Just Friends - 3ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

AH MEU DEUS! OLHA SÓ QUEM RESOLVEU APARECER?
TIA LAAAAAAAAAIA TA AQUI MINHA GENTE
Pulando minha loucura, que saudade de vocês, meu deus!
Gente, a vida ta corrida, eu tenho que acordar daqui a cinco horas, ir pra aula, depois correr pro trabalho, e ir pro curso, e só aparecer em casa de novo depois de dez da noite. A vida não é fácil meus jovens!
Por isso - e outras milhões de coisas que explico quando tiver tempo - eu sumi. Mas hoje, vim com o primeiro e o segundo capítulos da nova temporada.
Não me abandonem, espero que gostem e me digam o que acharam, preciso de vocês na minha vidinha.
Enfim, sem enrolar, tia Laia ama vocês.
Ps.: espero que gostem da surpresinha do casório e da nova narração.



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-O que acha desse?

Devia ser o quinto vestido que eu experimentava.

-O primeiro já tava ótimo Laura.

-Por favor Manu...

A Manuela estava à tarde inteira comigo atrás de um vestido de festa. Tinha um casamento para ir e tinha que estar perfeita. Ela já estava quase deitada no pequeno sofá que ficava na lateral da loja, onde os maridos/ Manuela entediados ficavam.

-Ain Laura, eu to... – ela não completou a frase.

Ajeitou o corpo e abriu um sorriso de ponta a ponta. Correu até uma arara que eu sequer tinha reparado, e puxou um dos cabides.

-É esse!

Eu sequer questionei. Experimentei o vestido e soube que era mesmo aquele.

-Ai Manu! – gritei pela milésima vez desde que tinha começado a me vestir.

-Minha querida, você tem que me ajudar pra eu te ajudar!

-E eu preciso respirar Manuela!

-Respirar é o de menos aqui Laura.

Ela deu um ultimo puxão e fez o laço.

Eu ia passar a noite sem comer de tão apertada que estava. Provavelmente mal ia conseguir respirar.

Olhei pelo reflexo do espelho, esperando a reação dela. Jogou a franja que tinha caído do coque para trás e sacudiu a cabeça.

Então ela enfim me olhou.

-Você ta parecendo uma princesa.

-Ta bom mesmo?

O corpete tinha uma pedraria linda, e da cintura pra baixo, o tecido leve e transparente descia reto, causando movimento. O tom verde esmeralda combinava com meu tom de pele, e o coque meio frouxo deixava meu rosto a mostra. A Manu tinha marcado minha cintura, o que deixava o caimento perfeito. Eu me sentia uma princesa.

Não me pergunte como exatamente aconteceu. O Eduardo - sim, o Edu – me buscou porque o Gus tava atrasado. Mas ai as coisas foram ficando estranhas. Não seguimos pra casa do Gus, na verdade, a gente seguiu pro lado oposto da cidade.

-Eduardo?

-Laura?

-Pra onde raios você ta me levando?

Ele na me respondeu.

-Eduardo?

-Ta bom, ta bom... Eu menti. O Gus não se atrasou. Ele esqueceu de passar na sua casa.

-O QUE???

-Então ele pediu pra te buscar, e cá estamos nós.

Filho da mãe! Como ele pode esquecer de me buscar?

Quatro anos de namoro serve só pra isso mesmo, pra você ser esquecida!

Rodamos pelo menos mais vinte minutos, e eu já estava quase explodindo de raiva.

-Não chega nunca esse buraco desse lugar? É um casamento ou uma reunião de uma sociedade secreta?

-Calma ai nervosinha! – ele freou e correu pra abrir a porta pra mim – Já chegamos.

-Obrigada – resmunguei em resposta.

Puxei o vestido para não arrastar e entrei. Estava tudo vazio, então eu deduzi que já devia ter começado. O mínimo que o idiota do Gus podia fazer era me esperar, mas não, nem consideração pra isso ele teve.

Era uma espécie de jardim, daqueles enormes que se faz eventos. O caminho de pedras – que eu devo ter xingado umas vinte vezes, ou seja, a cada vez que meu salto afundou – estava iluminado por pequenas velas brancas. Mais ou menos na metade do caminho, pequenos suportes, daqueles bem bonitinhos, se espalhavam, com mais velas. Era a unica iluminação, que eu usava como guia. Continuei seguindo, até começar a ouvir uma musica. Baixinha, calma e clássica.

Comecei a andar mais rápido, até que quando percebi, já estava quase correndo. Só parei quando cheguei ao centro de tudo aquilo. Era o Gus ali. Com um buque de rosas brancas, e um terno que eu tenho certeza que ele não tinha dinheiro pra comprar, mas tava ali nele. Duas pessoas tocavam a musica que eu estava ouvindo, e varias flores estavam espalhadas.

-O que ta acontecendo?

