Agilidade escrita por Diane


Capítulo 24
Capitulo 24 - Não brinque com fogo, meu anjo.




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Perspectiva de Sam

Ilithya conseguia ficar amedrontadora quando estava furiosa. Sério. O mais chocante de tudo, talvez fosse o fato que Sam nunca Ilithya xingar. E muito menos falar palavrões. Desde que ele era pequeno, quando foi para o Campo de Treinamento, sempre conseguia irrita-la. Uma vez ele conseguiu quebrar a janela da sala dela.

Nem o episódio da janela foi tão aterrorizante quanto isso. E piorou quando um cajado voou na direção da cabeça dele. Se Ilithya tivesse uma mira um pouquinho melhor, Sam seria um elfo com traumatismo craniano.

Devia ser pior para Mary. Ela sempre foi a garota boazinha, não era um gênio, mas era esforçada e tentava aprender tudo, era doce, meiga, legal e quase incapaz de dizer uma palavra ofensiva. Mary estava acostumada a ser elogiada por professores e não com eles surtando com ela.

Então, subitamente, Ilithya parou de gritar e olhou para eles friamente. Certa vez o pai de Sam disse que mulheres eram os seres que mais mudavam de humor no mundo. Sam concordava com ele.

— O que vocês fariam se entrassem aqui e vissem um monstro voando para cima de vocês? — Ela perguntou, com um olhar cruel.

— Eu acabaria com a raça dele — Mingau falou, aparentemente satisfeito com sua resposta.

— Não estou falando com você! — Ilithya apontou para Mary e Sam — Estou falando com vocês!

Era uma péssima hora para ser engraçadinho, mas Sam não pode evitar.

— Oras, eu ficaria parado vendo Mingau matar o monstro. O que eu poderia fazer?

Ilithya lançou um olhar assassino para ele. Sam se preocupou com a hipótese de ela ter outro cajado na manga.

— E se fossem dois monstros? Ele não pode lutar com dois ao mesmo tempo. O que vocês fariam?

Sam ergueu a mão.

— Seria uma excelente hora para correr.

Ilithya apontou para as pedras atrás deles. Eram longas cadeias rochosas e chegavam quase a altura de um pequeno prédio e eram largas suficientes para percorrer uma largura considerável no local. Havia árvores perto, mas nenhuma era alta suficiente para subir e depois pular sobre as pedras

— Sam, me responda, você consegue atravessar pedras?

— Não.

— Então, me responda, como você vai correr através de pedras?

Ele resolveu que seria uma excelente hora para calar a boca.

— Enfim chegamos até a conclusão que vocês estariam encurralados por um monstro com potencial destruidor. O que vocês fariam?

Para a surpresa de Sam, foi Mary que respondeu.

— Nós iriamos lutar.

Ilithya ergueu uma sobrancelha.

— E como você pretenderia lutar com um monstro seis vezes maior que você, com garras e forte?

— Eu criaria heras e prenderia as patas dele no chão.

Mary ficava tão bonita assim, quase rebelde, tanto que Sam quase se distraiu, mas é muito difícil se distrair quando tem alguém como Ilithya lhe encarando fixamente.

Ilithya riu.

— Mas o monstro tem garras. E as garras cortariam as heras.

Depois disso, Mary não tinha muito o que falar.

— O que vocês fariam? — Ela gritou.

Os dois ficaram em silêncio pleno. Sam não achava que fosse uma boa ideia dizer que ele provavelmente viraria comida de monstro. E pior que era verdade, por que em outras circunstancias seria isso que aconteceria.

Ilithya olhou para a garota desmaiada no chão. Sam achava que ela ficou tão focada em humilha-los e gritar que chegou a esquecer de que eles tinham capturado uma general de Trivia.

Ela lançou um olhar para a general caída no chão.

— Pelo menos fizeram um bom trabalho nisso — Oh, que milagre, um elogio — Mas o que vocês estavam pensando em trazê-la para cá? Era para interrogarem ela e matarem logo.

Sam tinha certeza que nem ele e Mary conseguiriam fazer um interrogatório. Talvez Mingau pudesse, mas ele comeria o interrogado antes das respostas (Ele pareceu muito motivado com a ideia de comer general de Trivia com molho de pimenta)

— Obviamente eu vou ter que fazer isso — Ilithya reclamou e observou que o céu estava escurecendo cada vez mais rápido — Vão preparar um acampamento que eu cuido disso.

