Intercâmbio escrita por LaisaMiranda


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, espero que você, pelo menos, leia até o final do capítulo. Se fizer isso, juro que não vai se arrepender, e talvez continue até o final. Assim espero.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/607514/chapter/1

 

A primeira vez dentro do avião é algo difícil de esquecer. Eu nunca pensei que fosse me sentir tão mal. Acabei descobrindo esse novo pânico depois que o avião decolou do Brasil. Digamos que eu não perdi totalmente o medo, porém me acostumei depois de algumas horas. Talvez fosse um medo misturado com a ansiedade que eu estava sentindo ao perceber que pisaria  pela primeira vez em outro país que não fosse o meu Brasil.

Conhecer a Inglaterra era um sonho que eu tinha desde pequena e ainda não acreditava que se tornaria realidade. Em poucos minutos conheceria o país que sempre adorei, e não poderia estar mais feliz.

Quando o avião finalmente pousou em Londres, meu coração quase saiu pela boca de tanta ansiedade. Eu não via a hora de ver com meus próprios olhos tudo o que já tinha testemunhado por filmes que havia assistido.

Enquanto sentia uma temperatura diferente à do Brasil, um frio maior ao que eu estava acostumada percorrendo por meu corpo, o nervosismo veio à tona ao me dar conta de que estava num país estranho com pessoas que não falavam minha língua. Para falar a verdade, eu sabia um pouco do idioma inglês, no entanto não era fluente. De fato, estava justamente fazendo este intercâmbio para aprimorar a língua e conhecer um pouco mais da cultura britânica. O que eu queria mesmo era abraçar o mundo. E de todas as formas as quais fosse possível quando se vive um intercâmbio. Estudar e trabalhar. Viver novas experiências. Contudo antes disso acontecer, era preciso conhecer uma pessoa. Lacey. A mulher que me daria um teto e comida para os próximos seis meses.

Tive opções. Podia escolher entre ficar com a turma que havia viajado comigo ou permaneceria na casa de alguma família inglesa. Preferi a segunda opção, pois assim eu poderia conviver vinte e quatro horas por dia com nativos e assim me acostumaria mais rápido a falar o idioma.

Não sabia muito sobre Lacey. A mulher que me acolheria em sua casa. Apenas que morava com o namorado e o irmão. Havia conversado com a mulher pelo telefone. Foi umas das razões para que meus pais ficassem mais calmos com a ideia de ter a filha morando  sozinha em outro país. A verdade é que demorou até que eles se acostumassem com tudo. Foi uma novela mexicana, todavia, no fim deu tudo certo, eles sabiam que era algo importante para mim, portanto acabaram aceitando.

Lacey havia me pedido para esperar por ela no aeroporto. Disse que talvez se atrasasse um pouco. Talvez tivesse algum compromisso, pensei, mas não era algo que ela havia comentado. A não ser que eu não tenha entendido direito. Pronto. Agora eu estava nervosa.

Não sabia nada sobre Lacey. Como era sua aparência. Era gorda ou magra? Baixa ou alta? Negra ou branca? Nada. Eu não fazia ideia dessas informações. Portanto como saberia quem era ela?

Por sorte, a agonia não demorou muito, pois vi algo que chamou minha atenção. Uma mulher coberta por tatuagens, em várias partes do corpo, caminhava em minha direção. Ela observava com curiosidade cada rosto que estava a  sua frente. Notei a folha branca que segurava com ambas as mãos. Só pude compreender com precisão o que estava escrito quando ela se aproximou mais.

GIZELY. Com letras maiúsculas. Com Z e Y, era como estava escrito no papel.

Eu segurei a risada. Ela não tinha culpa. Meu nome era um tanto difícil para o país dela.

Levantei-me e puxei a mala de rodinhas junto comigo. Não era o momento para julgar. E não é que eu estivesse julgando. Era só que não imaginava que a mulher que havia conversado por telefone fosse mais jovem do que aparentava ser pela voz. Sem contar o fato de possuir mais desenhos na pele do que aparentar haver alguma pele ali de fato.

─ Oi ─ disse em inglês. Achei estranho escutar minha voz em outro idioma que não fosse português. Já que sou acostumada a pensar mais do que falar em inglês.

