A Million Faces escrita por Vingadora


Capítulo 11
Don't talk in the work


Notas iniciais do capítulo

Eu ia postar esse capítulo às 2hrs da madrugada, acredita?
Aí eu pensei: "Quem é que está acordado 2hrs da madrugada?"
Pois é.
Mas cá estou com Don't talk in the work pra vocês.



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─ Quando você decidir parar de me encarar com esse olhar de suspeita, poderemos começar a nos comunicar de verdade?

─ H-hm...

Já havia passado meia hora desde Stark me colocou sentado de frente para ele em sua garagem e começou a me fitar, avaliando-me de cima a baixo, encarando meus olhos em busca de verdades e me cutucando. Com frequência.

O que raios eu estava fazendo ali?

Ah, é. Claro. Fury me obrigou a isso.

Assim que ele soltou a enigmática frase: "Eu possuo algo e alguém com disposição o suficiente para ajudá-lo a montar sua cura." e me encarou, eu pensei em 1001 teorias de conspiração que se passavam na mente de Nick. Mas nada era comparado a aquilo.

─ Você irá acompanhar Stark até a casa e irá o ajudar na construção de um substituto para o reator. ─ Fury começou dizendo assim que entregou um baú a Tony em sua mansão destruída pela luta da noite anterior.

─ Merda nenhuma que vou ficar aqui. Eu já disse a você. Rodhes entregou a armadura a Hammer. Precisamos fazer alguma coisa quanto a isso. ─ Fury ergueu um dedo, silenciando-me.

─ Você trabalha para mim agora. Eu ando, você segue. Eu aponto, você vai. Eu ordeno, você obedece. ─ ele estava com o olhar e tom de comandante novamente. Como eu odeio aquele olhar ─ A captura da Mark II foi culpa sua. Era sua obrigação ficar aqui e avaliar a situação. E nós não iremos nos preocupar com isso agora. Estamos entendidos?

Soltei um suspiro pesado e encarei-o tentando demonstrar todo meu descontentamento com a ordem.

─ Sim senhor. ─ mas acabei deixando as palavras escaparem.

Em que merda eu havia me metido?

Foi só após Fury revelar que a culpa havia sido minha que percebi o motivo de toda aquela arrogância. Ele estava decepcionado, novamente, comigo.

Era só isso que eu conseguia causar nas pessoas? Decepção? Comecei a questionar minha capacidade de ser leal.

Eu preciso mudar se quero provar que posso ser capaz de trabalhar para a S.H.I.E.L.D.

E cá estou. Sendo observada por Stark durante longos 30 minutos.

─ Qual seu nome? ─ Stark perguntou, mudando de posição em seu acento e me encarando de forma avaliativa ainda.

─ Ellizabeth.

─ Nome completo.

Revirei os olhos.

─ Ellizabeth Ellie Fury.

─ Jarvis pesquise por Ellizabeth Ellie Fury no banco de dados mundiais.

─ Pesquisando imediatamente, senhor. ─ uma voz mecânica proferiu as palavras.

─ Quem é Jarvis? ─ olhei em volta a procura do dono da voz.

Stark revirou os olhos e bufou.

─ É um cérebro altamente fundamentado em funções mecânicas e funcionais. Eu mesmo criei. ─ ele soltou um sorriso irônico.

─ Senhor, não existe informações sobre Ellizabeth Ellie Fury no banco de dados mundiais. ─ Jarvis, o cérebro altamente fundamentado em funções mecânicas e funcionais, disse as palavras que deixou seu dono zangado.

─ Sério? ─ ele franziu o cenho e me olhou curioso ─ Agora falando sério. Qual é seu nome de verdade?

Tornei a revirar os olhos.

─ Fui criada na S.H.I.E.L.D., por isso não possuo dados que foram computados. ─ expliquei brevemente.

─ Ah... uma orfã. ─ se olhar passou de intrigado para enjoado ─ Qual seu grau de parentesco com Fury?

─ Não sou orfã. ─ grunhi apenas. Não ia conversar com ele sobre meu grau de parentesco com Fury.

─ Aposto que ele foi... sei lá... casado com sua mãe, ela morreu, ele não sabia o que fazer e jogou você na sede da S.H.I.E.L.D. ─ ele falou, desdenhoso enquanto se pusera de pé e começou a me avaliar de cima.

