Abertura de Ascensão

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Apocalyptica. Worlds Collide

Renji lutava contra Tormentus em velocidade impressionante. O abissal estava muito poderoso pelo simples fato de ter voltado à vida mais de uma vez.

No repentino choque de lâminas Tormentus e o ruivo medem forças, até que no impassem sem fim eles pulam para trás se encarando.

Com Hisana lutando contra Solomon ao mesmo tempo em que protegia seus companheiros o ruivo sentia que cedo ou tarde ela precisaria de sua ajuda, afinal, a jovem lutava contra o homem que havia criado o abissal que enfrentava naquele instante e que também era o mentor de todos os problemas pelo qual estavam passando.

— Mesmo que ela seja forte, mesmo que a vejamos como nossa melhor chance de vitória eu não vou ficar aqui esperando que ela vença todas as nossas lutas por nós... — sussurra para si e segura firme o cabo de sua zanpakutou.

— Falando sozinho agora shinigami? — o abissal ironiza.

— Mais ou menos. — ele responde.

— Pelo andar da carruagem eu até imagino o que seja: “Meus amigos devem precisar de mim, logo eu preciso acabar essa luta para ajuda-los”.

— Isso mesmo.

— Puh! — o abissal abafa sua gargalhada. — Ridículo!

— Já se olhou no espelho hoje para saber o que é ridículo de verdade? — Renji brinca.

— Provavelmente a coisa mais ridícula não seja eu... Afinal eu não persigo coisas que sei não conseguir alcançar... — ele ri debochado.

Renji não entende a ironia da brincadeira do inimigo, mas não tem tempo de pensar no que significava.

Tormentus invoca duas lâminas e junta ambas pelo cabo criando um movimento centrífugo ao passo que girava seu corpo como um turbilhão voando horizontalmente na direção de Renji que usa Zabimaru em uma investida direta tentando tirar o equilíbrio e impacto do golpe, mas sua espada em forma de serpente é repelida e ele se vê obrigado a sair do caminho pulando para os flancos.

O abissal passa direto arrancando tudo pelo caminho e voa continuando o mesmo movimento e desce como uma ave de rapina para acertá-lo. O shinigami faz um movimento de chicote com sua zanpakutou e ela endurece a lâmina outra vez, Renji faz um movimento com o braço e outro semelhante à de um símio gigante surge como um escudo que ele posiciona logo à frente para defender-se.

Os dois se chocam e Renji começa a ser arrastado para trás com violência, ele ainda tenta usar sua zanpakutou para defender-se melhor, mas a pressão aliada à velocidade de Tormentus era enorme e logo ele é repelido e arremessado no ar.

O shinigami voa com a defesa exposta por causa da pressão repentina sobre seu corpo e o abissal pula aproveitando a oportunidade para atacá-lo com lâminas invocadas de todas as direções criando uma jaula de pontas afiadas que são lançadas contra o ruivo.

Renji começa a usar sua espada e seu braço símio para defletir os ataques que caiam como chuva, mas ele não consegue aparar todos os golpes e começa a ser cortado gradativamente, até que é transpassado no ombro e coxa e grita fechando a cara e sendo arremessado ao chão levantando poeira com o impacto da gravidade sobre seu corpo.

Tormentus se aproxima com incontáveis lâminas levitando ao seu redor e outras surgindo aos poucos espalhadas pelo ar.

E elas apontavam para Renji.

— E então shinigami, vai ficar deitado ai? Se quiser posso terminar essa nossa pequena brincadeira neste instante. — ele diz.

— Como se eu fosse aceitar a derrota por causa destas feridas.

Renji se levanta tirando as espadas fincadas no ombro e coxa e passa a olhar para o inimigo que sorria de maneira lunática para ele.

— Eu consigo sentir uma energia incrível vinda da direção de Hisana e fico ainda mais curioso a cada segundo querendo presenciar este momento que tanto aguardava.

— O momento que ela derrotará Solomon? Eu entendo este sentimento. — Renji responde.

Tormentus levanta uma sobrancelha.

— É hilário vê-lo tentar criar piadinhas comigo. Espero que não tenha aprendido com Hisana, porque as piadinhas dela são péssimas, além do mais, piadas de alguém fraco não possuem efeito sobre aqueles que são mais poderosos e eu pensei que você já sabia disso.

— Como é? Piadas só tem graça se forem contadas por alguém mais forte? Você é burro heim? Piadas tem graça justamente porque são simplesmente PIADAS! — Renji retruca arrancando as espadas empaladas em seu corpo.