Olhe, Sam não achava que seria extremamente divertido colher gravetos para fazer fogo, mas devia ser melhor do que ver Ilithya interrogando alguém. Muito melhor.

Perspectiva de Ilithya.

Ilithya sussurrou algumas palavras em grego antigo e correntes de ferro começaram a se enlaçar ao redor do pulso da ninfa desmaiada. Antes de acorda-la seria uma boa ideia mantê-la bem presa. A feiticeira sabia muito bem que os poderes de Ankh estavam nas suas canções, e por isso tinha uma corrente bem próxima á ela, só para o caso de ter que faze-la calar a boca dela.

Cuidadosamente, encostou onde tinha o ferimento na cabeça da ninfa. Ilithya achava um desperdício gastar sua magia de cura nisso, mas precisava das respostas, e de qualquer forma, ia matar a general de qualquer maneira.

A ninfa abriu os olhos. Eles eram vermelhos ao contrário do antigo verde que era os olhos de Lauren. Isso só bastou para deixar Ilithya mais furiosa.

— Onde está Trivia? — Ilithya perguntou.

Ela permaneceu calada. Lógico, Ilithya não esperava que ela começasse a falar imediatamente.

Ilithya repetiu a pergunta e a ninfa se debatia tentando se libertar das correntes. Se ela fosse uma vampira até conseguiria, mas uma ninfa por mais forte que fosse, jamais conseguiria romper ferro com as próprias mãos.

— Onde está a base dela? — A paciência da feiticeira estava quase acabando — O que ela faz para conseguir o exército dela.

Ankh não respondia. Ela não iria responder, Ilithya percebeu isso.

Ah, e não foi por falta de tentativa. Ilithya a ameaçou, bateu a corrente na cara dela até quebrar o nariz, provavelmente, usou chamas para fins tortuosos. Fez tudo o possível. Mas a criatura não falava. Aparentemente era tão fiel à Trivia que nem a tortura era capaz de fazê-la revelar os segredos.

— Vá para o inferno — A ninfa gritou.

Algo explodiu dentro de Ilithya. Como aquele ser tinha ousadia de voltar do mundo dos mortos para ocupar o corpo de uma de suas alunas e provocar várias mortes? E como aquele ser tinha ousadia para manda-la para o inferno?

— Não, quem vai para lá é você.

Ilithya acenou, e as correntes viraram lâminas grandes que perfuraram os pulsos e os tornozelos de Ankh, a prendendo no chão. Ilithya saiu de perto, afinal seria uma forma lenta e dolorosa para aquele ser voltar para o inferno.

[...]

Ilithya estava muito satisfeita consigo mesma, afinal mesmo depois do trabalho de tortura e de ser atacada por um cão gigante suas roupas continuavam intactas.

Mary e Sam, surpreendentemente, conseguiram arrumar um acampamento decente. Mary fez as árvores se curvarem de forma que lembravam um teto circular sobre eles, protegendo da chuva, caso chovesse. E Sam tinha conseguido fazer uma fogueira. Era inédito o fato dele não ter se incendiado ou incendiado o local. Ilithya pensou que algum milagre devia estar acontecendo.

Mesmo assim, foi difícil arranjar algo parecido com camas, e ela estava com sono. Ilithya teve inveja de Sam e Mary que tinham deitado sobre o tigre gigante, um de cada lado (Afinal, ela não deixaria alunos dela dormirem muito próximos).

E por outro milagre, ela conseguiu dormir encima do monte de folhinhas que ela arranjou. E não teve insônia.

Mas Ilithya não desejava ter dormido.

Desde que era criança sonhos eram sempre um incomodo. As vezes ela sonhava com o futuro, com coisas que aconteceram, e pior, as vezes os mortos apareciam nos sonhos dela para inferniza-la.

Dessa vez não era uma morta. E isso não servia de ajuda. Ilithya gostaria muito mais que sua mãe ou pai falecidos viessem dizer algumas coisa, mas não, se mortos aparecessem em sonhos são só mortos que não gostam de você. Era incrível o fato de pessoas que ela gostava de verdade nunca aparecerem nos seus sonhos.

Mas dessa vez foi tão indignante que doeu.

