All Out War escrita por Filho de Kivi


Capítulo 15
Eggtown


Notas iniciais do capítulo

Hei!

E então, como andam as coisas? Tudo certo?

Esse capítulo carrega no título um pouco do momento vivido em Alexandria, já que as coias se fragilizam cada vez mais. Bom, teremos hoje mais um “episódio” dividido em vários POV’s, ou núcleos, como queiram chamar hehe... Introduzindo certos acontecimentos que se mostrarão bem importantes...

Queria agradecer a Rosie e Menta que não se esquecem de deixar um comentário a cada capítulo de AOW, obrigado meninas! Reitero aqui a grande importância de todo o apoio que vocês vêm dando a essa fic, kiitos!

Lembrando novamente a você, que acompanha a história, mas ainda não comentou, que o review é a forma mais saudável e útil de demonstrar o quanto está gostando ou não de uma história, é a chance de opinarem sobre os acontecimentos dos capítulos, e criticarem caso algo não os agradem... Sintam-se a vontade para comentarem, lerei e responderei a todos com a devida atenção merecida!

Bom, acho que é isso... Boa leitura!



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— E quantos “amigos” você possui em seu grupo?

Rick seguia firme, de arma na mão, direcionando o cano da pistola para a cebça de Jesus. Um filete de suor escorria por sua testa, apesar do frio aparente.

— Não diria que são todos amigos... – Jesus coçou a barba abaixo do queixo, parecia tranquilo apesar das constantes ameaças – Faço parte de uma comunidade grande, creio que com duzentas pessoas...

— E o que vocês querem?

Grimes rangeu os dentes ao pronunciar tal frase, a postura calma do homem barbudo o irritava demais. Toda a segurança que ele demonstrava poderia significar a certeza de um ataque a Alexandria.

— Oras, queremos o que você tem! – O homem gargalhou repentinamente – Deixa eu me corrigir, isso não soou da forma que eu queria... Não queremos tomar nada de vocês, eu nem ao menos queria puxar uma briga com qualquer um aqui! Queria apenas conversar, mas aí colocaram uma espada na minha cara e, bom... Eu não gosto nem um pouco que apontem armas pra mim... As coisas acabaram saindo do controle!

O xerife voltou-se para Michonne.

— Essa história confere?

A samurai balançou a cabeça positivamente.

— Ele surgiu no estacionamento após termos matados alguns errantes... Nos assustou e reagimos...

Jesus abriu os braços, olhando e sorrindo para o xerife, como que confirmando sua inocência.

— Moramos em uma comunidade há uns vinte e cinco quilômetros daqui, praticamente do outro lado de Washington... É um bom lugar, temos muitas pessoas boas, e consideramos um bom lugar para se viver... – O barbudo arrumou novamente o gorro – Mas como eu disse, estamos em um número elevado, quase duzentas pessoas... Estamos sempre no limite de suprimentos!

Rick abaixou a arma lentamente, atestando que o homem a sua frente não mais reagiria. Sua mente ainda triturava todas as informações, o cético policial ainda decidia quais pontos levar em consideração.

— Não temos muito o que doar, e lhe garanto... – O xerife olhou brevemente para os lados, semicerrando os olhos – Vai ser uma luta bem dura para tirar o que é nosso!

Jesus balançou a cabeça negativamente, rindo de canto de boca.

— Você ainda não entendeu, não é? Não queremos tomar nada de vocês... Estou aqui para firmarmos uma relação comercial entre as duas comunidades, nada além disso... Cooperação chefe, é dessa forma que sobrevivemos hoje em dia!

— Você está falando de escambo? – Indagou Grimes.

O barbudo apontou para Rick, balançando o indicador direito algumas vezes.

— Estamos começando a nos entender... Tenho certeza que temos coisas que lhe serão muito úteis, assim como vocês possuem coisas que também podemos usar... Vou dar um exemplo: Não sei como vocês andam de munição, mas a nossa já acabou faz tempo, eu ando com isso apenas para intimidar!

Jesus mostrou uma .38 na cintura.

— Se puderem se desfazer de parte de sua munição, já nos ajudaria bastante! Em troca poderíamos lhe fornecer hortaliças, minha comunidade cultiva diversos produtos em uma fazenda... Mas se já estivem bem supridos, também temos roupas, ferramentas e outros itens que vocês também iriam achar muito úteis!

Rick Grimes sorriu. O xerife não acreditou em uma só palavra proferida.

— Você realmente espera que eu acredite que o seu grupo quer apenas encontrar um novo parceiro para comercializar?

O barbudo o encarou, entendendo o seu ponto.

— Essa é a verdade, então, sim, é o que esperamos!

O xerife deu um passo à frente.

— E você atravessou toda essa distância apenas para nos falar sobre isso?

— Não exatamente...

