Serena ficou alguns minutos sentada na cama lendo várias vezes o bilhete que Darien tinha escrito e o presente que ele tinha lhe dado. Não sabia bem o que fazer, então achou melhor guardar o presente pelo menos por agora, precisava pensar bem no que iria fazer, não queria decepcionar ninguém.

Então foi tomar um banho para se acalmar, depois trocou de roupa e avisou a mãe que sairia para almoçar com Rini, e perguntou se não gostaria que ela trouxesse alguma coisa, Ikuko respondeu que não e pediu para mandar um abraço para Rini.

Serena saiu de casa, iria a pé, era bom poder andar num domingo calmo. Nos tempos em que ainda estava na Inglaterra aproveitou muito para conhecer lugares históricos, fez amizades novas, amadureceu muito, mas sempre tinha saudades de casa, Tóquio podia ser uma cidade movimentada, uma cidade que nunca dormia, mas ainda sim era seu lar, então tinha ficado muito feliz quando finalmente pode avisar sua mãe que estaria voltando.

Ela resolveu ir pelo caminho de um parque que dava perto do prédio em que Darien morava, sempre gostou de caminhar em parques, sentia muita paz, se ligava mais a terra, e podia contemplar as outras pessoas num momento de paz e tranquilidade, um dos poucos que muitas famílias se davam ao prazer.

Foi quando seus olhos caíram diante de um homem, este estava sentado num banco que dava em frente a uma fonte, onde alguns pássaros ali iam para se refrescar, ora ou outra ele encarava com um semblante triste as famílias se divertindo ou brincando com seus cães, Serena sentiu certa tristeza pela figura masculina, foi quando viu que ele tinha se cortado com a faca que estava cortando uma maçã, então foi para perto dele.

– Sabe é um lindo dia pra você ficar triste, menos ainda para se cortar - ela falou molhando o lencinho que sempre trazia na bolsa com água de uma garrafa que também trazia na bolsa, e enrolou o pequeno lenço na mão do estranho.

– Muito obrigado - agradeceu o homem encarando os gentis olhos azuis.

– Dá próxima vez tome mais cuidado, e um conselho: abra um sorriso, a vida é muito curta pra ficarmos tristes, e tente ver o lado bom das coisas e compartilhar sua felicidades com os outros e vice e versa. Sei que parece estranho uma desconhecida como eu estar te falando isso, mas eu já tenho algumas experiências não tão felizes, posso dizer com segurança para aproveitar mais a vida - ela falou sorrindo ternamente - agora eu preciso ir tenho um compromisso importante.

– Não se preocupe, eu seguirei seu conselho, e aproveite bem o seu dia - falou o home sorrindo ternamente, segurando com firmeza o lencinho da loira.

Serena apenas sorriu e continuou andando, esperava sinceramente que ele seguisse seus conselhos, foi quando viu no relógio de pulso que precisava correr ou chegaria atrasada para almoçar com a rosada e tratou de apertar o passo.

Serena conseguiu chegar na hora exata que tinha marcado com a rosada no apartamento de Darien, quando bateu na porta o moreno que tinha atendido.

– Rini está terminando de se arrumar, entre um pouco - falou ele.

A loira apenas assentiu e entrou, se sentou no sofá e ficou encarando o chão, não sabia como se dirigir a ele depois do presente que ganhou.

– Serena não quero que fique retraída comigo novamente, não foi para isso que lhe aquele presente - falou ele se sentando ao lado dela.

– Eu só... não sei o que fazer - falou ela segurando o rosto com a mãos, quando sentiu ser abraçada.

– Não precisa me dar uma resposta agora, se lembra da minha proposta certo? Então sabe que tem livre arbítrio para fazer o que achar que é certo - ele falou com a cabeça apoiada na cabeça dela.

– Eu sei bem disso, eu não quero magoar ninguém - ela falou retribuindo o abraço.

– Nesse tipo de caso é difícil alguém não sair magoado, mas primeiramente seja sincera com você, depois com os outros, e mesmo que alguém fique magoado com você vai ser por pouco tempo, porque todo mundo vai saber que você foi sincera - ele falou a apertando confortavelmente.