─ Não. ─ levantei-me e segui seus passos ─ Fui encontrada ainda bebê em uma mansão abandonada na Nigéria. Nick me levou para a S.H.I.E.L.D. e eles decidiram me criar. Me deram um nome, sobrenome, treinamento e cá estou.

─ Então você é filha adotiva de Fury?

Suspirei.

─ É. Por assim dizer. ─ ele realmente não compreendia o tamanho significado que tinha ser filha adotiva do diretor da S.H.I.E.L.D.

─ E então... como é que você e essa coisa podem me ajudar a construir um substituto para meu paládio? ─ Stark esfregou uma mão na outra e me encarou, esperando por uma resposta.

─ Ei, camarada. Você é o bilionário, filantropo, gêniozinho daqui. Eu sou apenas um soldado. ─ dito isso, Tony revirou os olhos.

─ Ótimo, soldado. Então me traz um pouco de café da lanchonete da estrada, por favor. ─ ele passou por mim e caminhou para perto do baú.

Ignorei sua ordem e fitei as coisas que retirava do baú.

─ O que será que tem nessa fita? ─ resolvi perguntar no instante em que ele começou a avaliar o rolo de fitas de filmagem.

─ Shh... ─ ele ergueu um dedo, pedindo silêncio ─ Regra número um para se trabalhar comigo: Não fale durante o trabalho.

Tony resolveu rodar a fita que estava dentro do baú.

Reduziu a luz da sala, sentou-se em uma cadeira e começou a remexer em alguns livros enquanto eu assistia Howard Stark falar.

Tudo é possível com tecnologia. ─ ele levantou-se da mesa onde estava sentado e aproximou-se da câmera ─ Vida melhor, boa saúde. E, pela primeira vez na história da humanidade: a paz mundial. ─ Stark filho estava focado em alguns cálculos anotados em um livro enquanto eu estava sentada no braço do sofá em que ele estava, focada no Stark pai ─ E sou Howard Stark. E tudo o que vocês precisam para o futuro, pode ser encontrado aqui. ─ ele pausou por um segundo, começou a caminhar para longe tentando definir o que falar no discurso ─ Cidade do amanhã, cidade do futuro, cidade do amanhã... Tá, espera. ─ o câmera man deu sinal positivo e ele começou tudo novamente. Enquanto ele discursava novamente, um menino apareceu no fundo da maquete que Stark pai mostrava e começou a retirar algumas coisas do lugar. ─ Em nome de todos das Industrias Stark, eu quero apresentar a... hã... hã... Tony o que que você tá fazendo aqui? O que que é isso? Põe de volta. Põe onde você pegou. Cadê a sua mãe?... Maria! Leva ele. Vai, vai! ─ Stark filho parou para observar aquela cena e olhou um pouco receoso para aquele momento. A cena foi trocada no telão e apareceu uma nova tentativa de gravação de Stark pai ─ Então, em nome de todos nós das Indústrias Stark, eu quero apresentar a vocês... Que droga... Eu quero... Olha, olha, não dá.. A gente já tem material, não tem Phillip? É ridículo ganhar a vida assim... ─ Deixei de prestar atenção na gravação para comer um pouco do donnut que Coulson havia trazido para comermos.

Tony, assim como eu, já estava de saco cheio de olhar toda aquela papelada em busca do tal algo que poderia fornecer auxilio. Até que Stark pai começou a discursar na gravação para Stark filho.

Tony... Você é muito novo para entender agora, então eu vou deixar gravado pra você. ─ Stark filho se quer piscava após o pai dizer seu nome ─ Eu construí isso pra você. ─ apontou para a maquete ─ E um dia irá perceber que representa muito mais que as invenções das pessoas. Representa a obra da minha vida. Essa é a chave para o futuro. ─ a câmera filmou alguns closes da maquete antes de se direcionar novamente a Howard ─ Eu estou limitado pela tecnologia do meu tempo, mas um dia você vai achar uma solução. E quando achar... você vai mudar o mundo. O que é e sempre será... minha maior criação... é você, Tony. ─ a fita acabou e Stark filho e eu ficamos em silêncio.

Por um momento, Tony ficou calado, tentando absorver as palavras gentis do pai. Acho que eles não tiveram uma relação muito proveitosa. Pensei.

─ Você tem carro? ─ Stark começou a se levantar e caminhou para a escada

Apontei para minha Hayabusa que praticamente reluzia na garagem. Não tinha como ele não ter reparado naquilo.