Grimes segurou mais fortemente a arma, Michonne e Abraham também ficaram alertas após a negativa do invasor.

— Eu sou o responsável por observar novos grupos, mas... – Jesus fez uma breve pausa – Precisei fazer alguns negócios em outras duas comunidades antes de chegar até aqui...

— Espera... – Abraham parecia extremamente surpreso – Você disse “outras duas” comunidades? Ainda há outras duas além da sua?

Jesus franziu a testa, aparentemente surpreso.

— Calma aí... Vocês pensam que são os únicos sobreviventes por aqui? – O barbudo exibiu um amplo sorriso – Cara, certamente o seu mundo está prestes a mudar!

*****

— Eric, cuidado!

Aaron correu rapidamente na direção de um errante desgarrado, que já encurralava o seu namorado contra uma parede. Por muito pouco o monstro não o transformara em seu almoço, sendo impedido pelo facão do recrutador, que habilmente fora desferido contra o crânio da criatura, partindo o seu osso frontal.

— Fiquem de olhos abertos, nós não estamos sozinhos! – Vociferou Heath, retirando o capuz que lhe cobria a cabeça.

O grupo que fora mandado até a cidade de Washington, na maior e mais ousada missão de coleta de mantimentos, já se encontrava há exatos três dias no local. Caminhando silenciosamente pelas vielas, e utilizando uma van para alcançar as longas distâncias, a equipe objetivava realizar tal feito de tempos em tempos, juntando uma quantidade de alimentos e água que fossem o suficiente para meses, eliminando assim as missões diárias de outrora.

Dormindo amontoados no único veículo que possuíam, e sempre estando atentos a qualquer aproximação hostil, o grupo já estava totalmente estafado. A missão não dera o efeito esperado, e Heath, que era o maior conhecedor da cidade dentre todos ali, já havia esgotado todas as opções que tinha em mente.

O melhor seria juntar as coisas e partir de volta a Alexandria enquanto o terreno ainda se mostrava propício. Evitando o centro da cidade e as áreas mais tomadas por errantes, os coletores encontravam-se seguros, porém, esses momentos de calmaria talvez não se mantivessem por muito tempo. O barulho atraía as criaturas, e não importava o quão cuidadosos e silenciosos fossem, os monstros acabavam os encontrando, inevitavelmente.

— Algumas semanas enfurnados atrás daqueles muros e nós mal conseguimos nos proteger! – Disse Eric, sorridente enquanto recebia um afago de seu amado.

Glenn aproximou-se dos dois. De arma em punho, o asiático verificava todo o perímetro com olhos, aprendeu na prática que todo o cuidado é pouco quando o risco é alto.

— Todos estão bem? Alguém se feriu? – Indagou Glenn. Aaron e Eric apenas balançaram a cabeça negativamente, em resposta.

Heath, que fora o último a sair do interior de uma pequena lojinha, descarregava o pouco que conseguira juntar nos fundos da van. Sua face estava amarrada, suas feições entregavam o quanto ele estava preocupado. Alexandria estava à beira de um colapso alimentício, e apesar de estarem bem supridos por algumas semanas, logo, logo, o nível voltaria ao mínimo.

— Acho que já esgotamos tudo... Podemos encerrar por aqui... – Exclamou Heath, visivelmente desanimado.

— Conseguimos juntar bastante coisa... Acho que já podemos voltar, o que acham?

Maggie Greene carregava uma caixa de papelão nas mãos, levando-a também para o interior da van. Alguns vidros de molho, carnes enlatadas, batatas chips vencidas e cervejas quentes estavam entre os itens coletados.

— Qualquer coisa para não passar mais uma noite nessa van! – Exclamou Magna.

A mulher de volumosos cabelos castanhos, amarrados para trás em uma tentativa de esconder o quanto estavam maltratados, sentava-se sobre o capô de um veículo abandonado, há apenas três metros do grupo que já se preparava para partir.

Glenn caminhou até sua esposa, segurando-a levemente pela cintura e a beijando brevemente. Os dois sorriam, encarando-se de forma esplendorosa, os olhos pareciam reluzir apesar da pouca incidência de luz solar.

— Você está se sentindo bem? – Questionou Glenn – Eu bem que insisti pra você não vir... Não é seguro...

Maggie sorriu, tocando o seu rosto suavemente.

— Eu estou bem! – O largo sorriso da moça revelava a verdade em suas palavras – Vindo até aqui eu pude me sentir bem mais aliviada... Vendo o que você faz, e a forma como cuidam minuciosamente da segurança... Vejo as coisas de outra maneira agora!

— Que bom... – Suspirou Glenn – Mas assim que chegarmos, você vai direto a casa do Vincent, quero me assegurar que está tudo bem com o nosso filho... Vamos tomar todas as medidas, tudo o que precisar ser feito...

Greene segurou fortemente a mão de seu marido.

— Vai dar tudo certo... Eu sinto isso...