E ficaram ali, sem falar mais nada, apenas aproveitando o momento. Estavam tão distraídos que nem perceberam o flash, Rini tinha visto a cena e entrou de fininho no quarto de Darien e pegou a câmera para registrar o momento, tinha sido um ato do casal tão natural que a rosada não resistiu e teve guardar aquele momento, queria que aqueles dois se juntassem, não era justo que eles ficassem separados mesmo se amando.

– Me desculpem, mas eu não resisti, vai ficar uma foto bonita e natural - justificou-se a rosada.

O quase casal rapidamente se separou, ambos enrubescidos, Serena falou gaguejando um pouco para se apressarem, Darien apoiou rapidamente a ideia da loira e pediu para que não voltassem muito tarde.

As duas se despediram do moreno ainda um pouco rubro e foram para um restaurante perto dali, entraram, escolheram seus lugares e fizeram seus pedidos e enquanto esperavam a comida chegar começaram a conversar.

– Serena eu tenho um pedido para te fazer - começou a rosada sem jeito.

– Pode pedir Rini - incentivou a loira, mas tinha uma ideia do que seria.

– Eu queria que você me ajudasse com o Rhuan - a rosada falou com os olhos brilhantes.

Serena ficou estática, tinha uma ideia dos sentimentos da rosada, mas não imaginou que a rosada teria coragem de pedir esse favor para ela. Não sabia o que responder.

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No Palácio Negro...

Diamante andava avoado pelo seu castelo, não conseguia descrever a sensação boa que teve quando ficou tão perto dela, a sensação da mão dela na dele, seu olhar gentil e a voz doce sendo dirigidas somente a ele, era assim que queria se sentir todos os dias.

"Meu plano só começou, agora eu a terei para sempre".

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No quarto de Galáxia...

A sailor dourada estava sentada em seu trono, uma das mãos estava fazendo círculos no apoio do trono a outra mão estava apoiada em seu queixo, e sustentava um sorriso presunçoso, seu plano estava correndo como tinha imaginado.

"Logo não precisarei desses imbecis, e poderei me livrar deles, só os usarei mais um pouco".

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De volta ao restaurante...

Serena ainda não tinha falado nada, não queria magoar a rosada, mas também queria que sua filha fosse feliz, então tentou ser o mais gentil possivel.

– Rini me desculpe, mas eu não posso fazer isso, se for para o Rhuan gostar de você isso deve acontecer de maneira natural, sem truques – respondeu Serena.

Rini sentiu um amargo em seu ser, sabia bem que Serena só tinha recusado pois estava do lado da filha verdadeira, ela sabia que não deveria pedir ajuda para a loira, mas ainda sim tinha uma pontada de esperança, esperança essa que foi morta com a resposta da loira.

– Rini por favor não fique com essa cara, claro que eu quero que minha filha seja feliz, mas também quero que você seja, eu apoio relacionamento da Sol com o Rhuan isso não posso negar, eu te disse não, porque não quero que se iluda, é muito nova para ter esse tipo de decepção, pelo pouco tempo que estou convivendo com eles sei bem que o Rhuan gosta da Sol e não vai deixar dela – falou Serena de maneira gentil, e pegou a mão da rosada para reconforta-la – se lembra do que eu te disse? ''Enquanto você estiver aqui assumirei o papel de sua mãe” e como tal não quero que sofra, portando abra um sorriso, tenho certeza que o seu príncipe vai aparecer, é só questão de tempo.

Rini sorriu de forma contida, mas pelo menos era um começo. As palavras da loira tinham penetrado em seu coração e o amargor de seu espirito diminuiu, realmente tinha sido injusto da sua parte pedir aquilo para a loira.

– Me desculpe Serena, eu sei que fui egoísta...

– Pare Rini, não se culpe, o erro foi meu de não ter percebido isso antes e não conversado melhor com você, eu não gostaria que por causa do Rhuan você e a Sol não se dessem bem, as duas são especiais para mim e não suportaria que as duas brigassem – falou a loira.

– Eu sei, eu vejo que a Sol é uma menina gentil e doce e se dá bem com todos – falou a rosada um pouco amuada, Sol era tudo o que a rosada não era.