— Falando em piadas eu tenho uma muito interessante sobre três pessoas... — Tormentus olha para Renji como quem quisesse dizer algo bem inconveniente.

— Vá em frente, de piada eu entendo. — ele responde.

— Sabe... — Tormentus coça o queixo ironicamente pensativo. — Eu andei ouvindo umas histórias muito engraçadas, e que por si só na verdade já é uma verdadeira piada, sobre um shinigami que é apaixonado por outra shinigami que é apaixonada por outro shinigami que tem uma filha com esta shinigami não dando chances para o coraçãozinho partido do primeiro shinigami. — Tormentus ri. — Opa, eu acho que repeti “shinigami” muitas vezes.

Renji fecha a cara.

— Ah! Eu sabia! A piada é sobre você! — Tormentus começa a gargalhar.

— E daí? Vai usar essa piada sem graça para ficar me atormentando nessa luta?

— Ué? E por qual motivo você acha que recebi o nome “Tormentus”?

— Com certeza não foi por causa do senso de humor.

Ele ri alto novamente.

— Não... Definitivamente não foi por causa do meu senso de humor...

Os dois pulam novamente se chocando no ar, mas desta vez Renji estava furioso e o abissal apenas ria piorando a situação.

— Eu ouvi falar inclusive que você é apaixonado por ela desde pequenininho, mas sabe que eu acredito que ela também era apaixonada por você?

Renji range os dentes e desfere uma cotovelada em Tormentus que cai rolando no chão, mas sem conseguir parar de rir e ele já levanta falando:

— Se você não tivesse permitido que ela fosse embora naquele dia, se você tivesse segurando em sua mão... — Tormentus olha com expressão lunática para ele. — Se tivesse feito isso Kuchiki Rukia teria sido a sua esposa e não a de Kurosaki Ichigo.

GARO Honoo no Kokuin OST - BATTLE 2.

Renji continua com expressão furiosa e trêmula.

— Oh! Não fique zangado com o que eu estou dizendo, mas você sabe como Solomon-sama é bom em descobrir as coisas e eu não podia perder a oportunidade de brincar como você, afinal não é todo dia que nós conversamos com pessoas de paixões frustradas. — dizendo isso Tormentus gargalha alto novamente. — Então Abarai Renji, como se sente sendo apenas a paixão reserva de Kuchiki Rukia?

— AaAaaaAhHhh! — Renji explode de raiva e Tormentus fica surpreso, mas mesmo assim sua expressão lunática estava ali apreciando aquele momento como um doce em suas mãos.

O shinigami atacava Tormentus freneticamente em movimentos óbvios e cegos pela raiva, o abissal ria e se contorcia para se desviar das investidas de Renji e por causa do foco que seu adversário lhe dava Tormentus preparava uma armadilha sem que ele percebesse.

O abissal aponta o punho fechado para o ruivo e ele brilha em um azul escuro.

— Cero Lacus Obscurus!

Renji fica surpreso e põe o braço símio em sua frente recebendo uma carga de energia cônica gigantesca à queima-roupa que explode no ar e dissipa as nuvens instantaneamente.

Renji tinha sentido aquele golpe e pousa no chão vomitando sangue e totalmente chamuscado.

— Des-desgraçado...

Tormentus também pousa e se aproxima de Renji lhe encarando como um inseto.

— Eu tenho uma última piada antes de te matar. — o abissal sorri. — Quando nós derrotarmos todos vocês eu pedi ao senhor Solomon que me desse Kuchiki Rukia como presente por ter cumprido meu dever de te vencer... E eu estou esperando ansiosamente por este momento...

Os olhos de Renji ficam brancos de raiva e ele tenta se levantar, mas uma lâmina atravessa seus pés ao brotar do chão e o impede de dar um único passo sequer, quando ele tenta retirar o pé outra lâmina surge e empala o outro fazendo Renji gritar.

— Eu até queria te deixar vivo para poder permitir que você visse o que vou fazer com ela, mas acho que Kurosaki Ichigo vai ser mais interessante. — Tormentus ri e como se dançasse ao lado de Renji aos sinais de suas mãos lâminas começam a surgir de todos os lugares empalando o shinigamis centímetro a centímetro e por fim com um estalar de dedos a lâmina final transpassa seu coração.

Renji cospe sangue e sua visão começa a embaçar e escurecer.

— Não... Droga... Eu... Eu estraguei tudo novamente...

— Sayonara shinigami...

A visão de Tormentus lhe dando tchau é a última coisa que Renji enxerga antes de tudo ficar escuro.

