Momentos escrita por NathyWho221B


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey, novo capítulo como prometido, um pouco mais rápido do que da ultima vez, e maior também rsrs ( eu sou muito legal néh?) . Esse capítulo é meio angust, é o meu favorito até agora, espero que seja o de vcs também!
Música que a Molly toca :https://www.youtube.com/watch?v=aXVlQJ8eFgE
Ah, e sobre a imagem, eu achei essa linda e representa muito bem a cena mais fofa do capítulo *-*



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No caminho para a escola Sherlock e eu não trocamos uma única palavra. Fiquei tensa o caminho todo. Eu não me permitia olhá-lo, sabia que ficaria corada de novo, mas eu o olhava pelo canto do olho e percebia que seus punhos estavam fechados. Ele estava tenso também. Desviei o olhar e não o olhei novamente.

Na escola eu fiquei mais aliviada, pois Sherlock sentava a algumas carteiras a minha frente, então ele não perceberia se eu o olhasse a cada dois minutos. Até que isso era bom, porque eu poderia admirá-lo sem que ele perceba.

Ele é tão inteligente, e... Bonito. Os cabelos escuros e encaracolados dele faziam sua pele clara se destacar ainda mais. E aqueles olhos... Uau, aqueles olhos da cor do céu, são tão lindos. Eu realmente queria que ele me percebesse. Mas, por quê? Será que... Não. Eu não posso gostar dele. Isso seria estupidez, ele nem sequer liga para mim, nunca demonstrou afeto, e pelo o que eu saiba e já ouvi falar, só é saudável amar quem te ama também. Assim o sentimento é recíproco e ninguém sai ferido.

Olhar de mais para ele estava sendo um problema, pois eu não conseguia prestar atenção no que os professores diziam. Eu nem ao menos conseguia segurar o eu olhar neles, eram desviados com facilidade para Sherlock a cada movimento que ele fazia. Quando ele estava de cabeça baixa lendo e tirava alguns cachos dos olhos, nossa, como eu queria fazer isso por ele. Minhas mãos formigavam só de pensar em tocar naqueles cachinhos escuros.

Eu nunca senti essas vontades estranhas. É melhor eu parar com essas bobagens e prestar atenção na aula.

A aula de geografia passou voando e eu quase não acreditei quando Sherlock disse que não sabia que o planeta gira em torno do Sol. Todos riram e o professor ficou com a boca entre aberta. Por um instante eu fiquei com vontade de mandar todos calarem a boca quando vi que Sherlock parecia envergonhado e bravo ao mesmo tempo. Fiquei pensando, como alguém tão inteligente poderia não saber disso? John também deve ter pensado o mesmo, pois não ria como os outros e eu podia ver a dúvida em seus olhos.

No intervalo John veio lanchar ao meu lado e chamou Sherlock para se juntar a nós enquanto comemos.

– Então vocês moram juntos? –John perguntou parecendo animado.

– Sim. Sherlock te contou?

– Ele deu um rápido comentário sobre isso há algumas semanas, mas eu não sabia que era na sua casa até ontem. – Ele virou para encara Sherlock que comia suas batatas silenciosamente ao seu lado.

– O que? – Sherlock disse olhando para John. John voltou seu olhar para mim.

– Ontem, quando eu perguntei o porquê dele ter feito dupla com você em vez de fazer comigo, ele disse que tinha que arranjar alguma desculpa para falar com a vizinha de quarto dele.

– Eu estou bem aqui, se vocês estiverem se esquecido. – Sherlock disse, comendo a ultima batata frita. – E eu só tentei ser sociável com a garota que cedeu sua casa para mim e meu odiável irmão, só isso.

Eu tinha dificuldades em olhá-lo nos olhos, ainda me lembrava “daquela cena constrangedora” de manhã.

– Está tudo bem Sherlock, mas Molly, se não fosse por você eu acho que tiraria um zero bem redondo. – John disse rindo. Como John podia ser tão bonzinho? Sinceramente Sherlock não merecia um amigo como ele. Será que John não percebia que Sherlock estava mentindo para ele?