─ Como é que essa coisa chegou aí? ─ ele encarou a moto, parecendo surpreso com a presença dela.

Bufei, irritada.

─ Fury a trouxe para mim. Pensou que fosse útil. ─ expliquei de forma breve e prática.

─ Tá, certo. Já que você é minha babá ambulante e meu auxilio, que sinceramente, tem se mostrado inútil ─ ele proferiu as últimas palavras em murmurio ─ Quero que você me siga até meu escritório. Tenho que pegar umas coisas.

Segui o conversível de Stark durante todo o trajeto. Ele corria bastante, fazendo uma pausa apenas para comprar uma caixa de morangos ─ que ouso comentar: ele pagou com o relógio.

Ele estacionou o carro em frente a torre Stark e jogou as chaves para o manobrista.

Parei minha moto atrás de seu carro e olhei feio para o manobrista.

─ Não toque. ─ informei rapidamente enquanto seguia o Tony impaciente.

─ Você não pode estacionar aqui. ─ o manobrista gritou para mim.

─ Ela pode. Hoje pode. ─ Stark rebateu, em minha defesa, sem se importar em virar-se para o homem.

O edifício era bem diferente do das industrias Hammer, possuía todo que um charme e elegância que podia ser visto no homem que carregava o mesmo sobrenome.

─ Se alguém perguntar quem é você, diga que é minha amiga íntima. Vai polpar todo o trabalho de explicar quem é você, para quem você trabalha, essas coisas.

Revirei os olhos.

─ Stark. Muito mais fácil dizer que sou sua segurança. ─ apontei para a arma na minha cintura e as adagas presas ao uniforme.

Ele encarou-me abaixando a cabeça para me olhar sem o óculos e revirou os olhos.

─ Dá no mesmo. Eu já dormi com as seguranças também. ─ tomamos o elevador sem ser interrompidos.

O elevador já estava com dois homens dentro quando entramos nele.

Ambos funcionários.

─ Senhor Stark. ─ disseram, em uníssono.

─ Olá rapazes. ─ Tony cumprimentou-os com a cabeça.

Ambos os homens me olharam de soslaio, curiosos. Até que um resolveu investir:

─ Bonita... a... é... arma.

Encarei-o séria, lançando o olhar mais ameaçador que consegui.

─ Ela é minha... segurança. ─ Star falou desdenhoso ─ Está trabalhando para mim nesses dias. Não é definitivo.

─ Certo, compreendo. Segurança nunca é demais. ─ quando eles saíram do elevador, pude ouvir Stark soltar o ar, irritado.

─ Seus funcionários são muito legais. ─ zombei.

─ Não são meus. São da Pepper. Eu só pago tudo. ─ nosso andar chegou e logo já estávamos dentro da sala de Pepper Potts que falava ao telefone com alguém, usando uma intimidade estranhamente aborrecedora para Stark.

Um silêncio constrangedor surgiu quando o som da TV tornou-se mais alto e o repórter falava mal das indústrias Stark e da recém-promovida a diretora: Virgina Pepper Potts.

Pepper começou a gritar com a pessoa ao telefone enquanto Stark caminhava pela sala encarando as coisas que pertenciam a ele na beira da sala dentro de caixas.

Preferi sair da sala, para dar mais privacidade aos dois.

─ Qualquer coisa, estou lá fora. ─ dito isso, Stark pisca para mim, como se compreendesse.

Acionei meu comunicador no ouvido e fiz uma ligação rápida para Fury.

─ Estou com Tony nas indústrias Stark. ─ contei.

O que ele foi fazer aí? ─ Fury indagou.

─ Não sei ainda, mas acho que veio buscar alguma coisa.

Então vocês estão no caminho certo. ─ e a chamada foi finalizada.

Será que estamos mesmo?

✥✥✥

─ Dá pra você me ajudar a montar isso daqui ou vai ficar aí brincando de estátua perto da parede? ─ Stark estava tentando montar a maquete que trouxera do escritório.

Ele estava eufórico, deixando transparecer toda a animação que sentia ao ter trazido a maquete.

O que a maquete representava, afinal?

─ E agora, camarada? ─ indaguei, tentando compreender seus objetivos.

─ Agora... ─ ele começou a caminhar em volta da maquete. ─ Jarvis faça um escaneamento em 3D dessa maquete.