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Hisana corre praticamente como um cachorro com a língua de fora se desviando alucinadamente das espadadas de Solomon que eram mortais, existiam momentos que a jovem nem podia olhar para trás para ver de que direção vinha o corte e se valia do próprio instinto para não ter algum membro decepado.

— Ai, Ai, Ai MEEEEERRRRDDDAAAA! — ela grita nervosa e suando feito condenada.

Embora Solomon estivesse claramente na vantagem ele não demonstrava estar surpreso com Hisana que desviava de seus golpes.

(— Ela desvia de minha lâmina usando puramente o instinto e mesmo assim consegue evitar que o corte de minha espada lhe cause danos e também...) — Solomon olha para longe de onde estavam. (— Ela me afasta gradativamente do local onde estão seus amigos).

Solomon olha para frente e vê que Hisana repentinamente para de correr e olha em uma direção e ele também que sente a reiatsu de Renji desaparecer.

O grupo de Hisana percebe que a energia espiritual do companheiro desaparece e Rukia e Ichigo são os primeiros a ficarem nervosos.

— Renji... — Rukia sussurrava.

— Renji seu idiota o que pensa que está fazendo!? — Ichigo cerra os dentes.

— Impossível... Abarai... Perdeu? — Ishida parecia não acreditar.

— Renji-san... — Inoue fica preocupada.

— Tsc! — Sado suava nervoso.

— Merda, isso não pode ser verdade! A reiatsu dele deve ter desaparecido por outro motivo! — Katsuya braveja.

— Katsuya-kun... — Tomoe tenta acalmá-lo.

Hisana ainda olhava na direção onde Renji deveria estar lutando e estava séria tentando imaginar o que tinha acontecido.

— Parece que seu amigo Abarai Renji apesar de ter sido treinado pelos bestiais não conseguiu aumentar seu poder o suficiente para derrotar meu abissal.

Hisana encara Solomon com a ponta dos olhos.

— Renji não perdeu. — ela responde.

Solomon baixa a cabeça sorrindo.

— É sempre bom acreditar em seus amigos, isto de certa forma ajuda a...

— Você não entendeu o que eu disse? Então vou repetir: Renji não perdeu. — Hisana repete e desta vez se vira para Solomon.

— Não tem como seu amigo shinigami sobreviver a Tormentus, ele é um abissal adorador de lutar e inescrupuloso capaz de usar qualquer artifício para vencer, e se esta luta já acabou significa que foi exatamente isso que ele fez. — Solomon explica.

— Qualquer que tenha sido este artifício eu espero que não tenha sido um para deixá-lo zangado. — Hisana sorri afiado. — Porque nem os desaforos de Ichigo ele deixa passar em branco, por que acha que é o de um abissal que ele vai deixar passar?

— Como?

— Limpa bem os ouvidos Solomon porque eu só vou falar uma vez: O maior ódio do Renji é nunca ter confessado o que sente pela minha mãe, mas o ódio dele não é contra ninguém que não seja contra ele mesmo... Ai já viu o que um macaco zangado e frustrado é capaz de fazer não é? Especialmente aqueles com rabo de serpente...

Solomon fica sério e Hisana sorri.

— É agora que a luta vai começar de verdade.

A terra começa a tremer e Hisana apenas sorria enquanto Solomon tentava entender o que estava acontecendo, assim como os amigos da jovem na barreira.

— Mas o que diabos é isso!? — Ichigo segura Rukia.

Eles sentem a reiatsu de Renji reascender como uma chama desenfreada.

— Essa reiatsu! É do Renji! — os olhos de Rukia brilhavam.

Os amigos dentro da barreira olhavam surpresos exceto Rukia que parecia empolgada ao sentir o crescimento exponencial naquela energia.

— E-esse é o Renji mesmo...? — Ichigo não queria acreditar, mas aquela reiatsu estava monstruosa demais para ser da mesma pessoa que imaginava.

— É claro que é do Renji! De quem mais poderia ser!? — Rukia sorria de orelha a orelha.

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X-1999. Destiny (Sadame).

Renji que havia sido empalado minutos atrás ainda respirava embora inconsciente e sem forças, ele sonhava com o treinamento que teve com os bestiais no deserto das almas e eram memórias que ele não poderia esquecer mesmo que quisesse.

— LEVANTE-SE! — Soren ordena.

Renji levanta se apoiando em Zabimaru e a única coisa que se enxergava em seu corpo coberto de sangue era a cor de seus olhos quase sem vida.