– Vocês suas são gentis e doces, não se auto critique! Eu tenho uma sugestão, porque não fazemos um piquenique com a turma toda, assim você e as meninas se enturmam! – sugeriu a loira animada.

Rini considerou a ideia, sabia que não poderia ficar de mal com as filhas das sailors, era injusto e egoísta de sua parte fazer isso, então concordou, pois, sabia que Serena ficaria feliz em vê-la se dando bem com as outras e a rosada tinha em seu íntimo uma sensação que custou a admitir: gostava de ficar perto de Sol, como se as duas estivessem ligadas.

Então a comida chegou e começaram a ter ideias para o piquenique.

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Enquanto num restaurante...

Rhuan e Sol, andaram um pouco até acharem o lugar que ele tinha sugerido a refeição, e realmente o lugar era bonito: uma decoração suave, um pouco do estilo vitoriano e muitas mesas estavam fora do estabelecimento, dando de frente a uma bela praça.

O lugar era tranquilo e a comida deliciosa, ficaram um bom tempo lá.

– Tem bom gosto, foi uma boa escolha – comentou Sol enquanto comia mais um pedaço de torta de chocolate.

– Valeu, achei que você gostaria do lugar – falou o ruivo enquanto terminava sua torta de limão.

– Me conhece bem, ei porque não vamos ao parque? Aquele que chegou essa semana?

– Hoje ainda? – perguntou Rhuan surpreso com a sugestão.

– Claro! Porque não? Quero ir naquela montanha russa! – a menina falou com estrelinhas nos olhos, adorava qualquer esporte ou brinquedo desse adrenalina.

– Sol é perigoso...

– Nem vem com essa Rhuan! Nós caçamos demônios, então não é uma montanha russa que vai nos matar e além do mais... o que é a vida sem um pouco de adrenalina? Não teria graça, portando levanta essa bunda daí, paga a conta e vamos ao parque!

Rhuan somente assentiu, era típico dela ser mandona e gostar de qualquer coisa radical, então apenas suspirou e pagou a conta, então foi praticamente arrastado pela loira, ao parque, engoliu em seco quando viu a montanha russa que a menina falava, ela virava de ponta cabeça.

Não iria nem na metade dos brinquedos se não fosse pela loira tê-lo arrastado, foram nas montanhas russas, na casa do terror, e vários outros.

Quase na hora do pôr do sol, Rhuan e Sol foram na roda gigante, e puderam contemplar o inicio da noite quando estavam bem no topo do brinquedo, puderam ver o Sol partir e dar lugar para a Lua dar o seu brilho prateado, os dois se encararam e sorriram, pelo excelente dia que tinham tido.

– Foi um dia longo, mas foi ótimo – comentou Rhuan assim que saíram da roda gigante, estavam sentados num banco contemplando as primeiras estrelas.

– E como foi, mas ainda não acredito que passou mal na casa do terror – falou a menina rindo muito.

– Sol! Você sabe que tenho medo dessas coisas! – ele falou envergonhado.

– Não deveria, enfrentamos coisas bem piores que pessoas maquiadas, mas mesmo assim é engraçado ver sua reação! – falou a menina ainda rindo – Rhuan acho melhor irmos para casa, já está tarde.

O ruivo apenas assentiu, e foram andando calmamente. Como estava esfriando e Sol não tinha trazido nenhuma blusa, Rhuan tirou o casaco de moletom que usava e colocou na loira que enrubesceu um pouco, depois circundou o braço no ombro da loira.

Chegaram na casa da loira, Sol devolveu o casaco, agradeceu pelo dia que tinham passado, e quando ia entrar o ruivo a segurou pelo braço, e deu um beijo demorado na bochecha dela.

– Muito obrigado, marcaremos outro encontro, descanse bem – falou o ruivo sorrindo.

Sol apenas assentiu e entrou rápido em casa, quase tropeçou enquanto subia as escadas, foi para o quarto direto e afundou o rosto na almofada, ainda estava vermelha, ainda não acreditava que ele tinha “encontro”.

“Será mesmo que eu estou gostado do Rhuan?”