Just Friends - 3ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Amores, tia Laia traz notícias.
Primeiro, feliz natal e feliz ano novo adiantados o/
Segundo, eu tento postar e escrever quando tenho um tempinho aqui no trabalho, maaaaas, hoje é meu último dia aqui e ainda to sem computador então não sei quando rolar aparecer de novo :/ Eu sei, prometi não sumir e tals, me desculpem por isso tudo. Que pessoa horrivel eu sou por largar vocês quando prometi que não faria, maaaaaas, não tenho culpa :/
Enfim né, espero que gostem, me digam o que acharam e é isso ai. Beeeeijos, amo todos vocês :*



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Ia e voltava do trabalho todos os dias de ônibus, e isso não me incomodava. Mas incomodava o Rodrigo. E isso me irritava profundamente. Ta que tinham dias que eu saía muito tarde, e era mesmo um pouco perigoso, mas isso não era problema pra mim, nunca foi.

“Você é menina! Se alguém chegar e mexer contigo, eu prefiro nem imaginar o que pode acontecer...”.

E sem contar que eu ODIAVA que ele viesse questionar minha roupa. Meu deus. Eu sei que não era o intuito, mas parecia que queria me controlar, misericórdia!

Eu admito que eu sou indefesa... Que sou ingênua e que é extremamente fácil se aproveitar de mim, mas porra, não sou uma donzela em perigo. Se fosse pra acontecer algo comigo, ia acontecer ele querendo ou não!

E sabe o mais incrível?

Não importava o quanto ele cuidasse de mim – e ele cuidava bastante – eu não me sentia realmente protegida. Ta, ele gostava de mim e bla bla bla, mas era como se o que eu sentisse diminuísse a cada dia que passava.

Haviam dias em que eu o odiava, não queria sequer ouvir seu nome. Mas em outros, eu gostava dele. Mas acho que nunca chegou a ser paixão... As vezes eu tentava me convencer que ele era mais do que um amigo que estava perto quando fiquei carente. Não tinha aquela sede por um beijo, ou aquela vontade de dar um abraço e nunca mais soltar.

Meu telefone tocou e levei um susto.

–Alo?

–Oi, tudo bem?

Ah, era ele.

–Tudo, Rô. E contigo?

–Me sinto um idiota. Desculpa por ter agido daquele jeito.

–Tudo bem, já passou.

Eu sempre dizia isso, mas nunca estava tudo bem. E dessa vez, era um “tudo bem” completamente diferente. Eu nem tentei me esforçar pra fingir estar bem. E pra variar, ele acreditou.

–Não vai acreditar em quem eu atendi hoje.

–Quem?

A Laura estava sentada de um jeito torto, com um lápis na boca e o cabelo mal preso. Ela tinha deixado ele crescer por um tempo, e a franja caia sobre o rosto. Haviam uns três livros enormes abertos, e incontáveis folhas soltas pela mesa. Estava quase na hora do almoço, mas nenhuma das duas mostrava fome.

–Megan.

–A Meg?

–A própria!

–A Meg do Eduardo?

–Tem alguma outra Megan, Laura? - como se esse fosse um nome super comum de se confundir.

–O que ela tinha? – questionou, ignorando minha ironia.

–Acredite se quiser: reação alérgica ao remédio para alergia. Na verdade, a coitada quase tem uma parada respiratória... Algum medico muito idiota passou um remédio mega forte pra coitada... O sistema sobrecarregou e reagiu ne... Ela podia ter morrido.

–Mas ela ta bem?

–Sim, já esta melhor.

Ela suspirou aliviada e continuou me olhando.

–E ele?

–Quem?

–Eduardo.

–Ficou lá com ela.

–E você?

–To bem, cansada, mas bem obrigada. Temos algo pra comer?

–E vocês dois...?

–Não pira Laura. Não existe mais “nós dois”. E não existe há muitos anos, se você não percebeu.

Abri a geladeira e peguei as panelas, pondo em cima do fogão. Acendi o fogo e esperei até que tudo esquentasse, mesmo sem nem saber o que tinha dentro. A Laura revezava os olhares entre mim e as folhas, inquieta.

–Voltou a roer unha?

Só percebi que estava com o dedo na boca porque tive que tirar para responder.

–Não.

Puxei uma cadeira e sentei, fingindo ler uma das folhas que se espalhavam, quando na verdade as letras só corriam soltas pelos meus olhos.

–Qual problema?

–Nenhum.