— Ainda não é o suficiente Abarai, se você não conseguir sequer chamar a atenção de um bestial para uma luta decente como pretende se considerar uma ajuda para seus companheiros? — o bestial com aparência lupina o repreende.

—E-eu ainda po-posso lutar! — Renji rasteja mais do que corre na direção de Soren que apenas suspira e sai da linha de ataque de Renji pondo o pé para o ruivo tropeçar e cair.

— Por hoje encerramos. — ele declara.

Renji já tinha perdido a consciência antes mesmo de ouvi-lo.

O ruivo acorda gritando em um salto olhando para todos os lados procurado sua zanpakutou para uma luta que ele ainda não tinha percebido que tinha acabado muitas horas atrás.

— Finalmente acordou heim? Já estávamos pensando em te jogar dentro do lago de cristal para ver se as piranhas mordiam sua bunda para acordá-lo. — ri Aizac.

— Piada desnecessária Aizac... — Soren entorta a boca.

Renji olha surpreso para trás vendo os dois bestiais sentados na beira de uma colina tomando alguma bebida e olhando para a natureza paradisíaca de onde estavam.

Eles treinavam em um campo aberto de flores rasteiras que formavam um tapete multicor, era um local arejado de brisa calma e confortante, Renji se aproxima dos dois e se ajoelha de testa encostada no chão.

— EU SINTO MUITÍSSIMO PELA MINHA INCOMPETÊNCIA! — ele grita com voz de perdão.

Soren e Aizac olham para ele e se entreolham voltando a apreciar a paisagem e tomar sua bebida logo em seguida.

— Por que está nos pedindo desculpa Abarai? — Soren pergunta.

— Porque eu estou fazendo os senhores perderem tempo com alguém inútil como eu e mesmo depois de meses treinando ainda não consegui alcançar suas expectativas! — ele continua com rosto em terra.

Os dois sorriem para o ruivo.

— Levante Abarai, sente-se e beba conosco. — Aizac o convida.

Renji ergue a cabeça e se senta ao lado dos dois bestiais, Aizac o serve um pouco da bebida e volta a olhar para o campo onde alguns animais de diferentes espécies pastavam longinquamente.

Eles ficam alguns minutos em silêncio até que Aizac ri quando dois cabritos correm treinando cabeçadas e caem no chão tontos, ele aponta e Soren ao ver ri também.

Renji olha para onde Aizac havia apontado, mas não acha graça e o silêncio impera novamente por mais alguns minutos.

Os cabritos lutam para ficarem de pé e voltam a brincar e os bestiais voltam a rir, Renji fica impaciente e acha perda de tempo aquilo até que se manifesta.

— Por favor, senhores eu não vou ficar mais forte se continuar parado aqui olhando para o nada! Eu preciso treinar! — ele fica em pé olhando nervoso para os dois.

Aizac e Soren continuam sentados sem se importar com a reação enérgica de Renji, o homem-águia toma um gole de sua bebida e por fim fecha os olhos.

— Pode o homem substituir o cavalo e andar na frente da carroça? — ele pergunta.

— Eh?! — o ruivo olha confuso. — Ah... É... — ele coça a cabeça não entendendo muito bem a associação. — Acho que sim né? Mas ai se ele fizesse isso o cavalo perderia sua função.

Aizac sorri e toma outro gole da bebida.

— E você Renji? Você é aquele que puxa a carroça ou que ordena o cavalo a puxá-la?

— EH? — ele coça a cabeça novamente. — Não entendi.

— Está é uma parábola que Raysha reikin nos contou anos atrás. — Soren olha para ele. — A parábola do homem e seu cavalo.

— Era uma vez um homem que tinha um cavalo que ele criava desde pequeno como se fosse um membro de sua própria família, ele dava da sua melhor comida e bebida e sempre o fazia usar as mais modernas ferraduras, o cavalo cresceu vendo os demais cavalos desempenhando funções que ele nunca havia desempenhado na vida a tal ponto que ele se achou um rei entre os cavalos de seu senhor quando na verdade não passava de um preguiçoso. — Aizac conta.

— Um dia uma grave epidemia se espalhou pelas terras de seu amo e suas plantações pereceram assim como os demais animais ao seu redor, contudo, por ter sido o animal mais bem cuidado desde que nasceu e saudável desde a infância o cavalo não havia adoecido, mas a doença se espalhou entre os humanos até chegar ao seu senhor. — Soren completa.

