A Sala Vira-Tempo escrita por Annie Black


Capítulo 1
Cap 1 - O Fim de Fred


Notas iniciais do capítulo

Essa ideia de fanfic já foi feita por varias pessoas, provavelmente. Mas resolvi postar a minha versão ;)
INSPIRADA EM: https://www.youtube.com/watch?v=mlh1Hybvyiw



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Era o fim da Batalha de Hogwarts. Livros de história da magia logo se encheriam de detalhes sobre o que acabara de acontecer naquele castelo, mas as paginas desses livros nunca conseguiriam expressar verdadeiramente como o castelo estava silencioso e quieto. Ninguém ria, ninguém sorria. Era de se esperar que com a derrota de Voldemort todos estivessem comemorando e levantando taças em brinde à vitória do bem contra o mal, mas ninguém conseguia encontrar forças para isso.

Os corpos dos que não sobreviveram eram trazidos ao Grande Salão. Aquele salão que dera lugar a tantos banquetes fartos e festas, agora era um necrotério. Não existia nenhum som ali além do choro de Jorge Weasley. Seu irmão gemeo estava ali, deitado, no meio do Grande Salão, mas seu corpo já não tinha mais vida. Fred estava morto. Ao lado dele um casal que deixou um órfão no mundo naquele dia. Remo e Tonks não respiravam mais. E além deles tantos corpos jaziam naquele salão frio: alunos e professores que tinham amigos e família, agora deixavam essa familia e amigos para sempre. Deixavam um futuro para trás. Por causa de Voldemort.

O nome do Lorde das Trevas não inspirava mais medo em ninguém. Seu corpo foi levado ao pátio na frente da entrada de Hogwarts, junto com o corpo dos seus comensais. Sem nenhum pano de proteção ou cuidado para espantar as moscas, alguns corvos já começavam a bicar os seus corpos. Ninguém se importava com os corpos dos culpados de tamanho massacre.

Harry Potter, o Eleito, o Menino Que Sobreviveu, estava sozinho na sala de Dumbledore. Ele já não tinha mais lagrimas para deixar cair. Num impulso puxou a penseira do antigo diretor e pegou um pequeno frasco em seu bolso. Era parecido com o frasco que continha as lagrimas de Snape, mas continha lembranças de outras pessoas.

Luna havia passado as ultimas horas recolhendo as lagrimas que podia encontrar. De alguma forma, isso parecia fazer algum sentido para ela, então ninguem questionou. Ela começou colocando a ponta da varinha no queixo da Sra. Weasley e colocando uma gota das lagrimas da mãe de Fred naquele recipiente, então pegou uma lagrima de Jorge, depois de cada um dos Weasleys, então pegou uma de Harry e de todas as pessoas que ainda lutavam contra as lagrimas em todo o castelo.

Depois foi de cadáver em cadáver encostando a ponta da varinha nas suas testas e coletando uma lembrança. Pareceu estranho ela conseguir fazer isso, afinal como podiam ainda existir lembranças naqueles corpos sem vida? Mas Luna, excentrica do jeito que era, conseguiu fazer isso de alguma forma. Ninguém perguntava o que ela estava fazendo. Depois de algumas horas ela concluiu que terminara de coletar tudo o que queria, então entregou o recipiente a Harry e disse para jogar seu conteúdo na penseira. Foi o que Harry fez.

Ao mergulhar sua cabeça na penseira Harry descobriu que ainda haviam lagrimas de sobra para cair. Isso porque a primeira coisa que viu foi a Sra. Weasley e seu marido segurando dois meninos identicos, recém-nascidos, que dormiam profundamente. Então viu Molly perseguindo os gemêos que fugiam pelados do banho, deviam ter 5 anos. Viu Molly reclamar dos resultados dos exames dos gemêos, depois viu eles fazendo alguma gracinha e Molly não conseguindo segurar o riso. Viu os gemêos olharem para a mãe antes de sairem de casa para fundar sua loja no Beco Diagonal e dizerem olhando nos olhos marejados dela:

— Mãe, não sei como você conseguiu fazer um trabalho tão bom com nós dois. Quero dizer, olhe para Gui e Carlinhos, devemos ser os primeiros filhos que merecem que você diga que está orgulhosa. – Um dos gemêos disse, Harry não sabia qual, num sorriso brincalhão. Ela começou a chorar e então o outro gemeo disse:

— Ei, não é como se fossemos morrer. – E sorriu para a mãe – Amanhã mesmo voltamos para o almoço. Você sabe que não conseguimos cozinhar.

