The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 38
Capítulo 38 - Caixa Postal


Notas iniciais do capítulo

Olá! Até que não demorei dessa vez hahah Antes de qualquer coisa tenho que dizer que: The Faberry Mission está, definitivamente, em sua reta final. Mas se vocês ainda apoiarem, haverá uma segunda temporada (que dependendo do meu humor, poderá ou não ser uma long-fic).

P.S.: Não imaginem o celular das meninas como iPhones legais ou qualquer outro modelo com touch. Ainda estamos em 2009 em TFM.



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– Não pode acreditar na estupidez que Finn Hudson fala! – Exclamou, enquanto as lágrimas continuavam a cair por todo o seu rosto moreno. – Você mesmo falou que ele é um imbecil e q-que ele não iria destruir o que temos!

Quinn sentiu o peito doer, enquanto negava lhe fitar. Era doloroso demais, olhar o rosto de Rachel Berry aos prantos daquela forma era como jogar sal em suas feridas. Por que tinha que ser daquela forma?

– Eu sinto muito, Rach... – Engoliu em seco, enquanto o olho acumulava-se de água. – Não consigo fazer isso. Não consigo fingir que está tudo bem, não consigo... – Decretou.

– Você... – Apontou, com raiva, para a garota. -... Você prometeu! V-Você é uma mentirosa! Você falou que não iria me largar. Nunca! Você prometeu e quebrou sua própria promessa, Fabray.

– Rachel, por favor... – Suplicou. Não queria ouvi-la também, não queria ouvir suas reclamações proferidas contra ela, não queria ve-la daquela forma. Queria apenas sair dali, o mais rápido possível, e desaparecer. – Eu...

– N-Não! – Interrompeu. – Você vai me ouvir, Quinn. Você estragou tudo, e agora você vai me ouvir. – Avisou, limpando com o pulso uma lágrima que rumava de sua bochecha até a curva de seus lábios. – Você é uma grande mentirosa! I-Isso era parte da estúpida missão Faberry, não é mesmo? Você continua interpretando o papel e agora chegou a parte de quebrar meu coração... A gravação, os “eu te amo” e todas as promessas... – Suspirou. –... Como você consegue dormir a noite?

Quinn sentiu o baque de um soco no estômago, contudo, ela não havia sido agredida fisicamente. Ainda que a dor fosse a mesma, ou quem sabe, até pior. Seus lábios se abriram gradativamente enquanto uma expressão de incredulidade tomava conta do rosto antes cheio de tristeza.

Agora ela estava com raiva. Com muita raiva. Como Rachel fora capaz de falar algo daquele tipo? Como ela conseguiu suportar fazer tal insinuação?

– Eu retiro o que eu disse... – Então ela finalmente fitou Berry, com intensidade e rancor. – Não sinto muito. Não sinto porra nenhuma, aliás! Sabe o que é pior do que eu acreditar em Finn Hudson? É você acreditar que nada daquilo que eu disse era real, é acreditar que eu me submeteria a virar deboche em todo McKinley por causa de um plano idiota!

– V-Você... – Mas sua voz não saiu, falhou como se fosse incapaz de proferir algo contra a líder de torcida em sua frente. Sua garganta doía, seu peito doía, absolutamente tudo doía. – Eu não quis... Eu... – Suspirou.

– Meu Deus! Como eu fui idiota de pensar que isso poderia dar certo!

E no segundo seguinte Fabray desapareceu de seu campo de visão, fugindo em passos raivosos pela porta atrás dela.

[...]

Horas atrás.

Entre tantos rostos aleatórios comentando sobre sua sexualidade e reagindo à ela com palavras incrivelmente ofensivas Quinn viu um rosto familiar, gargalhando em uma rodinha povoada por jogadores de futebol americano.

Finn Hudson.

A vontade de chorar aumentou ainda mais, e ainda que a ponta do nariz avermelhada denunciasse tal vontade ela manteve-se forte, rumando em passos apressados até o local onde ele estava.

Engoliu em seco.

Como ele podia rir daquilo? Ele era líder do grupo do coral, um grupo cheio de desengonçados e, além disso, era meio-irmão de Kurt Hummel. Como ele ao menos conseguia ter estômago para ser tão babaca assim?

– Ah, oi Quinn. – Ele acenou, dando um sorrisinho amarelo. Seus companheiros de time contiveram o riso assim que a loira se aproximou e, aos poucos, deixaram os dois “sozinhos”; ainda que no meio do corredor lotado. – Achei seu celular. – Hudson tirou o aparelho do bolso e o mostrou, balançando-o no ar.

Fabray sentiu o ar ser arrancado dos pulmões e os olhos se arregalarem instantaneamente.

Você fez isso! – Acusou furiosa, enquanto uma lágrima audaciosa permitia-se a cair solitária pelo rosto enrubescido de Quinn. – Não posso acreditar... V-Você é um monstro, Finn. Você... – Ela arfava, enquanto todo o resto de seu corpo encontrava-se trêmulo.

