The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 62
Capítulo 10 - Sozinha...


Notas iniciais do capítulo

GENTE!!!!! GRAÇAS A DEUS O SITE VOLTOU!
NÃO ESTAVA MAIS AGUENTANDO DE SAUDADES...

A PARTE BOA DISSO FOI QUE CONSEGUI ESCRVER VÁRIOS CAPÍTULOS NOVINHOS!!!! RSRSSS


ESPERO QUE GOSTEM



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Perdida

 

Ivy...

 

 

 

Se você está lendo essa carta é porque nosso plano deu certo. Até agora pelo menos... Filha, eu sei que você deve estar morrendo de medo agora, se sentindo sozinha e talvez apavorada, eu também estou! Mas você precisa superar isso e seguir em frente. Você deve procurar por Theodore Leaf. Eu sei que você nunca escutou esse nome antes, mas você precisa confiar em mim, Theodore é um bom homem. Ele já foi membro da Loup Garou e costumava ser o segundo no comando. Mas ele e Janet partiram há muito tempo e foram “excomungados” por Jean. Até hoje, ninguém tem permissão de sequer tocar em seus nomes. Eles nos deixaram depois da execução de Nathan Fischer, um outro Garou considerado desertor por seu pai. Isso tudo aconteceu há muito tempo e eu tive poucas noticias de Theodore e Janet desde então.  Essa é uma história longa e acredito que isso é algo que eles mesmos gostariam de lhe contar. Por hora, o que você precisa saber é que os Leaf são os únicos que podem te proteger de Jean. Ainda tenho o número de uma caixa postal em Seattle – T.L. 15122 - que usávamos para nos corresponder. Eu continuo enviando cartas, mas há anos não recebo resposta alguma. Talvez, Theodore não exista mais. Talvez, ele tenha se cansado de minhas lamúrias e desistido de vez. Eu não sei... o que sei é que Theodore Leaf é a sua única chance e sei que ele jamais se negaria a isso.  

 

Ivy, eu preciso que você entenda o motivo de tantos anos de minha omissão. Não pretendo pedir seu perdão, sei que não sou digna disso. Mas eu preciso que você conheça as razões que me levaram a isso. Mas para isso, eu preciso lhe contar um pouco de minha história. E saiba que, nunca lhe disse isso antes, porque as lembranças me são muito dolorosas e honestamente, me envergonho dos erros que cometi. Mas agora, você precisa saber.

 

 

 

" Era 1782 e eu era jovem e, mesmo que não me desse conta, eu era feliz. Meus pais eram camponeses e vivíamos em Saint Remy, uma comuna nos arredores de Provença. Não éramos ricos e nem fazíamos parte da alta sociedade, mas vivíamos bem. Eu tinha uma irmã mais nova, Jô, minha pequena JoJo.  A diferença de idade entre nós era grande, onze anos na verdade. Depois que eu nasci, mamãe e papai tentaram por muitos anos um segundo filho, mas Deus não quis que ele chegasse tão cedo. Eu já tinha dez anos, quando mamãe descobriu que estava grávida novamente. Todos vimos isso como um milagre, um verdadeiro presente de Deus para nós. Aguardamos ansiosamente por sua chegada e, no mesmo dia em que eu completei onze anos JoJo chegou. Ela era a criança mais encantadora que eu já vi. Linda, determinada e esperta, JoJo cativava qualquer um que a conhecesse. Mas toda essa adoração fez com que minha irmã se tornasse uma pessoa vaidosa e egocêntrica. Até então, eu nunca vi maldade em seus atos, afinal de contas ela era minha irmã e talvez por causa da diferença de idade, sempre fui muito maternal e protetora com JoJo.

 

Os anos se passaram e eu já estava com dezessete anos. Já era considerada velha e alguns acreditavam que jamais me casaria; naquela época, era costume as moças se casarem bem cedo, algumas se casavam antes mesmo de se tornaram “moças” efetivamente. No século XVIII, as mulheres eram vistas como menos capazes que os homens. Não tínhamos acesso aos estudos ou qualquer outro tipo de instrução que não levasse ao parto e depois a criação dos filhos. Mas papai acreditava que JoJo e eu éramos diferentes. Na realidade, meu pai era diferente dos outros homens daquela época e sempre nos incentivou a estudar. Ele nos ensinou a ler e a escrever; tínhamos aulas três vezes por semana: história, astronomia e literatura. Papai e nos comprava livros e mais livros, JoJo e eu adorávamos. Enquanto mamãe se dedicava a nos instruir e assim formar as “damas da sociedade” que ela queria que fôssemos, sempre sonhando, como qualquer mãe, em ver uma de suas filhas fazendo parte da aristocracia.