— Os homens das terras vizinhas vendo que o bom homem estava muito doente e que somente um animal havia sobrevivido o colocaram em uma carroça e amarram o cavalo a sua frente para puxá-la até a cidade mais próxima em busca de um curandeiro. — Aizac continuava olhando para a pastagem. — Mas como poderia um cavalo que nunca havia puxado uma carroça levar o seu senhor?

Renji pisca curioso.

— O cavalo não cumpriu com a função que nasceu para desempenhar e por isso morreram seu senhor e ele mesmo pelas mãos dos outros homens que não lhe encontraram função como o cavalo que deveria ser. — Soren olha para Renji. — O dono do cavalo é você Renji e o cavalo é sua zanpakutou.

— Como... Assim?

— Você quer ficar forte, mas menospreza a função de sua zanpakutou como companheira e quer vê-la apenas como um instrumento, uma arma, contudo esquece que ela possui ambas as funções e uma completa a outra, mas que igualmente dependem de sua própria função como mestre. — Soren explica.

Renji fica surpreso.

— A parábola ensina que a culpa da morte do dono e seu cavalo é dos dois que menosprezaram suas respectivas funções, pois o mestre poderia não somente tratar o cavalo como um amigo querido, mas também fazê-lo entender que ele possui o seu lugar como um cavalo e que, portanto não deveria permitir que ele se esquecesse de ser um, o cavalo por outro lado quando se viu acomodado esqueceu-se de sua função e mesmo sabendo que era um cavalo não fez mais questão de seu um e apenas viveu por viver com aquilo que lhe agradava. — Aizac explica e aponta para Renji. — Assim estão vivendo você e sua zanpakutou... E assim acredito que tenha vivido antes mesmo de se tornar um shinigami.

Aizac e Soren se levantam limpando as vestimentas e deixando a bebida no chão.

— Ver a zanpakutou apenas como uma arma e mesmo assim querer se tornar mais forte é uma injustiça consigo e com ela não concorda Zabimaru? — Aizac diz.

O grande babuíno com cauda de serpente surge ao lado de Renji que se assusta ao ver sua zanpakutou ser chamada por outra pessoa que não ele.

— C-COMO VOCÊ FEZ ISSO!? — ele pergunta suando nervoso quando sua zanpakutou atende ao chamado de outra pessoa.

— Uma zanpakutou responde ao chamado do poder e da autoridade, se ela sente alguém digno de chamar por seu nome ela responde independente de ser o seu mestre. — Soren explica.

— E no momento Renji, eu e Soren somos mais dignos de sermos os mestres de sua zanpakutou do que você mesmo. — Aizac fica mais sério quando revela este fato.

Renji parecia perplexo. Ao ouvir estas coisas ele fica sem chão e se sente pequeno ao pensar no como era tão insignificante na frente de um bestial e no como era indigno de sua própria força.

Mas o que fazer para se tornar digno de seu poder quando ele mesmo não se via como um guerreiro completo? Qual era o pensamento que deveria nutrir sobre si mesmo para que sua zanpakutou lhe visse como um verdadeiro mestre?

Agora Renji entendia que os meses perdidos e desesperados tentando ficar mais forte sem sucesso era porque tinha deixado de lado o fato de tentar fazer isso sozinho.

E ele não estava sozinho...

— Zabimaru.

O babuíno olha para ele e Renji olha determinado para sua zanpakutou.

— Vamos ficar mais fortes.

— Puh! Idiota, só agora percebeu que era isso que eu estava esperando todo esse tempo? — ele responde.

— E por que não disse antes então? — ele brinca.

— Por que se eu dissesse então eu é que mereceria ser o seu mestre. — Zabimaru fica mais sério.

Renji imediatamente entende o motivo de Soren e Aizac nunca terem lhe revelado aquilo e só naquele mesmo momento contar tal parábola e fazê-lo entender o porquê de Zabimaru responder ao chamado de Aizac.

— Obrigado... Soren-san, Aizac-san. — Renji baixa a cabeça em reverência. — Mas por que resolveram me contar isso agora?

— Bem... — Aizac e Soren se entreolham. — É que Zabimaru nos contou o REAL motivo de você estar tão desesperando em querer se tornar mais forte...

O ruivo pisca curioso.

— Ele nos disse que você quer ficar mais forte para se exibir para uma mulher por quem está apaixonado desde criança e tentamos não nos meter muito no meio de seu orgulho, mas ai como você começou a se desesperar demais e resolvemos contar para dar uma mãozinha nessa sua jornada amorosa.

Renji engasga com a própria saliva e a cor de seu rosto fica igual à de seu cabelo.