A equipe de coleta dirigiu-se até o interior da van, um pouco menos esperançosos do que quando saíram de Alexandria. Os dias vindouros prometem ser difíceis, e além de precisarem racionar os mantimentos, será preciso ainda controlar os ânimos dos veteranos da comunidade, que ainda não se habituaram a situação limite atual.

Além de toda a preocupação com o coletivo, Glenn não parara de pensar em sua esposa, e como o destino lhe reservara algo sublime e cruel ao mesmo tempo. Há três anos atrás, o asiático jamais imaginaria que poderia ter uma família, uma esposa amável, uma filha adotada, e a expectativa por um bebê que ainda chegará. Totalmente afundado em dívidas, o rapaz sequer mensurava que um dia pudesse se tornar um membro importante para uma sociedade, sendo reconhecido por suas habilidades, e cultivando diversas amizades verdadeiras. Isso para ele era sublime.

O problema era que ele também jamais poderia adivinhar o quanto o mundo iria mudar em tão pouco tempo, uma mudança terrível e irremediável. Perder tanta gente bem quista, assistir seres humanos devorando outros seres humanos, vendo a barbárie crescer e se alastrar, sem freio algum. Ter de lidar com a tentativa de suicídio de sua esposa, que quase morrera enforcada após uma crise depressiva. Adotar uma criança que assistira a morte da própria mãe, enlouquecida, entregando-se a um bando de errantes. Viver a expectativa de uma gravidez que pode lhe tirar tudo de uma vez, caso as coisas deem errado. Isso para ele... Era muito cruel.

*****

A última noite não havia sido nem um pouco confortável. Ver Rick voltando para a cama daquela forma, após mais uma discussão com seu filho, a afetava demais. Andrea só queria que a normalidade voltasse a imperar, nem que fossem por poucos segundos, apenas para fomentar um pouco mais de esperança um grupo que sentia os ânimos se abalarem cada vez mais.

Ao acordar, percebeu que o xerife não mais estava ali, e lembrou-se que comumente o seu amante preferia não despertá-la, cuidando dos afazeres primários até que ela estivesse descansada o bastante para assumir as tarefas. O cuidado que Grimes tinha com a sardenta era pra lá de admirável. Nenhum dos dois cultivava o hábito de repetir frases carinhosas a todo instante, mas sentiam internamente que a relação estava cada vez mais íntima, em todos os âmbitos.

Levantando-se da cama e espreguiçando-se, a loira se dirigiu até o banheiro, lavando o rosto na tentativa de exterminar todo e qualquer resquício das últimas noites mal dormidas. Olhando a própria imagem refletida no espelho, Andrea notou o quanto estava cansada. A mulher de vinte e seis anos, já aparentava ter mais de trinta, e as marcas de tudo o que precisara passar para sobreviver, a lembrava todos os dias, do quanto à vida de todos ali estava constantemente por um fio.

A cicatriz do lado esquerdo da cabeça, gerada por um tiro de raspão que recebera em um dos embates com os milicianos comandados pelo Governador, parecia latejar a cada lembrança nutrida, a cada vez que ela se esforçava para entender o que ocorrera de errado durante toda a sua trajetória. Era mais do que natural que ela tentasse encontrar um culpado para todas as vidas ceifadas, uma causa para explicar o porquê de tantos homens e mulheres de bom coração, terem partido de forma tão precoce.

Entre essas pessoas, era inevitável que ela sentisse mais a perda de um em específico, apesar de ainda lutar contra si mesma para apenas esquecer, para que todas essas lembranças, boas ou ruins apenas a deixasse seguir. Dale ainda estava muito presente em sua cabeça, assim como provavelmente Lori também residia na mente de Grimes. O homem que a apoiou, a ajudou a crescer como mulher, e a entender a importância das pequenas coisas da vida, independentemente do mundo ter acabado ou não.

Não há uma noite em que ela não se recorde de Billy e Ben, dos filhos que tanto amou e que perdeu de forma tão precoce. Os rostos dos garotos não saiam de sua cabeça, apesar de mais parecerem lembranças de outra vida, como se Andrea tivesse estado em um período ilusório, já que tudo soava de forma tão irreal. Sua realidade agora era outra, e não importava o quanto ela fosse difícil, a única forma de enfrentá-la, era justamente encarando-a de frente.

A sardenta desceu as escadas, tendo acesso à sala de estar. No referido cômodo, Carl e Sophia dividiam o sofá, a menina rabiscava algo em um emaranhado de papéis postos sobre o colo, enquanto o garoto tentava ler uma revista em quadrinhos, apesar da visão debilitada. Sem interferir, Andrea estagnou-se, observando de sua posição a conversa das duas crianças.

— Quando você acha que minha mãe e meu pai irão voltar? – Questionou a menina loira, enquanto aparentemente desenhava algo sobre a folha em branco.