–Fala serio Manuela...

–Quero sair. Acho que eu preciso beber.

–Sempre precisamos de umas doses depois de um plantão. Mas não é por isso, é? Me fala o que ta acontecendo, me deixa tentar te ajudar Manu!

–Eu... Eu não sei. Às vezes parece que to enlouquecendo. Eu acho que vou pirar.

–É o Eduardo, não é?

Quando o quesito era Eduardo, pirar não era uma escolha. Como podia, depois de todos esses anos, ele ainda conseguir fazer isso comigo? E eu, pelo contrario, não conseguia fazer nada.

E ainda tinha o Rodrigo... Era burrice insistir em algo que eu não sentia mais. Se é que senti algum dia.

–Eu não posso Laura... Não vou cometer o mesmo erro duas vezes.

–Duas? Por favor né Manu, vocês foram tão confusos que dizer que foram só duas vezes é ironia.

–Ele ta casado – completei, enquanto servia um pouco de comida no meu prato.

–Ele nunca pôs uma aliança no dedo para você achar isso.

–E nem precisa. Ele tem uma família linda, uma esposa perfeitinha e uma filha que encanta qualquer um. Eles merecem o premio de família do ano!

–Família do ano? Eles nem se gostam de verdade, só ficam juntos pela Meg e por causa da família da Anne. Essa pose toda de família perfeita é só pra enganar, mas todo mundo consegue ver que eles não se gostam. Ta, eles se amam, mas o amor deles é de convívio. É por terem uma filha linda e dividirem um teto. Não é paixão, não é amor de marido e mulher. É amor de... Sei lá, de colegas.

–Tipo eu e Rodrigo?

Ela suspirou fundo e juntou suas folhas, guardando-as bagunçadas dentro de um dos livros.

–Não Manu, não é como você e o Rodrigo. Eduardo e Anne não tiveram opção além de se juntar. Eles amam a Meg, e sim, são uma família, mas eles não tem aquela relação que todos pensam. Mas o Rodrigo te ama, e não como colega, e você sabe muito bem disso, mas insiste em fingir que um dia vai desenvolver algo que sabe que não vai. Eu não entendo porque se meteu nisso e não entendo porque continua metida! A Anne e o Edu pelo menos tem algo que os une. Já você e Rodrigo, única coisa que ainda podemos pensar que liga os dois, é a medicina, e olha que se for pensar desse jeito, ta todo mundo unido naquele hospital. E você sequer faz questão de desmentir quando digo que o sentimento de vocês não é mutuo.

Não consegui dizer nada além de:

–Não sei o que eu faço.

–O Rodrigo é um cara legal. E você é uma vaca por iludir ele.

–Laura! Eu não iludo ele!

Ela revirou os olhos, indignada pela minha indignação.

Sim, eu iludia. E não, não me orgulho disso. Sim, eu sou uma vaca! Mas foi ele quem disse que não importava o tempo que passasse, ele continuaria ali. E eu, vaca, levei ao pé da letra e me acomodei em ter alguém pra poder dispensar algum cara estranho que eu não tava afim que surgia de vez em nunca.

No inicio, eu não queria usar ele como um remédio, mas ai, burra que sou, pensei que em pequenas doses meu organismo ia se acostumar e pedir mais e mais, e que em alguma hora, eu estaria realmente precisando do remédio, mas não mais para me curar. Mas o que realmente aconteceu foi que meu organismo se neutralizou. O remédio não fazia mal, mas também não me curava de doença alguma. Era como ter um câncer e tomar morfina para se curar: podia tirar sua dor, mas não o mal que a doença causa. Eu sei, to melancólica, mas é que sei lá... Eu lembro que pensei exatamente assim:

“Sabemos como isso vai acabar! Vocês vão ficar juntos, e não importa o tempo que passe, daqui 70 anos você vai se encontrar com o Eduardo e percebeu que enganou o Rodrigo a vida toda”.

Eu sabia que não daria certo, e no fundo, ele também. Ele sabia que eu ia feri-lo, e não se importou. E eu, que devia ter evitado tudo isso, só fiz tudo piorar.

–Você devia parar de tentar negar e dar um jeito nisso.

Seu telefone tocou, ela leu a mensagem, pegou as chaves e saiu, me deixando sozinha.


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Notas finais do capítulo

Então é isso gente :/
Até quando eu arrumar um computador ou algum outro meio de postar. Beijos e cheiros da Tia Laia



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