Let Me Go escrita por Rosalie Potter


Capítulo 8
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Eu estou realmente muito feliz com o andamento da fic. Os acessos tem me deixado muito satisfeita, o número de leitores e favoritos também porque tem subido muito rápido e eu estou encantada.
Mas por favor não é pessoal? Vamos comentar. Eu tenho dado tudo de mim para conseguir postar rapidamente essa daqui, diariamente, coisa que eu dificilmente faço nas minhas fics. Sacrifico tempos de descanso ou até mesmo de obrigações pra conseguir postar.

Em contrapartida todos os comentários que eu recebi me deixam maravilhada. Fazem tudo valer a pena.

Espero que gostem do capítulo.



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–Ele é só um moleque prepotente e arrogante! –Exclamei com ódio para Gabriel. Como eu já havia imaginado, ela me deu um sermão enorme. Tentei argumentar e ela disse que entendia, mas que era para eu conter a língua. Certas coisas, mesmo sendo corretas, eram melhor serem mantidas dentro de si. É claro que eu sabia que era assim, mas eu não conseguia.

–Você enfrentou o príncipe, único herdeiro do nosso reino. Atena, você é maluca. –Meu irmão riu. Ele vinha me visitar toda noite, antes de dormir e era meu melhor amigo naquele lugar inteiro.

–O que eu podia fazer? Sou eu Gabe, sabe que minha boca é maior que a minha mente, ás vezes.

–Mas a cara dele quando você domou o cavalo deve ter sido perfeita.

–Impagável Gabriel. –Comecei á rir. –Eu poderia ter sido chicoteada, mas valeu á pena cada segundo me deliciando com aquela expressão.

–Você é realmente maluca, irmã.

–Completamente. –Continuei rindo e ele me acompanha.

–Ele me ajuda nas aulas, bastante. É um dos instrutores. Ele disse que tem muita fé no que eu vou me tornar.

–Nunca pensei que diria isso, mas nisso, ele tem razão. Você vai longe Gabriel Mercer.

–Deus te ouça Atena. –Como sempre ele beijou minha testa, era a nossa despedida. –Boa noite irmã.

–Boa noite Gabe.

Ele saiu do quarto e eu comecei á contar os minutos para ir para o jardim. Eu precisava que todos já estivessem dormindo para ir para o jardim. Cantar lá tinha virado uma tradição porque eu simplesmente não conseguia dormir sem fazer isso. Era meu jeito de me expressar, colocar pra fora. Principalmente agora que a saudade crescia dentro do meu coração. Saudades das minhas aulas com Robert, das conversas com Katrina e Iara, do amor da minha mãe. E saber que aquilo era apenas o começo, me sufocava de uma forma terrível.

Assim que eu sabia que a noite já estava alta no céu, eu peguei minha capa e saí do quarto. Já sabia o caminho para o meu cantinho no jardim até de olhos fechados, então sentei no balanço e fechei os olhos. Tomei fôlego e comecei á cantar enquanto balançava levemente:

I'm standing on a bridge
I'm waiting in the dark
I thought that you'd be here by now
There's nothing but the rain
No footsteps on the ground
I'm listening but there's no sound “

Isn't anyone trying to find me?

Won't somebody come take me home?

It's a damn cold night
Trying to figure out this life
Won't you take me by the hand?
Take me somewhere new
I don't know who you are
But I...
I'm with you
I'm with you “

Tinha mais á se cantar, mas ouvi um barulho vindo ali perto. Arregalei os olhos, puxei o capuz e desci do balanço. No momento em que virei eu o vi. Vi apenas a silhueta. Eu sabia que se alguém me pegasse naquele momento eu estaria extremamente ferrada.

–Es... –Não deixei que a pessoa terminasse a frase antes de sair correndo. Ouvi que seja lá quem fosse também corria atrás de mim. Mas eu não era boba, tinha explorado e decorado cada local daquele jardim. Sabia alguns atalhos. Pelo visto aquela criatura também sabia por que eu percebi que por mais que eu corresse ela estava perto.

Apressei o passo quando foi uma moita ali perto e vi minha chance. Correr não resultaria em nada pelo simples fato de que uma hora eu teria que parar e não poderia deixar que quem quer fosse que me seguisse até o meu quarto. Então me joguei para trás da moita. Tirei um galho da planta e o arremessei para fazer um barulho, como se eu tivesse ido para lá e esbarrado na planta. Ouvi passos correndo, passando pelo local e prendi a respiração, ficando imóvel.

Só depois de dez minutos foi que ousei me levantar e corri para o meu quarto. Corri com a maior força que minhas pernas tinham e quando tranquei a porta, praticamente caí na cama. Minha respiração estava arfante, eu tinha folhas no meu cabelo e tremendo de medo, mas acabei rindo. Rindo da situação que eu mesma havia me colocado.

Para minha sorte eu já havia cantado então eu conseguiria dormir. Mas o que eu faria, já que não podia ir mais ao jardim? Droga. Será que até meu direito de cantar eles tirarão?

Por Felipe:

O dia amanheceu e eu não consegui fechar os olhos. Sem a música da garota para me acalmar tinha sido inútil qualquer tentava de adormecer. Mas também eu tinha dado a besteira de correr atrás dela, literalmente. Assustei a garota, não consegui descobrir quem é e provavelmente ela não voltaria. E agora, o que diabos eu faria? Ordenaria para que cada mulher daquele castelo cantasse pra mim até descobrir quem é?