— Q-q-q-q-quê?!? — Ele exclama engasgado.

— Questões amorosas são muito sérias, eu mesmo já tive vários problemas com mulheres. — Aizac confessa.

— Claro. Você mal começa a cortejar uma e literalmente sai batendo asas e voando para outra. — Soren lembra.

Aizac engasga suando sem graça e coçando a cabeça.

— Também não precisa exagerar Soren, eu nem sou tão ousado assim... Ou será que eu sou? — ele fica na dúvida.

— É? Ainda duvida? Então vou contar ao Abarai da vez que você tentou cortejar uma mulher casada e...

Aizac pula em cima de Soren tapando sua boca. O lupino por sua vez fica olhando com desgosto para Renji e ainda ficava de braços cruzados como se atestasse indubitavelmente suas palavras.

— Vo-você sabe que eu nunca faria isso, afinal sou um homem que mantém a ordem em nossas terras e que...

Soren pega Aizac e o arremessa no ar com toda força, o bestial sai voando como uma hélice quebrada até conseguir equilíbrio no ar e bater as asas.

— Isso foi perigoso! — resmunga alto.

— Abarai. — Soren chama Renji e ignorando Aizac completamente. — Mesmo que o seu desejo de se fortalecer seja real quando você quer se tornar mais forte para proteger alguém que ama então os resultados são mais promissores, mantenha esse objetivo e desejo em mente sempre e eu tenho certeza que a força que adquirir aqui e o aprendizado de tudo o que ouvir jamais serão esquecidos.

— SIM SENHOR! — Renji presta reverência.

— Lembre-se bem disso Abarai: Nunca faça as coisas para si ou pensando apenas em si, você é mortal e cedo ou tarde deixará de existir nesse mundo, mas se você viver apenas para si que herança pretende deixar para aqueles que ficarem? Seus feitos egoístas serão esquecidos, sua imagem forjada será apagada e suas memórias se perderão com o tempo. Por isso Abarai viva pelos outros, pois somente assim você se tornará eterno.

— SIM SENHOR! — responde vigorosamente outra vez.

— E...! — Aizac surge levitando do lado do ruivo e se escorando em seu ombro. — Também irei lhe ensinar a como cortejar algumas “gatinhas”. — o bestial sorri maliciosamente.

Soren suspira.

— Da última vez que eu vi você tentando “cortejar uma gatinha” Aizac você ficou três dias com as costas e rosto todo arranhado...

— Eu não sabia que a Miwa poderia ser tão violenta! E eu só estava brincando! — ele protesta.

Renji ri e enquanto ouve Aizac e Soren discutirem ele olha para sua mão e aperta o punho de maneira decidida, Zabimaru ao seu lado sorri e fecha os olhos.

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Soul Calibur II – Hellfire.

O corpo empalado de Renji começa a tremer e sua reiatsu ressuscita chamando a atenção de Tormentus que vira surpreso para seu inimigo que deveria estar derrotado.

— Que merda é essa?!

Os olhos de Renji se abrem e eles estavam totalmente brancos, o shinigami urra e sua pele enrijece literalmente cuspindo as lâminas para fora de seu corpo com força enquanto sua reiatsu continuava a crescer e a arrastar Tormentus para trás que protege o rosto daquela energia violenta.

— De onde vem todo esse poder!? Ele deveria estar morto depois de ter o corpo atravessado por todas aquelas lâminas!

O corpo de Renji começa a mudar. Suas unhas se tornam garras e seus cabelos crescem ficando soltos, sua pele enrijece e as tatuagens de Zabimaru se espalham por todo o corpo parecendo escamas esculpidas sobre a pele dura do shinigami que fica com olhos de serpente e caninos afiados como a de uma víbora. Seus músculos se tornam mais torneados e trabalhados e seu peito exposto por causa da roupa rasgada lhe conferiam um ar imponente que nunca teve antes.

Renji olha para Tormentus e o abissal fica paralisado por um segundo.

— M-mas o que diabos é você?!

Renji se posiciona para atacar e o abissal circunda o corpo com lâminas, o shinigami sai correndo de quatro como um macaco veloz se desviando das lâminas que Tormentus arremessava contra si e pula na sua direção estendendo o braço direito que antes de alcança-lo projeta a imagem etérea de um braço símio semelhante à de sua zanpakutou e pega a cabeça de Tormentus arrastando-o pelo chão.

— Miserável...! — o abissal protesta tendo o seu corpo arrastado por pedras e galhos, ele invoca uma espada em uma das mãos e tenta golpear Renji, mas ele segura a espada com a mão nua e a imagem de uma serpente surge de seu ombro serpenteando pelo braço e subindo pelo de Tormentus até finalmente picar o seu pescoço.

