The last love escrita por Ingrid Lins


Capítulo 7
Capítulo 6:Encontros


Notas iniciais do capítulo

Como o capítulo 5 foi só uma introdução, resolvi postar em seguida o próximo capítulo! Espero que gostem :)



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Elena Gilbert

Três meses depois...

—Ai, Caroline! Por que eu teria que contar pro Damon, que, diga-se de passagem, eu não vejo há mais de seis anos, que ele tem um filho? O Jeremy vive muito bem sem pai.

—Lena eu sei que o Jer vive bem sem ele, mas eles têm direito de estarem juntos. Você não pode tirar isso deles, amiga.

—Caroline, por favor. Vamos encerrar por aqui.

—Eu acho que você está com medo. O Jeremy sempre foi nosso, e se o Damon souber, vai ser dele também.

Ao invés de ficar lá ouvindo os delírios de Caroline, fui dar uma volta no Mistic Ecologic Park. Eu não estava com medo. Na verdade estava, mas... Jeremy já me perguntava sobre o pai, e eu não escondia.

Mãe por que todo mundo da escola tem pai, e eu não? ele perguntou com carinha de choro.

Você tem pai querido. Seu pai só não sabe que você está aqui, se não ele estaria sempre com você.

Talvez Caroline tivesse razão. Talvez Jeremy precisasse saber quem era seu pai. Mas a questão era: Damon iria querer saber que tem um filho?

Eu não tinha tanta certeza.

Quando voltei para o meu apartamento, tinha um bilhete em cima da mesa de centro.

“Fui com o Jeremy para o Ecologic Park. Já que você saiu igual uma louca, fui dar um pouco de dia normal para o seu filho. Alex”.

Era até bom que Alex tivesse levado meu pequeno para dar uma volta, ele precisava espairecer também. Caroline havia importunado-o com perguntas de todo o tipo em relação à figura paterna. Coitado do meu bebê!

Damon Salvatore

Levando em consideração de que Bonnie não queria nem me ver pintado de ouro, e eu não estava a fim de gastar dinheiro com ninguém, fui para o Ecologic Park.

A culpa era minha se eu não queria filhos?

No auge de meus vinte e cinco anos, eu ia querer filhos para que? Para perturbar meu juízo? Para depois pagar pensão, e ter um filho vagabundo até os dezoito anos?

Não, eu tenho amor ao meu dinheiro! Claro que só compreendi isso depois que meu pai me torturou bastante.

Eu estava tão distraído enquanto andava que dei uma trombada com um garotinho.

—Foi mal moleque.

—Nada não. Você viu meu dindo? — ele perguntou como se eu soubesse quem era o “dindo” dele.

—Qual é o nome do seu dindo?

—Alex.

Se tivesse a chance de ser o Alex que eu estava pensando, ia ser muito engraçado se ele fosse padrinho do garotinho.

—Olha eu não vi seu dindo, mas... — por curiosidade não pude evitar a pergunta — Qual é o nome da sua mãe?

—Elena Gilbert. — ele respondeu sem hesitar.

Aquilo só podia ser uma brincadeira.

—Como? – perguntei assustado.

A dor do passado voltou pra mais uma vez me maltratar. Como um nome pode ter poder sobre mim? Sobre o que eu sinto? Eu já enterrei essa mulher. Porque esses fantasmas voltam para me infernizar?

—Você tem certeza?

—Eu tenho seis anos, sei o nome da minha mãe, tá?

Aiiii! Eu podia ter ficado sem essa. Eu levei um fora de um moleque de seis anos? Putz, minha moral está lá em baixo!

Comecei a olhar para as árvores na intenção de não olhar para o menino. Não era possível. Como assim eu trombo uma criança no parque dizendo que é filho de...? Que ódio! Se ela tinha um filho, era porque ela tinha um marido!

Essa mulher sumiu da minha vida há sete anos, porque afinal eu estava tão nervoso?

—Jeremy! Como você some assim de mim, garoto? — um maluco chegou falando com o menino.

—Eu precisava ir ao banheiro. — justificou-se a criança.

Quando olhei para a cara de quem obviamente era o padrinho dele, tomei um susto. Era ninguém menos que Alex Gilbert, meu parceiro da adolescência; irmão dela...

—Damon?

—Fala aí irmão. — dei um abraço nele. — Perdeu a criança?