— Eu devo ter sido muito cruel para merecer isso — Ilithya suspirou exasperada.

— Por quê? Não acha divertido ver sua velha amiga?

Rowena. Ela continuava exatamente como Ilithya se lembrava. Rowena estava com os mesmos cabelos loiro-claro de sempre, e apesar de ter um cabelo tão claro, ela não parecia idosa. Isso combinado com olhos azuis elétricos cruéis e uma expressão enlouquecida, ela não parecia amigável.

Não que fosse uma surpresa, Rowena nunca tinha sido amigável. Desde que Ilithya a conheceu, Rowena sempre foi uma praga. Arrogante, impetuosa, as vezes beirando a crueldade e a loucura. Aquele ser sempre soube como enlouquecer alguém, as vezes isso acontecia literalmente. Mas a antipatia de Ilithya por ela aumentou consideravelmente quando Rowena se tornou a mãe da filha de Erebo.

— Eu prefiro dizer que você é meu velho carma.

Se Rowena se incomodou por ser chamada de carma, não demonstrou. Aliás ela era experiente na arte de não demonstrar o que pensava. Ou melhor, ela era mestre na arte de ser falsa e hipócrita, como Ilithya gostava de pensar.

— Oh, mas talvez eu seja seu carma por que eu sempre fui melhor do que você. Admita, sempre fui a melhor e você a segunda. Desde quando erámos adolescentes.

Rowena era uma das melhores feiticeiras que Ilithya conhecia, mas quando ela disse que era melhor que ela, bom, conseguiu arrancar o resto de paciência que ela tinha. E piorou quando os tempos antigos foram mencionados.

— Rowena, por que você não vai infernizar a vida de outro? Já que você é tão boa, por que está perdendo tempo com alguém inferior como eu?

Rowena parou e olhou para ela curiosamente.

— Você se arrepende?

— Do que exatamente? — Quando se tem mais de quinhentos anos, você faz muita burrada ao decorrer da sua história.

— De saber que eu seria aprisionada e não fazer nada.

Rowena foi aprisionada por Erebo, por algum motivo Ilithya não sabia. Mas ela sonhou com isso, com Erebo conspirando em aprisionar Rowena e Ilithya não fez nada. Absolutamente nada.

Seria burrice. É muita burrice se intrometer com um deus, principalmente um primordial, no caso. Além do mais, ela nunca foi com a cara de Rowena e não valia a pena colocar se arriscar à ser morta por um deus furioso para tentar salva-la. Afinal, Rowena jamais faria isso por ela, então por que ela tinha que se arriscar?

— Não, não me arrependo nem um pouco — Ilithya disse com satisfação ao ver a cara da outra.

— Deve ser irônico para você, no final das contas ter que me salvar.

Pelos cálculos de Ilithya, Erebo aprisionou Rowena por algo importante. E se ela libertasse Rowena, teria como descobrir. Então a verdade a atingiu como um tapa. Se Rowena falasse por que foi presa agora, ela seria poupada de ter que se esforçar para liberta-la.

— Me fale.

Rowena franziu a testa, obviamente pega de surpresa.

— O que?

— Por que ele te aprisionou? O que você sabia que ele não quer que fale para ninguém.

Rowena sorriu.

— Vamos fazer uma troca: você me solta e eu te falo o porquê da minha prisão.

Então o sonho se esvaiu.

Perspectiva de Vanessa.

Vanessa tinha certeza que ela merecia um certificado de idiota.

Ela deveria ter ido para o seu quarto e ficado por lá mesmo, mas não. Ela tinha que ter a ideia maravilhosa de voltar para a sala só para certificar se Trivia e Thanatos não tinham aproveitado que ela saiu e estavam conversando.

Vanessa tinha tudo planejado. Caso alguém perguntasse o que ela estava fazendo às duas da manhã invés de estar na cama, ela falaria que perdeu um brinco. E para confirmar o fato, ela tinha deixado um brinco caído debaixo do sofá.

Mas quando chegou à sala, bom, não tinha ninguém. Então Vanessa percebeu que a porta estava semiaberta, ou seja, alguém tinha saído de lá.