O abissal grita e Renji o arremessa com tudo fazendo-o voar como um foguete e quebrar tudo no que encostava pelo caminho. Tormentus se levanta cambaleante e o shinigami caminhava em sua direção com sede de luta que mesmo ele se surpreende ao sentir, Renji para de andar e fica observando o abissal de longe.

— Háháháháhá! — o abissal gargalha loucamente. — Então essa é sua verdadeira força Abarai Renji! Se você tivesse mostrado esse poder quinze anos atrás eu teria me entretido muito mais!

—...

— O que foi? Virar um macaco tira de você sua racionalidade?!

Tormentus corre na direção de Renji que começa a desviar dos ataques e lâminas vindas de todas as direções com movimentos acrobáticos ágeis e precisos, o abissal ainda tenta criar uma armadilha semelhante à anterior que havia empalado Renji, mas ele desvia de todas com movimentos fluídos e ainda pega duas espadas que brotam do chão e contra-ataca Tormentus que surpreso só tem a reação de defender-se com outras duas.

— Isso não acabou shinigami maldito!

O abissal com ódio começa a criar várias lâminas que se projetam de seu corpo como se ele fosse um porco-espinho. Renji vendo o ataque surpresa pula para trás dando mortais extremamente rápidos que o permitiam se desviar das investidas cortantes.

Quando o ataque cessa o ruivo se vê dentro de uma redoma de espadas e diferentes armas que lembravam a instância majestosa de Senbonzakura Kageyoshi.

— Morra Abarai Renji!

No movimento de braços vigorosos de Tormentus a chuva de lâminas caem sobre Renji que se fecha usando os braços como escudo. Uma enorme explosão joga restos de armas trincadas em todas as direções.

— Isso! Isso! Ninguém pode escapar de minha tormenta de lâminas!

Mas não era o que Renji pensava.

O shinigami sai do meio da poeira todo perfurado retirando as lâminas que atravessavam seu corpo com as próprias mãos e volta a encarar o abissal.

— Muito bom Abarai Renji! Se não resistir nossa luta não faria sentido não é mesmo?! — ele gargalha.

—...

— Feh! Você não passa de um tolo incapaz de... — a visão de Tormentus embaça. — Incapaz de... — ele cai de joelhos.

—...

Renji começa a se aproximar de Tormentus.

— O... O que está acontecendo... Meu corpo... Impossível... — Tormentus começa a sentir uma dor terrível pelo corpo e a suar muito, ele leva a mão ao pescoço e sente o local da picada inchado. — Não é possível... Meu corpo é imune a veneno...

Renji continuava se aproximando tal qual uma cobra venenosa que ao picar sua presa não se preocupava mais aonde ela ia, pois sabia que cedo ou tarde ela morreria e caberia a ela apenas reavê-la e devorá-la.

O shinigami fica olhando para Tormentus que começava a sofrer convulsões e a babar como um rato envenenado.

— Maldição... Maldição... — ele gagueja enquanto também sufoca.

Renji estala os dedos.

— Eu gostaria de pedir perdão por não rir de sua última piada... — Renji ergue o punho direito e o braço símio etéreo surge imitando seu movimento com o braço.

— Es-espere! — Tormentus tenta reagir.

— “Há!” — Renji imita uma risada e desfere o primeiro soco causando um enorme estrondo na terra e afundando Tormentus no chão. — “Há!” — Renji desfere outro soco novamente e o abissal afunda ainda mais, o braço símio do shinigami se torna ainda mais colossal. — “HÁ!”.

O último soco de Renji causa um acidente no terreno onde ele e Tormentus afundam no chão abrindo um buraco enorme que engole algumas arvores e causa um deslizamento de terra nas bordas. Ele volta gradativamente ao normal enquanto observa o que havia sobrado de seu inimigo.

— Miserável... Miserável... Esse poder... Por que você tem esse poder... — Tormentus mais babava que falava. — Tormentus fecha os olhos e morre.

Renji pula para fora da grande cratera e Zabimaru se materializa ao seu lado.

— Isso põe um fim a esta luta permanentemente. — a zanpakutou comenta.

— Sim...

Zabimaru olha para seu mestre e sorri de canto.

— E então? Agora você se acha bom o suficiente para se confessar para Kuchiki Rukia?

— Cala a boca seu “chimpanzé cascavel”!

Zabimaru começa a rir e a desaparecer lentamente.

