Point Of View - Annabeth Chase (Annie).

08:58. 08:59.9:00. You Need To Cut Your Hair começa a tocar. Hora de acordar, belezinha. Penso que poderia trocar a música do despertador, por outra, na real nunca gostei muito dessa música, mas de uma forma bizarra ela me encorajou a cortar os meus longos fios loiros e doar. Menos 5 dedos. O sol entra em dividido em tiras, por entre as persianas que deixo entreabertas, gosto disso. Forço a visão buscando o foco. Janela. Levanto-me em direção a mesma, coloco a cabeça para fora, e sinto uma rajada de ar gelado me arrepiar a espinha. O dia está lindo lá fora, exatamente como pedi antes de dormir. Arrumo minha cama, e vou para o banho. Visto uma calça jeans de cintura alta, cropped branco, jaqueta de couro preta, casaco com estampa geométrica e botinhas de couro. Desço as escadas do apartamento, e vou em direção a cozinha. Abro a geladeira.

– Bom dia Annie - Diz meu pai, que provavelmente saiu do seu home office. Resmungo um "bom dia" enquanto procuro algo para comer logo atrás do pote de geleia de morango. Como se a comida tivesse o poder de sair do supermercado em direção a nossa geladeira, nos exatos minutos em que abrimos a geladeira, e depois vamos checar se o chuveiro ainda está pingando. Volto o rosto em direção ao meu pai, e percebo que ele está falando com alguém no telefone enquanto checa alguma coisa em um livro grosso e marrom. Grover, meu irmão mais velho e adotivo desce as escadas apressado.

– Caraca, já não era pra você estar na universidade? - Eu pergunto.

– Sim, mas acordei atrasado, não vai rolar carona hoje Annie. - Ele responde entre mordidas em uma maçã, enquanto ao mesmo tempo pega as chaves de seu carro.

– Sem problemas; Vou sozinha. - Respondi enquanto conferia na carteira quantos dólares eu poderia gastar com um café. Depois de Grover bater a porta, ouvi um pequeno estrondo, certamente ele havia deixado alguma coisa cair. Estava mais desastrado do que nunca...

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No caminho para a escola, parei em uma loja do Starbucks e comprei um Espresso, antes de sair, chequei a temperatura: 13º graus. Durante o caminho, passei pelo parque municipal e observei logo cedo muitas crianças com balões de gás e suas mães, conversando entre si, sentadas em bancos de madeira logo atrás dos escorregadores e balanços. Essa poderia ser uma cena do meu passado, se eu tivesse uma mãe. O mesmo vento gelado soprava meus cabelos e arrepiava a pele que ficava a mostra por causa da camiseta escolhida, um pouco mais curta. Ouço ruídos de alguma música swag, que certamente odeio. Um carro dobra a esquina cantando pneus, é de lá que vem a música. Logo ele me alcança, e espirra a água de uma poça entre a calçada e a rua, formada pela chuva da noite anterior.

– Idiota! - Grito em plenos pulmões. Inutilmente, já que o carro nem se encontrava perto. Mas antes de sair completamente do meu ponto de vista, vejo um garoto tirar sua cabeça da janela do motorista, e assoviar. Argh! Isso me deixa completamente irritada.

Entro em uma farmácia, limpo e seco minhas roupas. Mas antes de sair, compro alguns chicletes, pois tenho medo de que pensem que roubei alguma coisa.

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Chegando na escola Mountain Brooke High School, vejo que o carro estava estacionado. Merda. Entro na minha sala, e todos estão ali, menos o professor. Sento em minha classe e pego meu livro para ler até que a professora chegue. Capitães Da Areia, de um escritor brasileiro.

Depois de uns 15 minutos, o professor chega e inicia sua aula sobre gramática. Alguém bate na porta, e o professor pede para eu abrir. Concordo, e abro a mesma. Atrás daquela porta olhos azuis me encaram. O dono deles é um novo velho conhecido meu. Puta merda era ele.