acho que era encantado. Enquanto nosso amor durasse, ele apareceria nos meus sonhos, não importa onde estivesse, e tem funcionado...mas ontem não. Ele esta morto, não tem como ele deixar de me amar, dessa forma...

— Veja pelo lado bom. – Ponderou a garota lentamente. – Agora você vai aproveitar mais a vida e sorrir mais também, por que não vai só ficar pensando nele.

— Eu não queria deixar de ama-lo. Mesmo com o que ele fez! – Ela fez uma cara triste e a amiga sorriu.

— Mas não pode viver em função dele. Ele não gostaria disso, ninguém que é tão bom, a ponto de você querer ama-lo mesmo depois do que ele fez, gostaria de te escravizar assim. Você o ama. Só não cerrou seu coração, certo?

Sabrina sorriu. Porque era tudo que precisava ouvir. Hermione estava certa! Ela deu uma batidinha no ombro da amiga com o seu, mais tranqüila.

— Não é que você é uma sabe-tudo de verdade?

As duas riram antes que Harry se aproximasse para as apressar. Era a aula de Hagrid, junto com a Sonserina também, e o meio gigante estava um pouco ansioso quando eles chegaram em frente sua cabana.

— Nós temos três aulas com a Sonserina! – Rony reclamou, olhando para o outro lado do campo com azedume. – Nunca foi assim antes!

— Nunca tivemos três aulas com Corvinal e Lufa-lufa também! Acho que faz parte da política de ensino do quinto ano para cima. Se perceber as aulas ficaram maiores, e diminuíram a quantidade na semana. Pelo que falei com Dino só Estudo dos Trouxas e Aritimancia não é em conjunto. Os professores não podem ser tantos para cobrir todas as turmas.

— Sim, Harry. E é ano de Nom’s, ano que vem as matérias serão eletivas pelos testes desse ano, pelo que ouvi falar, e então teremos aulas ainda mais longas e turmas juntas ainda mais porque serão menos alunos e matérias mais avançadas. – Hermione terminou de esclarecer, com sua pose de monitora. Rony fez uma careta.

— Já sei no que não quero passar então. Ano que vem desistirei de Poções!

— Você não pode fazer isso Rony, precisa de Poções para tentar a carreira de Auror.

Rony encolheu os ombros, pernicioso. – Duvido que Snape vá deixar que passemos! Ele vai encontrar uma forma de nos ferrar! Posso fazer um curso de verão quando terminar a escola para conseguir créditos para a Academia de Aurors.

Hermione balançou a cabeça lastimosa, mas Harry concordava com Rony. Sabrina observava tudo meio perdida. Ela não pensara em toda essa pressão dos NOM’s e no que queria ser, na verdade. Essa conversa começava a lhe dar um leve pânico.

— Alguém vai desistir de Trato? Não? Então prestem atenção em Hagrid. – ela os silenciou.

xxXXxx

Na sexta-feira Sabrina e Morgana viram Trude entrar pela janela. A coruja da vovó Penny deixou cair uma carta no colo de Morgana e aterrissou na cabeça de Sabrina, a constrangendo.

— Trude desce da minha cabeça, por favor?

A coruja deu um pequeno vôo até a mesa, ofendida. Sabrina pegou a carta que ela trouxe enquanto Rony começava a alimentar a coruja com pedacinhos de pão.

— Você fez um melhor amigo, Trude! – Ela riu, enquanto o ruivo lhe fazia uma careta e voltava a conversar com um Neville meio apavorado com ele. Sabrina sorriu, abrindo a carta.

“Docinho,

Eu espero que esteja tudo bem por ai, depois que você me disse que decidiu esquecer o Cedrico Diggory decidi fazer uma festinha, para lhe animar.

Será para você e a Fofinha arranjarem novos namorados, porque vocês ficam insuportáveis sozinhas. Vida que segue, é meu lema. Estou convidando todos os meninos de Hogwarts e algumas meninas também, devo convidar alguma em especial?

Será no dia da visita a Hogsmeade, esse final de semana, não esqueça.

O traje é o normal, será uma festa bem comportada de tarde, ou seja, de arromba! Por favor não me apareça aqui vestida com um vestido longo e cheio de babados, afinal é uma festa jovem, como meu espírito.

A casa é bem grande caberão todos, não se preocupe.

Beijinhos,

Vovó Penny

Obs: Convidei outros meninos que são seus conhecidos como o filho da Ruth Dolt, o Francisquinho. Vai ser uma ótima festa.”