─ Uma projeção manipulável. ─ acrescentei quando comecei a compreender o que Stark queria.

─ Isso. ─ ele concordou.

Nossos cérebros começaram a trabalhar juntos.

Stark fez uma breve demonstração de como manusear aquela tecnologia e logo já estávamos trabalhando em conjunto.

─ Scanner da maquete da ExpoStark de 1974 completa, senhor. ─ uma fina camada azul estava formada acima da maquete, nos revelando a projeção.
Stark tocou na fina camada azul e puxou-a para cima, fazendo com que ela flutuasse no ar, levou-a para fora da base e deixou que flutuasse em nossa frente e começou carrega-la para longe.

─ Quantos prédios deve ter ali mesmo? ─ perguntei enquanto observava Stark manusear a projeção para longe da maquete.

─ Jarvis.

─ Devo incluir...

─ Eu não perguntei. Só mostra pra gente. ─ Stark não disse aquilo de forma grosseira, até tinha sido gentil com a voz robô.

Stark estralou os dedos da mão direita e empurrou a projeção, fazendo-a rodar a nossa frente até que virou-se e ficou na vertical.

─ É uma maquete realmente interessante.

─ Concordo plenamente, agente Fury. ─ Jarvis comentou.

─ Pra você o que parece isso, Jarvis? ─ Tony perguntou alheio ao que acontecia a sua volta, focado somente no centro da maquete. ─ Não... diferente de um átomo. Nesse caso... um núcleo seria... ─ tocou no globo que girava na projeção e falou: ─ aqui. Ressalte a unisfera. ─ pediu a Jarvis e assim foi feito.

─ Elimine os corredores. ─ falei, enquanto analisava as coisas por um ângulo diferente.

─ Senhor Stark, deseja realmente eliminar os corredores?

─ Faça o que ela pedir, Jarvis. Ela entende o que eu quero. ─ Tony não me encarou ou encarou qualquer coisa, se não, a unisfera sobressaltada a nossa frente.

─ Corredores eliminados.

Stark estava tentando encontrar um modelo de um novo núcleo, um novo elemento para sustentar e lutar contra o paládio através da maquete. Era tão obvio! Seu pai havia pensado nisso. Estava ali o tempo inteiro, só precisávamos remover alguns objetos que atrapalhavam nossa visão.

─ O que o senhor está tentando fazer?

─ Eu estou descobrindo... quer dizer, redescobrindo um novo elemento, eu acho. ─ ele suspirou e voltou-se ao exterior na maquete ─ Elimine a paisagem. O mato, as árvores...

─ Estacionamentos, saídas e entradas. ─ aproximei-me de Tony e completei sua frase, averiguando de perto o que estava se formando ali.

─ Estruture os prótons e os nêutrons. ─ Stark ordenou a Jarvis. ─ Usando os pavilhões, como uma armação. ─ após concluir isso, Stark e eu encaramos uma projeção do novo elemento redondo e reluzente ─ Você consegue ver isso?

─ H-hm...

Em um movimento rápido, Stark ampliou ao máximo a projeção, fazendo com que ela crescesse a nossa volta, nos rodeando e deixando dentro do elemento criado.

─ É lindo. ─ foi tudo o que consegui dizer.

Stark, me ignorando, soltou a frase:

─ Falecido há quase vinte anos e ainda tem coisa pra me ensinar.

─ O elemento proposto deve servir como substituto para o paládio. ─ Jarvis informou com sua voz mecânica.

Obrigado pai. ─ Stark sussurrou.

─ Infelizmente é impossível sintetizar. ─ Jarvis continuou com a informação.

─ Você gosta de coisas impossíveis, senhorita Fury? ─ Tony ergueu as sobrancelhas encarando-me em busca de uma resposta.

─ Eu adoro.

Ele deixou um sorriso triunfante escapar antes de caminhar para longe.

─ Prepararem-se para uma remodelagem, meus queridos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do momento Tony e Lilly?

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Música (inspirada): Black hearts (on fire) - Jet
{eu amo essa música *o*}

"Seu coração no fogo, mas o frio ao toque
Eu sei que você quer, mas você se ama demais
Seu coração de fogo, mas sua cabeça é uma rotina
É melhor acreditar, eu nunca vou desistir"

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CuEEoDPDLmM

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Até o próximo capítulo õ/