Uma pessoa normal teria ignorado esse fato e voltado para cama, mas Vanessa já estava começando a suspeitar que não fosse normal. Pegou a blusa de frio de Thanatos que ela deixou no sofá, vestiu e saiu da casa. Ela devia pegar uma blusa sua, mas aquela estava mais perto. Vanessa se recusava a admitir que tivesse pegado a blusa por que gostava do cheiro de colônia cara que a blusa possuía.

Ela esperava que a segurança do lugar fosse melhor, tipo, vários guardas ao redor do local, mas a única coisa que ela podia ver era areia. E areia não era ameaçadora.

A luz da lua estava forte e refletia na areia. Não era apenas bonito, era útil, afinal, se perder no Saara no meio da noite seria uma péssima ideia. Graças á luz lunar, Vanessa conseguiu ver uma figura se movendo entre as dunas de areia, já longe dela.

Thanatos.

O que ele foi fazer no deserto no meio da noite? Bom, ela não sabia e por isso foi descobrir.

Então Vanessa cometeu seu pior erro da noite: resolveu seguir ele.

Orgulho à parte, Vanessa tinha que admitir que era boa em seguir pessoas sem ser vista. Certa vez, ela seguiu Alaric em plena NY e não perdeu ele nenhuma vez e nem foi vista. Mas agora as circunstancias eram diferente, em Nova York além da maquiagem, ela estava cercada de pessoas, então era mais fácil se esconder na multidão.

O problema é que no deserto não tinha multidões de pessoas.

O fato era que se Thanatos resolvesse olhar para trás, bem, ele ia perceber que tinha uma ruiva o seguindo-o.

Vanessa se manteve em uma boa distancia dele, se ficasse perto demais, ele escutaria seus passos, e se ficasse muito longe, o perderia de vista.

Chegou uma hora em que ela perdeu a conta de quantos minutos estava o seguindo. Por um momento Vanessa pensou que Thanatos só foi dar uma voltinha noturna e que ela tinha perdido o seu tempo. Então pode ver uma espécie de Oasis no meio do deserto e reparou que Thanatos estava indo naquela direção.

Sério, ela estava se sentindo uma espiã. E isso era tão legal.

De longe dava para perceber que no meio do Oasis tinha pedras e quando se aproximou mais, percebeu que era uma caverna que ficava metade na água e metade na areia. Era bonito, por que parecia que o lugar era feito de cristais negros e a água brilhava com a luz da lua.

Ah, mas ela conhecia Thanatos, ele não iria lá apenas para observar um lugar bonitinho, tinha um objetivo nisso.

Quando Thanatos entrou na caverna, ela teve certeza.

E ela também tinha certeza plena que era uma burra por seguir ele.

Pelo menos o interior da caverna era grande e as rochas estavam espalhadas por todo canto, criando paredes e lugares úteis para ela se esconder caso ele virasse. Isso sem mencionar o fato que Vanessa estava andando na pontinha dos pés para não fazer barulho.

Era estranho seguir alguém tão de perto, ainda mais um deus, dava a impressão que ele poderia ouvir o barulho do seu batimento cardíaco, que alias , estava bem acelerado.

Ele parou na frente da pequena lagoazinha e olhou para frente. Vanessa agradeceu aos deuses por estar bem atrás de uma rocha nessa hora, senão seria vista com certeza.

Parecia que ele não percebera que tinha sido seguido. Vanessa apesar de estar quase enfartando de ansiedade e adrenalina, estava se sentindo o máximo por ter enganado um deus.

— Não brinque com fogo, meu anjo.

Vanessa sentiu um arrepio percorrer suas costas. Ele continuava parado perto da água, mas olhava diretamente para onde ela estava escondida. E em menos de um segundo, ele estava na frente dela.

A ruiva congelou e ficou olhando para ele, imóvel. Ela tinha sido descoberta, e agora? Ele iria afoga-la na água? Ou talvez a transformasse em cinzas, igual fez no Campo de Treinamento.

Vanessa recuou institivamente, e então percebeu que tinha batido das costas na pedra. Ela estava encurralada com o deus da morte.

Thanatos a olhava sem expressão, mas seus olhos cor de ouro brilhavam na luz da lua. Seria muito mais fácil odiá-lo se ele não fosse tão bonito.