Sabrina pôs as mãos na boca para não gritar. Em cada palavra lida da carta da avó ela começava a se desesperar mais. Imaginava que a avó achasse engraçado que a carta tivesse um tom de convite, e ainda mais engraçado falar sobre o Francisquinho. Porque o Francisquinho era um insuportável de primeira, na opinião das duas. A avó a estava torturando, e se divertindo. Não duvidava de que a intenção da festa fosse muito boa, mas conhecia a avó, e sabia ler o que estava nas entrelinhas. Era seu fim! Ela ia ser conhecida como a louca solteirona de Hogwarts. Estava perdida! Mas desde que a avó não convidasse um outro neto de uma outra amiga sua, estava tudo bem. Ela podia suportar ser apresentada a todos os garotos de Hogwarts. Podia...

— O que foi? - perguntou Hermione olhando aflita para a amiga, que parecia perto de uma sincope.

Morgana também notou e franziu o cenho enquanto desdobrava sua própria carta.

“Fofinha,

Vou dar uma festa para você e para a Docinho para ver se vocês arrumam algum namorado pois, como eu já disse, vocês sozinhas ficam muito insuportáveis. Você tem toda uma transformação em você, é hora de aproveitar o melhor dela.

Você já sabe que todos os meninos e algumas meninas de Hogwarts foram convidados – fale com a Docinho e mandem a lista de quem devo incluir em uma única carta, por Merlim – chamei seus primos de Avalon também, e uma moça chamada Diandra disse que estará aqui.

Esqueci de observar na outra carta: não se assustem quando as corujas entrarem, sim?

Tomara que esteja tudo bem. Você esquece da sua avó sempre não é? Nem manda nenhum recado, pior do que a Sabrina...

Beijinhos,

Vovó Penny”

Obs: Seus irmãos também vão – estou avisando para deixar claro que os manterei longe da sua busca por um novo amor – e não precisa de roupa de gala vai ser de tarde, no dia que vocês forem a Hogsmeade. Estou ressaltando de novo só para ter certeza de que vocês, leia-se Sabrina, não vão esquecer.”

— Oh.meu.Merlim!

— Por.Morgana!

As duas meninas disseram juntas quando ergueram as cabeças para o que parecia o ataque das corujas enfurecidas. Elas pareciam uma revoada, voando em círculos e linhas ordenadas e deixando cair convites no colo de cada um dos garotos – e três ou quatro garotas, incluindo Hermione – do quarto ano pra cima. Morgana pôs as duas mãos na garganta, como se tivesse sufocando e Sabrina baixou a cabeça na mesa, batendo-a e gemendo.

Harry abriu sua carta e franziu o cenho para Sabrina, depois para Morgana. – Vocês duas estão procurando namorados? Quem é Penny Casamenteira?

— Minha avó. – Sabrina sussurrou derrotada.

Morgana deixou sair um riso nervoso, que era quase um grito agudo. Rony gargalhou.

— Não, aqui diz que é uma brincadeira, e vai explodir em alguns minutos. Não vai certo? – ele olhou Sabrina apreensivo. Bem nesse instante os convites em todos os locais pipocaram e explodiram, assustando todos com o grito de “Yup” que soltou. – Merlim. – Rony espanou a fumaça magenta da frente do rosto, depois pegou o pergaminho que afinal estava intacto. – Agora só trás o endereço e diz proibido adultos. Gostei, tô nessa.

Rapidamente grupos de garotos da Grifinória começaram a vir confirmar a sua presença a qualquer uma das duas, enquanto algumas meninas franziam o cenho para o que não sabiam o que estava acontecendo e faziam muxoxos mau humorados. Thaty Meyer e seu grupinho em especial. Arthur vinha pela multidão, esbaforido.

— Morgana porque no meu convite estava escrito Festa Sem Fins Amorosos e no de Théo Bott estava escrito Festa da Busca Por Novo Amor?

A morena sorriu, abobada e suas narinas se dilataram. Richard vinha logo atrás de braços cruzados e uma cara de fúria.

— Que merda foi aquela de Malfoy ser convidado? O que vocês duas estão aprontando?

E na hora do pânico as duas agarraram as mãos e olharam os dois com caras inocentes.

— Não faço idéia. – Morgana piscou, tentando parecer inocente enquanto Sabrina confirmava com a cabeça.

— Vocês conhecem vovó Penny!

— É uma brincadeira!

— Elijah... - Sabrina quebrou o contato das mãos, com os olhos opacos enquanto sua mente era cortada pelo pensamento tenebroso. Morgana se encolheu ás suas palavras.