Lacey sorriu para mim, mostrando seus dentes brancos e perfeitos, que brilhavam. O batom vermelho sangue que usava nos lábios, fez seu sorriso realçar ainda mais a beleza do seu rosto.

─ Você é Giselle, certo? ─ perguntou ela com aquele forte sotaque britânico. Eu fiquei feliz por ter conseguido entender o que ela disse.

─ Sim ─ respondi com timidez.

Girl, da próxima vez eu juro que peço uma foto. Fiquei louca pensando que não te encontraria. ─ Sorri para ela. É como dizem, é preciso conhecer pessoalmente para depois julgar. Eu já tinha gostado de Lacey. ─ Oh my God. Você é linda.

─ Obrigada. ─ Fiquei ainda mais tímida com o elogio do nada.

Come on! Você deve estar faminta.

Enquanto íamos de carro para a casa Lacey, eu fazia questão de não perder um só canto da cidade que meus olhos agora enxergavam pessoalmente. Observei com toda a curiosidade e admiração. Os prédios eram fascinantes. Em alguns momentos me lembrava São Paulo, mas é claro que Londres tinha um ar belíssimo de antiguidade mais bem cuidada, do que a cidade em que nasci.

Dei-me conta de que já estava anoitecendo. Notei que o clima havia mudado. Estava ainda mais frio. Eu teria que me acostumar com isso.

─ Já deve estar sentindo a diferença de temperatura, não é? ─ Lacey deve ter percebido como eu acariciava minhas mãos uma na outra, pois pareciam que estavam dentro congelador. Eu quase não sentia mais meus dedos.

─ Eu vim preparada, mas meu corpo ainda não.

─ Você fala muito bem inglês. Really. Quase sem sotaque.

─ Obrigada. ─ Eu queria responder mais coisas, pois realmente fiquei feliz por ter escutado isso. Falar inglês estava sendo um desafio para mim. Eu sempre estudei bastante. Pratiquei muito na minha cabeça. Falar desse jeito com um nativo ainda parecia estranho. Portanto escutar um feedback desses, me deixava mais confiante.

─ Você tem namorado?

Confesso que a pergunta de Lacey, tão repentina, me pegou de surpresa. Eu não estava esperando.

Sorry. Não quis ser intrometida. É só uma curiosidade mesmo. Não precisa responder se não quiser.

─ Não tem problema. Eu sou solteira. 

─ Bonita desse jeito, estou chocada. Mas se você está falando a verdade eu estou muito ferrada.

Não entendi porque Lacey estava dizendo aquilo, tampouco quis perguntar. Não tinha muito intimidade com a mulher para ficar fazendo muitas perguntas. Eu odiava esse meu jeito reprimido de agir com as pessoas que havia acabado de conhecer, contudo eu era assim. E não tinha nada que pudesse fazer a respeito.

Assim que subimos pelo elevador do Edifício onde ficava o apartamento de Lacey, entramos por um corredor pequeno com duas portas de cada lado. Lacey abriu a porta de madeira escura, com o número trinta dois pregado nela.

─ Welcome ─ disse Lacey feliz em me ter em sua casa.

A sala foi o que enxerguei primeiro. E achei tudo lindo. Bem decorado. As paredes eram da cor de um quadro negro e havia palavras em inglês rabiscadas em branco, como se fossem giz de cera. Gostei da criatividade. Havia vários quadros pendurados na parede também. Alguns artistas eu reconhecia. The Beatles. Michael Jackson. Queen. Madonna.

─ Seu quarto fica lá em cima.

Fiquei surpresa ao ver que o apartamento tinha dois andares. Segui Lacey até o andar de cima. Lá  havia quatro portas iguais. Lacey foi até a última porta do lado esquerdo do corredor. Abriu e entrou, me convidando a fazer o mesmo. Era um cômodo pequeno com uma cama de solteiro e um guarda-roupa de duas portas, antigo. Havia figurinhas coladas nas paredes e alguns brinquedos em cima da pequena cômoda ao lado da cama.