 

Então, um dia eu conheci meu querido Clive. Ele não era o “duque” ou o “conde” que mamãe tanto queria como genro, mas era gentil e trabalhador. Eu me apaixonei perdidamente e, nos casamos no outono daquele mesmo ano. Clive era pastor e tinha um pequeno pedaço de terras mais ao norte de Provença onde trabalhava cuidando de ovelhas. Não era fácil, mas Ivy, eu nunca fui tão feliz como naqueles poucos anos que vive ao lado de Clive. Deus nos abençoou com dois filhos, Henry e August. Eles eram minha vida, mas eu sempre desejei uma garotinha. Então, no ano em que a pandemia da Peste Negra começou, eu descobri que estava grávida e, de alguma forma eu sabia que teria minha princesinha dessa vez. Mas minha felicidade não durou muito, meu Clive me deixou na primeira ofensiva da epidemia na Europa. E antes que eu pudesse me recuperar do choque, Henry e August também foram acometidos pela praga. Mamãe e papai vieram e nos levaram de volta para Saint Remy e, por precaução enviaram JoJo para a casa de uma tia avó de papai na cidade. Estava com muitas saudades de minha irmãzinha, pois não a via desde meu casamento, mas foi tudo muito rápido e eu sequer pude vê-la.    

 

Henry partiu no dia de Natal e meu pequeno August o seguiu quatro dias depois, ele tinha apenas cinco anos.

 

Meu coração estava despedaçado e eu acreditei que nada mais poderia me ferir, pois não havia sobrado mais nada em mim. Mas mais uma vez, eu estava errada, terrivelmente errada. Comecei a sentir os primeiros sintomas da terrível doença alguns dias depois do enterro de August e, quando caí enferma eu ainda podia sentir o bebê se movendo em meu ventre. E em meio à febre, alucinações e espasmos minha tão sonhada filhinha nasceu. Eu a chamei de Claudia. Meu pequeno anjo era tudo e mais um pouco que eu havia imaginado. Mas por alguma razão, Deus não quis que eu a tivesse e, também a levou de mim.

 

Eles eram bons demais para mim. Eu gosto de pensar que Deus os levou porque eles eram bons demais, tão bons que Ele os quis a Seu lado. Eu me agarrei a esse pensamento como um náufrago se agarra ao último sopro de ar antes de afundar.

 

Apesar de minhas preces, por algum motivo que eu ainda desconheço, eu me recuperei e recobrei a consciência sendo acalentada por uma bondosa senhora que morava na propriedade ao lado. Mas minha sina ainda não havia terminado. E a angústia deu lugar à cólera quando a Sra. Mcpherson me informou que a Peste também havia levado mamãe e papai.

 

Eu conjurei e amaldiçoei todas as criaturas desse planeta.

 

Oh, Ivy! Eu estava em desespero e senti que o suicídio era minha única libertação. Mas em sua infinita sabedoria, Deus enviou um feixe de luz para me iluminar. Lembre-se Ivy, Ele nunca nos dá um fardo maior do que podemos carregar. O inverno já havia abrandado quando uma charrete se aproximou e parou na entrada de casa. O condutor era um homem já de idade, mas era elegante e altivo. Ele me informou que sua senhora o havia enviado para me levar até Provença, para a casa da tia avó de papai, a Sra. Byron.

 

E assim eu cheguei à cidade, um lugar que eu nunca havia estado antes e que me parecia assustador e selvagem. O trânsito por si só era apavorante, inúmeras charretes puxadas por cavalos adornados e vistosos iam e vinham incessantemente. Isso sem mencionar os automóveis. Eu nunca tinha visto carros antes e, para meus olhos inocentes, eles pareciam monstros de ferro barulhentos e desconfortáveis.