— Tudo bem – Molly disse entre soluços. – Vou fazer os seus preferidos.

Os gemêos sorriram e cada um deu um beijo numa bochecha de Molly.

— Te amamos, mãe. – Disseram juntos.

Harry olhou para os gemêos e pensou que nunca mais os veria juntos. Então as lembranças de Molly sumiram e deram lugar às lembranças de Jorge. Harry viu os dois planejando alguma marotagem, viu os dois juntos indo para Hogwarts pela primeira vez, viu os dois juntos praticando feitiços na Armada de Dumbledore, viu os dois juntos acabando com a paz durante os exames que a Umbidge aplicada e fugindo de Hogwarts. E então viu os dois lutando juntos na Batalha de Hogwarts, algumas horas atrás. E viu as lembranças dos outros Weasleys com Fred.

Então reviveu suas proprias lembranças com o gemêo (embora pudesse ser Jorge, afinal ele nunca conseguiu distingui-los). E viu Remo e Tonks juntos, viu Remo contando a Harry que queria que ele fosse o padrinho do seu filho recém-nascido. E por fim viu Sirius. Viu Dobby. Viu Dumbledore. E viu seus proprios pais sorrindo para ele, aquilo devia ter sido algum tempo antes da noite que morreram, pois Sirius estava com eles.

Todas essas lembranças eram felizes. Muito felizes. Felizes demais para aquele momento. Harry não se sentia bem vendo aquilo tudo, afinal todas aquelas pessoas estavam mortas. Para sempre. Por causa de Voldemort. Porque Luna queria que ele visse aquilo?

E a penseira começou a mostrar os rostos de cada um dos mortos que estavam no Grande Salão, apenas no ultimo sorriso que deram. Viu Fred rindo para Percy, viu Remo e Tonks sorrindo um para o outro, e por ai vai... Viu mais de 100 rostos. Aquilo não estava deixando Harry mais conformado ou algo assim, muito pelo contrário. Ele pensava no tanto que aqueles alunos e professores podiam ter vivido se não fosse Voldemort.

Além disso, a culpa do bruxo das trevas de alongava muito mais do que apenas aquela batalha. Sirius morreu por causa dele. Dumbledore morreu por causa dele. Por Merlin, Edwiges morreu por causa dele. E mais do que isso, James e Lily morreram por causa dele. Os pais de Neville ficaram loucos por causa dele. Tudo isso era culpa de Voldemort e Harry não sabia como apenas uma pessoa podia fazer tanto estrago no mundo, isso não devia ser possível.

Harry sentiu seu corpo sendo erguido para fora da penseira e viu Luna, que disse:

— Ficou mais calmo?

— Oi? Como eu ficaria mais calmo vendo isso?

— Era pra você perceber que todo mundo que está naquele Salão teve momentos felizes na vida, pra você ficar feliz por eles, Harry. Pra você entender que vai ficar tudo bem.

— VAI FICAR TUDO BEM? – Harry tinha perdido a calma – FRED ESTÁ MORTO! REMO E TONKS ESTÃO MORTOS, ELES TEM UM FILHO QUE NÃO TEM PAIS, IGUAL EU NÃO TIVE! TEM MAIS DE 100 MORTOS NAQUELE SALÃO QUE TEM FAMÍLIA E AMIGOS. COMO VAI FICAR TUDO BEM?

— Calma Harry...

Nisso Harry saiu correndo, não queria mais ouvir o que Luna tinha a dizer. Entrou numa passagem secreta e começou a passear no castelo para tentar esquecer tudo o que aconteceu. Não estava adiantando. Ele entrou numa sala que nunca tinha visto, com um portal de ouro e maçaneta de cristal. Ao entrar compreendeu o que era aquela sala secreta, e lembrou do que Hermione lhe disse uma vez sobre a "Sala Escondida de Godric". Aquela sala poderia mudar tudo o que havia acontecido. E Hogwarts estava do seu lado.


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Notas finais do capítulo

Reviews são bem vindos ;)