─ Meu sobrinho às vezes passa um tempo aqui em casa. ─ Lacey me pegou observando. ─ Por isso as figurinhas na parede.

─ Seu irmão tem filho?

Lacey riu. Como se aquilo não fosse possível.

─ Não ─ respondeu ela. Parando de rir quase de imediato. ─ Na verdade é o sobrinho do Nico. Eu só considero como meu também.

─ Nico é o seu namorado? ─ perguntei, tentando entender.

─ Ex. Atual. Ainda não decidi. ─ Ela não parecia estar se importando tanto com a dúvida.

Ainda não conhecia Lacey direito, porém entendi a mensagem. Havia acontecido algo entre ela e o namorado.

─ Você deve estar com fome. Vá tomar banho que eu vou preparar um prato para você. O banheiro é esse da frente. Cuidado para não errar, okay? A porta do lado é o quarto do Enzo e ele não gosta muito de visitantes lá dentro.

Não gostei do aviso de Lacey. Ela disse aquilo como se fosse perigoso sequer olhar para o quarto do seu irmão. Contudo, não deixei isso permanecer na minha cabeça por muito tempo. O que eu queria mesmo era tomar um banho quente e jantar o que quer que fosse.

O chuveiro estava morno, do jeito que eu gostava. Enquanto sentia a água percorrendo meu corpo, pensei em que lugar eu me encontrava. Eu finalmente estava na cidade que sempre sonhei. Ainda não conseguia acreditar. Estava em Londres. Na Inglaterra. Alguns anos atrás isso parecia impossível. No entanto agora estou aqui. De verdade. Eu estava muito feliz. Porém também não deixava de pensar em minha família que deixei no Brasil.

Ao terminar o banho, peguei o celular e liguei para a minha casa no Brasil. Tive que comprar um chip internacional e fazer um plano para que não gastasse tanto fazendo ligações de tão longe. Na verdade não usaria o celular para fazer ligações com as pessoas do Brasil. Eu usaria a internet que era mais fácil. Contudo, estando num país estranho, precisaria do celular para me comunicar com outras pessoas, como por exemplo, Lacey.

A conversa com a minha mãe foi curta. Eu não podia gastar tanto crédito. Apenas disse que estava bem e que entraria em contato logo, logo. Pedi para que ela salvasse esse novo número e que enviasse para Vanessa. Minha melhor amiga.

O ronco da minha barriga foi como um despertador para me lembrar de que Lacey tinha dito algo sobre comida.

Desci as escadas, usando roupas confortáveis. O moletom que vim na viagem e uma legging preta, e caminhei até a cozinha que ficava ao lado da sala. Fui surpreendida ao ver a elegância que era a cozinha de Lacey. Era bem semelhante com as de programas de culinárias que eu costumava assistir na televisão. Aproximei-me e sentei-me em um dos bancos que havia em torno do comprido balcão vermelho.

Lacey sorriu quando me viu e buscou um prato no armário pendurado na parede.

─ Se sente melhor? ─ perguntou ela gentilmente.

─ Sim. Sua cozinha é linda. Sua casa toda é na verdade.

Thanks. Sabe, eu dei muito duro nela. Mas estou feliz que ficou do jeito que eu queria.

Ela se aproximou colocando sobre o balcão o prato com macarrão e molho. Parecia delicioso.

─ Espero que goste. Eu não fiz agora. Só esquentei para você. Sabe, hoje o dia foi bem corrido e tive que preparar tudo mais cedo antes do trabalho, senão não daria tempo.

De repente me senti mal por Lacey ter se preocupado tanto assim comigo. Eu não queria que minha presença incomodasse em nada no seu dia-a-dia.

─ Eu tenho certeza de que está maravilhoso. Obrigada.

─ Se estiver ruim, por favor, me conte. Eu sou muito perfeccionista quando o assunto é comida. E já falando nisso, nem pense em fazer nada por aqui, okay? Eu que comando a cozinha. Espero que não se importe.

Eu não podia estar mais aliviada. Não é como se minha comida fosse ruim, no entanto, só eu conseguia digeri-la. Infelizmente não tinha herdado os dotes da minha mãe.