 

Tia Anastácia me aguardava no portão da residência Byron, uma construção que se destacava em meio à paisagem metropolitana de Provença e certamente evidenciava a posição privilegiada da família Byron na sociedade local. Ela era uma rica viúva sem herdeiros legítimos que adorava “ajudar” os membros menos abastados da família para assim poder se intrometer e opinar em suas vidas. Antes que eu pudesse concluir minhas divagações, uma voz suave e delicada me surpreendeu.

 

_ Maggie! Maggie! – uma jovem dama cantarolou e me cobriu num abraço apertado.

 

Quando ela me soltou, eu não pude acreditar no que meus olhos viam. Era minha JoJo! Minha pequena e encantadora JoJo. Ela já não era tão pequena quanto à última memória que eu tinha, afinal já haviam se passado doze anos desde nosso último encontro, mas ela estava ainda mais encantadora do nunca.

 

JoJo estava com quinze anos, tinha acabado de debutar na sociedade, e como presente de aniversário, ela ganhou um pedido de casamento. Era isso mesmo! JoJo tinha crescido e se tornado uma bela jovem, que agora era a noiva de ninguém menos que o rico Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin.

 

O casamento estava próximo e a correria dos preparativos ajudou a aliviar um pouco o luto que eu sentia. Tia Anastácia e JoJo estavam extasiadas pelo grande evento que prometia abalar as estruturas sócias da cidade. Eu tentei me deixar embalar com a empolgação das duas, mas me entristeci quando percebi o verdadeiro motivo de tanta afobação.

 

_ Um Barão! Um Barão, Maggie! Eu vou me casar com um Barão! Você pode acreditar?

 

_ Oh, JoJo! É somente um titulo bobo, ainda não entendo como isso pode ser tão importante para você...

 

_ Maggie! Você não vê? – JoJo disse, deixando um beijo em minha testa e ignorando minha repreensão – Eu serei uma Baronesa! – ela suspirou enquanto admirava seu reflexo no espelho – A Baronesa de Coubertin!

 

JoJo então se virou para me encarar e apontou para a cômoda do outro lado do quarto, depois sinalizou para que eu pegasse a pequena caixa de madeira sobre ela.

 

_ Abra, Maggie!

 

_ Oh! - Eu abri e engasguei com a beleza da jóia que cintilou como milhares de minúsculas estrelas do céu.

 

_ Lindo, não? – ainda deslumbrada, eu só acenei e ela se aproximou - Eu sei. E isso foi só o presente de noivado! Imagine todas as jóias que eu terei quando me tornar a Baronesa de Coubertin! E você não vai acreditar no tamanho da minha mansão! É tão grande que deve ser umas dez o tamanho de Saint Remy. Existe até uma ala somente para os criados... Eu serei cobiçada, invejada e adorada por toda Provença! - JoJo continuou falando por horas enquanto eu tentava me recuperar da dor em ver que minha doce irmãzinha havia se tornado uma socialite frívola e superficial.   

 

O casamento finalmente aconteceu e, posso dizer que realmente abalou a cidade, repercutindo até Paris. JoJo se mudou para a mansão Byron e me convidou para acompanhá-la como sua governanta. Não querendo viver com a asquerosa tia Anastácia e também ciente de que o sentimento era mútuo, eu aceitei e assim, fui viver entre os serviçais de minha irmã caçula.

 

Josephine, como JoJo agora insistia em ser chamada, ficou grávida do apático Barão oito anos depois do casamento. E para deleite de toda a família, nasceu um herdeiro varão. Mas JoJo não se sentia da mesma maneira, não que ela não quisesse um menino, era somente que JoJo não queria filho algum. Minha irmã nunca teve os mesmos instintos maternais que eu e, quando notou o quanto a gravidez estava afetando seu corpo, JoJo decidiu que esse seria o único filho que daria ao Barão. Quando o pequeno nasceu, ela se recusou a amamentá-lo, alegando que isso afetaria ainda mais suas formas.