— Acho que até amanhã de manhã... Não era essa a previsão? – Carl respondeu de forma vazia, sem retirar o olhar da revista.

Sophia voltou-se para o filho do xerife, encarando-o de forma hesitante, como se estivesse se preparando para dizer algo.

— Isso tá doendo? O seu olho...

A região baleada seguia recoberta por um vasto curativo, que cobria boa parte da cabeça do menino. Ainda sem retirar a atenção de sua leitura, Carl respondeu.

— Não, nunca doeu...

— Me sinto mal por você... – Sophia abaixou a cabeça em sinal de pesar – Não acho essas coisas justas... Nada de ruim acontece comigo!

Carl Grimes riu nasalmente.

— Você não pode estar falando sério... Os seus pais morreram! Glenn e Maggie são apenas um casal que adotou você...

Andrea surpreendeu-se com a forma como o garoto se expressou. Carl não parecia mais medir as palavras, aparentemente perdera a noção de que poderia magoar a garota com esse tipo de discurso. O jovem Grimes mudara bastante após o fatídico dia em que fora alvejado, e isso ficava cada vez mais evidente.

— Eu sei disso... – Manifestou-se Sophia – Eu só gosto de fingir que as coisas estão diferentes... Gosto de pensar que tudo está normal... Isso me deixa feliz!

A loira pigarreou enquanto descia os últimos degraus, deixando evidente a sua presença no cômodo. Os dois que ali se encontravam, não pareceram dar muita atenção à sardenta que, pronta para sair, resolveu dirigir-se aos dois, como uma mera cordialidade.

— Bom dia Carl... Sophia...

A garotinha sorriu e respondeu em um tom baixo, sem desviar o foco dos rabiscos que fazia em suas folhas de papel. Carl seguiu a mesma toada, balançando a cabeça positivamente, totalmente concentrado em seus quadrinhos.

— Rick já saiu, não é?

Andrea tentava aproximar-se de Carl, de alguma maneira, ela acreditava que tinha a obrigação de romper essa barreira estabelecida entre os dois. Era essencial que ela fosse bem quista pelo garoto para que a relação na casa se estabelecesse finalmente de forma harmoniosa. O problema era que o jovem Grimes não estava apenas a evitando, o garoto, bem mais introspectivo e frio do que outrora, tratava de forma vazia todas as pessoas com a qual tivera contato até aquele momento. Até mesmo Rick Grimes, seu pai.

— Saiu cedo, mas não disse pra onde ia... Acho que o de sempre...

— Ok...

O olhar cabisbaixo da sniper detonava sua decepção com a falha interação. Sem mais insistir na conversa, Andrea caminhou até a porta, deixando a residência. A brisa gélida que soprava do lado de fora, além das nuvens cinzentas que pareciam não mais deixar o céu, apontavam que aquele dia provavelmente seria incomum. As poucas pessoas que caminhavam pelas ruas, provavelmente as mais corajosas para encarar o frio cortante que tomava conta de Alexandria, deslocavam-se rapidamente, dirigindo-se até a despensa, ao setor de planejamento, ou a pequena escola de garagem.

Um leve arrepio subiu pela espinha de Andrea, um mórbido sinal que a muito ela não sentia. A loira fez menção de retirar o rifle das costas, inconscientemente, como se o perigo a rondasse naquele mesmo instante. Não fazia sentido se sentir tão insegura atrás dos muros de Alexandria, das fortes placas de metal que mantiveram todos em segurança durante os mais de dois anos de sobrevivência.

Contudo, o seu senso, o sentido que a alertava ao menor sinal de perigo, também não poderia ser ignorado. Todos os moradores da comunidade dependiam das decisões tomadas por ela e Rick, e para que nada saísse de forma errônea ou precipitada, era necessário levar todos os fatores em consideração, até mesmo o instinto de sobrevivência.

Passando a mão na nuca e tentando relaxar, apesar de prosseguir alerta em tempo integral, Andrea resolveu seguir o seu caminho, realizar suas tarefas corriqueiras antes de procurar por Grimes, que provavelmente encontrava-se com o grupo de planejamento ou verificando algo com os sentinelas. Tornara-se praxe para a loira nos últimos dias, verificar o estado do “prisioneiro” logo cedo, dando-lhe a primeira refeição e atestando o seu estado de saúde.

A loira não gostava nem um pouco de tal tarefa, se dependesse apenas dela, Spencer Monroe já teria sido jogado aos errantes, ou simplesmente banido de Alexandria, já que sua instabilidade mental representava um grande perigo a comunidade. Todavia, sempre seguindo os conselhos de Rick, que a advertira que o melhor seria “manter os inimigos por perto e dobrá-los, até que se tornem aliados ou desistam”, a loira resolveu resignar-se e agir calmamente, passando por cima de sua enorme vontade de estourar a cara do loiro.