—Óbvio que não! Ele que sumiu de mim.

—Sei — eu respondi rindo.

—Pô cara tenho que levar o moleque, mas toma meu cartão. A gente marca um dia para se encontrar. Eu falo com o Tyler e a gente leva as meninas também.

Pensei em perguntar sobre a Elena, mas fiquei quieto.

Não sabia exatamente porque, no entanto, fiquei com a figura do afilhado de Alex na cabeça. Uma criança da altura normal para idade dele, cabelos arrepiados, olhos claros... Era doloroso saber que ela tinha seguido sua vida tão rapidamente; porque se a criança tinha seis anos, foi logo depois que nos despedimos...

Eu mantivera contato com o Alex, e diretamente com o Tyler durante e depois da faculdade, mas nunca falávamos dela. Talvez percebessem que poderiam tocar numa ferida.

Quando cheguei em casa, a curiosidade me atacou como se fosse um enxame de abelhas assassinas. Elas estavam matando minha sanidade!

Liguei o notebook, e digitei “Elena Gilbert” no Google. Logo apareceram muitos resultados. Ah, o milagre da internet!

Apareceu e-mail, telefone de contato, número de um escritório — agora ela era advogada. Uma felicidade tinha me atingido ao saber que ela seguira seu sonho, e se deu bem. Por outro lado uma raiva súbita me subiu à cabeça. Ela era mãe. E esposa...

Só não era minha esposa e isso doía mais do que eu imaginei.

Elena Gilbert

—Você não sabe quem eu encontrei hoje no parque! — Alex exclamou escandaloso como sempre.

—Se você não me contar, eu não vou saber.

—Ah, tenta adivinhar!

Eu não estava com paciência.

—Fala logo, droga!

—Chata! Eu e o Jeremy encontramos o Damon.

—Da-Damon? Damon Salvatore? — gaguejei.

—Não! Ian Somerhalder! — ele debochou de mim. — É claro que é o Damon, né?!

Me desesperei na mesma hora. Meu filho tinha visto a cara do pai no parque! Isso queria dizer que ele estava de volta à cidade. Ou será que estava só de passagem?

Deixei que Alex tagarelasse como sempre. Ele falou das mulheres que ele tinha visto no parque, como elas andavam; como estavam vestidas. Falou que o sorveteiro tinha contado uma piada péssima, e que o sorvete estava mole... Enfim, todo o dia dele. Depois de todo o relatório, e de ele ter ido embora, liguei para Caroline. Ela saberia o que me dizer, e como eu devia agir. Fui até o aparelho e disquei o número que eu já havia memorizado.

—Alô?! – uma voz masculina atendeu ao telefone. Sem dúvida, era Klaus, o novo namorado dela.

Será que eu tinha estragado alguma coisa?

De repente, a voz de sino de Caroline ecoou também ao telefone.

—Alô?!

—Posso desligar Car? – a voz masculina perguntou.

—Desliga sim. Obrigado. – ouvi o estalar do telefone.

—Quem é? — sem um motivo que eu tivesse percebido, ouvi um grito agudo altíssimo de Caroline — Droga, minha unha quebrou!

—ELE ESTÁ DE VOLTA!

—Elena? Como assim? Quem está de volta?

—Ele, Caroline, o Damon!

—E...? Qual é o real problema Elena? — ela perguntou com a maior calma do mundo.

—O problema Caroline Forbes é que ele viu meu filho hoje no parque! — quase gritei.

Houve um silêncio, e então ouvi alguma coisa caindo no chão em algum lugar da casa.

—Ih... Só um segundinho, amor. – ela disse para mim – Klaus, você tá bem? – gritou longe do telefone.

—Não! – a resposta foi imediata.

—Tudo bem. Quando eu acabar aqui eu te ajudo.

—Que bondade da sua parte! – o homem gritou de novo.

—Voltei Elena.

—Caroline o que aconteceu?

—Klaus deve ter se assustado com meu grito. Ele tá lá na cozinha trocando uma lâmpada porque a outra quebrou ontem quando joguei um sapato pra matar uma barata voadora. Mas e você? Como está?

—Mal né?! Ele não devia ter voltado. Se ele ver o Jeremy de novo... – sussurrei perto do fone incapaz de terminar a frase.

O silêncio imperou do outro lado da linha, o que era uma coisa bem difícil deixar Caroline quieta.