 

Ela nunca recuperou o corpo que tinha antes da gravidez e, cega por sua vaidade desenfreada, culpou o pobre bebê por isso. Ela se tornou uma mãe fria e distante. Algumas vezes, eu podia ver em seus olhos todo o desprezo que ela sentia pelo próprio filho. Já o Barão era um homem fraco e submisso, era realmente a vitima perfeita para JoJo; e sucumbia a qualquer desejo/ordem dela. E em meio a todo esse caos, estava o menino. Ciente de tudo isso, ele foi se tornando cada vez mais recluso e violento. Mas na verdade, eu sabia que ele se sentia muito sozinho. Então, para compensar a falta de afeto dos pais, eu o mimava e adorava; cedia a todo e qualquer desejo. Eu acreditava que o amor que eu sentia o tornaria um homem bom e gentil, o homem que eu sempre sonhei que ele fosse. Mas, hoje eu sei que esse foi o maior erro.

 

O nome do filho de JoJo é Jean. Sim, Ivy. Jean é meu sobrinho... 

 

Eu criei esse monstro que você conhece como pai. Eu criei Jean e, portanto, tudo que aconteceu com você, todo o mal que ele causou a você e a tantos outros como Theodore, Janet e Nathan... tudo isso é culpa minha! Eu sou a verdadeira responsável pelas atrocidades que Jean cometeu e não posso negar, não tenho intenção nenhuma de negar. Eu admito meu crime. E aceito minha pena. Passarei o resto dos meus dias ao lado desse monstro, testemunhando seus horrores. Mas você não! Não, filha! Esse fardo não é seu para carregar. Você não vai mais sofrer, não precisa mais pagar pelos meus erros.  

 

Então, você deve partir agora. Meu coração está em pedaços e eu sentirei sua falta todos os dias, filha! Eu queria poder te acompanhar; estar ao seu lado para enxugar estas lágrimas que eu sei que escorrem por seu rosto agora. Mas você estará melhor sozinha, acredite em mim. Sei que esta é a melhor opção para você. Pois, longe... longe de Jean e de mim, você ficará bem.  

 

Filha, eu sinto tanto por não sido capaz de te proteger, por ter permitido esses abusos por tanto tempo, por ter permitido que você sofresse tudo que sofreu. Eu sinto muito, sinto muito por tudo. Mas você ficará bem! Eu acredito nisso, preciso acreditar. Assim como você também precisa!

 

Ivy, você é uma Nosferatus! Forte e imortal. Foi por isso que você sobreviveu todos esses anos de abusos e violência. Você é uma Nosferatus! A criatura mais perfeita que existe! Nunca se esqueça disso, filha...

 

 

 

Eu te amo muito e acredito em você.

 

Tia Maggie. "

 

 

 

 

 

Com a visão já turva por tantas lágrimas, eu li as últimas palavras que tia Maggie tinha para mim. Então eu soube que nunca mais voltaria a ver minha amada babá...

 

Eu estava sozinha agora. Sozinha e apavorada. Mas eu não podia desistir, pois eu sabia que Giacomo não desistiria de mim tão facilmente, eu era seu bilhete para o topo. Mesmo como membro do mais alto escalão do bando, ele ainda não tinha o status que seu ego tanto almejava. Portanto, somente como meu esposo, Giacomo seria oficialmente o segundo no comando da Loup Garou. Ganancioso e oportunista como ele era, eu sabia que Giacomo não desistiria dessa chance.

 

E Jean, em toda sua existência, nunca perdoou uma traição e, minha fuga seria o maior golpe que seu enorme ego já sentiu. Ele me caçará por toda a eternidade, eu sei. E só descansará no dia em que suas mãos vis estiverem em meu pescoço, no dia em que vir em meus olhos o pavor e o desespero; só assim limpará sua reputação, manchada por minha deserção.

 

Se eles me encontrarem, eu estarei morta. Ou pior, estarei condenada à tortura eterna; eternamente presa. Eu não suportaria isso, não sou forte o suficiente. Então eu prefiro a morte. Sim! É isso! Eu me mato antes que eles me encontrem. Se tudo der errado... eu ainda tenho a morte. 

 

Mas como eu poderia acabar com minha própria vida?

 

Segundo tia Maggie, eu sou imortal. Mas como eu poderia ser uma imortal se eu sequer sou capaz de descer as escadas sem tropeçar em minhas próprias pernas? Uma Nosferatus tem enjôo só de pensar em sangue? Eu sempre fui fraca e minha saúde muito frágil, facilmente abalada por qualquer virose que percorresse as redondezas de Moscou. Até Jonas, um humano, é mais forte do que eu! Imortal! Eu??