Seguindo até uma das últimas casas dentro do limite de Alexandria, Andrea já se preparava para ouvir os pedidos de desculpas vazios, além das humilhadas explanações do filho de Douglas, em uma pífia tentativa de se resignar. Ela não acreditava em nenhuma palavra dita por ele, e como já havia conversado na noite anterior, concordou com a decisão de Rick sobre o seu destino.

O xerife decidira bani-lo, dando a ele alguns poucos suprimentos e um veículo abastecido o suficiente para que ele pudesse deixar o estado, ou pelo menos ir para bem longe da comunidade. Rick solicitaria uma reunião ainda essa tarde, onde comunicaria a todos sobre sua decisão, e começaria os preparativos para a execução da pena.

Pensando de forma racional, essa provavelmente era a melhor opção dentre as poucas que possuíam. Executá-lo com toda a certeza não seria algo bem visto, principalmente pelos veteranos, que ainda não haviam se acostumado com a ideia de ver Rick Grimes no comando. Bani-lo, além de mais humano, resolveria o problema, já que evitaria que um louco desmedido voltasse a ameaçar da segurança de todos, sem causar um desgaste à imagem do xerife. Dois coelhos, um único golpe.

Retirando dos bolsos uma chave, a sardenta destrancou a porta, girando calmamente a maçaneta, e adentrando a casa onde Spencer “refletia” sobre os seus atos. O lugar estava escuro, estranhamente as luzes haviam sido apagadas, e a loira não se recordava de ter feito isso no dia anterior.

Silenciosamente retirando o rifle das costas e colocando-o em posição de disparo, Andrea caminhou sorrateiramente, atentando-se a toda a área a seu redor, identificando o que mais não se encontrava no lugar. Será que Monroe conseguira se soltar? Estaria ele a espreita, aguardando o momento certo para atacar?

As respostas não demoraram a chegar, abrindo a porta que dava acesso ao cômodo onde o prepotente loiro encontrava-se preso, Andrea logo percebeu o motivo de seu instinto ter disparado, a razão de todas as estranhas sensações que tivera naquela manhã.

Ainda amarrado à cadeira, só que jogado ao solo de costas, Spencer encontrava-se totalmente desfigurado. O rosto inchado, o nariz quebrado, além da poça de sangue ao redor de sua cabeça, demonstrava que ele não tivera chance alguma contra aquele que despejara todo o seu ódio sobre o rapaz. As marcas arroxeadas ao redor do pescoço sinalizavam como havia sido o fim de noite para Spencer Monroe.

Com os olhos arregalados, sem conseguir sequer mensurar o que havia acabado de acontecer, Andrea só conseguiu ter uma reação além do espanto momentâneo. A loira partiu em disparada, correndo rapidamente e deixando a casa sem ao menos trancar a porta. Ela precisava encontrá-lo, precisava avisar a Rick Grimes sobre o acontecido.

*****

— Sabia que estaria aqui!

Tom estava sorridente, caminhara até o jardim/cemitério onde comumente se dirigia quando precisava pensar. Dessa vez, sua solidão havia sido interrompida, pois ao chegar até o local, atestara que outra pessoa já ocupava o mesmo lugar.

Leah estava sentada sobre a grama, recoberta por um cobertor, que a protegia do frio, enquanto uma pequena fogueira trepidava a sua frente. A menina que parecia não dormir há algumas noites, vide os olhos vidrados e avermelhados, concentrava-se profundamente nas chamas, que bailavam de um lado a outro, dançando ao ritmo das leves brisas que sopravam naquela manhã.

— Como poderia saber? – Questionou Fisher.

O brutamonte sorriu nasalmente, sentando-se no chão, ao lado da garota. O braço esquerdo amputado ainda atrapalhava o seu equilíbrio, porém, Price já adaptara-se rapidamente a sua nova condição.

— Eu também venho pra cá quando estou na merda loirinha...

A garota arqueou as sobrancelhas, ainda sem entender a súbita aproximação.

— Eu estava realmente procurando por você... – Prosseguiu Tom – Passei na casa de Susie e Goodwin e eles me disseram que você não dormiu por lá. Pensei então que tivesse passado a noite na casa do Doc, mas... – O homem propositalmente fez uma breve pausa – Bom, vi algo nessa manhã que me fez imaginar que você não estaria lá...

Leah pareceu intrigada, pela primeira vez durante aquela interação, a garota loira dirigiu o olhar a Tom.

— O que você viu?

Apoiando-se com o braço direito, Price achegou-se mais próximo a Leah Fisher.

— A latina gostosa... Rosita... – A menina pareceu engolir a seco, sem compreender o real sentido posto na última frase de Price. Ele então prosseguiu – Eu e Doc brigamos recentemente e por isso, eu resolvi não bater a sua porta, sabe como é, eu costumo levar desentendimentos bem a sério... Então eu fiquei nas redondezas, apenas observando, pra saber se você estaria lá...