—Barbie?! Morreu?!

—Não, caramba. Estava absorvendo a situação — ela bebeu alguma coisa — Mas se ele colocar os olhos no Jeremy de novo, e juntar dois mais dois... O Jer é a cara dele, Lena.

—E você acha que eu não sei disso? Não posso deixá-lo ver meu filho de novo, Caroline.

—Eu acho que você tá indo pro lado errado. Vai ficar cada vez mais difícil esconder o Jeremy, uma vez que o Alex já sabe que ele tá de volta à cidade. Conta logo de uma vez!

—VOCÊ ESTÁ MALUCA?! DEVE TÁ!

—Se acalma mulher! Mas, sei lá. Marca um encontro, um almoço, manda um e-mail, uma carta... Sei lá! Só conta. — Caroline suspirou. — Ele tem o direito de saber que é pai, Elena.

—Eu já pensei nisso, amiga. Mas... Parece injusto contar a ele, levando em consideração que ele não esteve aqui durante quase sete anos!

—Elena só pensa. Você vai achar uma solução amiga. Mas agora tenho que desligar. Acho que a geladeira caiu em cima do Klaus. Mais tarde a gente conversa. – desliguei o telefone rindo, depois dessa.

Fui caminhando para o sofá, pensando. Eu devia seguir o conselho que Caroline vem me dando há anos, e contar para o Damon? E como eu contaria? Não dá para chegar para uma pessoa que você não ver há anos, e contar que tem um filho dela...

Por que ele tinha que voltar agora, quando minha vida parecia que estava tomando jeito?

À noite meu filho estava na sala de TV vendo Ben 10. Jeremy era, sem dúvida, viciado nesse desenho.

—Meu filho vem comer.

Ele veio correndo como sempre. Jeremy puxara ao Alex, parecia que tinha uma energia que nunca acabava era pior que pilha Duracel!

Ele comia em silêncio, concentrado nas fritas. Confesso que fiquei mais tempo observando meu filho, e me lembrando de tudo.

Eu estava em casa, quando o tão conhecido perfume doce de Caroline chegou até meu quarto, e senti meu estômago dar uma volta de 360 graus. Corri para o banheiro da minha suíte, e agachada diante da privada, coloquei todo meu lanche para fora. Isso vinha ocorrendo com muita frequência no último mês. Qualquer coisa irritava meu organismo, e eu acabava a base de frutas e sucos, pois não conseguia comer nada.

Elena, tá acontecendo alguma coisa?

Claro que não.

Então comecei a pensar nas últimas semanas. Eu e Damon começamos a ficar descontrolados e nos enrolávamos em um só corpo praticamente em qualquer lugar. Qualquer hora era uma boa hora, e qualquer lugar era apropriado. Me olhei de perfil no espelho do meu quarto, que pegava toda uma parede. Meu quadril estava maior, minha cintura havia desaparecido, e meus seios, já fartos, estavam maiores. Abri a gaveta do lavabo do banheiro, e comecei a contar.

Mas aí eu comecei a olhar pra ele, e... Caroline parou de tagarelar algo que eu não estava prestando atenção. Elena, você tá me escutando?

Levantei o dedo indicando que ela devia esperar. Contei uma, duas, três, quatro vezes. Definitivamente algo estava faltando naquele mês.

Tô atrasada.

Pra que?

Eu não vou sair. disse roboticamente. Suspirei e voltei a fitá-la com um absorvente na mão. Eu tô atrasada. Minha menstruação tá dez atrasada.

Cristo! Você tá grávida?! ela exclamou colocando a mão sobre a boca.

Eu e minha melhor amiga Barbie fomos até a farmácia mais próxima, e depois voltamos para minha casa. Fiz o total de seis testes, e todos confirmaram nossas suspeitas.

Eu tô grávida. comuniquei já conformada.

E agora? Car perguntou tão assustada quanto eu.

Agora...? É contar pro Damon que ele vai ser pai.

No final das contas, eu não contei para o Damon, meu filho cresceu sem pai, e ele foi para a faculdade sem saber que eu carregava um filho dele dentro de mim.


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Notas finais do capítulo

Olhando o gerenciamento vi q a fic tem 14 acompanhamentos, então vamos deixar a autora feliz e comentar, não vai doer prometo q sou legal :)



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