-Laura, eu podia te falar todas aquelas coisas bobas e clichês que eu sei que você ia amar ouvir, mas eu vou resumir tudo isso, porque você sabe que eu sou péssimo com palavras. Eu te amo, e de todos os meus amores, você foi o maior, o mais forte e sem duvida, o melhor de todos. E não importa o que aconteça, eu quero passar o resto da minha vida com você. Uma vez me falaram, que o diferenciava a gente, era que não éramos simplesmente um casal de “bonito e bonita”, mas independente disso, éramos um casal muito melhor do que muitos que se viam por ai. Então Laura, quer ser oficialmente minha bonita, e quer me deixar ser seu bonito? Mesmo que não tenha tanta beleza assim – ele sorriu – eu só preciso saber se você aceita passar o restante da vida me aturando, porque eu simplesmente não consigo mais me imaginar sem você.

E acho que foi ai que eu desmaiei.

***

Eu não esperava receber o meu “sim” dentro de uma enfermaria de hospital, rodeado de gente tossindo, gente quebrada e com um idoso vomitando sangue bem do meu lado. Mas foi melhor do que nada... Na verdade, foi melhor do que um não.

Depois de ela ter surtado e tirado o soro – o medico disse que a pressão baixou e deu uma bronca que eu não entendi direito, mas fez ela prometer nunca mais apertar tanto um vestido – eu finalmente consegui por o anel no dedo dela. E depois dela chorar horrores e quase me matar de tanto me apertar e gritar/falar extremamente alto porque ficou tão nervosa que não se controlava, eu deixei ela em casa.

E antes mesmo de fechar a porta do carro, eu consegui ouvir ela gritando com a Manu.

“EU VOU CASAR! AAAAAAH!”.

Só sorri, entrei no carro e mantive aquele sorriso até a hora de dormir. Eu amo aquela mulher.

***

Primeiro a minha mãe surtou. Ela nunca foi a favor do meu namoro com o Gus, porque segundo ela “ele não tem nada a te oferecer alem de uma bela pressão alta”. Então depois de chorar e gritar comigo, ela mostrou as garras.

-Não vai se casar com ele.

-E quem vai me impedir mãe? Voce? Só porque o SEU casamento foi uma grande porcaria, você não precisa tentar estragar o meu.

-Realmente Laura, meu casamento foi um lixo. Porque o seu pai...

-Lava a boca antes de falar do meu pai, mãe! Não tenta bancar a santa pra cima de mim.

-Ele é o seu herói né Laura? E eu sou a bruxa má... Você sabe que tudo que aconteceu foi culpa dele, ele causou tudo!

-Eu sei, mas se não fosse ele, você não moraria nessa casa e não usaria nenhuma dessas roupas ridículas de grife que tanto se orgulha não é?

-Tenta entender que a empresa e você foram as únicas coisas que ele me deixou. Mais nada! E quem saber? Se quer tanto ter uma vidinha miserável ao lado do seu novinho, ótimo, tenha. Mas não conte mais com a minha ajuda.

-Como é que é? Vai me deserdar?

-E se eu for?

-Não pode fazer isso, parte de tudo isso é meu por direito.

-Tem seis meses pra me apresentar todos os papeis do cartório, provando que casou. Ou então, nem precisa mais voltar aqui.

Ela virou as costas e me deixou sozinha ao pé da escada. Eu não consigo acreditar que ela fez isso comigo. Ela é minha mãe!

E a questão toda nem é o dinheiro. Ela pensa que se não foi capaz de ser feliz, eu também não posso ser. Quer me prender pra viver o resto da vida presa a ela, e a tudo que ela produz.

Claro que também é pelo dinheiro. A gente não tem condição de bancar tudo de uma vez só, se sustentar sim, mas não sei por quanto tempo.

Esse dinheiro é meu por direito, e se ela acha que vai me fazer escolher entre minha herança e o Gus, ela ta muito enganada.

***

Abri o envelope e travei assim que abri o convite.

Laura e Augusto.

Fazia um mês que ele tinha pedido, e ela havia corrido para ter os convites o mais rápido possível. Era a única coisa pronta: os convites. E pela data escrita ali, seria daqui cinco meses.

É oficial: minha melhor amiga ta casando.

-Nem preciso dizer quem é a madrinha né? – ela estava com as mãos juntas, sentada no chão, com a caixa cheia de envelopes iguais ao meu no colo.

-Laura...

Não falei mais nada, pulando em cima dela. Os convites caíram por todo o tapete, fazendo a maior bagunça.

-Estabanada! – ela gritou enquanto catava os envelopes.

Ela colocou todos de volta na caixa e sentou no sofá, me olhando com a carinha triste.

-Não tá feliz?

-Não é isso... Só que, sei lá, eu queria ter o apoio da minha mãe pelo menos dessa vez, é meu casamento caramba, eu preciso dela.

-Lamento que esteja sendo assim.

-Eu só to tendo você Manu, obrigada.

-Me agradeça me levando para a prova do Buffet, que tal?

Ela sorriu e me bateu com uma almofada.

-Serio, não se preocupa, vai dar tudo certo, vai ser a noiva mais linda desse mundo.

Eu realmente acreditava nisso. Eles dois davam mais do que certo, seriam muito felizes, sem duvida.

Deuses, minha melhor amiga ta se casando! E com 23 anos! Namorando há quatro anos... Quatro anos! Isso é uma vida. Literalmente.


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Notas finais do capítulo

E aiiiii? Espero que tenham gostado. Segundo capitulo j j.
Beijos amores :*