Os olhos claros de Leah fitavam Tom, a garota não sabia em que ponto aquela conversa chegaria.

— Apesar de parecer estúpido, já que o mundo acabou... Alexandria nos exige que sigamos uma rotina de trabalho, com horário para entrada e saída... Uma inútil tentativa de fazer as pessoas se sentirem na porra do mundo real, como se os mortos não batesse nessas placas todos os dias... Como se isso – Tom ergueu o coto – não fosse o bastante para que todos pudessem se lembrar o quão fodidos estamos...

Tom sorriu, se dando conta do quanto fugira do assunto principal.

— Bom... Rosita deveria chegar apenas nove horas, sei lá, talvez um pouco antes... Mas eu vi muito bem os dois juntos bem cedinho... E sei que você também os viu!

As feições de Price ficaram mais sérias, ele havia chegado ao ponto crítico de todo o seu discurso.

— Eu sei de tudo Leah... Sei de tudo que estava acontecendo entre você e Vincent... E é por isso que eu também sabia que você estaria aqui, sabia dos motivos para você querer se afastar...

A garota loira respirou fundo, não havia mais como se esquivar da verdade. Nenhuma desculpa ou mentira bem trabalhada seria boa o bastante para convencer Tom Price. O homem sempre fora muito convicto, e jamais debateria isso com ela se não tivesse total certeza do que estava afirmando. Aquele era Tom Price, o homem que apesar de parecer bronco, conseguia detectar toda e qualquer situação escusa que o rondasse.

Respirando fundo, e tentando não demonstrar qualquer precipitação na voz ou feição, Leah Fisher resolveu encarar tudo de frente, com a mesma coragem que tivera quando lançara-se de cabeça em um relacionamento utópico, que tinha tudo para dar errado. Aquela era Leah Fisher, a garota que aprendeu que a melhor forma de se livrar de um problema, era justamente enfrentando-o, sem medo das possíveis consequências.

— Eu achava que tinha algo com Vincent sim... Mas eu não sei de mais nada... Talvez eu estivesse me iludindo a toa, achando que um dia ele poderia deixar toda essa baboseira ética de lado, mas... – A menina parecia engolir as próprias palavras – Acho que nunca significou nada pra ele, foi só uma ilusão adolescente...

A garota utilizava um graveto para espalhar o fogo, tentando manter-se aquecida apesar das frias temperaturas.

— Eu realmente pensei que pudesse dar certo... Fui tão estúpida, não é mesmo? – Tom nada dizia, ele percebia o quanto a garota parecia querer se abrir, como se toda a sua frustração estivesse a corroendo por dentro, pedindo desesperadamente para sair – Rosita é uma mulher linda, mais velha, mais forte e independente...

— Não Leah... – Price a interrompera – Você não precisa disso, não precisa seguir esse caminho... Vai por mim, sei muito bem onde isso pode chegar! Tenho experiência suficiente nessa porra de vida pra te dizer com certeza que essas comparações que sua mente deve estar fazendo, só irão te fazer mal... Já senti isso na pele, sei o que estou dizendo...

Fisher nunca havia tido uma conversa tão franca com Tom, nunca vira o homem tão descontraído, disposto a agir como um conselheiro e não como o líder de outrora que apenas lhe dirigia a palavra para ordenar qual seria a tarefa do dia.

— Porque você está aqui? – Indagou a garota, tentando definitivamente entender qual o objetivo central daquela interação inesperada.

— Porque eu já me fodi bastante nos últimos tempos, pra saber que qualquer fardo se torna muito mais leve quando compartilhado... – Price levara a mão direita de encontro ao ombro de Leah – Eu não sei o que podemos fazer pra amenizar essa chuva de coisas ruins que vem caindo constantemente sobre as nossas cabeças, mas sei que juntos podemos encontrar um porto seguro...

Leah sorriu, a garota percebeu a sinceridade nas palavras de Tom Price. Sentira-se aliviada por não ser julgada em momento algum pelo corpulento homem, e mais ainda por perceber que finalmente poderia parar de sentir só, teria alguém com quem dividir o peso de todo o sofrimento que guardava de forma penosa em seu peito.

— Você gosta de ler?

Tom surpreendeu-se com o súbito questionamento.

— Digamos que eu não faça muito o estilo intelectual...

— Estou lendo um livro que você iria gostar... – Leah já parecia mais animada, aliviada – Berry, a personagem principal, enfrenta alguns problemas bem semelhantes aos nossos...

— Semelhantes? Duvido muito! – Exclamou de forma irônica o ex-soldador.

— É sério, o livro passeia entre o passado e o presente da personagem, mostrando certos fatos que nos explicam as motivações dela...