Vanessa, ironicamente, se lembrou de quando o conheceu. Ela tinha comentado para Mary que ele era tão lindo quando um deus grego. Christine vivia falando que existiam as Parcas, velhinhas que teciam o destino dos mortais, bom se Chris estivesse certa e essas velhinhas existissem, bom, elas eram velhinhas muito irônicas.

Thanatos estendeu a mão na direção do rosto dela e Vanessa fechou os olhos. Bom, é agora que viro cinzas. Bye bye mundo.

E por mais incrível que pareça, ela não virou cinzas. A mão dele apenas acariciou a lateral do rosto dela delicadamente.

Vanessa abriu os olhos e se deparou com Thanatos rindo.

— Você tinha que ver sua cara, estava hilária — Ele parou de rir e se aproximou dela. Aproximou-se demais para o gosto de Vanessa — Eu não mordo, a menos que você queira.

Aquilo a deixou irritada. Quem ele achava que era para zombar dela? Bom, ele era o deus da morte, mas isso não estava em questão.

Instantaneamente, seus punhos se fecharam e ela deu um soco no peito dele. Talvez fosse um soco, Vanessa não tinha muita certeza, ela fechou a mão de qualquer jeito e acertou. Para mencionar, segundos depois, seus dedos estavam ardendo de dor, pelo jeito, doeu mais nela do que nele.

Thanatos parecia estar se segurando para não rir, mas segurou o pulso dela e a dor começou a diminuir.

— Amanhã eu te ensino como se dá um soco direito — Depois de perceber o olhar contrariado que ela lançou, ele continuou a falar — Sem brincadeira, isso foi o pior soco que já vi na vida. E eu tenho dez mil anos.

Ok... Aquilo foi ofensivo.

Por um momento, eles ficaram parados sem falar nada. Vanessa percebeu que ele continuava segurando seu pulso e que os dois estavam próximos demais. Seria tão mais fácil odiá-lo se ele não tivesse olhos tão bonitos. Isso era um inferno.

O certo seria se afastar e sair correndo (Não que ela tivesse duvidas que se Thanatos quisesse, poderia alcança-la), mas por algum motivo curioso, ela queria chegar mais perto dele.

Vanessa tinha certeza que iria imprimir um diploma de idiota graduada quando chegasse em casa, por que o que ela fez superou os limites: Ela beijou o deus da morte.

Ela esqueceu que ele era um assassino, que ele estava do lado oposto da guerra. Esqueceu que ele era um deus e ela uma mera mortal.

Puxou o rosto dele para perto, enlaçando os dedos nos fios escuros e sedosos. Thanatos parecia ligeiramente surpreso, mas não se afastou, obviamente. Ele era o deus da morte, mas ao contrário do que se pensava, ele não tinha lábio duros e gélidos. Eram mornos e poderosos contra os dela.

As mãos dele se moveram para a cintura da ruiva. Vanessa arfou contra os lábios dele quando Thanatos colocou a mão embaixo da camiseta dela, traçando círculos contra sua pele.

Vanessa se sentiu girar e quando se deu conta, tinha caído na água da lagoa e Thantos estava sobre ela. Não, ela não tinha caído, ele tinha a transportado até a lagoa.

Estava deitada nas pedras que ficavam debaixo da água, e o lugar era raso e plano, se assemelhando á uma cama de pedra. A água estava quente, Vanessa não sabia dizer se era por causa do calor do deserto durante o dia ou se era alguma fonte termal, não importava muito.

Vanessa se afastou dele.

— Você molhou minhas roupas! — Ela apontou o dedo acusatoriamente para Thanatos.

Thanatos arqueou uma sobrancelha ligeiramente.

— Não importa, você vai ficar sem elas de qualquer maneira.

Isso era um inferno. Literalmente, um inferno, a maneira que ele conseguia sussurrar coisas tão obscenas no ouvido dela.

Vanessa o empurrou de modo que ela ficasse deitada encima dele. Fios avermelhados e úmidos caiam ao redor deles como uma cortina flamejante. E ela o beijou mais uma vez.

Não importava se era errado, por que tudo que é errado é mais gostoso.


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Notas finais do capítulo

Sério, acho que isso vocês não esperavam. Estou que sentindo o titio George R. R. Martin, pegando todo mundo de surpresa.
Não fiz um hentai por que não sei se ia ficar bom e também não quero acabar com a inocência de vocês ( Se ela ainda existe hehe).
Shippan Thanessa?