A loira levantou a mão, determinada a estapear o rosto do quarterback, contudo, antes que a palma de sua mão conseguisse atingir a pele de Finn Hudson o garoto conseguiu segurá-la pelo pulso.

– Ei! Vai com calma! – Pediu, franzindo o cenho. – Eu não fiz nada. – Defendeu-se, deixando a Cheerio ainda mais descontrolada.

– Pare de ser um mentiroso babaca! – Vociferou, almejando livrar-se das mãos dele, que continuavam a segurá-la. Que mentiroso, pensou.- Você viu o que eu tinha no celular e decidiu concretizar a merda dessa sua vingancinha estúpida contra eu e Rachel. É por isso que disse a ela que estava a fim de mim, porque era tudo para se vingar, não é mesmo?

– Para de viajar, Quinn Fabray! – Exclamou, sobrepondo seu tom de voz. – Eu não contei nada a ninguém, só sei que é seu celular por causa da marca de adesivo atrás. Tinha uma figurinha das Cheerios aqui, que você arrancou porque estava desbotada na época que ainda namorávamos. Além do mais, eu conheço seu modelo de celular. – Explicou-se, e pela primeira vez, Quinn se acalmou um pouquinho.

A fúria ainda estava impregnada em sua íris cor avelã, quase como se fosse sugar a mente de Finn se ele ousasse olhar muito.

– Então como diabos isso poderia estar acontecendo? Quem poderia ter contado isso? – Inquiriu. – Você é o único que sairia ganhando. – Lembrou, sem se importar com as lágrimas que vieram a cair lentamente logo em seguida.

Hudson suspirou e fez uma expressão de rendição. Internamente, ele comemorava o quão bom ator ele estava sendo. Quem diria, não é mesmo?

– Bom... Talvez devesse perguntar à Rachel. – Deu de ombros, enquanto observava a expressão de fúria apossando-se do rosto de Fabray. – Ela vivia dizendo que queria se libertar, que queria ser ela. Nunca pensei que ela poderia estar querendo dizer isso.

– Isso é besteira! – Acusou. – Ela teria me consultado se fosse o caso. Foi você. Até parece que perderia a chance de bisbilhotar meu celular!

– Okay, talvez eu tenha “bisbilhotado” seu celular, admito. Foi mais forte do que eu. – Mordeu o lábio inferior. – Mas não espalhei nada, é sério. – Insistiu. – Talvez devesse falar com Berry antes de apontar dedos. – Finn bufou, mostrando-se irritado com a persistência da loira em culpa-lo; ainda que a culpa, de fato, fosse dele. – Aposto que aquele esquisito do Jacob veio à procura de uma notícia para seu blog e ela desembuchou tudo.

Quinn engoliu em seco. É claro que Rachel não faria isso, pensou consigo mesma.

– Eu sei que foi você. – Seus olhos estavam abertos e não piscaram por vários segundos, enquanto seu dedo indicador apontava para o rapaz em sua frente. – E eu vou falar com Rachel e com qualquer outra pessoa que sabia sobre eu e Berry, mas se eu descobrir que eu estava certa no fim de tudo... Você vai pagar por isso. – Ameaçou.

Rachel fazer aquilo? Quinn suspirou... A morena teria ao menos lhe avisado de alguma forma! Finn só podia estar maluco ou sendo o maior covarde.

[...]

Na noite anterior

Rachel arremessou o celular na própria cama, cansada de encará-lo e ver o quão inútil ele estava sendo. Do que adiantava poder ligar para Quinn se suas infinitas ligações caíam na caixa postal toda vez?

Ela era persistente, mas assim que se permitiu desabar na própria cama alguns segundos depois de jogar o próprio telefone ali Berry sucumbiu à inconsciência. Estava exausta de tanto pensar e de tanto falhar na procura de uma solução.

Precisava parar Finn, mas precisava, sobretudo, de Quinn ao seu lado lhe garantindo que elas dariam um jeito, que elas conseguiriam ficar um passo a frente do quarterback. Imaginava os braços da loira protegendo-a e seu sorrindo iluminando o cômodo, enquanto o sentimento de otimismo e segurança forrava seu peito.

Suspirou.

No fundo ela sabia qual era a solução, se queria mesmo interromper que Finn se sentisse vitorioso. E a solução era vencer a batalha por ele, era sair do armário antes que ele pudesse puxá-las para fora de modo humilhante.

Ainda que a dor dos olhares de repreensão dos imbecis do William McKinley High fosse algo que pesaria em suas costas, elas pelo menos teriam o orgulho de dizer que partira delas a iniciativa de se assumir ­– e que não precisaram de alguém como Finn Hudson para espalhar fofocas sobre elas.