 

A lembrança de Jonas me fez lembrar da segunda carta que tia Maggie havia escrito; a carta destinada a Theodore, meu suposto salvador. Eu a tirei de dentro da mochila, acariciei o envelope branco lacrado com o símbolo dos Garou e fui tomada por uma imensa curiosidade. “Ivy... não!” eu disse a mim mesma. Se fosse do desejo de tia Maggie que eu lesse o conteúdo daquele envelope, ela não teria lacrado assim tão cuidadosamente. Então eu parei e tentei relaxar, ainda faltavam algumas horas para o desembarque em Washington e eu precisava descansar. Eu precisaria de todas as minhas forças para descobrir o verdadeiro paradeiro de Theodore e Janet Leaf, se é que eles ainda estavam vivos.

 

Eu voltei a guardar o envelope no bolso interno da jaqueta e assim, bem próximo do meu coração, desejei que aquela carta mudasse o meu destino. Adormeci e para meu deleite tive mais um de meus agradáveis sonhos, que há tanto tempo não habitava minhas noites. Mas este foi diferente de todos os outros que eu já tivera. Parecia tão real quanto àqueles, mas havia algo novo. Dessa vez, eu não era a afetiva loira e nem a morena misteriosa. Era um misto de ambas, como se eu fosse as duas ao mesmo tempo. Isso nunca aconteceu antes, e eu não conseguia entender. Haviam tantos rostos, vozes e risos; senti-me segura e amada. Naquele sonho, eu me senti realizada e perfeita como nunca havia sentido.

 

Acordei com o aviso nos auto-falantes do avião informando a aterrissagem. E a lembrança do sonho, ainda muito vívida em minha memória, me deu um novo ânimo para começar minhas buscas. Eu guardei meus pertences na mochila, mas deixei a carta de Theodore no bolso da jaqueta juntamente com um pouco de dinheiro, e parti para o saguão do aeroporto de Washington. Procurei pelo balcão de informações e perguntei pela rodoviária, iria de ônibus até Seattle. Tia Maggie havia me dado algum dinheiro, mas eu sabia que ele não seria suficiente se minha busca se estendesse demais, então eu precisava economizar.

 

Munida das informações que precisava, eu cheguei à rodoviária. E para meu espanto, ela era ainda mais movimentada que o aeroporto. Fui direto para a bilheteria e comprei minha passagem. Eu estava eufórica e com pressa, não suportaria esperar oito horas por uma rota direta para Seattle. Então, embarquei no primeiro ônibus que encontrei.

 

Foi uma viagem longa e exaustiva, eu estava faminta e começava a sentir a fraqueza que as últimas 48 horas de lanches e refrigerantes me causaram. Então, em uma das inúmeras paradas, eu decidi me alimentar com comida de verdade dessa vez e avistei um pequeno restaurante do outro lado da rua. Meu ônibus só partiria em quarenta minutos, tempo de sobra para uma refeição decente.

 

Enquanto atravessava a rua, senti uma presença me acompanhando; eu me virei e me deparei com um homem alto e forte, me assustei. Ele parecia jovem, mas suas roupas estranhas e seus olhos cansados indicavam que passava por dificuldades.

 

_ Hey? – ele chamou, seus olhos inquietos e sua voz rouca revelavam algum tipo de urgência – Tá perdida? Qué ajuda?

 

_ Não, obrigada.

 

_ Tem certeza? Você parece perdida pra mim...

 

_ Eu estou bem. – enfatizei – Obrigada.

 

_ Tem certeza? – insistiu o estranho - Ultima chance, hein?

 

_ Olha só, moço... – eu disse me virando para encará-lo, mas antes que pudesse focalizar seu rosto novamente, ele agarrou minha mochila e a puxou com tanta força que a alça se desfez – Minha bolsa!! – eu gritei assustada e tentei correr – Ladrão! Ladrão! Alguém me ajude! – mas não recebi atenção alguma.

 

As pessoas sequer olhavam para mim e o safado sumiu na multidão.

 

Então, furiosa, faminta, sozinha e quase sem dinheiro, eu voltei para a rodoviária e aguardei que até que o ônibus partisse novamente...

 


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