— Fizeram um filme sobre esse livro? Me faria entender bem melhor! – Brincou Price novamente.

Porra Tom!

Os dois gargalharam, o clima estava bem mais ameno, e apesar de todas as coisas que tanto lhes tiraram o sono e parte de suas próprias personalidades, o futuro nunca pareceu tão límpido. Nuvens se aproximavam de Alexandria, e talvez não fossem tão cinzentas quanto as que já começavam a se dissipar.

*****

— Nós não achamos que somos os únicos sobreviventes que restaram... Apenas nunca havíamos cruzado com um grupo organizado o bastante para se chamarem de comunidade...

Rick seguia frente a frente com Jesus, que prosseguia bastante confortável, ignorando todo o clima de tensão que pairava sobre o ar.

— Me deixa só entender isso de forma definitiva... – Prosseguiu Grimes – Vocês possuem uma rede de comunidades, que realizam trocas comerciais e se comunicam entre si... E você gostaria que entrássemos no negócio?

— É isso mesmo! – Respondeu o barbudo, balançando a cabeça positivamente.

— Bom... Qual o próximo passo então?

Abraham e Michonne trocaram olhares intrigados, sem conseguir entender a atitude de Rick Grimes, que passara a aparentemente concordar com o desconhecido, acreditando em suas palavras, apesar de soarem de forma tão vazia. O xerife era provavelmente um dos homens mais céticos que eles já haviam visto, e toda a sua concordância repentina parecia muito esquisita.

— Posso acompanhar alguns do seu grupo até minha comunidade, o Hill Top, para que possam avaliar o que temos a oferecer e também para lhes apresentar ao Kenneth, que é o cara que comanda tudo por lá... A partir daí, traçamos uma rota livre entre as duas comunidades, para que possamos estabelecer os contatos e as trocas comerciais de forma mais fácil!

Rick Grimes sorriu.

— Ok... Parece bem simples... Acho que podemos fazer isso! – O xerife estendeu a mão esquerda, aguardando o cumprimento.

Jesus pareceu surpreso, coçando a barba enquanto observava a atitude do policial.

— Não esperava que fosse tão fácil... Tomou a atitude correta chefe, o melhor para a sua comunidade.

O barbudo aproximou-se de Grimes, apertando sua mão. O único problema era que Rick não havia se convencido nem um pouco, não conseguindo acreditar em frase alguma proferida pelo desconhecido invasor. Assim que o contato fora efetuado, o xerife puxou Jesus com toda a sua força, lançando o homem ao solo, que sendo pego totalmente de surpresa, nada pode fazer. Desferindo um chute contra o rosto do barbudo, Grimes conseguiu apagar o habilidoso homem, que desmaiara em meio ao sangue que escorria por sua boca e nariz.

— Amarrem ele antes que acorde! – Exclamou Rick, direcionando o olhar a Michonne e Abraham.

Acatando suas ordens, os dois passaram a arrastar o homem pelos pés, afastando-o do local onde se encontravam. Aproximando-se rapidamente, Andrea correra assim que percebera a presença do xerife, dirigindo-se velozmente em sua até ele. As feições assustadas e a respiração dispneica, além do coração acelerado, denotavam o quão grave deveriam ser as notícias que ela trazia.

— Rick... – A sardenta respirava fundo, tentando recuperar o fôlego – Aconteceu uma coisa horrível...

[...]

Grimes solicitara uma reunião assim que ficara a par de todos os eventos ocorridos naquela atípica manhã. O grupo de coleta havia acabado de retornar, e por isso, Heath, Magna e Glenn também se faziam presentes na varanda do xerife, local comumente utilizado para as tomadas de decisões e reuniões em equipe. Completando a assembleia, Andrea, Vincent, Abraham e Michonne, além de Goodwin, que Grimes fizera questão que ali estivesse, aguardavam ansiosamente o início dos trabalhos.

Rick observava a todos por alto, tentando ler as ações e reações de cada um ali. O medo estava estampado em seus olhares, medo de perder algo ao qual se agarraram tão fortemente nos últimos tempos. Medo de perder o controle, de deixar a civilidade de lado e não mais conseguirem estabelecer uma sociedade com pilares fortes o bastante para se manter de pé. Medo de ter de voltar à estrada, retornar ao desconhecido, a fria e gélida incerteza do amanhã.

— Não quero alarmar toda a comunidade, então por enquanto peço que isso fique apenas entre nós... Posteriormente farei uma reunião na igreja, contando a todos sobre a atual situação...

Os olhos de todos focavam-se em Grimes.

— Vamos manter o homem preso em um dos quartos da enfermaria... Ele diz que vem de uma comunidade bem maior que a nossa, apenas com o objetivo de realizar trocas comerciais... Bom, eu não caio nessa! Segundo ele, a sua comunidade tem por volta de duzentas pessoas... Se isso for verdade, significa que podemos sofrer um ataque a qualquer momento!