— Ela tá fazendo aquela cara de novo. – Sussurrou Harry hesitando entre abanar Sabrina ou jogar água em sua cara antes que ela tivesse um ataque ou algo assim.

A ruiva falava consigo mesma, como que pra se convencer. - Ela não chegaria a tanto.

— Ah não, ela não faria isso. – Richard tentou tranqüilizar Sabrina, com tapinhas amigáveis.

— Eu odeio Elijah, se ele for, vou quebrar a cara dele! – Arthur cerrou o maxilar, fazendo algumas meninas da mesa da Grifinória suspirar. Morgana as fuzilou com os olhos.

— Ela não sabe, Richard. – Sabrina pontuou em tom de tragédia. Mas não disse nada para Arthur. Bem da realidade gostaria que ele quebrasse a cara de Elijah.

— Quem é Elijah? – Perguntou Hermione meio perdida.

— Um babaca!

— Um ex namorado. – Corrigiu Sabrina. – Um americano, acho que...meu primeiro namorado. – Ela hesitou olhando Arthur disfarçadamente. – Tinha uns onze anos, ele era neto de uma amiga de vovó, ela adora convidar esses garotos, numas festas jovens. O conheci, brincamos de namorado, conheci Cedrico depois e fui sua namorada de verdade. Ele nunca superou. Ele...criou algumas cenas no passado, que foram desconfortáveis para meu namoro.

— Ele te beijou, enquanto Cedrico estava lá! Disse que sabia que ele era passatempo e que voltaria para ele quando estivesse pronta! Sabe o quanto foi difícil segurar Ced quando... – Arthur parou.

Porque Sabrina sabia tudo. E o estava passando por cima de todo o drama cômico agora para lhe lançar um olhar amargo. A ruiva se afastou mais de Morgana e pôs seu melhor sorriso frio nos lábios.

— É. E seu primo era mesmo um exemplo a ser seguido...

— Sá, olha. Precisamos conversar sobre isso...

— Não Richard, não precisamos. Outra carta, maravilha!

Angel vinha animado pela janela, caiu na mesa e deu passos trôpegos até sua dona, resmungando.

— Eu não sou uma coruja, porque tenho que trazer as cartas que chegam em casa para a escola? Sua vó quer saber de quem são! Você precisa comprar uma coruja, eu já disse que não sou uma.

— Angel, cala a boca. - O pássaro ficou deprimido, soltando um grito e virando de um profundo tom de cinza. Sabrina sentiu pena. E o afagou enquanto ele andava de um lado a outro de seus ombros. Logo tirou as cartas de sua perna, estacando quando viu a maritaca se inclinar mais para frente, ansiosa. Ela sorriu e lhe deu biscoitos, depois girou para Hermione.

— A ultima vez que li minhas cartas para ele, ele repetiu tudo para a escola inteira.

— Eu sou uma maritaca, o que quer que eu faça? E o diretor ficou sabendo sozinho. Diz lá, estou curioso!

— Não vou ler! Vai pro quarto! – a ave saiu, agora de um tom de vermelho ódio. Sabrina deu de ombros, lendo a carta rapidamente. Era do Brasil, dos amigos que eles haviam contado antes. Riu com alguns trechos, depois, sem palavra, passou a carta a Morgana, sem nem olhar em sua direção.

“E aí meninas,

Tá tudo bele?

Ficamos sabendo da festa, o convite foi foda demais, vovó Penny Casamenteira é genial. Mas não vai dar pra ir, o pessu da escola tá muito rigido esse ano. Só porque tiramos uma nota baixa, porque ninguém estudo, é claro, vamos ter que ficar esse fim de semana estudando pra melhorá a nota.

Então não vai dar, tudo bem né? Na próxima nós vamos. E não esquecemos da promessa de nos visitar. Também temos surpresas mas vai ficar pra contar depois, fiquem de olho no horizonte.

Abraços e beijos,

Dênis , Caio e Carla.

Obs do Dênis: Se vocês precisarem de uma música irada e só mandar uma coruja, certo minas?

Obs do Caio: O beijo é pras duas, na boca, tá?

Obs da Carla: Não liga para os idiotas dos nossos amigos, só queria dizer pra vocês se divertirem, e sempre contarem com a gente. E que eu sinto muito mesmo por não ir. Mas sabe como é né assim é tudo na vida, e é necessário dizer:

Caramba! Vocês tão tão na seca que precisam de uma festa pra achar um novo amor? Saiam dessa, gatas, venham pro Brasil!

Desculpa mas eu perco as amigas, mas não a piada. Beijinhos.”

