Perder alguém nunca é fácil. Por mais que você não goste desse alguém tanto assim (o que, definitivamente não era o caso), também não gosta daquela sensação horrível de falta. De saber que agora não havia mais nada onde antes havia tanta vida.

Há sempre aquele dilema: você sente, mesmo não querendo sentir. Sabe ainda que, provavelmente há alguém sentindo muito mais do que você e se pergunta “como essa pessoa aguenta isso?”. Phil suspirou, girando o distintivo em suas mãos. Era egoísta demais estar tão arrependido?

Bom, ele estava.

Estava completamente arrependido por ter aceitado a entrada de Trip na equipe. Assim, eles não teriam se tornado tão amigos. Ele não teria morrido. E talvez agora, Coulson não estivesse tão triste, quase deixando as lágrimas transbordarem.

Sentado em seu escritório no Bus, o Diretor chegou a uma conclusão: Antoine Triplett era um homem bom.

E no fim, talvez fosse esse o problema. A morte está por perto sempre, mas quando ela resolve atacar de surpresa, era tão impossível aceitar que fosse com alguém tão bom quanto o agente.

Mais uma vez Phil suspirou, agora encarando a foto no distintivo. Ali, Trip não sorria, e era realmente estranho para o Diretor vê-lo assim, tão sério. E de repente, a foto sorriu, encarando o mais velho: “Senhor, eu levo meu gingado para onde quer que eu vá.” – isso era uma grande verdade.

Nesse momento, Coulson queria estar em seu pequeno apartamento no Brooklin, alheio a qualquer problema. Queria não estar tão acabado emocionalmente (e um pouco fisicamente também). Queria não estar tão triste quanto estava agora.

Segundo Trip, Coulson havia sido a âncora por todo o tempo e, por mais que agora quisesse simplesmente jogar tudo para o alto, não podia. Tinha que continuar sendo a âncora. Por Trip. Por sua equipe destruída lá fora. E acima de tudo, por ele mesmo.

Antonie Triplett era um herói. Morreu como um e seria lembrado por todos assim. Sempre.