Rick mantinha a mão no bolso, encarando a todos sem demonstrar nenhum abalo.

— Não vamos alarmar ninguém desnecessariamente... O melhor é apenas nos prepararmos para o pior. Se eles querem esse lugar, não vamos cedê-lo sem uma briga! – O xerife fez uma breve pausa – Também fui avisado essa manhã, sobre um fato que me deixou bem intrigado... Spencer foi assassinado essa madrugada!

Todos pareceram surpresos com a notícia.

— O que me deixou intrigado... – Prosseguiu Grimes – Foi o fato de termos alguém dentro de Alexandria que invade uma casa trancada no meio da noite, e espanca um homem amarrado até a morte!

O grupo parecia não acreditar nas informações passadas pelo xerife, todos estavam visivelmente alarmados.

— Eu vou encontrar quem fez isso, seja lá quem for... – Rick mantinha o mesmo tom de voz sereno, além do olhar firme e decidido – Ninguém vai nos tomar Alexandria, esteja ele dentro ou fora desses muros!

As pessoas ainda pareciam digerir tudo o que haviam acabado de escutar. Viver sobre o perigo eminente de uma invasão de mortos vivos era algo controlável, com o qual todos já haviam se acostumado. Porém, a expectativa de um ataque humano, vindo de uma comunidade teoricamente muito mais populosa, além da notícia de que há um assassino frio entre eles, vivendo ao lado de todos, é algo que ainda não é possível mensurar, um desconhecido medo que se despontara agora perante todos.

— Vamos precisar agir juntos e rápidos! – Grimes seguia discursando, ignorando os rostos assustados – Glenn, Michonne, vocês cuidarão do perímetro, quero que consigam mais pessoas para as sentinelas, todos armados, mantendo vigília ao redor dos muros... Andrea, preciso que volte a ficar na torre do campanário, você será nossa visão superior e poderá nos alertar caso veja algo se aproximando...

A sniper apenas balançou a cabeça positivamente.

— Magna, quero que faça uma atualização junto a Olivia, sobre o atual estado de nossas munições e suprimentos... Faça uma conferência com todos, veja o que eles guardam em casa... Não quero que revele o motivo de estar fazendo isso, apenas colete as informações...

A mulher de cabelos castanhos aceitou a missão com um aceno de cabeça.

— Abraham, você irá com Vincent até Washington, ele disse conhecer alguns centros de distribuição de medicamentos por lá, e gostaria de ter acesso a medicamentos mais fortes, que podem vir a ser usados em procedimentos mais complexos, além de materiais cirúrgicos, enfim... Precisamos deixar a enfermaria bem suprida, não sabemos o que pode vir a seguir...

O bigodudo ruivo pareceu hesitante, mas apesar da cara amarrada, acabou concordando com o xerife.

— Goodwin... – Rick fez questão de olhar diretamente para homem – Você está trabalhando com Eugene no setor de planejamento, quero então que busquem alternativas para a nossa falta de munição... O nosso estoque está baixo e precisamos encontrar outras maneiras de nos defender caso precisemos...

James Goodwin balançou a cabeça positivamente, demonstrando estar disposto a ajudar.

— Por enquanto é isso... Podem retornar aos seus afazeres, solicitarei outras reuniões caso sejam necessárias...

Após a retórica ser finalizada, o grupo que se encontrava na varada da residência dos Grimes, passou a lentamente se dissipar, ainda visivelmente grogue após tantas revelações. Andrea deu um breve beijo em Rick, antes de prosseguir caminhando, seguindo os demais que já se afastavam do jardim do xerife. Apenas Goodwin, que aparentemente aguardara a saída de todos, ficara no local, caminhando até Rick Grimes, com um sorriso estampado no rosto.

— Imagino que o momento seja bem difícil... – James tentava aparentar preocupação em sua face e voz – Toda a pressão envolvida... – O homem suspirara – Não deve ser nada fácil! – Rick apenas balançou a cabeça de forma positiva – Sei que estou há pouco tempo aqui, mas quero que saiba que pode contar comigo... – Sua mão direita tocara o ombro do policial – Pode contar comigo Rick!

O xerife sorriu brevemente e balançou a cabeça, concordando com as afirmações de James. O homem de aparência amistosa, saiu caminhando despreocupadamente em seguida, dando as costas a Rick e seguindo o seu caminho. Grimes levou a mão esquerda até a cintura, tocando sua pistola com a ponta dos dedos, fitando o homem de forma raivosa e se controlando para não fuzilá-lo naquele mesmo instante.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?

Esse duelo Rick vs Goodwin durará quantos rounds? Hehe...

E Jesus? O xerife acertou em tomá-lo como prisioneiro, ou deveria ter acreditado em todo o seu discurso?

Aguardo a opinião de vocês... Nos vemos nos comentários



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