O intervalo passou rápido. Que engraçado, o intervalo passa mais rápido quando você conversa com alguém.

Finalmente, aula de biologia, eu não sei se ficava feliz por estar perto dele ou envergonhada. Tentei me concentrar ao máximo para ouvir ao que a professora falava, até que Sherlock me chama.

– Molly?

– sim?

– Desculpe. – me virei para olhá-lo.

– Sobre o que exatamente? – ele se vira para me olhar.

– Sobre hoje mais cedo. – Imagens invadem meus pensamentos, e eu o encaro ficando corada.

– Você não precisa pedir desculpas, não foi culpa sua, não tinha como você saber... – Eu disse meio enrolada com as palavras e baixei a cabeça, fazendo com que meus cabelos formassem uma cortina castanha sobre meu rosto.

– Sobre o que você está falando? – Sherlock me olha confuso.

– Sobre... Espera sobre o que VOCÊ está falando? –o encarei de novo.

– Por eu ter pegado seu livro sem permissão. Eu precisava dele para passar o tempo. – ele disse dando os ombros. Eu olhei para frente, não queria que ele visse a vergonha estampada em meu rosto.

– Você pegou meu livro? Quando?

– Eu já disse, hoje de manhã. Achei que você perceberia, então fui devolver, mas na hora que sai do quarto, bom...

– Já intendi, já intendi. – não queria mais me lembrar disso.

– Então... Você me desculpa? – porque ele tinha que me olhar com esses olhos tão lindos? É claro que eu o desculpava.

– Tudo bem, está perdoado. – eu disse por fim. – Você o leu então?

– Não. Eu só o usei no microscópio. - caramba, ele tem um microscópio? Que tipo de garoto de 16 anos tem um microscópio no quarto? – Eu te devolvo quando chegarmos em casa. - assenti com a cabeça.

***

Os dias se passaram, e Sherlock e eu começamos a nos comunicar mais. Às vezes eu tentava conversar com Mycroft, mas ele sempre dizia comentários rápidos para a conversa não se prolongar. OK. Está bem claro que ele não gosta de mim. Eu raramente via os irmãos conversando, mas eu intendi o porquê de não se falarem muito, parecia que eles se comunicavam pelo olhar. Será que todos os irmãos são assim ou só eles?

Nesses dias, minha mãe me pediu para limpar o sótão, pois fazia muito tempo que ninguém subia lá e deveria estar bem empoeirado. Então, enquanto eu o limpava achei um piano velho que era do meu avô. Ele tinha me dado de natal quando eu ainda era pequena. Eu amei aquele presente, foi um dos meus favoritos e eu tocava todos os dias, aprendi sozinha, para quando ele viesse me visitar, eu tivesse muitas canções para tocar para ele.

Lembro-me de um dia ter perguntado para ele o porquê dele ter me dado o piano se ele gostava tanto de tocar, e ele me disse que todos têm uma canção e que a dele estava no fim e que então era a hora de deixar que outra pessoa componha a sua. Eu não tinha intendido na época, mas depois que ele se foi passei a entender.

Eu parei de tocar e então meu pai o colocou no sótão já que não tinha mais utilidade na sala. Meu avô, que era a pessoa que eu mais amava não me visitaria mais. Eu também amava os meus pais, mas nada se comparava ao meu amor com o meu avô. Senti-me profundamente triste na época. Às vezes eu visitava o sótão e olhava para o piano de madeira escura. Eu tentava compor algo, mas só saiam músicas melancólicas e eu não queria que meus pais escutassem essas músicas e ficassem mais tristes do que já estavam.

Passei os dedos pela tampa do teclado. Estava bem empoeirado mesmo, me sentei no banquinho de couro e abri a tampa do teclado. Olhei para os teclados e passei os dedos levemente por eles, me traziam tantas memórias felizes que pensei em tocar a primeira música que veio a minha mente.

Enquanto eu tocava, lembranças Invadiam minha mente. De repente, vi gotas pingarem sobre minhas mãos em movimento. Eu estou... Chorando...?