— Eu vou adorar assistir isso... — diz sumindo de vez.

Quando fica sozinho Renji se vira em direção ao local da luta que acontecia entre Hisana e Solomon e fecha os olhos para sentir a posição onde se encontrava Rukia.

— Sentiu isso Rukia? Esse é o poder que eu adquiri para te proteger... Agora você sabe que pode contar comigo não é mesmo? — sussurra. — E desta vez... Eu nunca mais vou querer ver aquelas lágrimas novamente...

Em meio ao rastro de destruição que havia causado Renji começa a voltar para perto de seus amigos ciente de que suas garras finalmente haviam alcançado a lua.

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Solomon sente a reiatsu de Tormentus desaparecer e balança a cabeça insatisfeito com o resultado.

— Eu falei não falei? — diz Hisana se levantando do chão cheia de cortes e sangrando pela boca. — Renji venceu a batalha Solomon, mas Komamura-san e meu tio também vencerão.

— Meus parabéns e pensar que mesmo eu poderia me enganar sobre algo assim é de fato aborrecedor. — ele confessa.

— Eu sei. Você não é o tipo de pessoa que perde, mas quando perde é um péssimo esportista. — Hisana diz.

— Tem razão, mas no final eu e você não passamos de jogadores de um enorme tabuleiro de xadrez onde usamos peças bem próximas a nós como trunfo nesta guerra. — Solomon associa.

— Eu nem jogar xadrez eu sei, mas se falarmos de cartas, pode apostar que eu sou o coringa. — Hisana brinca.

— Ah... Quanto a isso eu não tenho dúvidas... — sorri e gira a lâmina fazendo Hisana ficar tensa.

Longe deles Ichigo e seus amigos haviam sentido a vitória explosiva de Renji.

— Incrível Renji venceu! — Ichigo exclama surpreso.

— Claro seu bobão é do Renji que estamos falando! Depois de você ele é o homem mais cabeça dura que eu conheço. — Rukia ri.

— Se isso foi um elogio eu não gostei! — Ichigo protesta.

— Com a vitória de Abarai só nos resta esperar pela vitória de Komamura-san e Byakuya-san. — Inoue comenta.

— Sim e os inimigos deles não são nada fáceis também... — Sado lembra.

— Byakuya-san e Komamura-san sabem se virar e o real problema está aqui, nós devemos prestar atenção em Hisana porque a qualquer instante podemos ser surpreendidos como fomos naquela hora. — Katsuya os repreende.

— Katsuya tem razão... Além do mais... — Ishida aponta para cima.

O buraco negro e distorcido aumentava vagarosamente, mas como um relógio em contagem regressiva a tensão se amplificava a cada minuto.

— Não há nada que possamos fazer para ajudar? — Tomoe pergunta.

— Eu não imagino algo em que possamos ser úteis agora. — Ichigo comenta.

— Não se preocupem.

O grupo olha para Hiryuken.

— Não se preocupem, pois se Hisana precisar ela definitivamente não hesitará em nos pedir ajuda. — ela diz.

— Não é querendo parecer pessimista... Mas espero que ela não precise de nossa ajuda... — comenta Tomoe em um meio sussurro.

Quanto a isso o grupo infelizmente era obrigado a concordar...

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Komamura ao sentir a vitória de Renji se afasta de Colossus que mantem sua posição de luta encarando o adversário.

— Meus parabéns... Seu amigo venceu um abissal realmente poderoso. — Colossus elogia.

— Abarai venceria a qualquer preço, pois seu orgulho estava na balança e ele jamais se permitiria passar por tal vexame na frente de Kurosaki.

— Oh sim o ruivo e futuro marido de Kuchiki Rukia. Pai de Kurosaki Hisana. Eu sei que possuem certa rivalidade pendente a respeito de uma pessoa em particular e acho interessante isso se tornar o combustível que o faz almejar sempre mais poder.

— Orgulho pode ser considerado um pecado, mas utilizado com a arma certa se torna imbatível, o capitão Kuchiki Byakuya é um exemplo. — Komamura lembra.

— E você meu caro bestial? Que arma usa para fazê-lo alguém mais forte? — o abissal pergunta.

— Isso você vai ter que convencer a lhe mostrar. — o capitão o desafia.

Colossus gargalha.

— Isso está ficando cada vez mais interessante!

Komamura pula na direção de Colossus e o bestial desfere um soco no chão levantando escombros e devastando o lugar onde lutavam mostrando assim que a batalha tinha alcançado seu auge.

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Continua...

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