Lutando contra a dormência de um dos braços Rachel conseguiu alcançar o celular jogado próximo ao travesseiro, esticando-o o máximo que pôde. Voltou a encarar a tela minúscula do próprio aparelho e procurou pelo número de Quinn.

Precisava desembuchar a única saída que conseguiu encontrar.

Ela sabia qual seria a reação de Quinn, sabia que a jovem diria que não e que talvez Finn não tivesse aquelas intenções. Berry a conhecia o suficiente para saber que Fabray seguraria aquele drama ao máximo, otimista de que talvez elas conseguissem sair daquela encruzilhada sem precisar tomar decisões radicais.

– Ei, garota bonita ­– murmurou, assim que o bipe da caixa postal anunciou que ela poderia deixar sua mensagem. – Eu sei que já te mandei mais de umas trezentas mensagens, mas essa é bem mais direta do que os vários “preciso falar com você” que eu enviei... Hm, bem... Okay... – respirou fundo, como se de repente o ar decidisse sumir de seus pulmões. – Vamos sair do armário, por favor. Precisamos nos assumir, Quinn. O mais rápido possível... Precisamos arrancar esse band-aid antes que seja pior e...

O telefone apitou quando o tempo se esgotou.

– Droga! – Praguejou e assim que enviara a mensagem anterior ligou novamente para a namorada.

Aqui é Quinn Fabray, deixe sua mensagem. Se eu considerar importante te ligo de volta. Beijinhos! ­– O tom de sua voz era animado e mesquinho, ainda que ligeiramente fofo. Aquele tom de voz de líderes de torcida prepotentes.

Não que ela ainda continuasse sendo a mesma Cheerio prepotente de meses atrás, contudo ela nunca se deu ao trabalho de mudar a mensagem da secretária eletrônica – tais meses foram tão tumultuados que aquela era a última de suas preocupações.

– Deixa eu me expressar melhor: não vou me assumir ou contar ao mundo que somos namoradas se você não estiver pronta. Só quero te avisar pra você pensar no assunto, está bem? Eu te amo. Muito. – Assegurou.

A caixa postal está lotada. Tente mais tarde. – Uma voz robótica e completamente oposta comparada à “líder de torcida prepotente” avisou, finalizando a chamada antes que Rachel pudesse protestar inutilmente.

[...]

Na manhã seguinte

Quinn estava em uma das cabines do banheiro feminino, que inclusive esvaziou-se assim que ela pusera os pés no local. Tentava mandar para longe a imagem das garotas lhe olhando com certa repulsa quando ela entrou, mas o momento impregnou-se em sua mente tão violentamente quanto à imagem dos estudantes do WMHS olhando em sua direção, com risinhos de escárnio.

Como sua vida pôde mudar tanto em tão pouco tempo? Como ela conseguira ir de líder de torcida popular à líder de torcida fracassada em menos de meio ano?

Não que não se sentisse gratificada por ter Rachel e ter finalmente admitido à si mesma que era lésbica, mas ainda assim: era uma mudança drástica demais para alguém que costumava estar no topo, com seu olhar de superioridade e com os infinitos privilégios que a popularidade trazia.

Agora ela era apenas uma garota humilhada, aos prantos, escondendo-se dentro do banheiro como fazia quando era menor e ouvia as palavras ríspidas de Russell chicotearem sua mãe.

Fungou e olhou para as próprias mãos, ambas pousadas sobre suas coxas formando uma espécie de concha; enquanto o celular encontrava-se no meio da palma das duas.

Ainda que relutante, a garota decidiu liga-lo, segurando-o firme. Não sabia ao certo o porquê, mas esperava alguma mensagem de Rachel garantindo que as bobagens que Finn dissera eram apenas isso: meras e estúpidas bobagens.

Você possui mensagens na caixa postal.

– Ei, garota bonita. ­Eu sei que já te mandei mais de umas trezentas mensagens, mas essa é bem mais direta do que os vários “preciso falar com você” que eu enviei... Hm, bem... Okay... Vamos sair do armário, por favor. Precisamos nos assumir, Quinn. O mais rápido possível... Precisamos arrancar esse band-aid antes que seja pior e...

Fabray engoliu em seco, sentindo mais lágrimas aglomerarem-se nos seus olhos. Sentiu o estrondo do seu mundo desabando quando se convenceu que Finn estava certo: Rachel saiu do armário e a levou junto sem consentimento ou ao menos piedade.

E então seu peito apertou, e seu coração quebrou-se em milhões de pedacinhos como um vaso estatelando-se no chão.


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Notas finais do capítulo

Quinn está nervosa e provavelmente não está pensando direito, ou isso é o que esperamos? Será que esse vai marcar um longo fim para Faberry? Será que elas descobrirão que o culpado disso tudo é o Finn? Digo, Rachel já imaginava que ele tava tramando algo, mas Quinn foi inocente o suficiente para pensar que ele estava certo. Abre os olhos, Fabray!

Enfim, espero que tenham gostado e até mais. Comentem o que estão achando!