Lacey se serviu e sentou-se ao meu lado. Comemos em silêncio por um tempo. Até que ela começou a contar sobre Nico e a razão dele não estar presente no momento.

─ Ele já ficou com outras garotas antes, enquanto ainda estávamos juntos. Só que agora as coisas mudaram. Poxa vida. Moramos juntos. Estamos mais maduros. Sabe, antes era divertido. Tínhamos esse trato de poder ficar com outras pessoas, só que nunca mais de uma vez. Mas isso foi antes. Eu mudei meus pensamentos, entende? Eu só queria que ele também tivesse mudado os dele.

Fiz que sim com a cabeça. Eu sabia mesmo o que Lacey queria dizer. Os homens traem, mas para quê? Eles não se contentam com o que já têm que precisam se divertir com outras?

─ Como eu sou chata. Só estou falando de mim. E você, Giselle? Por que quis fazer um intercâmbio? E justo na Inglaterra. Afinal há outros países nesse mundão todo.

— Você está brincando? Londres é incrível. Eu sempre fui fascinada por essa cidade. Por esse país... ─ Parei de falar, envergonhada demais, ao perceber a expressão que Lacey estava fazendo. Ela sorria como se pensasse; that's cute.

─ Dá pra ver que você é uma garota que sonha. E está realizando seu sonho. Isso é muito legal.

Sorri para ela. Sentindo-me bem. Nunca pensei que fosse me dar tão bem com a pessoa que me aceitaria em sua casa. Eu não podia estar mais satisfeita em ter Lacey como minha futura melhor amiga estrangeira.

─ Seu irmão não vai descer para jantar?

─ Enzo está trabalhando. Chega bem tarde. Ele trabalha num bar. É bem legal lá. Depois eu te levo para conhecer.

Só em pensar em trabalho isso me deixava nervosa. Fiz a inscrição em um programa onde eu também pudesse trabalhar, pois era melhor para que eu conseguisse me manter aqui na Inglaterra. No entanto, apenas saberia mais sobre o assunto amanhã, quando iniciariam as aulas aqui em Londres. Eu tinha que me encontrar com os outros alunos na EIPB, Escola Internacional Para Brasileiros. E logo tudo se resolveria.

Eu sabia que amanhã o dia seria cheio e preferi ir dormir cedo. Não soube se era o fuso horário ou só o cansaço da viagem, porém estava com o corpo pesado e precisava me deitar.

Após escovar os dentes e colocar o pijama, me deitei na cama. Meus pensamentos foram longe. De repente me lembrei da minha amiga Vanessa. Ela devia estar louca atrás de mim, para saber as novidades. Liguei o Wi-Fi da casa de Lacey e esperei que o celular pensasse. Não demorou muito até chover mensagens no meu novo número de WhatsApp. Fui direto ler as mensagens desesperadas de Vanessa e comecei a rir sozinha enquanto deslizava a tela para baixo.

Vanessa:

Já estou com saudades.

Ficou com medo do avião?

Meu deus me responde. Ordinária!

Me conta como é ai.

Está frio?

Você não chegou ainda?

GISELLE DÁ PRA VC ME RESPONDERRR? EU VOU FICA LOUCAAAA!!

Enquanto eu me preparava para responder, vi que Vanessa estava online e estava digitando.

Vanessa:

ATÉ QUE ENFIM

Pensei que já tinha se esquecido de mim.

Giselle:

Isso é logicamente impossível.

Vanessa:

então como é ai?

Giselle:

é lindo.

Mas não vi mto.

Só pelo carro mesmo.

Vanessa:

estou com saudades, desgraçada.

Me deixou aqui sozinha.

Não sei se sei viver sem vc por seis meses.

Giselle:

vc vai sobreviver.

Vanessa:

como a lacey é?

Giselle:

ela é legal.

Bem mais nova do que eu pensei que fosse.

Vanessa:

e o irmão? É gostoso?

Giselle:

Vanessa!!!!!!!

Kkkkk

Vanessa:

o que?

É uma pergunta normal.

Giselle:

kkkkkkk

Vanessa:

é ou não?

Giselle:

não vi ele ainda.

Mas a irmã dele disse algumas coisas....