Minha visão começou a ficar meio embaçada e tive dificuldades de enxergar os teclados, mas eu não errava nenhuma nota. Já tinha tocado aquela música centenas de vezes antes. No meio da música escuto o som de um violino. Violino? Mas quem..? Pelo canto do olho, vejo Sherlock se aproximando com seu violino. Eu não parei de tocar, a música ficava mais bonita com o violino. Ele conhecia a música, então não errou ao me acompanhar.

Eu me sentia leve e feliz por tocar novamente. Tinha até me esquecido do quanto eu amava fazer isso. A música chegou ao fim.

Levantei a cabeça para olhar o teto cheio de teias de aranha, fechei os olhos. Fiquei alguns segundo assim.

– Então... Você sabe tocar violino. – eu disse ainda sem abrir os olhos.

– E você sabe tocar piano. E gosta disso, pelo que pude ver agora. Então porque ele está aqui? – eu finalmente o olhei. Eu não disse nada, e alguma coisa na minha expressão o impediu de fazer mais perguntas. Eu realmente não queria conversar sobre isso. Voltei meu rosto para o piano e fechei a tampa do teclado. Levantei-me lentamente e andei em direção a porta.

– Por favor, me de licença, eu preciso limpar aqui. – abri a porta, mostrando a saída. É claro que ele sabia que essa era a saída. A única entrada e saída desse lugar.

Ele deixou o violino em cima da tampa superior do meu piano. E antes de sair, ele parou e olhou para mim. Esse olhar... Eu nunca o tinha visto antes. Tentei decifrá-lo, mas falhei.

– Vai deixar o violino aqui? – eu perguntei, afinal, me daria mais trabalho, porque ele iria ficar empoeirado também, conforme a poeira for subindo.

– Assim como você, eu também amo tocar e se você esconde algo que ama, mesmo que seja agradável aos ouvidos dos outros, eu também vou esconder. E assim teremos nosso amor só para nós. Isso parece egoísta? – ele me olhou fingindo dúvida e respondeu a sua própria pergunta antes mesmo de eu pensar em algo para respondê-lo. – Acho que não.

Quando ele estava saindo eu o segurei pela parte de trás da sua blusa.

– Por quê?... Porque está dizendo essas coisas?- Ele não se virou para mim.

– Eu só quero que compartilhemos algo.

– Compartilhar o que?

– Sua tristeza. Sei que você está triste por alguma coisa que aconteceu no seu passado. E não diga que é mentira, a verdade está estampada em seus olhos.

– Todos me veem todos os dias e nunca percebem isso. Como você consegue? Eu tento não deixar transparecer e... – ele não me deixou terminar.

– Eu não sou igual a todo mundo. Você já deve ter percebido isso. – Isso era verdade. Eu sabia que ele não era igual a qualquer outra pessoa. De alguma forma, ele era diferente.

– Porque você iria querer compartilhar a minha tristeza?

– Porque, eu creio que quando compartilhamos algo, ele é dividido ao meio e não sobrecarrega ninguém. Agora preciso ir, John me pediu para ensinar a ele toda a matéria de biologia sobre DNA e eu já estou atrasado. Até mais.

Ele se desvencilhou da minha mão que ainda segurava sua camisa e me olhou de lado assentindo com a cabeça, e desceu as escadas em passos rápidos fazendo com que seus cachos dessem pulinhos. Que fofo. Alias, foi tudo muito fofo o que ele disse pra mim em tão pouco tempo. Eu não esperava que ele me entendesse apenas com olhares. Ser um livro aberto para alguém é meio frustrante. Será que Sherlock se sente assim em relação à Mycroft?

Falando em Mycroft, está na hora de resolvermos essa antipatia de uma vez por todas. Amanhã é meu aniversário e vou exigir a atenção de todos... Inclusive dele.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Quero reviews, se não eu desanimo e perco a inspiração, além de deixar de postar .... Então pls, não me deixem na mão T_T ...beijinhos!



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