Sarada estava furiosa, seu pai não lhe dava atenção, estava sempre ocupado, a menina de apenas sete anos pensava que não era amada por ele.

Naquele dia não foi deferente, mais uma vez a pequena estava fazendo birra. O motivo ? Seu pai, Sasuke Uchiha, havia voltado a dois dias de uma missão que havia durado quase um mês, e agora estava saindo novamente.

– Sarada, minha filha, a missão vai ser rápida. - Ele tentava acalmar a menina em prantos.

– Você sempre diz isso. - Ela soluçava. - É sério, vai ser só uma semana, não se preocupe, quando eu voltar peço uma folga.

– Não ! Você sempre diz isso, já tem um tempão que você só promete que vai me levar pra tomar sorvete, mas você nunca cumpre - Ela cruzou os braços e fez bico em sinal de indignação.

– Sarada, eu já estou perdendo a paciência com você - Ele falou num tom severo.

– Querida - Sakura apareceu ali, estava na cozinha mas escutava toda a discussão entre pai e filha - Eu já te expliquei que seu pai é um shinobi e tem missões pra cumprir.

– A senhora também é outra que não me dá atenção ! - Esbravejou a menina - Prefere as crianças do hospital ! Adota elas e me abandona logo ! - Sarada sabia ser uma criança bem dramática quando queria.

– Filha, eu sou médica e diretora do hospital pediátrico, já expliquei a minha posição. - Sakura também já perdia a paciência com a filha que dava um chilique toda vez que o pai ia para alguma missão.

– Sarada ! - Repreendeu o moreno - Você não é mais um bebê, já entende muito bem as coisas, agora para com esse show.

– Se vocês nunca tem tempo pra mim então porque me tiveram ? Seria melhor se eu não tivesse nascido ! - Berrou.

– Já chega Sarada - Sasuke não era uma pessoa paciente, melhorou bastante após ter se tornado pai, mas ainda permanecia com o pavio curto.

– Vocês nunca mais vão me ver ! - Gritou.

De cabeça quente, a menina saiu correndo escadas a cima e foi para o seu quarto, Sasuke pensou em ir falar com ela mas já estava atrasado, por um momento teve um mal pressentimento, mas aquilo não passava de mais uma birra que sua filha fazia quando ele saía para as missões. Sakura deu um selinho de despedida no marido que saiu rumo à sua missão.

Sarada estava se sentido desprezada, seu pai nem parecia pai, saía para suas missões como se não tivesse uma filha que precisa dele para treina-la, para ler histórias antes de dormir, para beijar seus machucados, para leva-la à sorveteria e coisas que pais fazem, mas Sasuke só queria saber de missões.

– Eles vão ver - Sarada bolava seu plano maligno.

Durante a noite, quando a aldeia inteira dormia, uma certa Uchiha arrumava sua mochila só com coisas necessárias : Roupas, escova de dentes, seu dinossauro de pelúcia ... Esse tipo de coisa. O que ela pretendia fazer ? Fugir de casa. Queria que seus pais sentissem a sua falta.

A morena pegou sua mochila cor de rosa, colocou nas costas e pulou a janela, passaria um tempo fora até que seus pais a encontrassem ( criança não tem juízo mesmo né ?!). Ela foi andando sem rumo no escuro, sabia que se ficasse na aldeia, logo sua mãe avisaria sobre o sumiço ao Hokage e ele enviaria os caçadores ANBU para resgata-la, se ela ficasse na aldeia seria mais fácil, sua intenção era que seus pais ficassem aflitos a ponto de irem atrás dela, portanto teria que ir para algum lugar distante da aldeia.

Ela cruzou a fronteira, andou um pouquinho e entrou numa floresta, estava tudo escuro e ela só ouvia o barulho do vento batendo nas folhas das árvores. Até que Sarada percebeu uma luz azul que vinha de algum lugar ali perto, seguiu a claridade até chegar numa espécie de selo. Curiosa, a pequena Uchiha arrancou aquele selo dali fazendo com que a luz azul envolvesse todo o seu pequeno corpo.