Não sei não

Vanessa:

tipo o que?

Não vai me dizer que ele é gay?

Pq não consigo aceitar britânico gay.

Giselle:

não é nada disso.

Acho que ele é um pouco chato.

Não sei bem.

Não tem como saber já que não conheci ele ainda.

Vanessa:

entendi.

Mas me conta. A casa é legal?

vc não ta dormindo no porão não né?

Giselle:

Vanessa isso não é conto de fadas.

Vanessa:

Ué. Eu não sei como são as casas daí né! 

 

Sorri sozinha.

Giselle:

estou com saudades

Vanessa:

eu tbm. Mtas.

Ficamos conversando e jogando papo fora como sempre fazíamos por um bom tempo, até que as horas passaram e eu nem percebi que já era bem tarde.

De repente escutei uma porta se fechando bem distante. E logo depois passos subindo as escadas. Devia ser o irmão da Lacey.

Giselle:

acho q ele chegou

Vanessa:

quem?

Giselle:

o irmão da lacey

Vanessa:

sério? Vai falar com ele

Giselle:

ficou doida?

Eu não.

Ele não me conhece.

Pode pensar que sou uma intrusa. Sei lá

Ouvi outro bater de porta, mas agora bem perto. Ele devia ter entrado no quarto.

Vanessa:

que saco

Vou ter que espera até amanhã

para sabe se ele é bonito?

Giselle:

sim

Minha vida em primeiro lugar

E obrigada por se preocupar.

Vanessa:

vc sabe eu que eu te amo.

Giselle:

eu finjo que acredito nisso

Vanessa:

e eu finjo que acredito

que vc acredita que vc finge

Giselle:

O que? Não entendi nada

vc deve tá desmaiando de sono.

É melhor ir dormir

Vanessa:

não antes de saber uma coisa

Esperei ansiosa pela pergunta da minha amiga.

Vanessa:

qual é o nome dele?

vc ainda não me disse.

Giselle:

que diferença faz saber o nome dele?

Vanessa:

o nome diz mto sobre uma pessoa.

Giselle:

Enzo

Vanessa:

amiga, ele é gato

Giselle:

Ah é?

E como vc pode ter tanta ctz disso?

Só por causa do nome?

Vanessa:

eu precinto as coisas pelo nome.

É sério.

Amanha vc me diz se estou certa ou não.

Giselle:

boa noite

Se cuida

Vanessa:

te amo

Giselle:

te amo

Bjos

Desligo o celular sorrindo. É engraçado como eu preciso de Vanessa para me sentir feliz nesse mundo.

Já deitada, bem aquecida pelo cobertor, me perguntei se o cara do outro lado do corredor já dormiu. Pois não conseguia escutar mais nada. A verdade era que fiquei curiosa para conhecer Enzo depois da conversa com Vanessa. Não estava nos meus planos me envolver com ninguém nessa viagem. O que eu queria era aproveitar cada momento e guardá-los na memória para um dia poder contar para meus lindos filhos sobre essa experiência e ensiná-los que era possível sim sonhar e ver seus sonhos se tornarem realidade.

Apaixonar-me estava fora de cogitação, pois não passaria de um romance passageiro. Eu tinha consciência de que era impossível ter algum relacionamento com um estrangeiro, sendo que voltaria para o Brasil em alguns meses. Eu me apegava fácil e não queria me machucar como já havia acontecido várias outras vezes. Não sei nem por que esses pensamentos vieram em minha mente. Isso tudo era culpa de Vanessa. Eu não poderia pensar nesse cara dessa maneira, sendo ele bonito ou não. Eu só queria aproveitar cada momento desse intercâmbio. Adquirir a experiência que estava buscando e voltar para o meu país, sendo uma nova pessoa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(Vocês devem estar se perguntando por que uso palavras em inglês nos diálogos da Lacey. É para não esquecerem de que os personagens falam em inglês).(As palavras em abreviações de Vanessa e Giselle enquanto conversam por mensagens são feitas propositalmente).Se você chegou até aqui foi porque gostou da minha escrita e da história que criei. Espero que continue lendo. Comentem. Críticas são bem vindas.