Torci para que Ian tivesse descoberto alguma coisa. Ele tinha que ter descoberto algo ou eu precisaria de remédios para dormir. Fui para a sala de jantar já vestido, mas provavelmente com o rosto um tanto abatido por ter passado uma noite em claro depois de ter ficado mal acostumado á dormir bem. Por conta dessa bendita voz.

Mas a culpa não foi minha. Quando ela começou a cantar eu não pude me conter. Eu tinha que descobrir que era porque aquela voz mexia comigo em todos os aspectos.

–Bom dia. –Cumprimentei a meu pai.

–Bom dia Felipe. –Ele cumprimentou também com um grande sorriso. Meu pai algumas vezes nem parecia rei, principalmente quando dava aquele sorriso lindo.

Sentei-me ao meu lugar na mesa e então ouvimos batidas na porta. Batidas leves, delicadas, mas ao mesmo tempo firmes.

–Entre. –Meu pai mandou, com a voz firme dele. Aquela voz me assustaria se eu já não o conhecesse.

–Com licença senhores. –Olhei para a porta e vi que era justamente Atena com uma bandeja, claro, para deixar o meu dia ainda pior. Mas ela com certeza deveria ter tomado uma bronca de Nelly, isso já me deixava contente. E aquela bandeja parecia muito grande pra ela, mas com um equilíbrio assustador ela trouxe até a mesa. Torci para que caísse, mas infelizmente isso não aconteceu. Ela apenas distribuiu tudo pela mesa.

Não resisti à pergunta:

–Seu dia ontem foi bom, senhorita? –Perguntei olhando para seu rosto. Ela impassível, abriu um pequeno sorriso.

–Foi ótimo, senhor. Obrigada por perguntar. Amansei um cavalo “impossível”. –Vi a provocação implícita e quase bufei. –Com licença senhores.

E saiu com a bandeja vazia que deveria ser muito mais fácil para equilibrar. Revirei os olhos:

–Falando com a criadagem Felipe? Você não é desses. –Mas meu pai sorriu como se estivesse orgulhoso. Eu sabia que Vinicius, meu pai e rei, sabia o nome de cada criado em que lhe falhasse a memória nenhum e conhecia a história e personalidade de cada um. –Foi ela que amansou Sirius?

–Sim. –Falei amargamente. Ele apresentava a mesma surpresa que eu, quando vi o que aconteceu.

–Impressionante.

–Não exagere papai. –Sabia que não era exagero, mas eu não precisava do meu próprio pai exaltando o feito daquela fedelha ruiva.

~X~

–Não Felipe, eu ainda não consegui nada. –Ian bufou enquanto observávamos os novatos duelando entre si e corrigindo verbalmente alguns erros, arrumando posturas, coisas do tipo.

–Ela não vai voltar mais e aí o que eu farei? –Perguntei passando a mão pelos cabelos e me auto recriminando pela minha estupidez. Eu deveria ter tido mais cuidado em ir de encontro á ela ou ainda nem ter ido.

–Como vou achar uma moça misteriosa que canta de madrugada pelos jardins? –O Capitão suspirou. –Você deveria ter achado outro modo de dormir melhor, sinceramente.

–Acha que eu não sei? –Revirei os olhos.

–Com licença, Vossa Alteza. –Vir-me-ei e encarei os olhos azuis de Gabriel. Ele como sempre já tinha vencido seu oponente e esperava os outros terminarem para pegar outro rival. Aquele garoto era um soldado em potencial. –Eu sinto muito, ouvi a conversa dos dois. E eu acho que sei quem pode ser essa garota. Posso levar o senhor até ela se quiser, para tirar a prova.

Suspirei aliviado. Se ele estivesse correto, minhas noites de sono estavam salvas. Ian também pareceu aliviado. Se o garoto estivesse correto ele poderia abandonar a missão e parar de me ouvir encher o saco dele.

–Eu e Gabriel vamos atrás da moça.

–Vão. –Ian liberou rapidamente enquanto Gabriel começava á me guiar pelo castelo.

–Como pode saber que é ela? –Perguntei ao jovem enquanto ele guiava pelos corredores adentro.

–Porque eu já ouvi essa voz e sei que é terrivelmente difícil não se envolver por ela. –O rapaz deu um sorriso como se dissesse que sabia por que aquela voz me acalmava e me intrigava tanto. Pela forma que ele falava eu estava acreditando cada vez mais que era realmente ela. –É voz de sereia, chega á ser assustador o poder de hipnose que tem sobre nós.

–É, provavelmente é ela mesma porque é uma coisa de louco.

Estávamos perto da cozinha quando comecei á ouvir a voz. Ela estava cantando lá. Aquela voz maravilhosa inundou meus ouvidos e eu suspirei aliviado porque eu realmente iria descobrir quem era a garota e poderia dormir em paz o resto dos meus dias porque teria certeza de que ela continuaria cantando.

–Essa é a voz? –O moreno perguntou, mas sua expressão dizia que ele sabia que era. Como não se apaixonar por essa melodia?

–Essa mesma.

Ele fez uma expressão divertida que eu desconfiei e bateu na porta da cozinha. Nelly foi quem abriu e quase deu uma síncope a me ver ali. Provavelmente pensava que eu iria reclamar novamente.

–Vossa Alteza... –Ela fez uma reverência. –O que houve?

–Eu só quero saber quem é a dona da voz que estava cantando. –Meus olhos brilharam com a pergunta, tenho certeza. Meu coração começou a bater mais forte contra o peito, na expectativa de conhecer a dona misteriosa.

–Não reconhece? É a voz de Atena. Ela é quem estava cantando.


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Notas finais do capítulo

Música do capítulo: I'm With You-Avril Lavigne



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