Nem bem terminou de ler ela olhou o remetente da segunda carta. Seu pior pesadelo, tomava agora forma. Mas ela não queria voltar a falar com os Summers, que ainda continuavam ali rosnando a cada um que se aproximava para confirmar o convite, portanto engoliu em seco as palavras do papel, pondo fogo na carta em seguida.

Amorzinho,

Sua vó me convidou para a festa: pode ter certeza que eu vou. Tomara que o "mala" do seu namorado não fique em cima de você te vigiando, pois temos muito que conversar.

Espero que você esteja feliz em saber que eu vou. Pode mostrar a carta para o "Mala" porque eu sei que ele tem ciúme de mim e vai ficar muito nervoso em saber que eu te chamei de Amorzinho.

Mil beijos,

Do seu de hoje e sempre,

Elijah Drumon”

Uma veia na sua têmpora saltava, meio irritada. O mais impressionante era o fato de que o garoto era tão bruxo quanto ela, e lera os jornais! Isso a fez se questionar se Elijah sequer sabia o nome de Cedrico, ou se se importava. Era meio triste pensar que ele só pensava nela como forma ou de provocar Ced, ou como troféu. Porque gostara de Elijah, assim como sabia que ele havia gostado dela. Deixou para lá, lendo o ultimo bilhete sem entender nada.

“Sabrina Penélope Vandon Lair:

Em breve você saberá toda a verdade sobre sua família, é mais surpreendente do que você imagina. Em breve você saberá.”

Girou a carta entre os dedos, tentando procurar o remetente. Que verdade? Que família? O que era aquilo? Sentiu um incomodo na boca do estomago, e portanto decidiu que aquela deveria ser guardada bem segura, escondida para que ela testasse alguns encantamentos nela depois. Por algum motivo, fora tão sinistra que a fizera tremer. Ao seu lado Morgana se levantou, com um grito, e só então Sabrina notou que ela tinha recebido outras cartas também.

— É de Ceci! Venham ler.

“Maninha,

Ai tá divertido? Espero que sim. Quando estive em Hogwarts era muito legal.

A Alyssa tem algo a dizer (Estou usando pena-de-repetição-rápida, sabe como é estou muito ocupada com os relatórios para o ministério francês e cuidando da Lyssa. É duro ser uma mãe proletariada.

Tata nan vajo a horra de irr pra Ogwarrts, que pane que você, o tonton Arthur e o tonton Richard já van terr saído quande eu entrrar, mas tanho certeza que masmo san vocês ai serrá legal. Manda um beijan parra os tontons.

Ela está com um sotaque forte não? Eu disse para o Josh para começarmos a falar inglês com ela. Como está Sabrina, ela está se adaptando bem? Diga que sinto saudades também, desde que mudei para a França não a vejo muito mais.

Olha só queria saber se tá tudo bem, vocês não mandam noticias. Faça isso!

Beijos,

Da sua irmã Ceci e da sua sobrinha Lyssa.

Obs: o Josh também tá mandando um beijão pra vocês, ele anda muito ocupado no Ministério, mas consegui segurá-lo em casa hoje e força-lo a trabalhar como um elfo doméstico, o cheiro de bolo de cerejas esta delicioso, morra de inveja. Te amo, não se esqueça disso.”

Na segunda carta seus pais apoiavam a festa, e ela fez uma careta diante do tom engraçado e superprotetor com que disseram isso. Tinha certeza que a mãe tinha escrito as linhas, alem da caligrafia, era do pai que ela herdara os ciúmes doentil. Para seu pai, ela era uma menininha de vestido azul, e não mais que isso. Nunca seria. Arthur franziu o cenho par a carta.

— Porque mamãe parece feliz com essa festa?

— Odeio essa festa! – Respondeu Richard.

Ela revirou os olhos, abrindo o terceiro pergaminho que continha uma linha, confusa e que automaticamente fez os pelos de sua nuca se eriçarem. Morgana prendeu o fôlego, dando um passo trôpego para trás e agarrando o braço do irmão. Por instantes ela vira...o que ela vira?

“Morgana Keridwen Lakelady Summers,

Em breve iremos precisar de você esteja pronta.”

Pestanejou, pensando em que engraçadinho mandara aquilo, e porque motivos sentia uma opressão no peito.

Não se dera conta, mas assim como Sabrina, enfiara a carta no bolso para analisa-la adequadamente mais tarde.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente adoro esse capitulo... a forma como rola o beijo e tudo o mais...quem será o gêmeo que a Sá beijou? Alguma pista?



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